| | Rótulos e definições de sexualidade | |
| Autor | Mensagem |
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Sérgio Neto Acabei de chegar!
2 26/06/2018 62 Ninguém é ninguém totalmente só. Gênero :
| Assunto: Rótulos e definições de sexualidade 1/7/2018, 14:36 | |
| Oi pessoal. Sou novo aqui e estou achando extremamente útil essa comunidade. Rótulos e expressões de definição são úteis para mostrar quem somos, o que esperamos e o que desejamos nos diversos aspectos da vida. Assim, tentemos nos definir nesse fórum, nesse site, para que os outros tenham uma noção de quem e como somos, mas na vida privada, na sociedade em geral os nomes não importam. Não nos martirizemos para obter uma definição para nós mesmos sobre nossa sexualidade. O importante é o que queremos e gostamos no momento, e se não sabemos o que queremos e gostamos, a incongruência faz parte de todos nós, seres humanos. Quando encontrarmos alguém que nos faça sentir bem, essa é a pessoa! O que sou? Não importa! O que fazemos? O que faremos? Não sei e não importa, desde que sejamos felizes! |
| | | morangloria Aprendiz
69 29/04/2018 30 "Amar e mudar as coisas me interessam mais..." Gênero :
| Assunto: Re: Rótulos e definições de sexualidade 22/7/2018, 12:55 | |
| Deixo aqui, em complementação ao que escreveu, um texto que encontrei na internet sobre o assunto. "Rótulos são para produtos e não para seres-humanos. Eu rotulo Ele rotula Nós somos rótulos?
Seria hipocrisia da minha parte dizer que não cometo a burra prática da etiquetação humana . Por um lado, essa prática tem uma funcionalidade organizacional, já que ordena o mundo humano em prateleiras comportamentais.
Prateleiras? Sim. Como se tornou um dado, como dirá um filósofo de Pará de Minas , apodítico e apriorístico, a compra em supermercados, onde os produtos são simetricamente compartimentados e divididos, nos faz reproduzir tal lógica para as relações humanas. Tendemos logo a procurar no outro o prazo de validade, o código de barra e até as recomendações nutricionais.
Como se fossemos produtos uns dos outros, a nossa primeira ação é criar o tipo ideal do outro. Ouço muitas pessoas dizerem, preocupadas, que hoje em dia não dá mais para saber quem é hetero, bi ou gay. Isso como se a “classificação” sexual fosse o guia central para que as relações humanas se desenrolassem. Gera-se, assim, uma série de expectativas com relação ao comportamento do outro. Engolimos esteriótipos que não foram verificados, empiricamente, por nós mesmos, e a partir deles abrimos espaço para a ala da ignorância.
Podem até defender que isso é uma prática natural, já que visa o melhor conhecimento do mundo e, logo, colabora no processo de seleção natural e de evolução da espécie. Mas a linha que separa a defesa, contra as incertezas do mundo e a paranóia aristocrática da classificação hierárquica, é muito tênue e quase sempre nos derruba em armadilhas.
O sociólogo americano, Peter Berger, diz que o ser humano é burro por natureza, já que não pensa sobre as instituições nas quais está inserido. Tomamos como verdades absolutas questões corriqueiras. Associamos, assim, ações humanas com tipos ideais, colocando um rótulo quase que antes de realmente olhar o “produto”.
Não somos produtos e as embalagens quase nunca dizem bem o que carregam dentro. A ordem está invertida, deveríamos primeiro conhecer para classificar e não conhecer a partir de classificações “metafísicas”.
Usei a primeira pessoal do plural. Não estou imune. E deveria estar? “Quem são eles? Quem eles pensam que são?”
Êta sociedade judaico-cristã ocidental de consumo besta sô!
***
[1] Recomendo a leitura do poema de Drummond, “Eu etiqueta”. Recomendo também a análise sobre o mesmo poema feito por Priscila Faria de Moura. Para tanto, venha para o “lócus” Café Bossa Nova, em São João Del Rei, e aproveite os bons papos que habitam as mesas daqui.
[2] Gabriel Abílio. Filósofo nascido em Pará de Minas e que atualmente reside nos bares São Joanenses.
Guilherme Claudino" Fonte: https://cafebossanova.wordpress.com/2009/06/12/rotulos-sao-para-produtos-e-nao-para-seres-humanos/ |
| | | Jujudi Aprendiz
83 29/04/2018 27 Gênero :
| Assunto: Re: Rótulos e definições de sexualidade 22/7/2018, 14:25 | |
| Acho super válido o que vocês postaram. Realmente os padrões de comportamentos esperados para cada rótulo podem se tornar uma gaiola que não nós permite ir além daquilo que pensamos ser. Porém, como já devo ter comentado aqui, eu fui uma critica desse número crescente de categorizações até me "descobrir" como assexual. Foi tão importante para mim encontrar um termo que nomeasse meus sentimentos (ou, no caso, a falta deles...). Dar um nome a algo é atestar sua existência e valor. Não somos formados apenas pela orientação sexual, mas ela ocupa uma parcela grande do que somos e de como nos relacionamos no mundo. Uma palavra ou rótulo, às vezes, é exatamente o que precisamos. Como exemplo, queria deixar um trecho fenomenal do livro Senhor das Sombras, de Cassandra Clare, no qual uma personagem conta como foi sua identificação como transgênero. A autora traduziu minha forma de pensar em relação aos rótulos. ***Para quem não leu o livro 2 da série Os Artifícios das Trevas pode ser um TREMENDO spoiler*** - Spoiler:
"Eu sou mulher — falou Diana. — Sempre fui. Sempre soube que era uma menina, independentemente do que os Irmãos do Silêncio disseram aos meus pais, independentemente da contradição do meu corpo. Minha irmã, Aria, também sabia. Ela disse que soube desde o primeiro momento em que falei minhas primeiras palavras. Mas meus pais... — Ela se calou. — Não é que eles fossem maus, mas não conheciam as opções. Disseram-me que eu deveria viver como eu mesma em casa, mas que em público eu deveria ser David. Ser o menino que eu sabia que não era. Ficar fora do radar da Clave. “Eu sabia que seria viver uma mentira. Ainda assim, era um segredo que nós quatro guardávamos. No entanto, todos os anos meu desespero esmagador só fazia crescer. Eu me afastei das interações com outros Caçadores de Sombras da minha idade. A todo momento, dormindo ou acordada, eu me sentia ansiosa e desconfortável. Tinha medo de nunca ser feliz. Então completei 18 anos. Minha irmã tinha 19. Fomos juntas para a Tailândia, para o Instituto de Bangkok. Foi lá que conheci Catarina Loss. [...] Ela foi conversando comigo. Ela ofereceu suas palavras, coisa que eu nunca tivera, como um presente. Foi a primeira vez que ouvi a palavra “transgênero”. Aí comecei a chorar. Eu nunca tinha entendido até então o quanto você pode privar uma pessoa ao não lhe dar as palavras as quais ela necessita para se descrever. Como você pode saber se há outros como você quando nunca teve um termo para se referir a si? Eu sei que deve ter havido outros Caçadores de Sombras transgênero, que eles devem ter existido no passado e que ainda existem agora. Mas não tenho como procurá-los e seria perigoso sair perguntando por aí. — Um lampejo de raiva contra a injustiça antiga tornou sua voz mais contundente. — Então Catarina me falou sobre a transição. Eu poderia viver como eu mesma, do jeito que precisava que fosse e ser reconhecida como quem eu sou. Eu sabia que era o que eu desejava."
Talvez, um dia, a raça humana chegue ao ponto de não precisar mais de rótulos; de respeitar um individuo única e exclusivamente pelo que ele é e faz, sem necessitar de explicações. Até lá, acho válido que cada um tenha a chance de encontrar a sua "turma", e poder dizer ao mundo como quer ser identificado. |
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