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 Assexuais - UOL Tab

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MensagemAssunto: Assexuais - UOL Tab   Assexuais - UOL Tab Empty2/11/2019, 07:51

Pensei que já tivesse sido criado o tópico referente a esta matéria, publicada no UOL Tab... como não encontrei, estou postando agora:

Melhor que sexo

Você imagina uma vida sem sexo? Pois saiba que existe muita gente por aí que não têm o menor interesse nisso. E eles não são celibatários nem puritanos. São os assexuais, pessoas que nasceram sem o desejo de manter relações sexuais e, em alguns casos, nem amorosas. Para eles, comer um bolo, doce que é símbolo dessa comunidade, é bem melhor que transar.

Texto Bárbara Stefanelli
Design Mariana Romani

"NÃO TENHO INTERESSE OU VONTADE DE SEXO. CORRO QUANDO ALGUÉM CRIA UMA EXPECTATIVA A MAIS. CORRI A VIDA INTEIRA.” Clara*, que prefere não ter o sobrenome revelado, tem 30 anos e nunca beijou nem transou
*nome fictício a pedido da entrevistada

"ELA COMEÇOU A BRIGAR COMIGO. ME CHAMOU DE GAY, DE HOMOSSEXUAL.” Richard Harts da Silva, 27, saía com uma garota e, por volta de três meses de namoro, não teve mais como fugir. Na hora H, depois de muitas investidas, contou para a companheira que não queria transar

Nétto Sanchez, 20, depois de passar por duas psicólogas, chegou até a fazer exames de dosagem hormonal para descobrir se havia um problema com seu corpo. Resultado: tudo em dia

O que os três têm em comum? A completa falta de apetite e interesse sexual. Os assexuais, como se autodenominam, são uma minoria que está começando a ganhar expressão. Em um primeiro momento, pode não ser fácil entender essa forma de vida, mas para começar: é uma questão de identidade e está muito mais próxima de uma orientação sexual do que uma escolha ou fase. É algo que fala mais alto, assim como a sua hetero ou homossexualidade.

“É uma forma de viver a sexualidade caracterizada pelo desinteresse sexual, que pode vir acompanhada ou não do desinteresse amoroso”, explica a pedagoga brasileira Elisabete Regina de Oliveira, autora do doutorado “Minha Vida de Ameba”, defendido em maio de 2015. Durante quatro anos, ela estudou a vida de 40 assexuais, de 15 a 59 anos, e hoje é figura central quando se trata do tema no Brasil.

"SE EXISTEM MUITAS PESSOAS FAZENDO SEXO SEM AMOR, POR QUE NÃO É POSSÍVEL EXISTIR AMOR SEM SEXO?”
Elisabete Regina de Oliveira, autora do doutorado “Minha Vida de Ameba”

Apesar da lógica da citação, viver sem sexo não é algo muito bem compreendido pela sociedade --e nem por essa repórter, que precisou de uma tarde inteira com Elisabete para começar a entender o tema.

Durante mais de quatro horas de conversa, a pedagoga contou ao UOL TAB que, em nenhum momento de sua pesquisa, encontrou pessoas com algum problema sexual, mas, sim, gente que desde sempre se sentiu assim. “Um assexual não é alguém que entrou em um relacionamento e o sexo não era bom.” Para eles, o coito é uma forma de agressão ao próprio corpo, algo que vai contra a essência deles. Muitos, no entanto, fazem sexo, porque gostam de alguém e querem agradar essa pessoa.

Outros, no entanto, acabam buscando relacionamentos como uma forma de aliviar as cobranças sociais por uma vida como manda o figurino: namoro, casamento, filhos, férias na Disney. Um dos entrevistados de Elisabete até cogitou virar padre para, assim, se livrar das perguntas da família e das suspeitas de que era gay. No fim, acabou se casando com uma colega da faculdade. “Quando eu o entrevistei, ele já estava há seis anos sem fazer sexo com a mulher.”

ENTENDENDO A ASSEXUALIDADE
A assexualidade é bem mais complexa do que apenas não ter relação sexual. Tem assexuais que buscam um companheiro e tem outros que nem isso querem.

ROMÂNTICOS
Esse grupo de assexuais não quer sexo, mas isso não exclui a possibilidade de um relacionamento. Dentro da categoria ainda existem as seguintes orientações afetivas:

HETERORROMÂNTICO
Alguém que se sente romanticamente atraído por alguém do sexo oposto

HOMORROMÂNTICO
Alguém que se sente romanticamente atraído por alguém do mesmo sexo

BIRROMÂNTICO
Alguém que se sente romanticamente atraído por ambos os sexos

PANRROMÂNTICO
Se sente romanticamente atraído por todos os gêneros: masculino, feminino, transgênero

LITHROMÂNTICO
* Sente atração romântica, mas não quer que o amor seja correspondido.
Pode se sentir romanticamente atraído por personagens animados ou celebridades

*Obs: aproveitei que estou digitando esta parte e corrigi o conceito
(há um trecho da matéria que não permite o copy & paste, estou postando em texto para permitir que deficientes visuais, que usem softwares de leitura, possam ter acesso ao conteúdo).

ARROMÂNTICOS
São assexuais que não possuem atração sexual nem sentimental por outra pessoa. Muitos arromânticos se consideram "os verdadeiros assexuais", desvalorizando os românticos.

AUTOERÓTICO
É o assexual que não mantém contato sexual, mas não exclui a masturbação.

RADICAL
Não quer vínculo afetivo e também não sente necessidade de se masturbar.

GRAY-A
Esta classificação está entre os românticos e os arromânticos, a sexualidade e a assexualidade. É a área nebulosa entre o preto e o branco, por isso a nomenclatura "Gray" (cinza, em português).

GRAY ROMÂNTICO
Às vezes, um gray-a pode sentir atração sexual ou romântica, mas não significa que ele vá concretizar o ato.

DEMIRROMÂNTICO
Não sente atração sexual, a não ser que forme um forte laço emocional com alguém, mas é raro que isso aconteça.

SÍMBOLOS
A ameba é um dos primeiros símbolos para identificar a comunidade assexual. Surgiu com o artigo "Minha vida de ameba", de Zoe O' Reilly, publicado em 1997, mas existem outros:

AMEBA
"Haven for the Human Amoeba" (refúgio das amebas humanas, em português) foi o nome do primeiro grupo de discussão, em 2000.

BOLO
Para os assexuais, um pedaço de bolo é melhor do que sexo. Também é usado como um sinal de boas-vindas nos encontros.

ANEL PRETO
O preto do acessório, usado no dedo do meio, representa a total ausência de desejo sexual ou romântico.

BANDEIRA
A assexualidade não é tão preto no branco assim. Entre os dois polos existe uma zona nebulosa. A bandeira assexual aborda os diferentes níveis de interesse sexual.

PRETO: Representa a ausência do desejo sexual.

CINZA: Estágio intermediário entre ausência e presença de desejo.

BRANCO: Representa a presença de desejo sexual.

ROXO: É a cor da Comunidade Assexual.

ÁS DO BARALHO
Em inglês, "ace" é um apelido para assexual. a palavra também se refere à carta Ás do baralho. Cada naipe ainda possui significado próprio:

Copas = Romântico; Espada = Arromântico; Ouro = Demirromântico; Paus = Gray-A.

CORPO EM ORDEM, MENTE TAMBÉM
NÃO É UMA DOENÇA

Em uma sociedade sexonormativa e hipersexualizada, é estranho, quase inaceitável, acreditar que a ausência de desejo sexual não seja causada por uma patologia ou trauma. Afinal, Freud sempre explicou. Mas para a médica psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo, fundadora e coordenadora geral do Prosex (Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo), a falta de libido pode, sim, ser constitucional da pessoa e nem sempre está relacionada a algum problema físico, como a baixa hormonal --normalmente apontada como uma das principais causas do desinteresse sexual.

“As pessoas que não fazem sexo e não se preocupam ou sofrem por causa disso podem viver a vida delas e não precisam de qualquer intervenção, pois não são passíveis de serem diagnosticadas nem de serem tratadas”, afirma Carmita. Segundo a médica, isso é completamente diferente do caso de quem não consegue ter interesse e sofre, porque gostaria de ter uma vida sexual ativa.

É justamente isso que afirma o DSM, espécie de bíblia dos psiquiatras norte-americanos, em que os mais diversos distúrbios mentais são classificados. Para o DSM, a assexualidade seria o grau máximo do Desejo Hipoativo. Mas só é considerado disfunção quando a pessoa se incomoda. A questão é que é difícil não se incomodar quando se vive em uma sociedade que cobra e estimula tanto o sexo.

Para o psicólogo especialista em sexualidade Breno Rosostolato, de São Paulo, que atualmente atende dois pacientes assexuais, a falta de interesse é realmente uma condição da personalidade.

"ELES NÃO SE ENXERGAM COMO PATOLÓGICOS, COMO SE A FALTA DE VONTADE DE FAZER SEXO FOSSE ALGO DOENTIO.”

Além disso, segundo o profissional, existe uma diferença clara entre desinteresse sexual e problema psicológico. “As pessoas não praticam sexo por motivos variados: trauma, porque sente muita dor na penetração, por estresse e ansiedade ou até por questões hormonais, como acontece na menopausa ou andropausa.”

Ele explica que, nesses casos, o motivo fica muito claro durante o discurso na terapia. “O paciente vem à consulta e relata sua frustração de alguma forma. Uns com mais facilidade que outros, claro.”

1 A CADA 100 PESSOAS É ASSEXUAL

Duas pesquisas indicam que essa condição atinge a 1% da população mundial. Uma feita na década 40 pelo biólogo Alfred Kinsey, ao criar a Escala de Kinsey, que visa medir o comportamento sexual das pessoas. Na época, 1% dos entrevistados apontaram que não tinham desejo sexual e o pesquisador considerou que essa minoria tinha algum distúrbio. Posteriormente, a assexualidade foi incluída na escala.

Em 2004, o psicólogo canadense Anthony Bogaert, publicou um estudo no “Journal of Sex Research”, que analisava com um novo olhar os números de uma pesquisa britânica realizada em 1994. O diagnóstico foi baseado em entrevistas com 18.000 pessoas. Aos que participaram, era oferecida uma lista de opções, uma delas era "Nunca me senti sexualmente atraído para alguém". Novamente, 1% assinalou a alternativa.

Um levantamento mais recente, este publicado em 2008 pelo Prosex, entrevistou 8.200 pessoas de diferentes regiões do Brasil para analisar o comportamento sexual dos cidadãos maiores de 18 anos. Os números mostraram que 7,7% das mulheres e 2,5% dos homens não estão interessados e não sentem falta de sexo. Os dados apontam que há algo mais por aí e que, talvez, os assexuais sejam bem mais que 1% da população.

A IMPORTÂNCIA DA INTERNET
ELES NÃO ESTÃO SOZINHOS

Muito provavelmente este fenômeno não existiria se não fosse pela internet e pelo norte-americano David Jay, fundador da AVEN (Rede de Visibilidade e Educação Assexual) --grande primeira comunidade assexual online. Fundada em 2001, a AVEN, que no começo era apenas um fórum na internet, hoje é uma entidade que luta pelos direitos dos assexuais nos EUA e possui cerca de 90 mil membros ao redor do mundo. O site tem versões traduzidas em mais 15 países.

Em entrevista por e-mail ao UOL TAB, Jay, de 33 anos, conta que descobriu sua assexualidade por volta dos 13 - é normalmente no início da adolescência, quando a maioria dos jovens passa a ter interesse em namoros, que muitos assexuais percebem que são diferentes. “Todos meus amigos falavam sobre gostar de alguém, os adultos me diziam que a sexualidade era algo que começaria a sentir de novas maneiras e isso não acontecia.”

Já da era digital, o então adolescente resolveu fazer um fórum na internet para encontrar outras pessoas que se sentiam como ele. Foi quando criou o site asexuality.org e conversou, pela primeira vez, com outro assexual.

"ME SENTI SOZINHO POR TODA A VIDA E, DE REPENTE, ALGUÉM ME ENTENDEU”
David Jay, fundador da AVEN (Rede de Visibilidade e Educação Assexual) - grande primeira comunidade assexual online

Para Jay, a internet foi o único jeito que a comunidade achou para se encontrar e ainda é onde a maioria das discussões sobre assexualidade está acontecendo. Se não fosse pelas facilidades da rede, talvez muita gente seguiria a vida achando que é de alguma forma doente.

"QUANDO A GENTE NÃO SENTE VONTADE DE FAZER SEXO O QUE É?"
Foi isso que Richard Harts digitou no Google para pesquisar o que tinha. Assim ele entrou em contato com a definição de assexualidade pela primeira vez.

DESCOBRINDO A ASSEXUALIDADE
Grande parte dos assexuais desvenda sua orientação afetiva da mesma maneira: pela Internet. Veja como funciona a trajetória da descoberta da assexualidade:

PRIMEIROS SINAIS
Percepção de diferenças comportamentais no início da adolescência, quando os colegas começam a se interessar por relacionamentos amorosos

APARECEM AS DÚVIDAS
Nesta etapa, começam as perguntas internas: "O que há de errado comigo? Por que sou diferente dos outros?"

ELABORAÇÃO DE HIPÓTESES
Após tentativas frustradas de se encaixar no padrão, o jovem passa a criar teses sobre sua condição: "Sou tímido e envergonhado", "Devo ser travado", "Será que sou gay?". Nessa fase, alguns ainda procuram orientação médica ou psicológica.

DESCOBERTA
Nesta fase a pessoa entra em contato, pela primeira vez, com o termo assexualidade.

IDENTIFICAÇÃO
Depois de ler bastante e se identificar com o assunto, o assexual entra em comunidades online para trocar ideias e experiências com outras pessoas

ACEITAÇÃO
Com a descoberta e identificação com a assexualidade, o jovem sente um alívio por perceber que existem mais pessoas com a mesma orientação afetiva

Fonte: https://tab.uol.com.br/assexuais/


Visite o site oficial:
https://www.assexualidade.com.br


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MensagemAssunto: Re: Assexuais - UOL Tab   Assexuais - UOL Tab Empty3/11/2019, 00:31

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MensagemAssunto: Re: Assexuais - UOL Tab   Assexuais - UOL Tab Empty6/11/2019, 08:09

Fernando escreveu:
https://assexualidade.forumeiros.com/t2404-material-rico-e-dinamico-sobre-assexualidade-tab-uol
Valeu, Fernando, mas ele postou só o link...
vou deixar este tópico (que criei) no ar, pode ajudar deficientes visuais (que usam softwares para leitura de textos, e não conseguiriam ler a matéria no UOL, já que algumas coisas estão em formato de imagem).


Visite o site oficial:
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