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 Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".

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Rosângela
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MensagemAssunto: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty15/5/2015, 16:16

Matéria da Revista Época com Elisabete Oliveira, doutora em educação pela Universidade de São Paulo sobre sua tese de doutorado intitulada "Minha vida de ameba".

Nesta entrevista, Elisabete explica quem são, como vivem e como se relacionam aqueles que não querem saber de sexo.

Segue o link da matéria:

http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/05/elisabete-oliveira-o-amor-sem-sexo-e-possivel.html
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MensagemAssunto: Re: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty16/5/2015, 12:30

Adorei a entrevista, mais esclarecedora impossível!

"ÉPOCA – Identificar-se como assexual tranquiliza?
Elisabete - Sem dúvida, saber que a pessoa não é única, não está sozinha. Eu ouvi sobre uma mulher que dizia que o dia mais feliz dela foi quando soube que o marido tinha uma amante, e que era bom que essa outra fazia o “serviço sujo” enquanto ela ficava com a posição social."

Eu sempre acabo fazendo o "serviço sujo", por livre e espontânea opressão :bom:
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MensagemAssunto: Re: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty17/5/2015, 10:42

Interessante a entrevista...
mas o título da tese de doutorado não me agradou.

Vi também no site supra mencionado uma outra matéria interessante:


Sexo como vício
A compulsão sexual se tornou algo como o uísque diário, a cerveja ou o baseado
Autor: Walcyr Carrasco

Tive uma amiga, jovem e bonita, que ia às baladas, conhecia um garoto, ia para o apartamento e transava. Vestia-se, voltava para a balada, encontrava outro – e levava. Saía com dois, três por noite de fim de semana. Não me refiro a um desequilíbrio mental, como no filme Ninfomaníaca, em que a personagem busca uma média de dez homens por noite. Nem a pessoas que procuram grupos de apoio, criados à semelhança dos Alcoólicos Anônimos, para tratar de sua compulsão por sexo. Todos somos educados para sermos campeões sexuais. Um menino é estimulado pelos pais, irmãos, amigos a fazer sexo com quantas mulheres puder, assim que crescer. A dar provas de virilidade. Aquele sujeito tímido, que espera por um relacionamento, tornou-se raro. É até malvisto por amigos, e também por muitas mulheres. A virilidade pública, exposta, é encarada como uma condição superior. E também entre os gays, cuja atitude com frequência é igual, só muda o objeto da conquista. Já conheci um médico, jovem, que, nos fins de semana, se dedicava a agarrar caminhoneiros num posto de gasolina nos arredores da cidade, competindo com prostitutas e travestis. Em rodas gays, é comum a exaltação das conquistas. O troféu dos troféus é incluir um pai de família no currículo.

– Ele é casado, mas sai comigo!

Não há muita diferença entre héteros que, em grupo, exibem também suas conquistas. Muitos têm namoradas, mulheres, filhos que adoram. Mas não resistem a oferecer incontáveis provas de virilidade.

– Ela é maluca por mim! Já disse que não quero compromisso, mas...

Tanto que um dos golpes frequentes, entre garotas de programa, é escolher um cliente rico. Sai com ele algumas vezes. Diz que é um homem maravilhoso, que só com ele encontra prazer. O maior erro de um homem, como dizia Balzac, é acreditar em elogios de bordel. Mas todos caem nessa teia de elogios à virilidade. A certa altura, ela diz:

– De você, não cobro mais.

E transa sem preservativos, porque o tonto acredita que conquistou, orgulho dos orgulhos, uma profissional. Sente-se o mais gostoso dos homens. Ela engravida o mais rápido possível. E passará a exigir pensão, apartamento, tudo de bom. Isso quando não acabar com o casamento do super-herói ou até botar uma aliança no dedo. Amor? Nunca houve, de nenhuma das partes. Ele foi traído por sua própria concepção de masculinidade. Homem que é homem, pensa a maioria, dá conta de qualquer mulher. Até conta para os amigos, com deboche.

– Fiquei com aquela tranqueira.

Os outros riem. Mas como? Encontrou no lixo?

Hoje em dia, as mulheres assumem comportamentos semelhantes. Em baladas adolescentes, há meninas que ficam com um, dois... já ouvi de uma garota que ficou com cinco. Não chegam ao sexo, necessariamente. Mas são beijos, amassos. Cinco? Que perspectiva de sentimento, de amor, há para uma garota que passa de mão em mão para sentir-se sedutora? A mulher ainda é educada para seduzir e dar provas de seu charme, beleza, atração. É uma reafirmação de seu poder feminino. Diferentes das que, no passado, eram criadas para casar, as de hoje aprendem a exercitar a sedução brincando com suas Barbies, descobrindo a maquiagem muito cedo, botando até silicone nos seios na adolescência. A conversa entre mulheres dentro de um toalete feminino não é muito diferente de um bando de machos tomando cerveja. O sentimento de caça é o mesmo, a sensação de vitória é igual.

A luxúria, de pecado capital, tornou-se uma vantagem. Aqueles que  têm uma vida “certinha” não são tão valorizados como quem sai à caça. O sexo tornou-se um vício – não para ser tratado como nos casos mais agudos. Mas algo como o uísque diário, a cerveja, o baseado para usuários. É algo que se deve procurar, ter, sem que seja estabelecida uma relação com o amor. Há muita técnica, mas também frieza, porque não há sentimentos em jogo, só a necessidade contínua de ter mais alguém e mais alguém. Depois a pessoa perde a graça, como o menino se cansa do brinquedo novo. Às vezes acontece algo de bom. A pessoa se apaixona e se surpreende. Um amigo meu, com mais de 30 anos, nunca tivera uma relação estável. Recentemente conheceu uma garota e, para sua própria surpresa, apaixonou-se. E me revelou a grande descoberta.

– Eu pensava que sabia tudo sobre sexo. Mas com amor é muito melhor.

Aquilo que deveria ser simples tornou-se uma novidade. É preciso estar muito bem consigo mesmo para, simplesmente, amar.


Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-carrasco/noticia/2014/07/sexo-bcomo-viciob.html
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MensagemAssunto: Re: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty17/5/2015, 11:53

Nunca havia pensado por esse ângulo. A banalização do sexo realmente é assustadora!
Tenho amigos com esse mesmo perfil, traem suas parceiras por simples demonstração de virilidade, isso é muito estúpido ... Talvez por eu não ter esse vício em sexo que eu vejo presente na maioria, não consiga compreender de forma mais profunda o problema.
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MensagemAssunto: Re: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty17/5/2015, 13:50




Pq falar em banalização do sexo se antes ele era reprimido? acho um erro desonesto não levar em conta nossa "linha histórica" e como sexo é usado para dominar generos e outras culturas....
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MensagemAssunto: Re: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty17/5/2015, 16:42

Jojolícia escreveu:



Pq falar em banalização do sexo se antes ele era reprimido? acho um erro desonesto não levar em conta nossa "linha histórica" e como sexo é usado para dominar generos e outras culturas....

De fato, e ainda hoje é visível essa repressão, talvez não tenha me expressado bem. O fato que mais me deixa inquieto é que essa  "banalização" é gerada por uma pressão social em alguns casos que eu observo, alguns agem dessa forma só para se enquadrar. Lógico que isso não é nada perto da repressão puritana que reina por tanto tempo, Isso pode até ser uma resposta a essa longa prisão que o  mundo sofre. Você está certíssima, não se pode ignorar toda nossa "linha histórica". Não acho que tal repressão deva se fortalecer, pelo contrário, só seria bacana (e utópico) se as pessoas andassem mais com as próprias pernas.
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MensagemAssunto: Re: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty17/5/2015, 17:17

Então, acho que na verdade está havendo uma grande transição em nossa sociedade e nós estamos no meio dela. São varias coisas a serem avaliadas, em termos de contexto histórico e social ao longo do tempo.

As pessoas estão se redescobrindo depois de tanta repressão cristã e capitalista e acho isso um direito nato para cada pessoa que quer achar sua verdade assim como eu achei a minha e estou perto "do meu fim" que é só o ponta pé inicial para o meu próximo ciclo em minha vida. Estamos aprendendo a sermos livres de novo, e o sistema faz de tudo para nos deixar preso, daí é legal sabermos discernirmos "o joio do trigo" e não misturar as coisas que acontecem a nossa volta com qualquer moralismo barato que nos é ensinado desde tenra idade. é importantíssimo para nós mesmo apreciarmos todos os lados de uma mesma moeda e o que me incomoda nesse texto do Walcyr Carrasco é que ele fala muito mais criticando uma mulher do que um homem e como se o amor fosse algo obrigatório para ser bom.

Se queremos ser livres, então devemos deixar os outros serem livres. Ninguém deveria ser obrigado a fazer sexo por qualquer motivo, muito menos amar. Amor se justifica sem sexo por si só assim como sexo se justifica por si só sem amor. Não é pq não tem amor que não vai ser bom, pelo contrário: às vezes pode ser bom justamente por não envolver nada além de puro interesse físico e casual.

E mesmo assim, isso não está acima de ninguém.
Isso é ser livre.
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MensagemAssunto: Re: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty13/6/2015, 14:22

Elisabete Oliveira desenvolve um trabalho muito belo, eu mesmo participei da sua amostra inicial de estudos. Não vejo o título da tese como algo pejorativo ou discriminador, trata-se de uma apreensão social da qual nenhum assexual está livre, e trazer isso como título de um trabalho que reinveste a assexualidade como categoria sexual legitima, instiga a massa popular a buscar conhecer e apropriar-se do conceito.

Talvez, partir dessa "primeira impressão" seja o caminho para construirmos uma identidade própria. O dialogo é o único meio pelo qual podemos escrever nossa realidade e futuro.
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MensagemAssunto: Re: Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível".   Elisabete Oliveira: "O Amor sem Sexo é Possível". Empty14/6/2015, 23:32

Atom escreveu:
Elisabete Oliveira desenvolve um trabalho muito belo, eu mesmo participei da sua amostra inicial de estudos. Não vejo o título da tese como algo pejorativo ou discriminador, trata-se de uma apreensão social da qual nenhum assexual está livre, e trazer isso como título de um trabalho que reinveste a assexualidade como categoria sexual legitima, instiga a massa popular a buscar conhecer e apropriar-se do conceito.

Talvez, partir dessa "primeira impressão" seja o caminho para construirmos uma identidade própria. O dialogo é o único meio pelo qual podemos escrever nossa realidade e futuro.

Sei que ela desenvolve um trabalho interessante, em momento algum neguei isso.
Entretanto, na minha opinião (e respeito a sua, embora dela discorde), "O amor sem sexo é possível" (frase usada na reportagem) é muito melhor do que "Minha vida de ameba". Ou então, por que não "Viver sem sexo é possível"?

Sabemos que os(as) ignorantes discriminam os(as) assexuais, mas considerando-se que ela é uma pesquisadora, conhecedora do tema Assexualidade, poderia ter escolhido um título melhor pra sua tese de doutorado.
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