Boa tarde,
Tenho 37 anos, moro em São Jose do Rio Preto - interior de São Paulo. Fiquei aliviada em saber que tinha muitas pessoas como eu.

Na adolescência e parte da vida adulta sempre me senti deslocada e estranha. Quando criança sempre tive muitos amigos e sempre gostei de estar com as pessoas. Porém, conforme fui crescendo, eu sentia que não me encaixava no modelo imposto pela sociedade. Eu saia com minhas amigas e simplesmente não queria ficar com ninguém, enquanto elas queria pegação, ficar com vários caras, ter relações. Eu não conseguia ser assim. Aos poucos, fui me afastando das baladas, das festas. Eu me sentia uma fracassada no final da noite, pois não conseguia ser como as demais pessoas, esse sentimento me acompanhou em boa parte da minha vida.
Então um dia chutei o balde e decide ser igual a elas. Grande engano, tinha relacionamentos vazios onde não conseguia ser eu, nem ser feliz. Eu fingia ser feliz, fingia que tava tudo bem comigo, mas realmente não estava.
A depressão bateu, tive várias tentativas de suicídio, pois não queria mais viver em um mundo onde eu não era feliz, não era aceita, e não sabia o que eu tinha de errado. Eu falava o tempo todo aos prantos: O que há de errado comigo? Por que eu sou assim? O que devo mudar?
Então um dia vendo reportagens sobre assexualidade eu me vi representada em vários pontos. Fui procurar ler mais e conhecer. Qual foi a minha surpresa ao me identificar e conhecer outras pessoas como eu. Percebi que quero estar com outras pessoas mas sem ter relacionamento sexual, e que tá tudo bem. Eu não sou estranha e não tem nada de errada comigo. E estou muito feliz com a minha descoberta.
Eu não digo que não quero um relacionamento, talvez ao conhecer uma pessoa que me aceite ou seja como eu, venha a ter. Até o momento não conheci ninguém na cidade onde moro que seja aberto sobre o assunto.
Quando eu falo para as pessoas muitas não acreditaram, afinal por muito tempo eu inventava histórias para poder me sentir aceita dentro da nossa sociedade. Mas tudo bem, pois o que importa é estar em paz comigo mesma e com a minha descoberta.

LadyofShalott escreveu:

Boa tarde,
Tenho 37 anos, moro em São Jose do Rio Preto - interior de São Paulo. Fiquei aliviada em saber que tinha muitas pessoas como eu.

Na adolescência e parte da vida adulta sempre me senti deslocada e estranha. Quando criança sempre tive muitos amigos e sempre gostei de estar com as pessoas. Porém, conforme fui crescendo, eu sentia que não me encaixava no modelo imposto pela sociedade. Eu saia com minhas amigas e simplesmente não queria ficar com ninguém, enquanto elas queria pegação, ficar com vários caras, ter relações. Eu não conseguia ser assim. Aos poucos, fui me afastando das baladas, das festas. Eu me sentia uma fracassada no final da noite, pois não conseguia ser como as demais pessoas, esse sentimento me acompanhou em boa parte da minha vida.
Então um dia chutei o balde e decide ser igual a elas. Grande engano, tinha relacionamentos vazios onde não conseguia ser eu, nem ser feliz. Eu fingia ser feliz, fingia que tava tudo bem comigo, mas realmente não estava.
A depressão bateu, tive várias tentativas de suicídio, pois não queria mais viver em um mundo onde eu não era feliz, não era aceita, e não sabia o que eu tinha de errado. Eu falava o tempo todo aos prantos: O que há de errado comigo? Por que eu sou assim? O que devo mudar?
Então um dia vendo reportagens sobre assexualidade eu me vi representada em vários pontos. Fui procurar ler mais e conhecer. Qual foi a minha surpresa ao me identificar e conhecer outras pessoas como eu. Percebi que quero estar com outras pessoas mas sem ter relacionamento sexual, e que tá tudo bem. Eu não sou estranha e não tem nada de errada comigo. E estou muito feliz com a minha descoberta.
Eu não digo que não quero um relacionamento, talvez ao conhecer uma pessoa que me aceite ou seja como eu, venha a ter. Até o momento não conheci ninguém na cidade onde moro que seja aberto sobre o assunto.
Quando eu falo para as pessoas muitas não acreditaram, afinal por muito tempo eu inventava histórias para poder me sentir aceita dentro da nossa sociedade. Mas tudo bem, pois o que importa é estar em paz comigo mesma e com a minha descoberta.

Seja bem vinda e muitos como eu irão se identificar com o seu relato. O mais importante é você se conhecer e saber o que serve para você. Não precisamos ser igual aos outros. Devemos saber o que nos faz bem. Seja com pouco, muito ou nenhum sexo...

Seja bem-vinda!

Legal a descoberta da assexualidade ter tido um impacto tão positivo na sua vida