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 Será que sou mesmo A???

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Jamil Kayodê
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MensagemAssunto: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty5/10/2018, 21:24

Oii galera, tudo bom?
Então, é a 3ª vez que escrevo aqui no site pra desabafar mesmo, e la vai mais um doskkk


Eu ainda estou numa fase de descobrimento do que realmente sou, me considero gray-a até o momento, e ja parei pra pensar "e se for apenas uma fase? as pessoas mudam, posso mudar um dia e me REdescobrir..."
Bem é claro que não considero a opção Assexual uma fase (nuncaa, jamaiss), porém já me falaram isso, mas mesmo se fosse uma fase para mim, não me vejo la na frente sendo outra pessoa em relação a isso, apesar de ser bipolar e ficar muito triste as vezes por ser A e outras eu achar o máximo.
Sinto que talvez seja pelo fato de não ter contato com ninguém que entenda disso para conversar e ver se esse meu descobrimento é real, pois as vezes eu queria tanto não ser assim... Já me esforcei e até fingi ser uma pessoa que não sou para ser inclusa em assuntos de sexo, beijo, relacionamentos, masturbação, tesão..., posso até falar disso, mas não vejo como algo necessário pra mim, apesar de ter certas curiosidade de vez em quando. Talvez essa "curiosidade" seja apenas para eu confirmar pra mim mesma o que sou, mas as vezes é só por vontade momentânea mesmo, pois por exemplo não sinto nada em trocar saliva com alguém e tenho medo de fazer isso e me sentir culpada depois por sentir que "usei" a pessoa apenas para uma "diversão" ou para me incluir, entendem?
Por esses motivos não gosto de ser assim, mas por outro lado (de apaixonar e sentir necessidade de ter esses tipos de contato) é bom ser a, pois quando gosto muito de alguém, se conseguir uma amizade forte já me satisfaz muito...

É assim que me sinto, em questão de me encaixar foi nessa comunidade que mais me identifiquei, pela pressão em me classificar em alguma opção... Talvez eu mude mesmo, não sei de tudo, posso encontrar algo que mais me encaixo, mas sinto que isso seria aqui dentro mesmo, não me vejo em outra comunidade, e isso nem é por vontade própria, é por não me sentir eu em outro lugar


Então, interajam aqui coração vermelho coração ace me digam: o que vocês sentem sendo A? Vocês tem alguma dúvida sobre se considerarem assim ou são tranquilos com isso??


Última edição por Vênus em 27/6/2019, 21:11, editado 1 vez(es)
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Sobrenotural
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty6/10/2018, 10:27

Oi, Jamila. Novamente senti muita empatia em alguns trechos de seu depoimento, principalmente quanto a essa "curiosidade" como você coloca, porém acho que meu processo de adaptação frente aos descobrimento, que é recente, vem ocorrendo bem, descontruindo muitas coisas, que antes atrapalhavam isso, e o momento que estou vivendo favorece isso.
Sendo mais pessoal, acho importante reafirmar a importância dos rótulos na orientação do indivíduo, e não limitação de suas ações. Espero que se torne esclarecida em sua jornada ^^
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Jamil Kayodê
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty6/10/2018, 12:42

Sobrenotural escreveu:
Oi, Jamila. Novamente senti muita empatia em alguns trechos de seu depoimento, principalmente quanto a essa "curiosidade" como você coloca, porém acho que meu processo de adaptação frente aos descobrimento, que é recente, vem ocorrendo bem, descontruindo muitas coisas, que antes atrapalhavam isso, e o momento que estou vivendo favorece isso.
Sendo mais pessoal, acho importante reafirmar a importância dos rótulos na orientação do indivíduo, e não limitação de suas ações. Espero que se torne esclarecida em sua jornada ^^

Talvez por ser uma coisa recente tenho muita insegurança ainda, e tenho medo de dizer por pensar que serei "excluida" por imaginarem que por ser A não tenho sentimentos e nem gosto de contato... Fico pensando nisso e me sinto horrível, mas tento lembrar que sou normal apesar de ser difícil acreditar nisso em certos momentos... A solução mais coerente que encontrei é estudar o máximo pois tenho medo de verdade de ser mal interpretada por ter essa orientação sexual, ou despertar nas pessoas uma insegurança em ter contato comigo por falta de informação mesmo, em achar que ser A é não gostar das pessoas, não beijar, não ter sentimento...


Última edição por Vênus em 27/6/2019, 21:14, editado 1 vez(es)
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한니
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty29/10/2018, 01:14

Oi, Jamila. Tudo bem?
Eu sou a Hani e me identifiquei com o seu depoimento. Tenho andado sumida do fórum mas cheguei até aqui depois de ver que meu namorado espiou meu email por curiosidade e caiu nesse tópico, sem dúvida preocupado por minha falta de libido de ultimamente.
E por falar em libido, ela é uma questão bastante complexa principalmente para nós, meninas. Muita coisa além de hormônios atrapalham nossa libido - problemas, estresse, depressão, traumas, quaisquer distúrbios psicológicos, aliás... até uma alimentação desbalanceada atrapalha o equilíbrio do nosso corpo.
O problema é a super sexualização de tudo. Vemos nas novelas as pessoas ofegando aos beijos e nos perguntamos por que isso não acontece conosco... ora. Aquilo é completamente antinatural. A libido feminina, sem bloqueios, é difícil de elevar. A excitação é muito mais mental que orgânica.
Eu comecei a acreditar que era A aos 21, por aí. Ei também ia pras baladas e ficava com rapazes sem sentir um pingo de catibiriba nenhuma. O beijo era sem graça, mecânico. Mas eu queria me encaixar. Depois sempre acabava me sentindo suja embora não deixasse nem uma mão boba passar do limite. Nem mesmo embriagada eu "relaxava" para sentir algo. Anos depois uma psicóloga sugeriu que poderia se tratar de um bloqueio emocional... bom. Talvez. Essa possibilidade também não pode ser descartada.
O que eu queria trazer para você é: antes de adotar um "rótulo" - e não estou julgando porque os rótulos são parte sufocante de nossa sociedade e tudo bem você querer se encaixar em algum lugar - você precisa descartar todas as possibilidades orgânicas e psicológicas que podem estar bloqueando sua libido. Ela é natural, afinal. Descartadas todas as possibilidades "tratáveis", aí sim você pode querer se conhecer mais como A, explorar esse universo e até se proclamar como tal se achar necessário. Afinal, ainda existem muitas diferenças entre As. Muitas mesmo...
O que aconteceu comigo foi algo surpreendente até para mim. Eu não tinha certeza alguma sobre minha sexualidade e sofria bastante com isso. Também tenho depressão, desenvolvi ansiedade e uma pré-disposição bem imbecil para fobias. Eu estava afogando em mim e resolvi dar uma mudada, me cuidar mais, me arriscar, conhecer gente nova e tal. Foi nesse processo que conheci meu namorado. Nada nele representava meu "tipo ideal" em questões físicas (só em questão de apelo estético mesmo porque minha pipa nunca subiu por aparências kkkkkk), mas ele era legal, gentil, inteligente e me passou muita confiança, muita segurança; o bastante para eu arriscar um encontro. Eu já estava gostando dele por nossas conversas então me produzi toda, ele também, tivemos uma excelente noite juntos e eu mesma dei margem pro primeiro beijo porque estava morrendo de curiosidade pra saber se ia sentir algo ou não, sabe? Eu quase morri de ansiedade, antecipando o quão ruim seria se não sentisse nada porque ele era "normal" e um cara muito bacana, "partidão da porra" como dizem, combinamos muito e enfim...
O que eu senti em nada se compara a sininhos tocando ou fogos de artifício, mas havia algo. Estava lá. Eu fiquei super aliviada, me senti a vontade com ele, sabia que ele não ia cruzar a linha e gostei. Não era nada demais, mas eu senti algo. Não foi tesão, nem excitação. Simplesmente... foi bom.
Tivemos outros encontros e começamos a namorar um mês depois. Uns 3 meses depois ele pediu para eu ir até a casa dele e dormir lá. Foi muito cuidadoso com o convite, muito delicado. Eu estava morrendo de pavor (por mim mesma, não por ele) mas também de curiosidade. Precisava testar logo aquilo e tirar a prova de fogo. Mas lembre-se: ele era meu namorado, já tínhamos um relacionamento de algum tempo, intimidade, confiança, afeto... tudo isso. Não era um qualquer. Isso jamais!
Eu era virgem, claro. Depois de deitados ele veio investindo, com cuidado e carinho, mas foi bem ruim e eu contei a ele que era virgem, toda envergonhada. Ele acatou, deitou ao meu lado, me abraçou e dormimos. No dia seguinte ele nem tentou nada. Fiquei preocupada, achando que ia levar um pé na bunda e que ele não passava de outro traste... rs Aí eu mesma investi e acabou rolando.
Foi bom? Não. Não foi bom. Dói. É desagradável. Na verdade varia muito de uma pessoa pra outra mas foi como me senti. A diferença é que não me senti nojenta e usada porque ele me tratou com muito carinho. Fiquei com medo de se resumir àquilo mas no dia seguinte ele me tratou como um bebê muito delicado, só carinho e nada mais. Tudo aquilo era novo pra mim então levei na esportiva. Não foi traumático mas também não foi bom.
Só passei a sentir algo com o tempo. Com nossa intimidade aumentando, com nosso sentimento crescendo e virando amor... somente com esses laços definitivos foi que eu realmente comecei a me sentir excitada e atraída por ele. Fisicamente mesmo. O beijo bastava pra me deixar mole. É a paixão, né? Mas eventualmente ela cai e muuuuuuuuito. E hoje, com todos os meus problemas emocionais, psicológicos e físicos, eu estou tendo sérios problemas de libido. Mulher sofre mesmo. Homem também. Ele veio aqui espiar não foi à toa. Deve estar inseguro por ter percebido isso.
Enfim, para concluir, eu não sou A porque consigo sentir excitação sexual - mesmo que seja um fenômeno raro. kkkkkkk Contudo, não sei se eu conseguiria sentir algo com alguém por quem eu não sinta um apego emocional, ou seja, aquela atração puramente física, sem sentimento. O sentimento foi o que funcionou pra mim afinal e eu não tenho meios de testar a outra opção, nem quero.
Eu acredito na assexualidade sim, mas há muito a ser descartado antes. Pode parecer que estou me referindo à ela como doença, o que não é verdade. Justamente por não ser doença é que você deve investigar se o seu entrave é fisiológico primeiro.
Agora... você é nova. Eu tive meu primeiro relacionamento e relação aos 25. Não se perturbe com essas questões. Não há nada como o diálogo. Investigue seu caso junto a médicos e psicólogos. Se não forem constatados bloqueios de nenhuma espécie, aceite-se. Sexo é só uma brincadeira, as pessoas é que o superestimam. Não tem nada de fantástico ali se você não consegue atingir o clímax e é bem cansativo e trabalhoso também. Eu viveria bem sem sexo, meu namorado já não teria a mesma facilidade. Sexo também representa a intimidade e união do casal, os homens valorizam demais seus desempenhos na cama, a autoestima deles depende muito disso então fica meio complicado desvincular toda essa cultura da realidade. Temos uma relação muito saudável, regada a carinho e vez ou outra é que "brincamos". Ele mesmo não me procura como um cão no cio o tempo todo. Nem só de sexo vive o homem.

Outra coisa. Você não precisa dizer a ninguém sobre sua sexualidade. Não precisa provar nada a ninguém. Isso é seu e só seu. Eu entendo a sua dor, passei por isso e também queria me entender, me encaixar. E eu era bem mais velha também. Até os 25 eu padeci com essa dúvida e hoje eu tenho um relacionamento invejável com um cara super legal. Sexo é apenas 2% dele. Adolescentes gostam de aparecer, falando muito mais do que sabem quando não têm obrigação de saber nada. Eu estou falando assim porque já passei por isso, já fui adolescente, minha melhor amiga tinha um fogo na bunda gigantesco e eu não tinha nenhum. Na verdade o fogo dela não passava de máscara, ela só estava querendo parecer interessante e adulta quando não era parâmetro para absolutamente nada. Sendo assim, quando alguém quiser falar de sexo com você, seja direta e diga que não quer falar sobre isso e peça para que mudem de assunto. Ou então abra o jogo mesmo e diga o que pensa, o que sente. Vai te fazer bem. Mas te prepara para ouvir as respostas padrão como "isso é fase", "isso é porque você não encontrou a pessoa certa", "isso é porque você nunca experimentou" e blá blá blá. Todo mundo se sente gênio quando o assunto é comum à maioria. Lamentável.
Não dê tanta importância a isso. Relaxe. Viva sua vida. Corra atrás dos seus objetivos. E caso conheça alguém por quem sinta um carinho especial e seja retribuída, abra o jogo. Não com rótulos! Com a verdade, a mais pura sinceridade. Compartilhe seus medos e anseios. Quem gosta de você entenderá.
Infelizmente, se sexo for importante pra uma das partes isso não pode nem deve ser ignorado. Eu preferi tentar antes de falar algo. Corri o risco porque avaliei que valia a pena correr o risco com aquela pessoa, naquele momento. E acabou que nem precisei falar nada. Não criei uma barreira adicional. Mas você é outra pessoa e deve fazer o que julgar melhor no seu momento. Olha... eu tinha 25, meu namorado tinha 31 e ele não me julgou por eu ser virgem. Pelo contrário, ele se amarrou. Confessou que sentiu um peso de responsabilidade mas por fim acabou se encantando com a minha "pureza" segundo ele. Mas cada caso é um caso, eu estou apenas compartilhando o meu.
Eu não me assumi nada no meio das minhas incertezas aos 25. Você tem 16 e muita coisa com o que NÃO se preocupar. A melhor dica que posso te dar enquanto ansiosa de carteirinha é: relaxa. Deita sua cabecinha e descansa tranquila. Passamos a vida inteira nos questionando quem somos e buscando nosso lugar no mundo. E a vida passa enquanto estamos pensando nela. Nada disso importa. O que importa é realmente apreciar os momentos e as pessoas; tirar o máximo de proveito do nosso tempo.
Afinal, quer seja A ou não, você pode viver como quiser. A escolha é sua! Mas vale lembrar que a cada escolha, uma renúncia.

Felicidades! envergonhado coração vermelho
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty29/10/2018, 08:57

JaJa escreveu:
Oii galera, tudo bom?
Então, é a 3ª vez que escrevo aqui no site pra desabafar mesmo, e la vai mais um doskkk


Eu ainda estou numa fase de descobrimento do que realmente sou, me considero gray-a até o momento, e ja parei pra pensar "e se for apenas uma fase? as pessoas mudam, posso mudar um dia e me REdescobrir..."
Bem é claro que não considero a opção Assexual uma fase (nuncaa, jamaiss), porém já me falaram isso, mas mesmo se fosse uma fase para mim, não me vejo la na frente sendo outra pessoa em relação a isso, apesar de ser bipolar e ficar muito triste as vezes por ser A e outras eu achar o máximo.
Sinto que talvez seja pelo fato de não ter contato com ninguém que entenda disso para conversar e ver se esse meu descobrimento é real, pois as vezes eu queria tanto não ser assim... Já me esforcei e até fingi ser uma pessoa que não sou para ser inclusa em assuntos de sexo, beijo, relacionamentos, masturbação, tesão..., posso até falar disso, mas não vejo como algo necessário pra mim, apesar de ter certas curiosidade de vez em quando. Talvez essa "curiosidade" seja apenas para eu confirmar pra mim mesma o que sou, mas as vezes é só por vontade momentânea mesmo, pois por exemplo não sinto nada em trocar saliva com alguém, acho até legal, mas tenho medo de fazer isso e me sentir culpada depois por sentir que "usei" a pessoa apenas para uma "diversão" ou para me incluir, entendem?
Por esses motivos não gosto de ser assim, mas por outro lado (de apaixonar e sentir necessidade de ter esses tipos de contato) é bom ser a, pois quando gosto muito de alguém, se conseguir uma amizade forte já me satisfaz muito...

É assim que me sinto, em questão de me encaixar foi nessa comunidade que mais me identifiquei, pela pressão em me classificar em alguma opção... Talvez eu mude mesmo, não sei de tudo, posso encontrar algo que mais me encaixo, mas sinto que isso seria aqui dentro mesmo, não me vejo em outra comunidade, e isso nem é por vontade própria, é por não me sentir eu em outro lugar


Então, interajam aqui coração vermelho coração ace me digam: o que vocês sentem sendo A? Vocês tem alguma dúvida sobre se considerarem assim ou são tranquilos com isso??
Vc ainda é nova, Jamila... vá com calma, leia bastante sobre o tema, em especial relatos de outras pessoas, e verifique com quais vc se identifica. sorrindo

한니 escreveu:
Oi, Jamila. Tudo bem?
Eu sou a Hani e me identifiquei com o seu depoimento. Tenho andado sumida do fórum mas cheguei até aqui depois de ver que meu namorado espiou meu email por curiosidade e caiu nesse tópico, sem dúvida preocupado por minha falta de libido de ultimamente.
E por falar em libido, ela é uma questão bastante complexa principalmente para nós, meninas. Muita coisa além de hormônios atrapalham nossa libido - problemas, estresse, depressão, traumas, quaisquer distúrbios psicológicos, aliás... até uma alimentação desbalanceada atrapalha o equilíbrio do nosso corpo.
O problema é a super sexualização de tudo. Vemos nas novelas as pessoas ofegando aos beijos e nos perguntamos por que isso não acontece conosco... ora. Aquilo é completamente antinatural. A libido feminina, sem bloqueios, é difícil de elevar. A excitação é muito mais mental que orgânica.
Eu comecei a acreditar que era A aos 21, por aí. Ei também ia pras baladas e ficava com rapazes sem sentir um pingo de catibiriba nenhuma. O beijo era sem graça, mecânico. Mas eu queria me encaixar. Depois sempre acabava me sentindo suja embora não deixasse nem uma mão boba passar do limite. Nem mesmo embriagada eu "relaxava" para sentir algo. Anos depois uma psicóloga sugeriu que poderia se tratar de um bloqueio emocional... bom. Talvez. Essa possibilidade também não pode ser descartada.
O que eu queria trazer para você é: antes de adotar um "rótulo" - e não estou julgando porque os rótulos são parte sufocante de nossa sociedade e tudo bem você querer se encaixar em algum lugar - você precisa descartar todas as possibilidades orgânicas e psicológicas que podem estar bloqueando sua libido. Ela é natural, afinal. Descartadas todas as possibilidades "tratáveis", aí sim você pode querer se conhecer mais como A, explorar esse universo e até se proclamar como tal se achar necessário. Afinal, ainda existem muitas diferenças entre As. Muitas mesmo...
O que aconteceu comigo foi algo surpreendente até para mim. Eu não tinha certeza alguma sobre minha sexualidade e sofria bastante com isso. Também tenho depressão, desenvolvi ansiedade e uma pré-disposição bem imbecil para fobias. Eu estava afogando em mim e resolvi dar uma mudada, me cuidar mais, me arriscar, conhecer gente nova e tal. Foi nesse processo que conheci meu namorado. Nada nele representava meu "tipo ideal" em questões físicas (só em questão de apelo estético mesmo porque minha pipa nunca subiu por aparências kkkkkk), mas ele era legal, gentil, inteligente e me passou muita confiança, muita segurança; o bastante para eu arriscar um encontro. Eu já estava gostando dele por nossas conversas então me produzi toda, ele também, tivemos uma excelente noite juntos e eu mesma dei margem pro primeiro beijo porque estava morrendo de curiosidade pra saber se ia sentir algo ou não, sabe? Eu quase morri de ansiedade, antecipando o quão ruim seria se não sentisse nada porque ele era "normal" e um cara muito bacana, "partidão da porra" como dizem, combinamos muito e enfim...
O que eu senti em nada se compara a sininhos tocando ou fogos de artifício, mas havia algo. Estava lá. Eu fiquei super aliviada, me senti a vontade com ele, sabia que ele não ia cruzar a linha e gostei. Não era nada demais, mas eu senti algo. Não foi tesão, nem excitação. Simplesmente... foi bom.
Tivemos outros encontros e começamos a namorar um mês depois. Uns 3 meses depois ele pediu para eu ir até a casa dele e dormir lá. Foi muito cuidadoso com o convite, muito delicado. Eu estava morrendo de pavor (por mim mesma, não por ele) mas também de curiosidade. Precisava testar logo aquilo e tirar a prova de fogo. Mas lembre-se: ele era meu namorado, já tínhamos um relacionamento de algum tempo, intimidade, confiança, afeto... tudo isso. Não era um qualquer. Isso jamais!
Eu era virgem, claro. Depois de deitados ele veio investindo, com cuidado e carinho, mas foi bem ruim e eu contei a ele que era virgem, toda envergonhada. Ele acatou, deitou ao meu lado, me abraçou e dormimos. No dia seguinte ele nem tentou nada. Fiquei preocupada, achando que ia levar um pé na bunda e que ele não passava de outro traste... rs Aí eu mesma investi e acabou rolando.
Foi bom? Não. Não foi bom. Dói. É desagradável. Na verdade varia muito de uma pessoa pra outra mas foi como me senti. A diferença é que não me senti nojenta e usada porque ele me tratou com muito carinho. Fiquei com medo de se resumir àquilo mas no dia seguinte ele me tratou como um bebê muito delicado, só carinho e nada mais. Tudo aquilo era novo pra mim então levei na esportiva. Não foi traumático mas também não foi bom.
Só passei a sentir algo com o tempo. Com nossa intimidade aumentando, com nosso sentimento crescendo e virando amor... somente com esses laços definitivos foi que eu realmente comecei a me sentir excitada e atraída por ele. Fisicamente mesmo. O beijo bastava pra me deixar mole. É a paixão, né? Mas eventualmente ela cai e muuuuuuuuito. E hoje, com todos os meus problemas emocionais, psicológicos e físicos, eu estou tendo sérios problemas de libido. Mulher sofre mesmo. Homem também. Ele veio aqui espiar não foi à toa. Deve estar inseguro por ter percebido isso.
Enfim, para concluir, eu não sou A porque consigo sentir excitação sexual - mesmo que seja um fenômeno raro. kkkkkkk Contudo, não sei se eu conseguiria sentir algo com alguém por quem eu não sinta um apego emocional, ou seja, aquela atração puramente física, sem sentimento. O sentimento foi o que funcionou pra mim afinal e eu não tenho meios de testar a outra opção, nem quero.
Eu acredito na assexualidade sim, mas há muito a ser descartado antes. Pode parecer que estou me referindo à ela como doença, o que não é verdade. Justamente por não ser doença é que você deve investigar se o seu entrave é fisiológico primeiro.
Agora... você é nova. Eu tive meu primeiro relacionamento e relação aos 25. Não se perturbe com essas questões. Não há nada como o diálogo. Investigue seu caso junto a médicos e psicólogos. Se não forem constatados bloqueios de nenhuma espécie, aceite-se. Sexo é só uma brincadeira, as pessoas é que o superestimam. Não tem nada de fantástico ali se você não consegue atingir o clímax e é bem cansativo e trabalhoso também. Eu viveria bem sem sexo, meu namorado já não teria a mesma facilidade. Sexo também representa a intimidade e união do casal, os homens valorizam demais seus desempenhos na cama, a autoestima deles depende muito disso então fica meio complicado desvincular toda essa cultura da realidade. Temos uma relação muito saudável, regada a carinho e vez ou outra é que "brincamos". Ele mesmo não me procura como um cão no cio o tempo todo. Nem só de sexo vive o homem.

Outra coisa. Você não precisa dizer a ninguém sobre sua sexualidade. Não precisa provar nada a ninguém. Isso é seu e só seu. Eu entendo a sua dor, passei por isso e também queria me entender, me encaixar. E eu era bem mais velha também. Até os 25 eu padeci com essa dúvida e hoje eu tenho um relacionamento invejável com um cara super legal. Sexo é apenas 2% dele. Adolescentes gostam de aparecer, falando muito mais do que sabem quando não têm obrigação de saber nada. Eu estou falando assim porque já passei por isso, já fui adolescente, minha melhor amiga tinha um fogo na bunda gigantesco e eu não tinha nenhum. Na verdade o fogo dela não passava de máscara, ela só estava querendo parecer interessante e adulta quando não era parâmetro para absolutamente nada. Sendo assim, quando alguém quiser falar de sexo com você, seja direta e diga que não quer falar sobre isso e peça para que mudem de assunto. Ou então abra o jogo mesmo e diga o que pensa, o que sente. Vai te fazer bem. Mas te prepara para ouvir as respostas padrão como "isso é fase", "isso é porque você não encontrou a pessoa certa", "isso é porque você nunca experimentou" e blá blá blá. Todo mundo se sente gênio quando o assunto é comum à maioria. Lamentável.
Não dê tanta importância a isso. Relaxe. Viva sua vida. Corra atrás dos seus objetivos. E caso conheça alguém por quem sinta um carinho especial e seja retribuída, abra o jogo. Não com rótulos! Com a verdade, a mais pura sinceridade. Compartilhe seus medos e anseios. Quem gosta de você entenderá.
Infelizmente, se sexo for importante pra uma das partes isso não pode nem deve ser ignorado. Eu preferi tentar antes de falar algo. Corri o risco porque avaliei que valia a pena correr o risco com aquela pessoa, naquele momento. E acabou que nem precisei falar nada. Não criei uma barreira adicional. Mas você é outra pessoa e deve fazer o que julgar melhor no seu momento. Olha... eu tinha 25, meu namorado tinha 31 e ele não me julgou por eu ser virgem. Pelo contrário, ele se amarrou. Confessou que sentiu um peso de responsabilidade mas por fim acabou se encantando com a minha "pureza" segundo ele. Mas cada caso é um caso, eu estou apenas compartilhando o meu.
Eu não me assumi nada no meio das minhas incertezas aos 25. Você tem 16 e muita coisa com o que NÃO se preocupar. A melhor dica que posso te dar enquanto ansiosa de carteirinha é: relaxa. Deita sua cabecinha e descansa tranquila. Passamos a vida inteira nos questionando quem somos e buscando nosso lugar no mundo. E a vida passa enquanto estamos pensando nela. Nada disso importa. O que importa é realmente apreciar os momentos e as pessoas; tirar o máximo de proveito do nosso tempo.
Afinal, quer seja A ou não, você pode viver como quiser. A escolha é sua! Mas vale lembrar que a cada escolha, uma renúncia.
Felicidades! envergonhado coração vermelho
Muito interessante o seu relato. sorrindo É possível que vc seja Gray-A.
Creio que ajudará a Jamila.


Visite o site oficial:
https://www.assexualidade.com.br


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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty29/10/2018, 11:22

Romântico escreveu:
Muito interessante o seu relato. sorrindo É possível que vc seja Gray-A.
Creio que ajudará a Jamila.

Oi, Romântico! Então, eu não ligo para rótulos, não mais, pois encontrei alguém com quem se sinto bem e confortável, que não me pressiona e apesar de a vontade dele quase nunca casar com a minha, eu não me sinto "na obrigação" nem nada assim. Consigo curtir o momento 99% das vezes. Gray-A, na minha opinião, sequer é uma definição. Simplesmente temos mais ou menos vontade em fases da vida ou de acordo com nossos hormônios e/ou conjectura social, pessoal, emocional, psicológica, etc. como eu disse.
Acredito que a assexualidade seja a completa dormência do desejo/atração sexual, independentemente da orientação ou romantismo. Eu sempre gostei de carinho, abraço, beijinhos amigáveis, sentimentos. Só nunca gostei mesmo desse contato mais íntimo que nunca fez sentido para mim, nunca me fez sentir "como deveria". Mas também crescemos com muita desinformação, assim como o amor. Crescendo achando que é algo mas não é nada daquela fantasia toda que vemos por aí. Quando digo que eu poderia viver sem sexo é baseada nessa minha fase atual em que minha libido está dormindo. Afinal, já tive outra fase em que eu cobrava mais ação dele também. E por vezes, do nada, me sinto compelida a iniciar algo mas não ajo por timidez ou preguiça mesmo... chorando  Essa variação é comum, por isso não considero Gray-A uma definição válida. Mas as pessoas precisam de rótulos, de grupos para sentirem-se melhor. Eu não sou diferente, isso é do ser humano e na adolescência é mais latente ainda. Mas eu quis vir aqui dar uma puxada para o outro lado pois eu mesma jamais considerei que minha total falta de atração fosse algo corriqueiro ao invés de algo atípico e vim parar aqui na comunidade, como a Jamila. Não me arrependo, continuo vindo aqui até hoje e lendo as postagens, sou super apoiadora de todas as minorias que nada tem a ver comigo, mas quero poupá-la de sofrimentos desnecessários. Talvez a sexualidade dela sequer tenha se desenvolvido, talvez esteja travada por algum trauma e ela parece pronta para vestir a camisa antes da hora. Eu sofri bastante ao começar a gostar de um rapaz cuja sexualidade era intacta, morria de medo de julgamentos e só tememos julgamentos quando estamos incertos de nossas escolhas, de nossa identidade.

Abraço. abraço
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Romântico
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty29/10/2018, 20:58

한니 escreveu:
Oi, Romântico! Então, eu não ligo para rótulos, não mais, pois encontrei alguém com quem se sinto bem e confortável, que não me pressiona e apesar de a vontade dele quase nunca casar com a minha, eu não me sinto "na obrigação" nem nada assim. Consigo curtir o momento 99% das vezes.
Que bom que consegue "curtir o momento" na imensa maioria das vezes!
Como sempre digo, "classificações servem para orientar, importante mesmo é a pessoa se conhecer bem e se aceitar".

한니 escreveu:
Gray-A, na minha opinião, sequer é uma definição. Simplesmente temos mais ou menos vontade em fases da vida ou de acordo com nossos hormônios e/ou conjectura social, pessoal, emocional, psicológica, etc. como eu disse.
Respeito, mas discordo. Ainda que todos os aspectos por vc mencionados possam afetar a libido, duas pessoas podem viver em condições semelhantes (classe social, aparência, e até personalidade) e, ainda assim, uma ser sexual e outra assexual. Digo mais: desde o início da adolescência percebi que era diferente da maioria. E não havia motivo religioso, sócio-econômico, psicológico, nada que fosse determinante para isso. Considero-me Gray-A e comentei a respeito disso no meu tópico de apresentação.

한니 escreveu:
Acredito que a assexualidade seja a completa dormência do desejo/atração sexual, independentemente da orientação ou romantismo.
Eu pensava o mesmo antes de conhecer a comunidade... é bem mais abrangente.

한니 escreveu:
Eu sempre gostei de carinho, abraço, beijinhos amigáveis, sentimentos. Só nunca gostei mesmo desse contato mais íntimo que nunca fez sentido para mim, nunca me fez sentir "como deveria". Mas também crescemos com muita desinformação, assim como o amor. Crescendo achando que é algo mas não é nada daquela fantasia toda que vemos por aí. Quando digo que eu poderia viver sem sexo é baseada nessa minha fase atual em que minha libido está dormindo. Afinal, já tive outra fase em que eu cobrava mais ação dele também. E por vezes, do nada, me sinto compelida a iniciar algo mas não ajo por timidez ou preguiça mesmo... chorando  Essa variação é comum, por isso não considero Gray-A uma definição válida. Mas as pessoas precisam de rótulos, de grupos para sentirem-se melhor. Eu não sou diferente, isso é do ser humano e na adolescência é mais latente ainda. Mas eu quis vir aqui dar uma puxada para o outro lado pois eu mesma jamais considerei que minha total falta de atração fosse algo corriqueiro ao invés de algo atípico e vim parar aqui na comunidade, como a Jamila. Não me arrependo, continuo vindo aqui até hoje e lendo as postagens, sou super apoiadora de todas as minorias que nada tem a ver comigo, mas quero poupá-la de sofrimentos desnecessários. Talvez a sexualidade dela sequer tenha se desenvolvido, talvez esteja travada por algum trauma e ela parece pronta para vestir a camisa antes da hora. Eu sofri bastante ao começar a gostar de um rapaz cuja sexualidade era intacta, morria de medo de julgamentos e só tememos julgamentos quando estamos incertos de nossas escolhas, de nossa identidade.
Abraço. abraço
Achei louvável sua boa intenção. São possíveis as hipóteses que cogitou. Lendo relatos como o seu e de outras pessoas, quem sabe ela se identifique ou perceba ser diferente... sendo assexual ou não, vale o que mencionei logo no início da resposta. piscando


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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty29/10/2018, 22:00

Romântico escreveu:

Como sempre digo, "classificações servem para orientar, importante mesmo é a pessoa se conhecer bem e se aceitar".
Estou ciente e o trabalho da comunidade é louvável. Contudo, as classificações também podem confundir, e muito. Na verdade, são desnecessárias pois concordo com você - o importante é a pessoa se conhecer e se aceitar. Ou, sendo mais direta, relaxar e dar menos importância a coisas que não merecem tanta importância.

Romântico escreveu:

Respeito, mas discordo. Ainda que todos os aspectos por vc mencionados possam afetar a libido, duas pessoas podem viver em condições semelhantes (classe social, aparência, e até personalidade) e, ainda assim, uma ser sexual e outra assexual. Digo mais: desde o início da adolescência percebi que era diferente da maioria. E não havia motivo religioso, sócio-econômico, psicológico, nada que fosse determinante para isso. Considero-me Gray-A e comentei a respeito disso no meu tópico de apresentação.

Você passou por médicos e psicólogos e descartou toda possibilidade de bloqueios emocionais ou disfunções hormonais?  chocado
Eu também sempre me achei diferente da maioria mas sempre foi uma questão de criação, de personalidade. Quanto ao sexo, realmente, hoje eu vejo que se tratava de falta de preparo e insegurança. Além disso, a curiosidade que move os jovens, em mim estava focada em outras coisas. Quando eu resolvi me abrir pra experiência, minha libido funcionou. Claro que, como você disse, outra pessoa na mesma situação que eu poderia fazer o mesmo e não sentir nada, ou seja, se descobrir assexual. E é aqui que a gente discorda: para mim Gray A não é ser assexual, é ser "padrão". O problema é que as pessoas (e eu também tinha) têm uma ideia muito errada sobre o "padrão" graças à desinformação da mídia. Mas ninguém é dono da verdade. Eu também conheço a comunidade e cheguei às minhas próprias conclusões baseadas no conhecimento oferecido aqui, nos conhecimentos biológicos que possuo e na minha experiência também.  envergonhado
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty30/10/2018, 07:36

한니 escreveu:
Você passou por médicos e psicólogos e descartou toda possibilidade de bloqueios emocionais ou disfunções hormonais?  chocado
Sim. Fiz exames hormonais, e com amigas psicólogas cheguei a fazer "consultas informais", digamos assim.

한니 escreveu:
Eu também sempre me achei diferente da maioria mas sempre foi uma questão de criação, de personalidade.
Não foi o meu caso. Meu irmão teve criação igual à minha e é sexual. Tenho amigos(as) com personalidade semelhante à minha e que são sexuais.

한니 escreveu:
Quanto ao sexo, realmente, hoje eu vejo que se tratava de falta de preparo e insegurança. Além disso, a curiosidade que move os jovens, em mim estava focada em outras coisas. Quando eu resolvi me abrir pra experiência, minha libido funcionou. Claro que, como você disse, outra pessoa na mesma situação que eu poderia fazer o mesmo e não sentir nada, ou seja, se descobrir assexual. E é aqui que a gente discorda: para mim Gray A não é ser assexual, é ser "padrão". O problema é que as pessoas (e eu também tinha) têm uma ideia muito errada sobre o "padrão" graças à desinformação da mídia. Mas ninguém é dono da verdade. Eu também conheço a comunidade e cheguei às minhas próprias conclusões baseadas no conhecimento oferecido aqui, nos conhecimentos biológicos que possuo e na minha experiência também.  envergonhado
Amigos e amigas sexuais, quando em abstinência por poucos MESES, costumam ficar ansiosos(as), bravos(as), tristes, ou tudo isso junto. É claro que há os(as) que disfarçam melhor, mas invariavelmente, quando temos intimidade para conversar a respeito, demonstram isso (em maior ou menor grau). Vc pode comprovar o que digo vendo tópicos em comunidades de relacionamentos/sexualidade, a propósito já fui administrador/moderador de várias, no Orkut, até pouco tempo atrás administrava uma no Facebook também. Eu nunca passei por nada parecido... considero sexo prazeroso, no entanto fico anos em abstinência, numa boa. A libido de sexuais (em condições normais) é BEM diferente da de Gray-A's.

Como diz o próprio nome, a área cinzenta abrange quem se encontra entre a Sexualidade e a Assexualidade. Há duas correntes, e a que eu defendo se aproxima mais do que vc afirma acreditar. A primeira considera como Gray-A quem raramente (ou em situações bem específicas) sente atração sexual e/ou vontade de praticar sexo, e a segunda (na qual acredito) afirma existirem diferentes tons de cinza (ou seja, dentro da Gray Area, há quem se aproxime mais da Sexualidade ou da Assexualidade... só que cinza claro e cinza escuro são CINZAS... não são Branco e nem Preto). piscando


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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty30/10/2018, 11:34

Romântico escreveu:
Amigos e amigas sexuais, quando em abstinência por poucos MESES, costumam ficar ansiosos(as), bravos(as), tristes, ou tudo isso junto. É claro que há os(as) que disfarçam melhor, mas invariavelmente, quando temos intimidade para conversar a respeito, demonstram isso (em maior ou menor grau). Vc pode comprovar o que digo vendo tópicos em comunidades de relacionamentos/sexualidade, a propósito já fui administrador/moderador de várias, no Orkut, até pouco tempo atrás administrava uma no Facebook também. Eu nunca passei por nada parecido... considero sexo prazeroso, no entanto fico anos em abstinência, numa boa. A libido de sexuais (em condições normais) é BEM diferente da de Gray-A's.

É interessante a sua análise mas a abstinência sexual não se diferencia de nenhuma outra abstinência. Qualquer fonte de prazer pode nos tornar "dependentes" e o grau dependerá de várias coisas. Os sintomas que seus amigos dizem ter, ou outras pessoas também, é apenas o acúmulo do stress - o qual é aliviado durante uma relação, masturbação, tanto quanto o é durante uma sessão de exercícios, jogos eletrônicos, ingestão de bebidas alcoólicas, massagem, um belo banho de banheira... enfim. Qualquer fonte de prazer que sirva. Claro que um orgasmo funciona muito melhor para o propósito de substituir o cortisol por serotonina e dopamina, o que torna compreensível a "preferência" do cérebro por ele. É inconsciente.
Como eu disse, tem momentos do mês que estou mais excitada e outros em que estou menos. (Hormônios. Eles variam a todo momento. Já fiz alguns testes também, deu tudo normal e ambos os médicos disseram que testes hormonais são pouco confiáveis já que eles variam demasiadamente o tempo inteiro dependendo de muitas variáveis.) Então estou indo de um tom de cinza a outro? Isso, pra mim, faz menos sentido ainda. Eu sou uma panela de pressão de estresse e não fico subindo pelas paredes... apenas uma vez ocorreu isso comigo e foi bem esquisito. Ou seja, eu posso atingir um pico de libido e depois permanecer meses sem vontade alguma. Nós somos seres fluidos e essas classificações, na minha opinião, mais confundem que ajudam. Nesse sentido, todo mundo seria Gray-A, cada um em seu respectivo tom de cinza ou em todos eles ao mesmo tempo. Fora desse círculo estariam apenas os ninfomaníacos. O apetite sexual de ninguém é uma reta constante; sim, uma senoide. É muito mais complexo.
Enfim, isso não é uma ciência exata e até hoje não conseguiram explicar nem a homossexualidade, quiçá a assexualidade. Sendo assim, você pode crer no que quiser e eu também, pode continuar apresentando argumentos e eu provavelmente continuarei contra-argumentando. Nem eu e nem você temos o objetivo de convencer um ao outro pois isso nada agrega. Eu adoro a beleza da discordância, das visões diferentes. É como eu digo: whatever works. O que nos fizer felizes serve (desde que não interfira com ninguém mais). A única coisa que importa é sermos felizes. Eu sou feliz, você é feliz e queremos que a Jaila seja também. Acho que já chega de floodar o tópico dela.  sorriso 2 Se quiser continuar essa conversa, podemos fazer isso por MP.

P.S.: Quanto à personalidade, eu não quis dizer que minha personalidade regula minha libido. Era um comentário à parte. Minha personalidade era o que me diferenciava dos demais. Afinal, todos tivemos a mesma criação e meu irmão é meio bitolado conspirador que se acha o dono da verdade, minha irmã é uma víbora contraditória de duas faces e eu sou a boazinha imbecil que só se fode.
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty5/11/2018, 15:21

한니 escreveu:
Oi, Jamila. Tudo bem?
Eu sou a Hani e me identifiquei com o seu depoimento. Tenho andado sumida do fórum mas cheguei até aqui depois de ver que meu namorado espiou meu email por curiosidade e caiu nesse tópico, sem dúvida preocupado por minha falta de libido de ultimamente.
E por falar em libido, ela é uma questão bastante complexa principalmente para nós, meninas. Muita coisa além de hormônios atrapalham nossa libido - problemas, estresse, depressão, traumas, quaisquer distúrbios psicológicos, aliás... até uma alimentação desbalanceada atrapalha o equilíbrio do nosso corpo.
O problema é a super sexualização de tudo. Vemos nas novelas as pessoas ofegando aos beijos e nos perguntamos por que isso não acontece conosco... ora. Aquilo é completamente antinatural. A libido feminina, sem bloqueios, é difícil de elevar. A excitação é muito mais mental que orgânica.
Eu comecei a acreditar que era A aos 21, por aí. Ei também ia pras baladas e ficava com rapazes sem sentir um pingo de catibiriba nenhuma. O beijo era sem graça, mecânico. Mas eu queria me encaixar. Depois sempre acabava me sentindo suja embora não deixasse nem uma mão boba passar do limite. Nem mesmo embriagada eu "relaxava" para sentir algo. Anos depois uma psicóloga sugeriu que poderia se tratar de um bloqueio emocional... bom. Talvez. Essa possibilidade também não pode ser descartada.
O que eu queria trazer para você é: antes de adotar um "rótulo" - e não estou julgando porque os rótulos são parte sufocante de nossa sociedade e tudo bem você querer se encaixar em algum lugar - você precisa descartar todas as possibilidades orgânicas e psicológicas que podem estar bloqueando sua libido. Ela é natural, afinal. Descartadas todas as possibilidades "tratáveis", aí sim você pode querer se conhecer mais como A, explorar esse universo e até se proclamar como tal se achar necessário. Afinal, ainda existem muitas diferenças entre As. Muitas mesmo...
O que aconteceu comigo foi algo surpreendente até para mim. Eu não tinha certeza alguma sobre minha sexualidade e sofria bastante com isso. Também tenho depressão, desenvolvi ansiedade e uma pré-disposição bem imbecil para fobias. Eu estava afogando em mim e resolvi dar uma mudada, me cuidar mais, me arriscar, conhecer gente nova e tal. Foi nesse processo que conheci meu namorado. Nada nele representava meu "tipo ideal" em questões físicas (só em questão de apelo estético mesmo porque minha pipa nunca subiu por aparências kkkkkk), mas ele era legal, gentil, inteligente e me passou muita confiança, muita segurança; o bastante para eu arriscar um encontro. Eu já estava gostando dele por nossas conversas então me produzi toda, ele também, tivemos uma excelente noite juntos e eu mesma dei margem pro primeiro beijo porque estava morrendo de curiosidade pra saber se ia sentir algo ou não, sabe? Eu quase morri de ansiedade, antecipando o quão ruim seria se não sentisse nada porque ele era "normal" e um cara muito bacana, "partidão da porra" como dizem, combinamos muito e enfim...
O que eu senti em nada se compara a sininhos tocando ou fogos de artifício, mas havia algo. Estava lá. Eu fiquei super aliviada, me senti a vontade com ele, sabia que ele não ia cruzar a linha e gostei. Não era nada demais, mas eu senti algo. Não foi tesão, nem excitação. Simplesmente... foi bom.
Tivemos outros encontros e começamos a namorar um mês depois. Uns 3 meses depois ele pediu para eu ir até a casa dele e dormir lá. Foi muito cuidadoso com o convite, muito delicado. Eu estava morrendo de pavor (por mim mesma, não por ele) mas também de curiosidade. Precisava testar logo aquilo e tirar a prova de fogo. Mas lembre-se: ele era meu namorado, já tínhamos um relacionamento de algum tempo, intimidade, confiança, afeto... tudo isso. Não era um qualquer. Isso jamais!
Eu era virgem, claro. Depois de deitados ele veio investindo, com cuidado e carinho, mas foi bem ruim e eu contei a ele que era virgem, toda envergonhada. Ele acatou, deitou ao meu lado, me abraçou e dormimos. No dia seguinte ele nem tentou nada. Fiquei preocupada, achando que ia levar um pé na bunda e que ele não passava de outro traste... rs Aí eu mesma investi e acabou rolando.
Foi bom? Não. Não foi bom. Dói. É desagradável. Na verdade varia muito de uma pessoa pra outra mas foi como me senti. A diferença é que não me senti nojenta e usada porque ele me tratou com muito carinho. Fiquei com medo de se resumir àquilo mas no dia seguinte ele me tratou como um bebê muito delicado, só carinho e nada mais. Tudo aquilo era novo pra mim então levei na esportiva. Não foi traumático mas também não foi bom.
Só passei a sentir algo com o tempo. Com nossa intimidade aumentando, com nosso sentimento crescendo e virando amor... somente com esses laços definitivos foi que eu realmente comecei a me sentir excitada e atraída por ele. Fisicamente mesmo. O beijo bastava pra me deixar mole. É a paixão, né? Mas eventualmente ela cai e muuuuuuuuito. E hoje, com todos os meus problemas emocionais, psicológicos e físicos, eu estou tendo sérios problemas de libido. Mulher sofre mesmo. Homem também. Ele veio aqui espiar não foi à toa. Deve estar inseguro por ter percebido isso.
Enfim, para concluir, eu não sou A porque consigo sentir excitação sexual - mesmo que seja um fenômeno raro. kkkkkkk Contudo, não sei se eu conseguiria sentir algo com alguém por quem eu não sinta um apego emocional, ou seja, aquela atração puramente física, sem sentimento. O sentimento foi o que funcionou pra mim afinal e eu não tenho meios de testar a outra opção, nem quero.
Eu acredito na assexualidade sim, mas há muito a ser descartado antes. Pode parecer que estou me referindo à ela como doença, o que não é verdade. Justamente por não ser doença é que você deve investigar se o seu entrave é fisiológico primeiro.
Agora... você é nova. Eu tive meu primeiro relacionamento e relação aos 25. Não se perturbe com essas questões. Não há nada como o diálogo. Investigue seu caso junto a médicos e psicólogos. Se não forem constatados bloqueios de nenhuma espécie, aceite-se. Sexo é só uma brincadeira, as pessoas é que o superestimam. Não tem nada de fantástico ali se você não consegue atingir o clímax e é bem cansativo e trabalhoso também. Eu viveria bem sem sexo, meu namorado já não teria a mesma facilidade. Sexo também representa a intimidade e união do casal, os homens valorizam demais seus desempenhos na cama, a autoestima deles depende muito disso então fica meio complicado desvincular toda essa cultura da realidade. Temos uma relação muito saudável, regada a carinho e vez ou outra é que "brincamos". Ele mesmo não me procura como um cão no cio o tempo todo. Nem só de sexo vive o homem.

Outra coisa. Você não precisa dizer a ninguém sobre sua sexualidade. Não precisa provar nada a ninguém. Isso é seu e só seu. Eu entendo a sua dor, passei por isso e também queria me entender, me encaixar. E eu era bem mais velha também. Até os 25 eu padeci com essa dúvida e hoje eu tenho um relacionamento invejável com um cara super legal. Sexo é apenas 2% dele. Adolescentes gostam de aparecer, falando muito mais do que sabem quando não têm obrigação de saber nada. Eu estou falando assim porque já passei por isso, já fui adolescente, minha melhor amiga tinha um fogo na bunda gigantesco e eu não tinha nenhum. Na verdade o fogo dela não passava de máscara, ela só estava querendo parecer interessante e adulta quando não era parâmetro para absolutamente nada. Sendo assim, quando alguém quiser falar de sexo com você, seja direta e diga que não quer falar sobre isso e peça para que mudem de assunto. Ou então abra o jogo mesmo e diga o que pensa, o que sente. Vai te fazer bem. Mas te prepara para ouvir as respostas padrão como "isso é fase", "isso é porque você não encontrou a pessoa certa", "isso é porque você nunca experimentou" e blá blá blá. Todo mundo se sente gênio quando o assunto é comum à maioria. Lamentável.
Não dê tanta importância a isso. Relaxe. Viva sua vida. Corra atrás dos seus objetivos. E caso conheça alguém por quem sinta um carinho especial e seja retribuída, abra o jogo. Não com rótulos! Com a verdade, a mais pura sinceridade. Compartilhe seus medos e anseios. Quem gosta de você entenderá.
Infelizmente, se sexo for importante pra uma das partes isso não pode nem deve ser ignorado. Eu preferi tentar antes de falar algo. Corri o risco porque avaliei que valia a pena correr o risco com aquela pessoa, naquele momento. E acabou que nem precisei falar nada. Não criei uma barreira adicional. Mas você é outra pessoa e deve fazer o que julgar melhor no seu momento. Olha... eu tinha 25, meu namorado tinha 31 e ele não me julgou por eu ser virgem. Pelo contrário, ele se amarrou. Confessou que sentiu um peso de responsabilidade mas por fim acabou se encantando com a minha "pureza" segundo ele. Mas cada caso é um caso, eu estou apenas compartilhando o meu.
Eu não me assumi nada no meio das minhas incertezas aos 25. Você tem 16 e muita coisa com o que NÃO se preocupar. A melhor dica que posso te dar enquanto ansiosa de carteirinha é: relaxa. Deita sua cabecinha e descansa tranquila. Passamos a vida inteira nos questionando quem somos e buscando nosso lugar no mundo. E a vida passa enquanto estamos pensando nela. Nada disso importa. O que importa é realmente apreciar os momentos e as pessoas; tirar o máximo de proveito do nosso tempo.
Afinal, quer seja A ou não, você pode viver como quiser. A escolha é sua! Mas vale lembrar que a cada escolha, uma renúncia.

Felicidades! envergonhado coração vermelho



Olá Hani, tudo bom??
Li seu relato com muiita atenção e agradeço tamanha dedicação. Pensei um pouco mas vi que realmente temos visões diferentes, então espero que tenha tamanha compreensão como eu tive com a senhora sorrindo)
Primeiro que não acho a sexualização, a libido, o prazer etc., como algo antinatural. Isso é algo comum na maioria das pessoas, pois o ser humano é um dos poucos seres vivos que sentem atração, prazer em masturbação, sexo e coisas relacionadas a contato com outras pessoas (talvez apenas para saciar essa vontade, que considero normal em todos, ou por relação de afeto e amor).
Eu estudo bastante sobre a assexualidade, então não é porque sou "muito nova" que não saberia me classificar ou distinguir as coisas. E observo também que temos conceitos e definições sobre a assexualidade diferentes, pois a assexualidade é uma comunidade, ou seja, não quer dizer que as classificações dentro desse espaço sejam todas iguais. Onde eu quero chegar é que a assexualidade não significa a falta ou negação total de prazer, e sim uma comunidade que representa a falta PARCIAL (em algumas situações, com algumas pessoas apenas, dependendo do tipo de relação, etc), CONDICIONAL (devido a alguns traumas, rejeições, etc) ou TOTAL (que realmente não sente prazer ou vontade nenhuma, sente nojo, acha desnecessário, etc).
Você disse que não se prende a rótulos e hoje nem liga pra isso, e não é A porque conseguiu sentir atração com o namorado (mas como eu ja disse a assexualidade não é bem isso) mas pra mim você seria demi (pois são pessoas que sentem atração sexual somente quando tem um relacionamento forte com a pessoa).
Pra mim sexo não é uma brincadeira, é algo sério!!(considerar sexo uma brincadeira é como você considerar normal alguém ser estrupada... então reveja seus conceitos fora da sua capsula para o real) Ninguém superestima isso, é normal, comum!! E adolescentes não gostam de aparecer, isso é um assunto que esta a cada dia sendo mais comentado por termos nos dias de hoje muitas crianças precoces que ja devem ser educados desde cedo SIM, pois sexo não é coisa de adulto, é coisa do ser humano, e todos tem sim a obrigação de saber do assunto. Eu particularmente, falo de sexo, masturbação, excitação normalmente, apesar de não sentir isso, pois minha falta é parcial então não me nego a esses assuntos, é algo informativo do saber de todos, eu apenas não sinto como um alosexual sente...
Tenho 16 anos, e já posso sim me preocupar com isso. Entendo super sua colocação, mas eu vejo de outra forma. Vou seguir seu conselho de relaxar em relação a rótulos, algumas pessoas já sabem da minha assexualidade, mas não toco no assunto também, apenas estudo escondida sobre tudo, pois eu gosto e quero ter certeza...

Obrigada pela mensagem, adorei sua história
Espero que o que tentei dizer sirva também para agregar conhecimentos assim como sua colocação pra mim....
Desculpe-me se fui ignorante em algum momento coração ace coração ace
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty5/11/2018, 15:44

Romântico escreveu:
JaJa escreveu:
Oii galera, tudo bom?
Então, é a 3ª vez que escrevo aqui no site pra desabafar mesmo, e la vai mais um doskkk


Eu ainda estou numa fase de descobrimento do que realmente sou, me considero gray-a até o momento, e ja parei pra pensar "e se for apenas uma fase? as pessoas mudam, posso mudar um dia e me REdescobrir..."
Bem é claro que não considero a opção Assexual uma fase (nuncaa, jamaiss), porém já me falaram isso, mas mesmo se fosse uma fase para mim, não me vejo la na frente sendo outra pessoa em relação a isso, apesar de ser bipolar e ficar muito triste as vezes por ser A e outras eu achar o máximo.
Sinto que talvez seja pelo fato de não ter contato com ninguém que entenda disso para conversar e ver se esse meu descobrimento é real, pois as vezes eu queria tanto não ser assim... Já me esforcei e até fingi ser uma pessoa que não sou para ser inclusa em assuntos de sexo, beijo, relacionamentos, masturbação, tesão..., posso até falar disso, mas não vejo como algo necessário pra mim, apesar de ter certas curiosidade de vez em quando. Talvez essa "curiosidade" seja apenas para eu confirmar pra mim mesma o que sou, mas as vezes é só por vontade momentânea mesmo, pois por exemplo não sinto nada em trocar saliva com alguém, acho até legal, mas tenho medo de fazer isso e me sentir culpada depois por sentir que "usei" a pessoa apenas para uma "diversão" ou para me incluir, entendem?
Por esses motivos não gosto de ser assim, mas por outro lado (de apaixonar e sentir necessidade de ter esses tipos de contato) é bom ser a, pois quando gosto muito de alguém, se conseguir uma amizade forte já me satisfaz muito...

É assim que me sinto, em questão de me encaixar foi nessa comunidade que mais me identifiquei, pela pressão em me classificar em alguma opção... Talvez eu mude mesmo, não sei de tudo, posso encontrar algo que mais me encaixo, mas sinto que isso seria aqui dentro mesmo, não me vejo em outra comunidade, e isso nem é por vontade própria, é por não me sentir eu em outro lugar


Então, interajam aqui coração vermelho coração ace me digam: o que vocês sentem sendo A? Vocês tem alguma dúvida sobre se considerarem assim ou são tranquilos com isso??
Vc ainda é nova, Jamila... vá com calma, leia bastante sobre o tema, em especial relatos de outras pessoas, e verifique com quais vc se identifica. sorrindo

한니 escreveu:
Oi, Jamila. Tudo bem?
Eu sou a Hani e me identifiquei com o seu depoimento. Tenho andado sumida do fórum mas cheguei até aqui depois de ver que meu namorado espiou meu email por curiosidade e caiu nesse tópico, sem dúvida preocupado por minha falta de libido de ultimamente.
E por falar em libido, ela é uma questão bastante complexa principalmente para nós, meninas. Muita coisa além de hormônios atrapalham nossa libido - problemas, estresse, depressão, traumas, quaisquer distúrbios psicológicos, aliás... até uma alimentação desbalanceada atrapalha o equilíbrio do nosso corpo.
O problema é a super sexualização de tudo. Vemos nas novelas as pessoas ofegando aos beijos e nos perguntamos por que isso não acontece conosco... ora. Aquilo é completamente antinatural. A libido feminina, sem bloqueios, é difícil de elevar. A excitação é muito mais mental que orgânica.
Eu comecei a acreditar que era A aos 21, por aí. Ei também ia pras baladas e ficava com rapazes sem sentir um pingo de catibiriba nenhuma. O beijo era sem graça, mecânico. Mas eu queria me encaixar. Depois sempre acabava me sentindo suja embora não deixasse nem uma mão boba passar do limite. Nem mesmo embriagada eu "relaxava" para sentir algo. Anos depois uma psicóloga sugeriu que poderia se tratar de um bloqueio emocional... bom. Talvez. Essa possibilidade também não pode ser descartada.
O que eu queria trazer para você é: antes de adotar um "rótulo" - e não estou julgando porque os rótulos são parte sufocante de nossa sociedade e tudo bem você querer se encaixar em algum lugar - você precisa descartar todas as possibilidades orgânicas e psicológicas que podem estar bloqueando sua libido. Ela é natural, afinal. Descartadas todas as possibilidades "tratáveis", aí sim você pode querer se conhecer mais como A, explorar esse universo e até se proclamar como tal se achar necessário. Afinal, ainda existem muitas diferenças entre As. Muitas mesmo...
O que aconteceu comigo foi algo surpreendente até para mim. Eu não tinha certeza alguma sobre minha sexualidade e sofria bastante com isso. Também tenho depressão, desenvolvi ansiedade e uma pré-disposição bem imbecil para fobias. Eu estava afogando em mim e resolvi dar uma mudada, me cuidar mais, me arriscar, conhecer gente nova e tal. Foi nesse processo que conheci meu namorado. Nada nele representava meu "tipo ideal" em questões físicas (só em questão de apelo estético mesmo porque minha pipa nunca subiu por aparências kkkkkk), mas ele era legal, gentil, inteligente e me passou muita confiança, muita segurança; o bastante para eu arriscar um encontro. Eu já estava gostando dele por nossas conversas então me produzi toda, ele também, tivemos uma excelente noite juntos e eu mesma dei margem pro primeiro beijo porque estava morrendo de curiosidade pra saber se ia sentir algo ou não, sabe? Eu quase morri de ansiedade, antecipando o quão ruim seria se não sentisse nada porque ele era "normal" e um cara muito bacana, "partidão da porra" como dizem, combinamos muito e enfim...
O que eu senti em nada se compara a sininhos tocando ou fogos de artifício, mas havia algo. Estava lá. Eu fiquei super aliviada, me senti a vontade com ele, sabia que ele não ia cruzar a linha e gostei. Não era nada demais, mas eu senti algo. Não foi tesão, nem excitação. Simplesmente... foi bom.
Tivemos outros encontros e começamos a namorar um mês depois. Uns 3 meses depois ele pediu para eu ir até a casa dele e dormir lá. Foi muito cuidadoso com o convite, muito delicado. Eu estava morrendo de pavor (por mim mesma, não por ele) mas também de curiosidade. Precisava testar logo aquilo e tirar a prova de fogo. Mas lembre-se: ele era meu namorado, já tínhamos um relacionamento de algum tempo, intimidade, confiança, afeto... tudo isso. Não era um qualquer. Isso jamais!
Eu era virgem, claro. Depois de deitados ele veio investindo, com cuidado e carinho, mas foi bem ruim e eu contei a ele que era virgem, toda envergonhada. Ele acatou, deitou ao meu lado, me abraçou e dormimos. No dia seguinte ele nem tentou nada. Fiquei preocupada, achando que ia levar um pé na bunda e que ele não passava de outro traste... rs Aí eu mesma investi e acabou rolando.
Foi bom? Não. Não foi bom. Dói. É desagradável. Na verdade varia muito de uma pessoa pra outra mas foi como me senti. A diferença é que não me senti nojenta e usada porque ele me tratou com muito carinho. Fiquei com medo de se resumir àquilo mas no dia seguinte ele me tratou como um bebê muito delicado, só carinho e nada mais. Tudo aquilo era novo pra mim então levei na esportiva. Não foi traumático mas também não foi bom.
Só passei a sentir algo com o tempo. Com nossa intimidade aumentando, com nosso sentimento crescendo e virando amor... somente com esses laços definitivos foi que eu realmente comecei a me sentir excitada e atraída por ele. Fisicamente mesmo. O beijo bastava pra me deixar mole. É a paixão, né? Mas eventualmente ela cai e muuuuuuuuito. E hoje, com todos os meus problemas emocionais, psicológicos e físicos, eu estou tendo sérios problemas de libido. Mulher sofre mesmo. Homem também. Ele veio aqui espiar não foi à toa. Deve estar inseguro por ter percebido isso.
Enfim, para concluir, eu não sou A porque consigo sentir excitação sexual - mesmo que seja um fenômeno raro. kkkkkkk Contudo, não sei se eu conseguiria sentir algo com alguém por quem eu não sinta um apego emocional, ou seja, aquela atração puramente física, sem sentimento. O sentimento foi o que funcionou pra mim afinal e eu não tenho meios de testar a outra opção, nem quero.
Eu acredito na assexualidade sim, mas há muito a ser descartado antes. Pode parecer que estou me referindo à ela como doença, o que não é verdade. Justamente por não ser doença é que você deve investigar se o seu entrave é fisiológico primeiro.
Agora... você é nova. Eu tive meu primeiro relacionamento e relação aos 25. Não se perturbe com essas questões. Não há nada como o diálogo. Investigue seu caso junto a médicos e psicólogos. Se não forem constatados bloqueios de nenhuma espécie, aceite-se. Sexo é só uma brincadeira, as pessoas é que o superestimam. Não tem nada de fantástico ali se você não consegue atingir o clímax e é bem cansativo e trabalhoso também. Eu viveria bem sem sexo, meu namorado já não teria a mesma facilidade. Sexo também representa a intimidade e união do casal, os homens valorizam demais seus desempenhos na cama, a autoestima deles depende muito disso então fica meio complicado desvincular toda essa cultura da realidade. Temos uma relação muito saudável, regada a carinho e vez ou outra é que "brincamos". Ele mesmo não me procura como um cão no cio o tempo todo. Nem só de sexo vive o homem.

Outra coisa. Você não precisa dizer a ninguém sobre sua sexualidade. Não precisa provar nada a ninguém. Isso é seu e só seu. Eu entendo a sua dor, passei por isso e também queria me entender, me encaixar. E eu era bem mais velha também. Até os 25 eu padeci com essa dúvida e hoje eu tenho um relacionamento invejável com um cara super legal. Sexo é apenas 2% dele. Adolescentes gostam de aparecer, falando muito mais do que sabem quando não têm obrigação de saber nada. Eu estou falando assim porque já passei por isso, já fui adolescente, minha melhor amiga tinha um fogo na bunda gigantesco e eu não tinha nenhum. Na verdade o fogo dela não passava de máscara, ela só estava querendo parecer interessante e adulta quando não era parâmetro para absolutamente nada. Sendo assim, quando alguém quiser falar de sexo com você, seja direta e diga que não quer falar sobre isso e peça para que mudem de assunto. Ou então abra o jogo mesmo e diga o que pensa, o que sente. Vai te fazer bem. Mas te prepara para ouvir as respostas padrão como "isso é fase", "isso é porque você não encontrou a pessoa certa", "isso é porque você nunca experimentou" e blá blá blá. Todo mundo se sente gênio quando o assunto é comum à maioria. Lamentável.
Não dê tanta importância a isso. Relaxe. Viva sua vida. Corra atrás dos seus objetivos. E caso conheça alguém por quem sinta um carinho especial e seja retribuída, abra o jogo. Não com rótulos! Com a verdade, a mais pura sinceridade. Compartilhe seus medos e anseios. Quem gosta de você entenderá.
Infelizmente, se sexo for importante pra uma das partes isso não pode nem deve ser ignorado. Eu preferi tentar antes de falar algo. Corri o risco porque avaliei que valia a pena correr o risco com aquela pessoa, naquele momento. E acabou que nem precisei falar nada. Não criei uma barreira adicional. Mas você é outra pessoa e deve fazer o que julgar melhor no seu momento. Olha... eu tinha 25, meu namorado tinha 31 e ele não me julgou por eu ser virgem. Pelo contrário, ele se amarrou. Confessou que sentiu um peso de responsabilidade mas por fim acabou se encantando com a minha "pureza" segundo ele. Mas cada caso é um caso, eu estou apenas compartilhando o meu.
Eu não me assumi nada no meio das minhas incertezas aos 25. Você tem 16 e muita coisa com o que NÃO se preocupar. A melhor dica que posso te dar enquanto ansiosa de carteirinha é: relaxa. Deita sua cabecinha e descansa tranquila. Passamos a vida inteira nos questionando quem somos e buscando nosso lugar no mundo. E a vida passa enquanto estamos pensando nela. Nada disso importa. O que importa é realmente apreciar os momentos e as pessoas; tirar o máximo de proveito do nosso tempo.
Afinal, quer seja A ou não, você pode viver como quiser. A escolha é sua! Mas vale lembrar que a cada escolha, uma renúncia.
Felicidades! envergonhado coração vermelho
Muito interessante o seu relato. sorrindo É possível que vc seja Gray-A.
Creio que ajudará a Jamila.


Siim, eu leio muito sobre (relatos, vídeos, pesquisas, etc). Atualmente me identifico com gray-a, mas imagino que eu seja mirsexual... Porém ainda estou em processo de descobrimentokk coração ace coração ace
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty5/11/2018, 15:59

한니 escreveu:
Romântico escreveu:
Muito interessante o seu relato. sorrindo É possível que vc seja Gray-A.
Creio que ajudará a Jamila.

Oi, Romântico! Então, eu não ligo para rótulos, não mais, pois encontrei alguém com quem se sinto bem e confortável, que não me pressiona e apesar de a vontade dele quase nunca casar com a minha, eu não me sinto "na obrigação" nem nada assim. Consigo curtir o momento 99% das vezes. Gray-A, na minha opinião, sequer é uma definição. Simplesmente temos mais ou menos vontade em fases da vida ou de acordo com nossos hormônios e/ou conjectura social, pessoal, emocional, psicológica, etc. como eu disse.
Acredito que a assexualidade seja a completa dormência do desejo/atração sexual, independentemente da orientação ou romantismo. Eu sempre gostei de carinho, abraço, beijinhos amigáveis, sentimentos. Só nunca gostei mesmo desse contato mais íntimo que nunca fez sentido para mim, nunca me fez sentir "como deveria". Mas também crescemos com muita desinformação, assim como o amor. Crescendo achando que é algo mas não é nada daquela fantasia toda que vemos por aí. Quando digo que eu poderia viver sem sexo é baseada nessa minha fase atual em que minha libido está dormindo. Afinal, já tive outra fase em que eu cobrava mais ação dele também. E por vezes, do nada, me sinto compelida a iniciar algo mas não ajo por timidez ou preguiça mesmo... chorando  Essa variação é comum, por isso não considero Gray-A uma definição válida. Mas as pessoas precisam de rótulos, de grupos para sentirem-se melhor. Eu não sou diferente, isso é do ser humano e na adolescência é mais latente ainda. Mas eu quis vir aqui dar uma puxada para o outro lado pois eu mesma jamais considerei que minha total falta de atração fosse algo corriqueiro ao invés de algo atípico e vim parar aqui na comunidade, como a Jamila. Não me arrependo, continuo vindo aqui até hoje e lendo as postagens, sou super apoiadora de todas as minorias que nada tem a ver comigo, mas quero poupá-la de sofrimentos desnecessários. Talvez a sexualidade dela sequer tenha se desenvolvido, talvez esteja travada por algum trauma e ela parece pronta para vestir a camisa antes da hora. Eu sofri bastante ao começar a gostar de um rapaz cuja sexualidade era intacta, morria de medo de julgamentos e só tememos julgamentos quando estamos incertos de nossas escolhas, de nossa identidade.

Abraço. abraço



Olha, gray-a é uma definição sim. É a orientação que fica no meio entre a assexualidade e sexualidade, mas continua sendo uma definição válida!!! Voltando ao que ja disse, a assexualidade NÃO é uma dormência do desejo sexual, uma fase nem nada do tipo. Pode ter sido pra você, mas não é bem assim. Você está se contrariando muito dizendo que defende algo que mal entende seus propósitos.
Só porque sou A não significa que não gosto de carinhos, eu adoro!!! E minha sexualidade não se desenvolveu? eu sei o que eu sinto. Encontrei a comunidade recente? sim, mas vim para ter explicações do que eu sinto e não porque não entendo. Não tenho nenhum trauma, e não sou precoce, apenas quero além de me informar transmitir informações. Sou uma mulher como você, e gosto de lutar.
Apesar de um pouco antigo, meu relato foi mais porque eu não queria ser assim, apenas me identifiquei. Mas não é por isso que não sou capaz de saber ao certo quem eu sou coração ace coração ace
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty5/11/2018, 16:07

Romântico escreveu:
한니 escreveu:
Oi, Romântico! Então, eu não ligo para rótulos, não mais, pois encontrei alguém com quem se sinto bem e confortável, que não me pressiona e apesar de a vontade dele quase nunca casar com a minha, eu não me sinto "na obrigação" nem nada assim. Consigo curtir o momento 99% das vezes.
Que bom que consegue "curtir o momento" na imensa maioria das vezes!
Como sempre digo, "classificações servem para orientar, importante mesmo é a pessoa se conhecer bem e se aceitar".

한니 escreveu:
Gray-A, na minha opinião, sequer é uma definição. Simplesmente temos mais ou menos vontade em fases da vida ou de acordo com nossos hormônios e/ou conjectura social, pessoal, emocional, psicológica, etc. como eu disse.
Respeito, mas discordo. Ainda que todos os aspectos por vc mencionados possam afetar a libido, duas pessoas podem viver em condições semelhantes (classe social, aparência, e até personalidade) e, ainda assim, uma ser sexual e outra assexual. Digo mais: desde o início da adolescência percebi que era diferente da maioria. E não havia motivo religioso, sócio-econômico, psicológico, nada que fosse determinante para isso. Considero-me Gray-A e comentei a respeito disso no meu tópico de apresentação.

한니 escreveu:
Acredito que a assexualidade seja a completa dormência do desejo/atração sexual, independentemente da orientação ou romantismo.
Eu pensava o mesmo antes de conhecer a comunidade... é bem mais abrangente.

한니 escreveu:
Eu sempre gostei de carinho, abraço, beijinhos amigáveis, sentimentos. Só nunca gostei mesmo desse contato mais íntimo que nunca fez sentido para mim, nunca me fez sentir "como deveria". Mas também crescemos com muita desinformação, assim como o amor. Crescendo achando que é algo mas não é nada daquela fantasia toda que vemos por aí. Quando digo que eu poderia viver sem sexo é baseada nessa minha fase atual em que minha libido está dormindo. Afinal, já tive outra fase em que eu cobrava mais ação dele também. E por vezes, do nada, me sinto compelida a iniciar algo mas não ajo por timidez ou preguiça mesmo... chorando  Essa variação é comum, por isso não considero Gray-A uma definição válida. Mas as pessoas precisam de rótulos, de grupos para sentirem-se melhor. Eu não sou diferente, isso é do ser humano e na adolescência é mais latente ainda. Mas eu quis vir aqui dar uma puxada para o outro lado pois eu mesma jamais considerei que minha total falta de atração fosse algo corriqueiro ao invés de algo atípico e vim parar aqui na comunidade, como a Jamila. Não me arrependo, continuo vindo aqui até hoje e lendo as postagens, sou super apoiadora de todas as minorias que nada tem a ver comigo, mas quero poupá-la de sofrimentos desnecessários. Talvez a sexualidade dela sequer tenha se desenvolvido, talvez esteja travada por algum trauma e ela parece pronta para vestir a camisa antes da hora. Eu sofri bastante ao começar a gostar de um rapaz cuja sexualidade era intacta, morria de medo de julgamentos e só tememos julgamentos quando estamos incertos de nossas escolhas, de nossa identidade.
Abraço. abraço
Achei louvável sua boa intenção. São possíveis as hipóteses que cogitou. Lendo relatos como o seu e de outras pessoas, quem sabe ela se identifique ou perceba ser diferente... sendo assexual ou não, vale o que mencionei logo no início da resposta. piscando


Exato Romantico!!! E como você, desde o início da adolescência se sentiu diferente dos demais, porque eu também não posso sentir não é mesmo?? Também não tenho nenhum motivo (traumático, psicológico, ou outros) para me definir assim, penas gosto de me redescobrir, eu sei que sou diferente, e acho isso até legal. Sou uma pessoa curiosa que gosta de sanar as dúvidas e adquirir conhecimentos. Posso até não ser isso, mas eu gosto de estudar sobre, e não vejo problema nenhum nisso...
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MensagemAssunto: Re: Será que sou mesmo A???   Será que sou mesmo A??? Empty5/11/2018, 16:22

한니 escreveu:
Romântico escreveu:
Amigos e amigas sexuais, quando em abstinência por poucos MESES, costumam ficar ansiosos(as), bravos(as), tristes, ou tudo isso junto. É claro que há os(as) que disfarçam melhor, mas invariavelmente, quando temos intimidade para conversar a respeito, demonstram isso (em maior ou menor grau). Vc pode comprovar o que digo vendo tópicos em comunidades de relacionamentos/sexualidade, a propósito já fui administrador/moderador de várias, no Orkut, até pouco tempo atrás administrava uma no Facebook também. Eu nunca passei por nada parecido... considero sexo prazeroso, no entanto fico anos em abstinência, numa boa. A libido de sexuais (em condições normais) é BEM diferente da de Gray-A's.

É interessante a sua análise mas a abstinência sexual não se diferencia de nenhuma outra abstinência. Qualquer fonte de prazer pode nos tornar "dependentes" e o grau dependerá de várias coisas. Os sintomas que seus amigos dizem ter, ou outras pessoas também, é apenas o acúmulo do stress - o qual é aliviado durante uma relação, masturbação, tanto quanto o é durante uma sessão de exercícios, jogos eletrônicos, ingestão de bebidas alcoólicas, massagem, um belo banho de banheira... enfim. Qualquer fonte de prazer que sirva. Claro que um orgasmo funciona muito melhor para o propósito de substituir o cortisol por serotonina e dopamina, o que torna compreensível a "preferência" do cérebro por ele. É inconsciente.
Como eu disse, tem momentos do mês que estou mais excitada e outros em que estou menos. (Hormônios. Eles variam a todo momento. Já fiz alguns testes também, deu tudo normal e ambos os médicos disseram que testes hormonais são pouco confiáveis já que eles variam demasiadamente o tempo inteiro dependendo de muitas variáveis.) Então estou indo de um tom de cinza a outro? Isso, pra mim, faz menos sentido ainda. Eu sou uma panela de pressão de estresse e não fico subindo pelas paredes... apenas uma vez ocorreu isso comigo e foi bem esquisito. Ou seja, eu posso atingir um pico de libido e depois permanecer meses sem vontade alguma. Nós somos seres fluidos e essas classificações, na minha opinião, mais confundem que ajudam. Nesse sentido, todo mundo seria Gray-A, cada um em seu respectivo tom de cinza ou em todos eles ao mesmo tempo. Fora desse círculo estariam apenas os ninfomaníacos. O apetite sexual de ninguém é uma reta constante; sim, uma senoide. É muito mais complexo.
Enfim, isso não é uma ciência exata e até hoje não conseguiram explicar nem a homossexualidade, quiçá a assexualidade. Sendo assim, você pode crer no que quiser e eu também, pode continuar apresentando argumentos e eu provavelmente continuarei contra-argumentando. Nem eu e nem você temos o objetivo de convencer um ao outro pois isso nada agrega. Eu adoro a beleza da discordância, das visões diferentes. É como eu digo: whatever works. O que nos fizer felizes serve (desde que não interfira com ninguém mais). A única coisa que importa é sermos felizes. Eu sou feliz, você é feliz e queremos que a Jaila seja também. Acho que já chega de floodar o tópico dela.  sorriso 2 Se quiser continuar essa conversa, podemos fazer isso por MP.

P.S.: Quanto à personalidade, eu não quis dizer que minha personalidade regula minha libido. Era um comentário à parte. Minha personalidade era o que me diferenciava dos demais. Afinal, todos tivemos a mesma criação e meu irmão é meio bitolado conspirador que se acha o dono da verdade, minha irmã é uma víbora contraditória de duas faces e eu sou a boazinha imbecil que só se fode.



Discordo que todos seriam gray-a, a assexualidade não é uma brincadeira. Não é muito legal uma pessoa se considerar A porque por exemplo está a 3 meses sem sexo, ou sem beijar... A assexualidade é algo mais profundo, e só porque alguém não pratica não quer dizer que ela não sente, como também alguém que pratica não quer dizer que sente. Não se pode misturar personalidade, modo de vida com uma orientação sexual, não é algo tão simples assim.

Novamente, só quis colocar meu ponto de vista mesmo e é isso, abraços coração ace coração ace
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