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 Assexualidade pode ser "subjetiva"?

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MensagemAssunto: Assexualidade pode ser "subjetiva"?   Assexualidade pode ser "subjetiva"? Empty22/6/2015, 13:53

Quando tentam entender a assexualidade, as pessoas buscam intuitivamente correlacionar características, sentimentos, comportamentos, etc. Nós, contudo, passamos a defender que você será assexual tanto quanto se sinta dessa forma. Implicitamente estamos dizendo que a assexualidade é um identidade meramente subjetiva, cuja validade depende apenas de uma sincera identificação.

Quando comecei a discutir sobre assexualidade percebi que as pessoas tinham um problema com o termo "normal". Normal significava qualquer coisa, inclusive coisas antagônicas. Identidade/identificar também acabou adquirindo uma panaceia de significados.

A ideia original do termo (assexualidade) foi designar a pessoa que não apresentava envolvimento sexual espontâneo com alguém. Atração sexual tinha um significado pragmático. Ser heterossexual era, então, de fato se envolver no coito exclusivamente com alguém do sexo oposto. Assim foi feita a Escala Kinsey, e assim ele interpretou a assexualidade como a falta de envolvimento sexual voluntário com outra pessoa. Sendo ainda mais claro, nesse momento, ser assexual significava apenas não ter se envolvido sexualmente com alguém. Não há uma dimensão subjetiva aqui. Qualquer observador externo poderia saber se alguém é assexual ou não.

As teorias da época acreditavam que a sexualidade humana era análoga à sexualidade dos demais animais, no sentido que essa é nada mais que um dispositivo instintivo da sua natureza. Dado que não poderíamos acessar a dimensão subjetiva de um animal, apenas poderíamos analisar seu comportamento objetivo, um animal serai homossexual se de fato realizasse o coito com alguém do mesmo sexo.

Futuramente, o conceito de atração sexual se tornou um pouco mais complexo, incorporando a dimensão subjetiva. Passamos a considerar o que os indivíduos humanos de fato sentiam, além do que faziam objetivamente. O "sentimento", quer o chamemos já de atração sexual, ainda nada mais é que a disposição instintiva/espontânea ao coito, assim como a fome. Isso é, algo que sensivelmente foge a deliberação arbitrária do indivíduo.

Através disso, alguns conseguiram pensar em indivíduos "auto-eróticos", aqueles cujos quais desenvolviam mecanismos de auto-satisfação sexual. Isso poderia já ser deduzido por Kinsey, já que ele também pesquisou sobre hábito de se masturbar. Em tese você poderia ter 2 tipos de assexuais, aqueles que são auto-eróticos e os hipoeróticos, sendo estes últimos aqueles cujo "dispositivo sexual" não existe.

Para completar, coube perceber que sexo e amor eram coisas distintas. Isso é, indivíduos assexuais podem se apaixonar por outras pessoas, e desenvolver uma afetividade bastante íntima, sem que isso envolve atração sexual por aquela pessoa. Ainda mais, algumas pessoas poderiam nem mesmo apresentar atração "romântica".

Note que essas são concepções abstratas. Os próprios termos são razoavelmente vagos e deixam escapar muito da realidade. Sendo assim, na minha opinião, identificar-se com a assexualidade, seria tão somente se perceber muito próximo do que foi descrito até aqui, e isso só é possível através de uma análise subjetiva - que não é exatamente simples ou fácil, mas é, ao menos, operacional.

Contudo, no decorrer do tempo a comunidade foi criando outros termos, tentando expandir o conceito de assexualidade e compreendê-lo dentro de uma teoria geral da sexualidade humana. É importante notar que nesse ambiente criativo, há diferentes níveis de profundidade e coerência. Seria possível encontrar desde de estudiosos acadêmicos (sociólogos, antropólogos, psicológicos, neucientistas, filósofos, etc) até indivíduos comuns que criavam explicações baseadas na sua experiência pessoal, que nem sempre tinha um compromisso lógico/estrutural/racional com outras teorias e termos.

Muitas identidades eram caracterizadas não por uma teoria sólida, mas apenas pelo processo próprio de se identificar (se ver alí/se sentir assim). Uma radicalização desse processo pode ser visto nas comunidades Otherkin, onde indivíduos se identificam com outras identidades míticas, transcendentais, alienígenas, etc. por simplesmente "se sentir assim".

Na grande maioria dos casos, essas identidades/termos menos sólidos acabavam caindo no esquecimento. Mas alguns termos se tornaram populares, irei mencionar 2 particularmente interessantes dentro desse contexto de identificação "subjetiva":

O primeiro foi o "gray-a". Sua origem se dá pela própria concepção de atração sexual como escala de grandeza. Tento nos polos a assexualidade e a sexualidade, há entre elas uma área cinza, onde, na prática, se localizam TODOS indivíduos. Contudo, algumas pessoas entenderam essa teoria de uma forma mais literal, criando uma outra identidade, além da assexualidade e sexualidade, surgiu o "gray-a", como esse indivíduo intermediário. Contudo, como fica claro pela própria teoria, TODOS somos gray-a. Identificar-se como tal é uma mera redundância.

O segundo termo foi "demisexual". Sua origem se dá por uma concepção de uma sexualidade circunstancial. Nesse caso, para além da escala de grandeza, há disposições que só podem ser "ativadas" por um determinado contexto. Nesse caso, pelo envolvimento afetivo com outra pessoa. Dada essa teoria, teríamos que supor que sua antítese seriam indivíduos que não precisam de mecanismos de "ativação" da sua sexualidade. Existem tais pessoas? Certamente não. Exceto pelos assexuais hipoeróticos, todos possuem "gatilhos" pelos quais a atração sexual é despertada. Teríamos que nomear cada um desses gatilhos?

Para além disso tudo, acredito que toda essa confusão em torno de termos e conceitos deriva do fato que muitos assexuais vivem no conflito existencial da causa-efeito. São assexuais por nunca terem feito sexo, ou nunca fizeram sexo por serem assexuais? Na realidade, é impossível saber. Que certeza tenho de coisas que jamais experimentei?

Essa, na minha opinião, deveria ser a dúvida fundamental. Acredito que não há "teoria" melhor que a experiência.
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MensagemAssunto: Re: Assexualidade pode ser "subjetiva"?   Assexualidade pode ser "subjetiva"? Empty22/6/2015, 14:28

oi, eu recomendo a todos a lerem o texto identidade e diferenças do Tomaz Tadeu da Silva, no meu curso universitário eu li ele a uns tempos atrás e várias partes podem ser relacionadas com esses temas, um deles é que as vezes uma identidade é considerada tão normal que ela nem é vista como identidade e sim como "a identidade", ou seja todas que se enquadrem fora dela são consideradas anormais, se pegarmos o caso dos heterossexuais, quem não for heterossexual já é considerado anormal e esses heterossexuais não receberiam tanta pressão social como os outros grupos.
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MensagemAssunto: Re: Assexualidade pode ser "subjetiva"?   Assexualidade pode ser "subjetiva"? Empty22/6/2015, 16:07

BOSS escreveu:

Para além disso tudo, acredito que toda essa confusão em torno de termos e conceitos deriva do fato que muitos assexuais vivem no conflito existencial da causa-efeito. São assexuais por nunca terem feito sexo, ou nunca fizeram sexo por serem assexuais? Na realidade, é impossível saber. Que certeza tenho de coisas que jamais experimentei?

Essa, na minha opinião, deveria ser a dúvida fundamental. Acredito que não há "teoria" melhor que a experiência.

É quase a mesma coisa de dizer que um heterossexual não pode afirmar que é hétero se não tiver uma experiência homossexual antes. Sei que há pessoas que tem pensamentos e sentimentos confusos, mas algumas delas juntam as peças deste quebra cabeça com paciência e conhecendo a si mesmas sem precisar ter nenhum tipo de experiência. Às vezes com a pressa de se "encontrar" a pessoa acaba ficando mais perdida.


Última edição por Lyre em 22/6/2015, 19:09, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Assexualidade pode ser "subjetiva"?   Assexualidade pode ser "subjetiva"? Empty22/6/2015, 17:11

BOSS escreveu:

Na grande maioria dos casos, essas identidades/termos menos sólidos acabavam caindo no esquecimento. Mas alguns termos se tornaram populares, irei mencionar 2 particularmente interessantes dentro desse contexto de identificação "subjetiva":

O primeiro foi o "gray-a". Sua origem se dá pela própria concepção de atração sexual como escala de grandeza. Tento nos polos a assexualidade e a sexualidade, há entre elas uma área cinza, onde, na prática, se localizam TODOS indivíduos. Contudo, algumas pessoas entenderam essa teoria de uma forma mais literal, criando uma outra identidade, além da assexualidade e sexualidade, surgiu o "gray-a", como esse indivíduo intermediário. Contudo, como fica claro pela própria teoria, TODOS somos gray-a. Identificar-se como tal é uma mera redundância.

Sim, dentro da escala gray (Escala cinza), estão todos os indivíduos, acredito que seja interessante a representação do impulso sexual através de uma escala de cores, pois deixa mais nítido a intensidade, que muitas vezes chega a ser complexo de se entender, no caso dos Gray-assexuais, utiliza-se para representar intensidade do impulso sexual (apenas o sexual), eu criei essa imagem baseado em porcentagem referente a formação das cores (onde a combinação que gera o branco é 225 de vermelho, verde e azul, já o preto é 0 das respectivas cores)

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Olhe bem a escala, no que eu coloco 0%, 50% e 100%, nesse caso gray-a não é redundante, pois está nitido que não é nem branco, nem preto, mas acho que a questão é:
Em qual ponto a pessoa se sente diferente do resto?
Em qual ponto gera a necessidade (assim como a fome) de extravasar o impulso através do ato sexual?
Até qual ponto a pessoa se satisfaz apenas com a masturbação?

Veja, essas são as questões chaves para entender, eu diria pela intensidade das cores que de 0% a 15% seriam os assexuais que não sentem a necessidade e podem se satisfazer apenas com a masturbação.
Eu poderia dizer que a partir dos 20% gera a necessidade e que os gray-assexuais se enquadrariam de 20% a 35%, pois depois a cor está mais clara e as pessoas sempre mentem referente a isso (exemplo são homens normais [vamos dizer que na escala são 70%], dizem que são loucos por sexo e que fazem/fariam o tempo td [ou seja, 100% eu diria se um ninfomaniaco{a}]) acredito que ainda que exagerando um pouco, um gray-a possa sim se sentir diferente, onde não sentir é estranho e sentir bastante é estranho também (tendo como base gray-assexuais que sente vontade por volta de 1x a cada 3~4 meses ou mais)

Mas, tudo isso são afirmações com base nas cores, que por sua vez são apenas representações de níveis de intensidade.
O que não torna redundante dizer ser gray-a, todos estamos na escala (na escala há preto, cinza e branco), mas não que todos estejamos na área cinza (mas podemos dizer que a maioria)

Conclusão de minha opinião referente a intensidade:
Assexuais -> 0% - 15%
Gray-assexuais -> 20% - 35%
Sexuais -> 40% - 100%

(levando em consideração que pelo fato das pessoas sempre dizerem que setem mais do que sentem, acredito que apenas alguém em 40% não estranharia tanto assim, podendo ser considerado normal)

OBS: a escala pode ser usada para expressar qualquer tipo de impulso, já que representa intensidade;
Seja sexual, romântico, estético, sensual e até platônico (pois um é independente do outro)

BOSS escreveu:

O segundo termo foi "demisexual". Sua origem se dá por uma concepção de uma sexualidade circunstancial. Nesse caso, para além da escala de grandeza, há disposições que só podem ser "ativadas" por um determinado contexto. Nesse caso, pelo envolvimento afetivo com outra pessoa. Dada essa teoria, teríamos que supor que sua antítese seriam indivíduos que não precisam de mecanismos de "ativação" da sua sexualidade. Existem tais pessoas? Certamente não. Exceto pelos assexuais hipoeróticos, todos possuem "gatilhos" pelos quais a atração sexual é despertada. Teríamos que nomear cada um desses gatilhos?

realmente, demissexual é a nomeação de um gatilho, mas veja, pela forma como a maioria dos demissexuais são, enquanto o gatilho não é acionado, eles se sentem como um assexual, mas o nome demissexual realmente só diz respeito ao gatilho e não intensidade.

BOSS escreveu:

Para além disso tudo, acredito que toda essa confusão em torno de termos e conceitos deriva do fato que muitos assexuais vivem no conflito existencial da causa-efeito. São assexuais por nunca terem feito sexo, ou nunca fizeram sexo por serem assexuais? Na realidade, é impossível saber. Que certeza tenho de coisas que jamais experimentei?

Essa, na minha opinião, deveria ser a dúvida fundamental. Acredito que não há "teoria" melhor que a experiência.

Eu não diria que a experiência é a unica forma, como disse a Lyrel, nem todos os heteros tiveram que ter relações homo para se definirem como hetero (alguns até tem, mas n todos), as vezes eu também tenho curiosidade de saber como será que é, como será que eu me sentiria, mas, falta uma razão, um motivo, algo que me impulsione a fazer isso, é como.... não sei explicar, mas apenas a duvida não me gera vontade o bastante, pois, sei que se eu fizesse isso agora, eu não teria prazer nisso (quem sabe talvez esteticamente ou até sensualmente), mas não sou tão mente fechada assim, se um dia eu vier a conseguir uma motivação forte o bastante, capaz de me levar a isso, por que não? (claro com proteção)
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MensagemAssunto: Re: Assexualidade pode ser "subjetiva"?   Assexualidade pode ser "subjetiva"? Empty22/6/2015, 17:39

BOSS escreveu:
Acredito que toda essa confusão em torno de termos e conceitos deriva do fato que muitos assexuais vivem no conflito existencial da causa-efeito. São assexuais por nunca terem feito sexo, ou nunca fizeram sexo por serem assexuais? Na realidade, é impossível saber. Que certeza tenho de coisas que jamais experimentei?

Boss,
Posso te falar de minha própria experiência. Eu tenho 43 anos e já fiz sexo inúmeras vezes. Tanto com homens, quanto com mulheres. Minha busca para me "encaixar" num modelo de sexualidade sempre foi enorme. Eu consigo fazer sexo se eu quiser. E, como eu disse, já fiz muitas vezes. O terrível é terminar e achar que me "auto-estuprei". A expressão é pesada, mas foi assim que me senti diversas vezes. Senti como se tivesse feito uma coisa por obrigação, para atender a um dever e não a um desejo.
Então eu simplesmente ia tentando respostas: "essa parceira não é boa porque é muito tímida, muito devagar", "esta outra não é boa porque é muito rápida, muito atirada", "eu não gosto de mulher, devo gostar de homem", "não gostei porque devo ser ativo", "não gostei porque devo ser passivo", "devo gostar de fetiches"... E o tempo vai passando e as tentativas se esgotando e você continua em busca de respostas para si mesmo.

Puxa, eu sou psicólogo. Trabalho com clínica. Eu deveria saber disso. Mas enxergar a si mesmo não é tão simples quanto exergar os outros. Em minha própria análise, nunca levei esse assunto. Eu tinha vergonha. Sou um cara tão assediado, tem sempre gente querendo... Como dizer que não gosto de sexo? Ademais, também dava vergonha dizer que não gostava de mulher sem ter certeza que era aquilo que estava acontecendo. Ou dizer que não gosta de homem e também não ter certeza disso.

Passando o tempo o drama vai aumentando ainda mais. Para alguém com 17, 18, 19, 20 anos... as dúvidas fazem parte de toda existência. Mas aos 35? Ao 40 anos você ainda não saber o que deseja da vida em relação ao sexo? Até descobrir que simplesmente não deseja o caminha é enorme. Desde avaliações médicas para saber se algo estava errado com minha saúde até psicanálise, tudo foi feito. Até avançar pouco a pouco, passo a passo a caminho de uma compreensão de mim mesmo como assexual.

É isso.
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MensagemAssunto: Re: Assexualidade pode ser "subjetiva"?   Assexualidade pode ser "subjetiva"? Empty26/6/2015, 21:22

Lyre, outras identidades sexuais são marcadas por algo que se faz, a assexualidade, contudo, pela ausência. A dúvida da experiência quem coloca não sou eu, mas sim a própria pessoa. Minha opinião, contudo, é que a experiência sincera pode ser vista como uma forma bastante eficiente de se compreender, sem a necessidade de teorias ad hoc.

L, não dá pra saber onde começa e onde termina. Não dá pra arbitrariamente definir isso.

Alberto, no seu caso você faz o caminho inverso, você se expõe a experiência e depois "volta" para refletir sobre si mesmo.


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MensagemAssunto: Re: Assexualidade pode ser "subjetiva"?   Assexualidade pode ser "subjetiva"? Empty26/6/2015, 23:34

BOSS escreveu:

L, não dá pra saber onde começa e onde termina. Não dá pra arbitrariamente definir isso.

Com o que sabemos ainda não (devia ter posto em negrito que aquela pequena conclusão era minha opinião), mas acredito que se houvessem mais estudos sobre, talvez chegássemos a esse resultado sim, pensa bem, a maioria das pessoas não sabem diferenciar atração sexual de afetiva (dai vc vê frases como "Ué... mas relacionamento sem sexo é amizade"), provavelmente essa pessoa não possui tal conhecimento e nunca refletiu sobre a diferença de tais sentimentos (claro, uma coisa é comparar atrações diferentes, outra coisa a intensidades de atrações), porém, se determinarmos alguem com atração nula como marco zero e pesquisarmos a intensidade que a atração tem sobre a pessoa (a questão aqui é: como iriamos medir isso?), poderiamos chegar a tais respostas..... mas isso ainda não é possivel, logo não posso realmente afirmar nada, mas o que eu coloquei foi minha opinião baseada em tonalidade de cores e apenas isso
(Não é pq n conseguimos ainda que isso seja impossivel :P , mas é bom deixar claro mesmo que aquilo era apenas uma suposição baseada em intensidade de cores e é como EU imagino que seja a intensidade
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MensagemAssunto: Re: Assexualidade pode ser "subjetiva"?   Assexualidade pode ser "subjetiva"? Empty27/6/2015, 13:28

Concordo em grande parte com o que o L postou, porém gostaria de lembrar que, pelo que eu vi e li das definições de grey-A, justamente por ser definido como algo que "meramente cai entre os pontos de assexualidade e sexualidade", muitas vezes se usam dois artifícios para entender isso:

Intensidade do sentimento de atração sexual (como já fora debatido)
Frequência do sentimento de atração sexual(que ainda estava fora da conversa).

O caso dos demissexuais se torna relevante não pelo primeiro, mas sim pelo segundo. Ora que esses indivíduos, a princípio, por terem que estabelecer tais complicadas conexões com a pessoa antes de sentir o impulso ou desejo natural do qual nos referimos como atração sexual, acabam por senti-lo raramente, ainda que o mesmo tenha total intensidade. O que torna relevante a identificação como grey-a.

Como também apontado pelo L, é complicado meramente se basear no que a sociedade fala, pois muitos exageram e mentem para se encaixarem no 100% absoluto, falando que sentem desejo sexual e iriam aceitar o ato sob praticamente qualquer circunstância que estivesse minimamente dentro das preferências da pessoa, e tais preferências são de fácil alcance. E por isso tanto a frequência quanto a intensidade em tais indivíduos é, pelo que eles mesmo falam, extremamente alta, estando na faixa clara do que poderíamos traçar como "sexualidade".

E a definição de "todos são Grey-A" é verdadeira tal como "todos são bissexuais", que também se trata de uma escala de preferência que vai do homossexual para o heterossexual, onde poderia se entender uma porcentagem "%homem e %mulher" no caso de generos binários ou pansexual para não binários.

Mas novamente, tal como indicado pelo L, a identificação como Grey-A, tal como bissexual, ocorre quando não se está próximo o suficiente dos extremos da escala para se sentir confortável com o "esperado" do extremo da escala. Alguém que sente atração majoritariamente pelo sexo oposto, se quiser se manter aberto(a) para relacionamentos com pessoas do mesmo sexo irá se identificar como bissexual, e nem por isso será "50%" de atração para cada caso. De forma similar aos Grey-As, só que com a diferença que esses normalmente já são denominados como algo que tende a estar mais próximo do campo "assexual" do que do sexual (ou allosexual).

Quanto a experimentar o ato para confirmar empiricamente a orientação, Boss, você sabe que isso não é tão efetivo quanto parece. Pois existem infinitas hipóteses traçáveis de porque você não gostou do ato, se deixar assexualidade como a última delas, terá que viver uma vida extremamente voltada ao sexo para testar todas as possibilidades e variações e ainda assim ter pessoas achando que a "química não era aquela", "não era a pessoa certa"...

Assexualidade realmente faz muito mais sentido partindo da base de impulso e vontade, onde se a pessoa não tem, ela não teria problemas em ficar sem fazer o ato e portanto se identificando como assexual. As outras hipóteses são aplicáveis sobretudo quando existe conflito de interesses e estresse da pessoa em não se sentir confortável com o ato de não fazer nunca. Apesar que existem algumas questões de vício pelo prazer físico do ato que podem ser abordadas ainda nessa discussão.
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