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 Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014

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MensagemAssunto: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty11/5/2014, 18:43

http://oglobo.globo.com/sociedade/liberdade-para-amar-sem-precisar-fazer-sexo-12445733

RIO — “Quando penso que alguém gostaria de fazer sexo comigo, tenho vontade de me afastar. Satisfaço minha libido sozinha, e não me agrada que outros se envolvam nisso. Sinto como se só atrapalhassem. Para mim, o prazer não funciona se envolver outras pessoas”. Assim, L.Cukier — pseudônimo de uma operadora de caixa de 25 anos — descreve sua relação com o sexo. Ela faz parte de um grupo crescente de pessoas que se dizem assexuais e, como a grande maioria, prefere se esconder para evitar o preconceito.
Basicamente, os assexuais se definem pela falta de atração sexual por outros. São pessoas em tudo como as outras, exceto pela falta de interesse nesse tipo de relação. No entanto, ainda há quem acredite se tratar de um transtorno. Isso coloca esse grupo no início de uma jornada enfrentada pelos homossexuais desde o século XIX, mas com uma vantagem: o “DSM”, bíblia do diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria, explicita que não há patologia nesse caso, desde que não haja sofrimento.

— O único sofrimento é ter que viver em uma sociedade que espera, que exige que eles tenham um parceiro sexual — explica Elisabete Oliveira, especialista em estudos da sexualidade, gênero e diversidade sexual que finaliza uma tese de doutorado sobre o tema na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). — A principal conclusão da minha pesquisa é que eles sofrem homofobia, mesmo não sendo homossexuais.
Foi o que aconteceu com a estudante Camila Hordones, de 20 anos. Mais ou menos aos 12 anos, quando meninas e meninos começaram a expressar sua sexualidade, ela sentiu que tinha algo de diferente. Não se enquadrava, não sentia desejo nem atração estética — os assexuais diferem a atração sexual da estética — e, por isso, começou a sofrer bullying.
— Eles diziam que eu era lésbica. O processo até eu descobrir o que era foi longo. Só quando a minha mãe me contou que tinha um personagem na “Malhação” (novela da TV Globo) foi que eu descobri que não era única, que tinha outras pessoas como eu — conta Camila, que ganhou fama na internet depois de postar vídeos se assumindo e questionando a forma como a sociedade lida com o tema.
Descoberta dolorosa
O sentido de pertencimento dessa comunidade veio somente em 2001, e graças à internet. O termo foi criado junto com a AVEN (Assexual Visibility and Education Network), hoje a maior comunidade assexual do mundo, com 70 mil membros.
Para Cláudia Mayumi Kawabata, orçamentista gráfica de 34 anos, a descoberta foi bem mais dolorosa. Ela se casou, teve uma filha, foi acusada pelo marido de traição — como não sentia atração por ele, a explicação lógica era a relação com outro homem — e, depois, foi diagnosticada com depressão.
— Na época não existia o termo assexualidade. Procurei ajuda, e me diagnosticaram com depressão pós-parto, bipolaridade e outros distúrbios — lembra Cláudia. — Mas eu sabia que era diferente desde os 14 anos. Eu me apaixono normalmente, mas não sinto atração sexual nem estética. Depois que descobri que era assexual, mudei muito. Eu era tímida e muito insegura, hoje consigo interagir com as pessoas. Me considero feliz.
Desde 2013, Cláudia é moderadora da comunidade A2, que reúne 880 assexuais no Brasil. Ela realizada encontros em São Paulo, onde vive, com um grupo de 35 pessoas. Destas, apenas duas se assumiram para familiares e amigos. O medo de se expor, segundo Elisabete, é motivado pelo preconceito e a dificuldade em explicar para as pessoas o que significa ser assexual.
Para a psiquiatra e colunista do GLOBO Carmita Abdo, o estranhamento e a repulsa são a manifestação de um inconsciente coletivo.
— A partir do momento em que o seu comportamento não está compatível com a perpetuação da espécie, para a maioria das pessoas fica difícil aceitar de uma forma tranquila. A lógica é a mesma do preconceito contra o homossexual. — analisa Carmita. — Sexo é bom para 90% da população. Os outros 10% estão interessados em outras coisas. O que importa é a pessoa ter interesse pela vida.
Não é o que pensa o médico e psicólogo Jorge José Serapião, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ.
— É uma patologia. A conceituação do assexual é muito difícil de considerar quando temos uma visão da sexualidade que vai além da genitalidade. A pessoa pode não querer, mas negar a sexualidade como uma busca do prazer é muito pouco provável — diz Serapião. — Como médico, eu entendo alguém que se diz assexual como deprimido ou com o transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (DSH).
Medo da solidão
Assim como Carmita, a psiquiatra e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) Katia Mecler segue a recomendação da edição mais recente do “DSM”, publicada em maio de 2013. No entanto, ela acredita que faltam pesquisas para esclarecer melhor a questão.
— É preciso tomar cuidado com o preconceito. Há pouco tempo os gays eram considerados doentes. — alerta Katia. — Mas também temos que lembrar que pode se tratar de um problema, que pode ser causado por disfunções hormonais, medicamentos que baixam a libido ou até mesmo por dificuldades no relacionamento.
A tese de Elisabete ainda não está pronta, mas uma das principais percepções é que, para os assexuais românticos — definição para aqueles que estão abertos ao relacionamento amoroso — há o medo de acabar a vida sozinhos.
— Minha mãe é que as vezes me cobra pelas “namoradinhas”, mas como se sentir bem ao lado de alguém que no, final, espera sexo? — questiona o auxiliar administrativo Ariel Franz, de 23 anos, que criou no Facebook a página Assexuais Também Amam. — Não significa que eu não esteja aberto para uma relação. Se aparecer uma outra pessoa assexual, quem sabe?
Glossário
Assexual: Alguém que não sente atração sexual por outras pessoas.
Demissexual: Aquele que pode sentir atração sexual depois de um vínculo emocional.
Atração: Refere-se a uma força mental ou emocional que atrai as pessoas. Assexuais não sentem atração sexual, mas alguns sentem outros tipos de atração, como a estética (pela aparência), a romântica (desejo de estar envolvido emocionalmente com alguém) ou sensual (pelo contato físico mas não sexual, como nas trocas de carinhos).
Arromântico: Aquele que não tem interesse em relações amorosas e que dá mais importância para as amizades.
Heterorromântico: Assexual que se relaciona emocionalmente com pessoas do sexo oposto.
Homorromântico: Assexual que se relaciona emocionalmente com pessoas do mesmo sexo.
Birromântico: Assexual que se relaciona emocionalmente com ambos os sexos.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/liberdade-para-amar-sem-precisar-fazer-sexo-12445733#ixzz31RiEtOZV
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty11/5/2014, 18:57

Mais um dizendo que é "patologia"
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty11/5/2014, 19:07

Detalhe: o cara é médico, psicólogo e professor.

Ai que preguiça desses incompetentes presos a conceitos tão antiquados.

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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty11/5/2014, 19:12

Tanta gente que usa o diploma só pra fazer um desserviço pra sociedade
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty11/5/2014, 19:58

Não vejo problema em considerarem patologia. Como a reportagem mesmo explicita, os gays já foram considerados como providos de doença há não muito tempo atrás.
Só que acredito que uma patologia que não causa mal psicológico para a pessoa, mas sim envolve uma normatização social sobre a sexualidade tem algo de errado.

Mesmo assim, ainda acredito que muitos assexuais ainda sofreram transtornos ou traumas quando crianças e não se dão conta disso.
(eu mesmo tive uma relação conflituosa com sexo bem mesmo antes de meus pais terem "a conversa" comigo sobre o que seria sexo, aos meus 6-7 anos de idade. Acredito que sempre achei sexo uma coisa errada por ser algo que tem que ser feito escondido. O pudor do ato pode ter me inibido a não praticar e fugir de relações sexuais.)
Não posso confirmar isso, mas um dia ainda irei em algum sexólogo ou psicólogo bom para tirar minha dúvida.
Mas acredito que muitos que se dizem assexuais e que estão na comunidade tem algum transtorno. Não ter vontade de fazer sexo ou não ter atração tudo bem, mas repulsa a sexo, nojo, sentimento de medo, ou tratar os sexuais com inferioridade eu já considero algo não vindo de nascença mas adquirido.
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty11/5/2014, 20:01

Sim, e até hoje os gays sofrem pra porra por terem sido considerados patologia, mesmo que isso tenha acabado mais de 20 anos atrás
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty11/5/2014, 20:40

Mancada, a repórter me entrevistou e disse que iria publicar minha entrevista mas não publicou, mancada xD
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty11/5/2014, 20:55

Normal, eles sempre eliminam algumas entrevistas na composição do texto final.
Já aconteceu comigo tmbm em outras situações.
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 18:34

Felipebf escreveu:

Mas acredito que muitos que se dizem assexuais e que estão na comunidade tem algum transtorno. Não ter vontade de fazer sexo ou não ter atração tudo bem, mas repulsa a sexo, nojo, sentimento de medo, ou tratar os sexuais com inferioridade eu já considero algo não vindo de nascença mas adquirido.

Eu entendo que essas três palavras "repulsa", "nojo" e "medo" são problemáticas porque nos remetem em primeira mão a "ódio", "discriminação" e "perseguição". E eu acredito que as primeiras vão se transformar nas segundas quando essas ações saem de um âmbito pessoal para um âmbito coletivo. Ex: Não existe "medo coletivo" - existe "perseguição", porque "medo" é algo pessoal.

Pessoal e legitimo. Quero dizer, não seriam todas nossas concepções de espaço pessoal e limites baseados nessas três primeiras palavras, repulsa/nojo/medo ? Se não tivéssemos repulsa/nojo/medo de um determinado individuo, como poderíamos justificar o nosso direito de evitar contato com ele ?

E o que muitos Assexuais expressam desgosto é quando sociedade tolera pessoas que tem repulsa/nojo/medo a sexo em situações especificas mas não tolera aquelas que tem repulsa/nojo/medo em todas situações. Isso é praticamente dizer a elas que invariavelmente elas vão ser obrigadas a não ter repulso/nojo/medo em relação a sexo com pelo menos um individuo que seja, caso contrário elas vão continuar sendo intoleradas... E isso não é muito legal.  desconfiado 

Isso é minha opinião também, não quero que você ache que estou sendo rude ou grosseiro...
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 18:45

Eu acho muita grosseria essa sugestão do Felipe
Ninguém aqui tem transtorno de alguma espécie, muito menos trata os sexuais com desdém
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 18:45

Estranho, eu posso me considerar assexual mas não tenho repulsa/nojo/medo de relacionamento. Só não quero me envolver sexualmente mesmo. Eu acho que a assexualidade, se vem de nascença não pode se misturar com esses motivos adquiridos pelo contato social.
Se o assexual tem medo ou nojo de sexo, isso não me parece uma orientação sexual. Mas sim algo que a pessoa aprendeu a ter, por n motivos.

Eu vejo que muitos heterosexuais homofóbicos tem medo ou nojo de imagens de carícias homoafetivas. Acho que de nascença ninguém teria isso, isso é mais social que relacionado a orientação.
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 18:49

Felipebf escreveu:
Estranho, eu posso me considerar assexual mas não tenho repulsa/nojo/medo de relacionamento. Só não quero me envolver sexualmente mesmo. Eu acho que a assexualidade, se vem de nascença não pode se misturar com esses motivos adquiridos pelo contato social.
Se o assexual tem medo ou nojo de sexo, isso não me parece uma orientação sexual. Mas sim algo que a pessoa aprendeu a ter, por n motivos.

Eu vejo que muitos heterosexuais homofóbicos tem medo ou nojo de imagens de carícias homoafetivas. Acho que de nascença ninguém teria isso, isso é mais social que relacionado a orientação.

E como eu aprendi a ter? Por favor me explique
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 18:58

Não sei como explicar, mas ninguem nasce com nojo de nada, isso é adquirido.
Até mesmo nojo de animais peçonhentos ou lixo é fruto de experiências pessoais.
Por algum motivo vc tem nojo. Orientação sexual não define nojo por algo. A assexualidade pelo pouco que sei é definida por ausência de atração sexual.
Ninguém nasce com isso, é tudo adquirido. E mesmo que tenha sido adquirido quando criança, é bem mais plausível de acreditar que alguém nasça com nojo de sexo.

Existe uma grande diferença de não querer fazer sexo por opção e outra de ter nojo do ato.
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 19:10

"Existe uma grande diferença de não querer fazer sexo por opção e outra de ter nojo do ato"
As duas coisas são interligadas
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 19:35

Eu não tenho o mínimo de nojo em fazer sexo.
Só não quero fazer.

No meu caso, eu não sei a origem.
Além do fato de eu ter pouca ou quase nenhuma atração sexual, quando era criança tive uma repulsa do ato por achar "errado" ter que se esconder para fazer isso, e por ninguem falar abertamente.
Aos 6 anos de idade já tinha essa visão de sexo, como algo proibido e errado.
Não sei de onde tirei essa idéia, mas ficou comigo por muitos anos. Cresci e hj não penso mais em ser algo "errado" (de acordo com minha idéia de certo/errado).
Essas idéias adquiri antes de ter tido a primeira conversa sobre sexo com meus pais. Na época eu também tinha grande vergonha do fato de terem que me falar isso as escondidas e de eu não pode falar na sala de aula da escolinha, como me orientaram.

Nojo pelo pouco que sei só pode ser adquirido por experiência. Seja por ter sido criado em um ambiente em que sexo era proibitivo, ou nunca comentado. Ou por questões religiosas. Ou mesmo por algum outro motivo (ter nojo pelos diagramas de pessoas fazendo sexo em livros de educação sexual / ter nojo por experiencia traumatica de infancia envolvendo orgaos geniatais por exemplo / entre outros motivos)
Ninguém nasce com nojo, acredito que qualquer psicólogo entende dessa forma.

No meu caso, não tive interesse por sexo desde sempre. Já evitei ter que fazer sexo no carro, e evitei muitos relacionamentos por não querer fazer sexo.
Mas não ligo nojo de sexo com assexualidade não.
Pelo menos no meu caso, não há nojo. Talvez outro tipo de repulsa, mas não me sinto nauseado em pensar em sexo, nem vejo como algo que possa me fazer mal.
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 19:58

Felipe, acho que o buraco é mais embaixo. Concordo contigo em muitos pontos, mas já parou pra pensar que uma pessoa pode ter nojo de sexo e mesmo assim ser Assexual?? estamos no meio da descoberta da assexualidade, então muitas pessoas que não tem preferência por sexo são menosprezadas, e socialmente ignoradas. Desse tipo de tratamento pode-se constituir o nojo por sexo, em termos sociais!! vejam só.

Mas concordo contigo, nojo por algo não é algo que vem de nascença, é algo adquirido.
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 20:07

Sim, não vejo problema algum em a pessoa ter nojo e ser assexual.
Assim como eu me considero sexualmente assexual por ter pouco ou nenhuma atração sexual, mas acho que se agrava com essa repulsa que tenho desde criança com sexo. (seja uma patologia/trauma ou não)
O que importa é que esse pequena trauma não mudou em nada o fato de eu não sentir atração.

Também fico na dúvida até que ponto um nojo ou uma posição como a minha de criança pode influenciar e colocar a pessoa em condição assexual.
A priori, ainda acredito que orientação sexual se constitui no momento da concepção e formação do sistema nervoso.
Mas como vc mesmo disse, o buraco é mais embaixo, fatores externos podem colaborar com o estado assexual, e há até mesmo o caso do individuo não ser assexual mas por causa de traumas ter "se tornado assexual".

O que gosto de ressaltar é que eu pelo menos não vejo patologia em algo que não te atrapalha na vida. (ontem na reportagem de assexualidade do jornal da cultura uma psicóloga disse o mesmo)

Se fosse o caso de um comportamento assexual que atrapalhasse o individuo em planos de familia, filhos, ou até mesmo de aceitação no grupo social. Aí sim o próprio indivíduo iria querer reverter o estado dele.
Mas se ele for realmente assexual, acredito que não há como reverter, considerando que é uma orientação.
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 20:11

Exato, é uma orientação, é como a pessoa se entende enquanto individuo (as)sexual seja quais forem suas vivências. Importante lembrar de que também existem fatores culturais que pesam fortemente para estas questões.
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 20:19

Felipebf escreveu:
Eu acho que a assexualidade, se vem de nascença não pode se misturar com esses motivos adquiridos pelo contato social.
Se o assexual tem medo ou nojo de sexo, isso não me parece uma orientação sexual. Mas sim algo que a pessoa aprendeu a ter, por n motivos.

Eu vejo que muitos heterosexuais homofóbicos tem medo ou nojo de imagens de carícias homoafetivas. Acho que de nascença ninguém teria isso, isso é mais social que relacionado a orientação.

É discutível isso de orientação sexual vir de nascença. Ela pode muito bem ser uma mistura, algumas pessoas adquirem orientação e outras nascem com ela também. Na verdade qualquer coisa humana pode ser considerada assim, afinal quem decide com o que nasceu é o próprio individuo. Daí vem o principio básico de tolerância cultural, religiosa, sexual de tudo...

Quanto aos Heterossexuais que tem nojo de imagens de carícias homoafetivas, se eles querem banir isso publicamente eles estão errados e são homofóbicos. Isso não quer dizer que também seja homofóbico caso eles apenas não queiram ter um poster disso no quarto, saca ? Você não precisa ser homofóbico pra não gostar de imagens de carícias homoafetivas.

É um gosto pessoal. É o mesmo direito de um homem Homossexual ter nojo só de pensar em beijar uma mulher, por exemplo... Isso não quer dizer que ele vai dar uma de louco mandando por mulher em campo de concentração, mas você tem que deixar o cara com o nojo dele...

Agora você imagina esse nojo do Homossexual, mas em um Assexual Arromântico e esse nojo é generalizado com todos... Eu não entendo qual seria o problema.

Quanto a um Assexual não ter nojo, repulsa e medo... Isso também é perfeitamente possível. Aquele Homossexual do exemplo também pode não ter nojo. E um cara Heterossexual pode ter um poster de uma carícia homoafetiva no quarto. Por isso eu disse pessoas quando eu dei o exemplo...
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 20:32

Sim, Kav, é bem viável isso que você falou.


A sexualidade humana é complexa demais pra determinar ~exatamente~ a origem disso e daquilo, o mesmo vale para identidade de gênero, inclusive.

Alguns agêneros, por exemplo, podem ter disforia, outros não. Podem ter todo um período de transição, outros não.

"É relativo porque depende"

;-)
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 21:01

Para mim, eu escolhi, foi do nada, perdi a vontade quando minha ex queria sexo...
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty14/5/2014, 22:48

Se for doença, por favor não me curem!!!!! piscando
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty21/2/2015, 17:11

Desde pequena sempre tive asco do ato sexual.. Também quero que não me curem....
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MensagemAssunto: Re: Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014   Reportagem no jornal O GLOBO - 11/05/2014 Empty21/2/2015, 17:39

Reportagem na globo??? Não sabia que tinha esse tópico. E foi graças a reportagem, que eu cheguei ao fórum *------*
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