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 Não sou propriedade sua

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AmyDunne
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MensagemAssunto: Não sou propriedade sua   Não sou propriedade sua Empty19/1/2020, 19:06

Eu terminei ontem de assistir à segunda temporada da série "Sex Education" que, diga-se de passagem tem uma personagem secundária Ace e um momento bem legal de se descobrir, mas uma temática me chamou a atenção. Não a série não é só sobre sexo, mas tem muitas cenas explícitas então se isso te incomodar eu não recomendo. A temática em questão era sobre assédio sexual nas ruas. Uma personagem chamada Aimee está andando de ônibus normal quando percebe um tarado se masturbando atrás dela e acaba sujando o seu jeans. Ela fica sem conseguir entrar em onibus depois e fica vendo o tarado em tudo quanto é lugar. Em outro episódio outras meninas da sala dela contam que também foram vítimas de algo assim mas diferente como alguém as perseguindo de noite na rua, alguém tocando o seu seio do nada ou o clássico fiu fiu por causa de um shorts.

Isso já aconteceu comigo. Não foi o mesmo que a Aimee mas foi péssimo mesmo assim. Eu estava em pleno centro da minha cidade de manhã passeando com a minha amiga quando tiro meus óculos para colocar os escuros. Nesse momento uma pessoa que vem por trás coloca as mãos sobre meus olhos e fica lá. Eu perguntando quem é, meio rindo, pensando que era alguém que eu conhecia tentando fazer uma gracinha até que o nojento me deu um beijo na bochecha e disse que eu era linda. Na hora só senti um medo muito grande e assim que coloquei os óculos e me virei já estava indignada e minha amiga fula dizendo que ia chamar a polícia. Isso ele até tentou seguir a gente mas começamos a falar alto que iriamos chamar a polícia e ele desistiu. Isso numa rua movimentada em plena luz do dia. Eu fiquei com a bochecha vermelha de tanto que esfreguei. Até chorei de raiva quando cheguei em casa e não contei para ninguém por vergonha, nojo ou sei lá.

Está tudo "bem". Não fiquei com trauma de passar por aquela rua por exemplo mas ainda fico furiosa porque estas coisas acontecem o tempo todo. E nós mulheres muitas vezes nos sentimos acoadas e envergonhadas demais para fazer alguma coisa.

Queria que vocês que sofreram por algo semelhante( mulheres ou homens) contassem o episódio e como se sentiram depois que isso aconteceu. É um espaço aberto aqui.
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Wings
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MensagemAssunto: Re: Não sou propriedade sua   Não sou propriedade sua Empty19/1/2020, 20:37

Bem, aconteceram coisas chatas comigo. A primeira vez eu devia ter uns 11 a 12 anos. Estava indo encontrar meu pai na feira. A rua pela qual eu passava era longa, e era bem cedo, só tinha umas pessoas caminhando no final da rua. Eu ouvi alguém me chamando, dando psiu, achei que era alguém conhecido então parei e fiquei procurando quem tinha me chamado. Foi aí que ele saiu detrás de um muro em construção se masturbando e olhando pra mim. Minha reação foi voltar para casa da minha tia e tomar um banho. Eu me senti sujo, poluído. Na época eu via situações como essa na TV e pensava que só acontecia com mulheres.
Outra vez eu estava esperando dar o horário para ir para o curso sentado na praça e lendo um livro. Fui abordado por um cara, mesmo dizendo que não sou gay ele ficou me perseguindo a semana toda, fazia questão que eu notasse que ele estava por perto, até eu chegar até ele e perguntar qual era o problema. Depois ele sumiu.
E teve quando eu perdi o bv. Mesmo eu dizendo que não queria meus "colegas" me trancaram com ela. Eu sou bem magro e ela era maior e mais forte. Ela segurou meu pescoço e me beijou. Continuei ficando com ela, por pura pressão dos meus colegas, mas cada vez eu me sentia sujo.
Foram situações que me marcaram, tenho raiva quando vejo situações de assédio/abuso, mesmo em filmes. E ainda fico um pouco desconfiado com abordagens de desconhecidos. Mas nada que me fizesse paralisar. Continuei andando pela aquela rua, ficava na praça lendo e não perdi a esperança de achar uma garota legal. confete confete
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MensagemAssunto: Re: Não sou propriedade sua   Não sou propriedade sua Empty20/1/2020, 19:04

Wings, eu sinto muito que você passou por isso. Eu nunca beijei ninguém( nem sei se pretendo) mas imagino como teria sido horrível se alguém me forçasse a fazê-lo. Quando as pessoas vão começar a se preocupar com as suas vidas e não em obrigar as pessoas a se enquadrarem em seus padrões? Eu tenho a certeza que você vai conhecer essa menina legal que você procura e enquanto ela não aparece se concentre nas pessoas legais que já estão na sua vida sorrindo
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MensagemAssunto: Re: Não sou propriedade sua   Não sou propriedade sua Empty20/1/2020, 19:30

Obrigado Amy. Na real, a parte mais chata é que eu queria dar meu primeiro beijo em alguem que eu sentisse algo, de uma maneira especial (é bobo eu sei rssss) e meio que a coisa especial foi embora. Mas é vida que segue.
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MensagemAssunto: Re: Não sou propriedade sua   Não sou propriedade sua Empty21/1/2020, 10:24

A minha história meio que me envergonha, não pela situação, mas pelo meu pensamento. Na época eu não sabia nada sobre assédio, era meio que a Aimee logo após o fato.

Eu estava voltando para casa da Yoga, era noite, e o ônibus estava "vazio". Brasília pode te surpreender as vezes.
Eu, o motorista e a cobradora, somente.
Eis que em certo ponto entra um cara e senta do lado oposto no qual eu estava, mas ainda perto, ainda visível, pois se fosse atrás ou a frente de onde eu estava eu não iria ver nada, então acho que foi proposital.
E quando dei por mim ele começou a se masturbar, ali, no ônibus. Sem nenhum pudor, sem tentar esconder, nada.

A vergonha que citei vem de que, na época, eu tive dois pensamentos:

* Que absurdo.
* Queria ajudar, se me entendem.

Eu estava no ápice da descoberta sobre minha sexualidade.
Enfim, nada aconteceu além disso.

Hoje eu tenho uma linha de pensamento que denunciaria isso, nem que fosse para o motorista.
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Tiago
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MensagemAssunto: Re: Não sou propriedade sua   Não sou propriedade sua Empty21/1/2020, 11:36

Nunca cheguei a passar por nenhuma situação semelhante (não que consiga lembrar), mas presenciei situações parecidas.
Lembro de na escola, no ensino fundamental, um colega de turma ter se masturbado na sala de aula durante uma aula e olhando para uma das meninas, aquilo pra mim foi bem repugnante passei o resto daquele ano lembrando da cena escrota...e também nunca mais tive coragem de trocar palavras com ele, sorte que já não falava mesmo com ele...então não fez qualquer diferença. E claro, que o certo seria se eu tivesse denunciado, mas fiquei paralisado com a cena. Me arrependi depois de não ter feito isso.

E cenas de assédio com mulheres na rua já vi algumas vezes, uma vez eu tava passando de ônibus e  na calçada tinha um cara segurando e tentando puxar uma garota pelo braço, querendo que ela seguisse ele, eu fiquei bem apreensivo com a situação, ela gritou e aí algumas pessoas vieram e o cara correu. O local era numa parada de ônibus de pouco movimento. Foi bem tenso, depois disso comecei a ficar bem preocupado com as mulheres e o que vocês tem que passar diariamente, também nunca mais duvidei de que vivemos em uma sociedade plenamente machista e muitas vezes sem nenhum escrúpulo.
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