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 Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga.

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Arcano
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Arcano

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MensagemAssunto: Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga.   Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga. Empty14/7/2022, 22:57

Olá,-- me chamam de Arcanjo, adotei o nickname Arcano aqui, porque significa misterioso, aqui quero me sentir assim -- sou novo por aqui e cheguei depois de uma crise existencial - 'Conhece-te a ti mesmo'.

Durante minha pré-adolescência, convivi com um colega experiente na vida afetiva, deu-me conselhos para ficar/namorar com garotas, afirmou para mim que eu não era esperto o suficiente e que não conhecia bem, era inocência minha.

Mudei com minha adolescência(15-17), estudei bastante técnicas de conquista, aprimorei minha capacidade de falar em público, li livros e analisei os relacionamentos como foram criados. Mas, quando apliquei este ano, cheio de confiança para uma moça, que mostrava um certo interesse em mim, e ela gostava tanto de mim e queria me namorar,  desanimei, senti uma certa estranheza ao pensar no namoro, pensei ser uma incapacidade e tentei vencê-la, disse que gostava dela; mas notei, ao passar dos dias com ela, que eu estava desconfortável e que não nutria os mesmos sentimentos por ela, contei-lhe a verdade: só a via como amiga. Ela não fala mais comigo. Analisei minha pré-adolescência e percebi uma aversão da minha tenra infância, 8-10 anos, ao amor. Eu o via sem sentido, uma besteira.

A perspectiva do amor se alterou também na adolescência ao estudar a importância de amar: a troca de conhecimento, de emoções, de momentos, de experiências, de ajudas, confortos. Eu idealizo gostar de uma garota, namorá-la; mas não vejo nenhuma garota que desperte esse sentimento. Pensei que se alguém gostasse de mim, iria retribuir esse sentimento, pensei que iria gostar com o tempo da pessoa romanticamente, condições que não aconteceram. Não sei diferenciar amizade de namoro, justamente por não me apaixonar ou ter interesse romântico.


A crise existencial continua entre o que eu desejo sentir(me apaixonar/ter interesse romântico) e o que realmente sinto. Antes, tinha a terceira parte, o que outros viam sobre mim: pensam que sou pegador, ajudei um a pegar uma menina, dei conselhos interessantes, estão quase namorando. Acho os dois fofos. Não sinto o amor, mas posso presenciá-lo
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Jonas.f
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MensagemAssunto: Re: Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga.   Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga. Empty14/7/2022, 23:18

Eu comparo a minha descoberta com os estágios do luto.
Primeiro eu negava que poderia ser ace. Dizia a mim mesmo que seria uma fase, que assim que eu amasse alguém eu me sentiria "normal".
Depois vem a raiva. Tinha raiva de mim por ser assim, tinha raiva dos allos por sentirem atração. Sentia raiva das pessoas que queriam que eu fosse igual a elas.
Logo a pois veio a negociação. Foi quando eu tive minhas experiências amorosas. Pensava que poderia sim dar certo, ceder um pouco, fazer acordos.
Quando não deu certo veio a depressão e o isolamento. Me trancava em casa, pensava que não era o suficiente, então por que então tentar?
No final veio a aceitação. Entender que este sou eu. Que sou ace, que amo mas não tenho desejo.
Em fim, é comum que muitos aces passem pelo o que tubesta passando. O autoconhecimento leva tempo e pode ser bastante trabalhoso, e im pouco dolorido. Mas no final tu chegará a sua resposta.
Espero que este fórum te ajude em muitas dúvidas que possam surgir em seu caminho.
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Lara
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MensagemAssunto: Re: Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga.   Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga. Empty15/7/2022, 16:55

Oi! Seja bem vindo! Embora seja clichê para dizer isso, você ainda vai presenciar muita coisa e sentir também. Nem sempre as coisas acontecem ao mesmo tempo para todo mundo. Seus colegas se apaixonam mil vezes e você não? Normal! Calma, talvez ainda vá acontecer, talvez nunca aconteça, mas o mais importante é que todo dia é um passo de cada vez. Não adianta você ficar estudando como conquistar alguém, como fazer isso ou aquilo. Você só sabe na hora do vamos ver e para cada um o que fica da experiência é diferente. Não se rotule agora. Apenas continue tendo experiências e vivendo sem se preocupar tanto em ter um comportamento X. Você não precisa ser o que não é. Seja só você e vai viver e se se sentir bem aqui, é só conversar bastante em todos os tópicos, conhecer pessoas na mesma vibe e ser feliz!
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Yuki_14
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Yuki_14

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Pensamento "Somente os pequenos segredos precisam ser guardados; os grandes, ninguém acredita."
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MensagemAssunto: Re: Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga.   Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga. Empty27/7/2022, 22:17

Olá, bem vindo ^-^
A resposta está dentro de você. E só você pode respondê-la, ao seu tempo, tirando um tempo para o autoconhecimento. É o melhor conselho que eu posso dar. (Pelo que eu vejo, você já chegou a uma conclusão.)
Acho que esse sentimento (de tentar se encaixar no espectro allo/romântico) é normal, uma vez que estamos rodeados de toda uma sociedade fundamentalmente e intricicamente amatonormativa.
Hmm, o que posso dizer... Inevitável não pensar em minhas próprias experiências... Aliás, recordo de já ter lido aqui no fórum relatos assim, semelhantes ao seu, em que a pessoa acreditava fortemente estar apaixonada e gostava da pessoa e quando o namoro começou ela se desiludiu completamente, como se o amor tivesse se esfumado, e por tal não conseguiu levar o namoro adiante. (Existem até rótulos para isso no espectro AroAce Lithosexual/lithoromantic ou Frayromantic/fraysexual).

Eu nunca tive uma crise assim, eu tive crises em minha adolescência em que questionei o significado do amor, do amor romântico, que é erroneamente identificado como "o maior," pois minha mente adolescente não conseguia conciliar teoria da prática (colegas e amigos tratando o "amor" da forma mais banal possível), eu pensava q o amor não existia e que estavam todos se auto enganando... Hoje eu creio que existe, mas que seja algo extremamente raro. A maioria se engana. E o amor puro para mim vem antes do amor romântico/sexual.

Ok. Dito isso. Tirando minha terna idade da infância em que eu dizia que ia "casar" de forma inocente com um tio adulto meu, não me lembro de ter sentimentos românticos reais. Quando cheguei na adolescência/pré adolescência, eu já sabia que não queria me casar, isso eu sendo bem pequena, logo cresci um pouquinho e compreendi toda a extensão das relações românticas e nunca tive o menor interesse em namorar, eu me impus isso em um primeiro momento, mas não era como se eu tivesse me "reprimindo", todos meus pretendentes se mostraram apenas "fogo de palha", e até os que eu nutria algum tipo de admiração (atração intelectual), eu percebia que depois que eles se declaravam eu me sentia muito desanimada, repulsão, por aí… Então, para que namorar se podemos ser amigos?!
Quando menor também sentia muita aversão à coisas românticas, coisas ditas do "universo feminino", julgava-as tolas/bobas (novelinhas, resvistinhss, musiquinha de um idolzinho bonitinho), coisas que hoje eu tolero até que bastante bem.
Então quando eu comecei a me questionar, a me importar realmente com rótulos e sexualidade eu tinha uns 16, e eu tinha percebido que talvez eu não era hetero, mas por muito tempo eu fui a "hetero que não namorava", mesmo sabendo que não me sentia como as outras meninas se sentiam com meninos. Depois eu percebi que podia sim, sentir algum tipo de atração/admiração por meninos (geralmente artistas), mas não era muito diferente do que eu sentia por meninas (forte atração estética). Então eu decidi que seria "pansexual que não namora" haushaus. Até encontrar o termo assexual, uau, e pensar "é isso aí! Olha, tem nome para isso, tem outros que sentem o mesmo, incrível!"
Foi uma longa jornada! A primeira vez que ouvi o termo foi quando eu tinha uns 19/20 anos, por aí, mas não pesquisei a fundo, e entrei de fato no fórum em 2017, creio. E confesso que no começo eu fiquei confusa quanto aos rótulos até me encontrar, e que só recentemente compreendi o espectro Arromântico. (Sou assexual (estrita) arromântica), sempre vi o amor romântico como um sentimento ligado ao amor sexual, (algo evolutivo), mas a comunidade Assexual é enorme, e as pessoas são diferentes, alguns assexuais sentem essa primeira atração, a romântica, e namoram, (aliás, conheço até assexuais Arromânticos que têm parceiros, pois não se trata do que você pode ou não fazer, mas de como você sente.)
Pois é, eu sou do tipo que não vejo sentido em namorar, se uma amizade forte já supre todas as minhas necessidades sorrindo
Sofrimento para mim, seria ter que namorar e etc,!!!
E desde no início, era só abrir a boca que as pessoas diziam, "você ainda vai mudar, você vai se apaixonar, vou no seu casamento" e blá blá blá, isso é frustrante, coisas que a gente escuta a vida toda quando revela nossa sexualidade, isso quando não falam coisas piores kkkkk te olham com pena, dizem que você precisa de ajuda médica, que é doença, que talvez você seja gay, daí para baixo…
Acontece que hoje eu tenho (aí deus), quase 30 ;-; (vou chorar), e nada disso mudou. Já tive medo de mudar, mas hoje entendo que nunca dizer nunca é o melhor caminho, entende? Não posso prever o amanhã, e se o amanhã for diferente, talvez seja uma escolha minha, (pois não creio que meus sentimentos {assexuais} de uma vida inteira mudarão agora, mas veja, ainda sou jovem). Mas é isso, não procure, mas…

Então, meu conselho final é: rótulos existem para a gente explicar melhor as coisas, não são perfeitos e ficam melhores em sopas, mas são muito úteis. Creio que a sexualidade humana é fluida, e pode sofrer alterações com o tempo. Então, é como você bem disse "conheça a ti mesmo", estude, veja em qual rótulo se encaixa, use-os caso você se sinta confortável. Mas lembre-se de que rótulos não são tatuagens, então, não serve mais, apenas descarte-o.
Mas como percebi pelo seu texto, você é alguém reflexivo e inteligente, que procura entender e compreender as coisas em seu íntimo.
Sua crise existencial é realmente entre desejo de sentir X o que realmente sente? Ou esse "desejo de sentir" é apenas uma pressão externa, expectativas sociais? Se te causa sofrimento, e você gostaria de se apaixonar isso provavelmente vai acontecer com o tempo, caso contrário você é assexual arromantico, lide com isso, se te deixa ansioso, faça uma terapia/acompanhamento psicológico. Mas de forma alguma isso significa que você não sente amor, na verdade, ouso dizer que, nós assexuais, somos os que mais compreendemos o amor, nos questionamos sobre ele desde tenra idade, podemos sentir todas as diferentes (e existem muitas), forma de amor, um amor puro e verdadeiro. Só não podemos nos apaixonar romanticamente e sentir atração sexual (a maior parte da comunidade o faz, então estou falando da minoria da minoria), mas quantas formas de amor existem? Amor platónico, amizades fortes (a base de qualquer relacionamento duradouro) sentimos (ou não, confesso que alguns arromânticos têm dificuldades de criar vínculos, mas daí varia muito, é uma questão de personalidade).
Eu sempre senti muito profundamente quando minhas amizades chegavam ao fim, pelos mais variados motivos, para mim isso não é diferente de um namoro.

Dessa forma eu sempre soube que era assexual, mesmo que eu não tivesse um rótulo para isso desde sempre.

Acho que o amor romântico é superestimado e vou deixar uma frase aqui que eu amo muito, haushaus:

“Romantic love is a trap to expand the capitalist system” by Welcome to the NHK episode 9.

E também:

"Some people play have ball and others are content watching from the stands both parties are equally invested in the out come. The same can be said for relationships" by Bloom Into You.


É isso. Desculpa, sempre me empolgo e acabo fazendo textão. ;-;

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Sam
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MensagemAssunto: Re: Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga.   Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga. Empty28/7/2022, 10:35

Seja bem-vindo! fatia de bolo


"Se você ficar sozinho, pega a solidão e dança" (Três Dias, Marcelo Camelo)


https://www.assexualidade.com.br/
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MensagemAssunto: Re: Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga.   Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga. Empty28/7/2022, 11:51

Yuki_14 escreveu:
Olá, bem vindo ^-^
A resposta está dentro de você. E só você pode respondê-la, ao seu tempo, tirando um tempo para o autoconhecimento. É o melhor conselho que eu posso dar. (Pelo que eu vejo, você já chegou a uma conclusão.)
Acho que esse sentimento (de tentar se encaixar no espectro allo/romântico) é normal, uma vez que estamos rodeados de toda uma sociedade fundamentalmente e intricicamente amatonormativa.
Hmm, o que posso dizer... Inevitável não pensar em minhas próprias experiências... Aliás, recordo de  já ter lido aqui no fórum relatos assim, semelhantes ao seu, em que a pessoa acreditava fortemente estar apaixonada e gostava da pessoa e quando o namoro começou ela se desiludiu completamente, como se o amor tivesse se esfumado, e por tal não conseguiu levar o namoro adiante. (Existem até rótulos para isso no espectro AroAce Lithosexual/lithoromantic ou  Frayromantic/fraysexual).

Eu nunca tive uma crise assim, eu tive crises em minha adolescência em que questionei o significado do amor, do amor romântico, que é erroneamente identificado como "o maior," pois minha mente adolescente não conseguia conciliar teoria da prática (colegas e amigos tratando o "amor" da forma mais banal possível), eu pensava q o amor não existia e que estavam todos se auto enganando... Hoje eu creio que existe, mas que seja algo extremamente raro. A maioria se engana. E o amor puro para mim vem antes do amor romântico/sexual.

Ok. Dito isso. Tirando minha terna idade da infância em que eu dizia que ia "casar" de forma inocente com um tio adulto meu, não me lembro de ter sentimentos românticos reais. Quando cheguei na adolescência/pré adolescência, eu já sabia que não queria me casar, isso eu sendo bem pequena, logo cresci um pouquinho e compreendi toda a extensão das relações românticas e nunca tive o menor interesse em namorar, eu me impus isso em um primeiro momento, mas não era como se eu tivesse me "reprimindo", todos meus pretendentes se mostraram apenas "fogo de palha", e até os que eu nutria algum tipo de admiração (atração intelectual), eu percebia que depois que eles se declaravam eu me sentia muito desanimada, repulsão, por aí… Então, para que namorar se podemos ser amigos?!
Quando menor também sentia muita aversão à coisas românticas, coisas ditas do "universo feminino", julgava-as tolas/bobas (novelinhas, resvistinhss, musiquinha de um idolzinho bonitinho), coisas que hoje eu tolero até que bastante bem.
Então quando eu comecei a me questionar, a me importar realmente com rótulos e sexualidade eu tinha uns 16, e eu tinha percebido que talvez eu não era hetero, mas por muito tempo eu fui a "hetero que não namorava", mesmo sabendo que não me sentia como as outras meninas se sentiam com meninos. Depois eu percebi que podia sim, sentir algum tipo de atração/admiração por meninos (geralmente artistas), mas não era muito diferente do que eu sentia por meninas (forte atração estética). Então eu decidi que seria "pansexual que não namora" haushaus. Até encontrar o termo assexual, uau, e pensar "é isso aí! Olha, tem nome para isso, tem outros que sentem o mesmo, incrível!"
Foi uma longa jornada! A primeira vez que ouvi o termo foi quando eu tinha uns 19/20 anos, por aí, mas não pesquisei a fundo, e entrei de fato no fórum em 2017, creio. E confesso que no começo eu fiquei confusa quanto aos rótulos até me encontrar, e que só recentemente compreendi o espectro Arromântico. (Sou assexual (estrita) arromântica), sempre vi o amor romântico como um sentimento ligado ao amor sexual, (algo evolutivo), mas a comunidade Assexual é enorme, e as pessoas são diferentes, alguns assexuais sentem essa primeira atração, a romântica, e namoram, (aliás, conheço até assexuais Arromânticos que têm parceiros, pois não se trata do que você pode ou não fazer, mas de como você sente.)
Pois é, eu sou do tipo que não vejo sentido em namorar, se uma amizade forte já supre todas as minhas necessidades sorrindo
Sofrimento para mim, seria ter que namorar e etc,!!!
E desde no início, era só abrir a boca que as pessoas diziam, "você ainda vai mudar, você vai se apaixonar, vou no seu casamento" e blá blá blá, isso é frustrante, coisas que a gente escuta a vida toda quando revela nossa sexualidade, isso quando não falam coisas piores kkkkk te olham com pena, dizem que você precisa de ajuda médica, que é doença, que talvez você seja gay, daí para baixo…
Acontece que hoje eu tenho (aí deus), quase 30 ;-; (vou chorar), e nada disso mudou. Já tive medo de mudar, mas hoje entendo que nunca dizer nunca é o melhor caminho, entende? Não posso prever o amanhã, e se o amanhã for diferente, talvez seja uma escolha minha, (pois não creio que meus sentimentos {assexuais} de uma vida inteira mudarão agora, mas veja, ainda sou jovem). Mas é isso, não procure, mas…

Então, meu conselho final é: rótulos existem para a gente explicar melhor as coisas, não são perfeitos e ficam melhores em sopas, mas são muito úteis. Creio que a sexualidade humana é fluida, e pode sofrer alterações com o tempo. Então, é como você bem disse "conheça a ti mesmo", estude, veja em qual rótulo se encaixa, use-os caso você se sinta confortável. Mas lembre-se de que rótulos não são tatuagens, então, não serve mais, apenas descarte-o.
Mas como percebi pelo seu texto, você é alguém reflexivo e inteligente, que procura entender e compreender as coisas em seu íntimo.
Sua crise existencial é realmente entre desejo de sentir X o que realmente sente? Ou esse "desejo de sentir" é apenas uma pressão externa, expectativas sociais? Se te causa sofrimento, e você gostaria de se apaixonar isso provavelmente vai acontecer com o tempo, caso contrário você é assexual arromantico, lide com isso, se te deixa ansioso, faça uma terapia/acompanhamento psicológico. Mas de forma alguma isso significa que você não sente amor, na verdade, ouso dizer que, nós assexuais, somos os que mais compreendemos o amor, nos questionamos sobre ele desde tenra idade, podemos sentir todas as diferentes (e existem muitas), forma de amor, um amor puro e verdadeiro. Só não podemos nos apaixonar romanticamente e sentir atração sexual (a maior parte da comunidade o faz, então estou falando da minoria da minoria), mas quantas formas de amor existem? Amor platónico, amizades fortes (a base de qualquer relacionamento duradouro) sentimos (ou não, confesso que alguns arromânticos têm dificuldades de criar vínculos, mas daí varia muito, é uma questão de personalidade).
Eu sempre senti muito profundamente quando minhas amizades chegavam ao fim, pelos mais variados motivos, para mim isso não é diferente de um namoro.

Dessa forma eu sempre soube que era assexual, mesmo que eu não tivesse um rótulo para isso desde sempre.

Acho que o amor romântico é superestimado e vou deixar uma frase aqui que eu amo muito, haushaus:

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E também:

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É isso. Desculpa, sempre me empolgo e acabo fazendo textão. ;-;


Nem precisa pedir desculpas. Eu li tudo e amei o seu texto, me trouxe uma imensa paz. Eu quem fiquei mais empolgado pelo seu texto. Fico feliz por sua contribuição para mim hoje. Eu, quando pequeno, me questionava sobre o amor romântico igual a você e nunca fui de gostar de histórias românticas na televisão: filmes, novelas, séries: nem de livros românticos.
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MensagemAssunto: Re: Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga.   Não sei se despertei da crise existencial. Por enquanto, é como a paciência, minha amiga. Empty31/7/2022, 04:46

Ahh, sorrindo É um prazer imenso poder ajudar!
Eu amo ler depoimentos, é maravilhoso ler depoimentos de pessoas que se sentem exatamente como você. É como ler sobre mim mesma! É tão… confortável! sorrindo (Descobri muito sobre mim desse jeito ano passado navegando no fórum da AVEN).

Outra dica é não se deixar influenciar pelos outros. É muito comum o ser humano absorver coisas ao redor e achar que tem que fazer pq todo mundo faz, Porém somos mais complexos do que um cardume de peixes nadando todos para a mesma direção. E então depois de tentar o que "todo mundo faz" e consequentemente se machucarem, as pessoas percebem que aquilo, na verdade, não era para elas. Por isso é bom se conhecer e evitar/anteceder tais ciladas da sociedade!

Lembre-se: pouca idade não significa muito. Ninguém pode te dizer como você se sente, pelo contrário, Você é o único que pode dizer como Você se sente. É bem óbvio mas as pessoas adoram medir as outras pela régua que medem a sí mesmo e assim ditar o que se passa na cabeça do outro (quando na verdade elas estão apenas falando de si mesmo). Nossos sentimentos não são menos reais ou valem menos apenas pq somos jovens. Não, não.

Relendo tudo que escrevi anteriormente percebi que há muita partes confusas/incompletas pontuação errada, etc triste por ter escrito rápido. Mas se consegui ajudar nem que seja 1% na me alegro!

Há muito a se dizer! E se precisar de qualquer coisa pode contar comigo!

coração vermelho
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