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 Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"

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MensagemAssunto: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty7/7/2015, 20:34

Preparem-se para um texto longo e chato.  :v

Depois de um bom tempo frequentando este fórum, decidi tomar coragem e compartilhar com vocês uma história(um tanto constrangedora) que aconteceu comigo há alguns anos, e também levantar algumas questões. Desde o meu primeiro contato com o conceito de assexualidade, identifiquei-me rapidamente com a maioria das características associadas a uma pessoa assexual, incluindo principalmente a definição de “arromântica”, exceto por um pequeno detalhe:

Já me “apaixonei”.

Por que as aspas? Afinal, você se apaixonou ou não?

Senta que lá vem história, porque é aí que a coisa começa a complicar. Durante a maior parte da minha adolescência, eu experimentei o mesmo que a maioria das pessoas experimentam nesse período – mudanças, inseguranças e tudo aquilo que vocês já estão carecas de saber – exceto pela tão supervalorizada celebrada “iniciação amorosa”. Pois é, eu nunca “gostava” de ninguém, não tinha interesse em “ficar” e tampouco namorar. Eu acreditava que só iria querer namorar quando me apaixonasse por alguém, o que não acontecia; mas também, eu lá sabia o que era se apaixonar? Aquilo nunca foi um grande problema para mim, que tinha uma vida relativamente normal: era saudável, tinha bons amigos e uma relação bastante saudável com meus pais. O problema mesmo estava na minha autoestima, que não era das melhores, e eu estudava com uns Neandertais que faziam a gentileza de piorá-la ainda mais.
Embora desinteressada em relacionamentos românticos, acreditava que eles eram inevitáveis como a morte, afinal, é isso que a sociedade nos ensina; cedo ou tarde – possivelmente tarde – eu namoraria, porque... Bem... Todo mundo namora um dia, né? Fora isso, eu não pensava muito no assunto. Ainda assim eu era, como todos somos nesta sociedade, diariamente bombardeada pela ideia de que a felicidade plena se encontra em relacionamentos. Os meninos gostam de meninas bonitas, eu ouvia. Mas eu não era bonita, então os meninos não iam gostar de mim. Às vezes, aquele pensamento me deixava triste. Eu era esquisita por nunca ter “ficado” com ninguém. Lésbica, obviamente. Ora, uma menina “nada feminina” que só andava com sua “amiga-também-nada-feminina” e nunca ficou só pode ser uma sapatona, né?

Os meninos me mandavam pedidos falsos de namoro; a “brincadeira” consistia em pegar a “vítima” de quem eles queriam tirar sarro e me mandar cartinhas românticas e similares em nome dele, porque dizer que o garoto queria ficar com a esquisita na sala era engraçado, né? E, por muito tempo na minha vida, isso foi o mais próximo que tive de uma investida romântica. Até o fatídico dia.
Eu havia conhecido um rapaz em uma viagem, a quem irei me referir como “Roberto”, com quem adorava conversar. Ele não era bonito, mas tínhamos gostos muito parecidos e eu me identificava com o jeito dele, era um adolescente tímido e fora dos padrões, como eu. Começava a surgir uma amizade ali, e tudo ia muito bem, até o instante em que o primo e o irmão de Roberto me chamaram para uma conversa em particular. Disseram-me que Roberto gostava muito de mim, e queria ter um relacionamento romântico comigo. Enlouqueci, quase tive uma crise nervosa na frente dos dois rapazes. Suava frio e mal conseguia falar, aquilo era um verdadeiro choque para mim. Não podia ser verdade. Como alguém poderia se apaixonar por mim? Com tantas meninas mais bonitas e extrovertidas, porque Roberto iria querer algo com uma menina feia e sem atrativos como eu? Custei a acreditar, mas de repente... De repente aquilo não me parecia uma ideia tão má. Ora, talvez então eu não fosse tão feia! Talvez eu fosse inteligente e interessante, mas não sabia disso! Antes que eu pudesse voltar a falar com Roberto, me afastei e, durante o tempo em que mantive distância, comecei a alimentar aquele estranho sentimento dentro de mim, até ele virar um monstro.

Comecei a idolatrar o Roberto. Queria sem dúvidas ficar com ele, afinal, ele gostava de mim apesar de tudo! Eu não seria mais a menina esquisita sem namorado, e seria feliz! Queria tê-lo comigo, pois acreditava que minha vida seria finalmente completa! Depois de meses alimentando aquele sentimento, finalmente tive a chance de “me declarar” ao rapaz, dizer que sim, eu queria ficar com ele.

E ele negou. Disse que não fazia ideia de que o primo e o irmão(com quem não tive mais contato depois do “incidente”)  haviam falado aquilo comigo e que não, não era apaixonado por mim, o que me destruiu emocionalmente na época. Fiquei amargurada por um bom tempo, até que minha antiga opinião sobre relacionamentos voltou, e eu diria que foi reforçada, até, pelo ocorrido.

Hoje me considero uma pessoa muito diferente de quem eu era na época, e acredito que o que senti não foi amor nem nada parecido. Sendo sincera comigo mesma, eu só me agarrei desesperadamente a uma mentira que levantava a minha péssima autoestima na época, e transformei aquilo em uma “paixão”. E anos depois, quando tive ciência do que era a assexualidade, passei a me identificar como arromântica, pois era o que melhor definia meus sentimentos, o que eu realmente era. O problema é que essa experiência, por mais que tenha se baseado em uma mentira, sempre parece “ficar na frente” da minha identidade arromântica, por vezes até me impedindo de chegar e dizer no meio de um círculo ace: EU SOU ARROMÂNTICA.

Perdão pelo gigantesco texto, gostaria de saber o que os amigos arromânticos daqui pensam. Já passaram por algo parecido? Acham que alguém pode se apaixonar(de verdade) e ainda se considerar arromântico? Ou acham que estou complicando demais?(aposto na última! xD)
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty7/7/2015, 22:23

Sabe...acho que é possível sim!
Por mais arromântico que alguém seja, quem nunca foi levado a acreditar q ter alguém interessado em você faz você se sentir importante e valorizado? Não é raro ouvir por aí alguém dizer que mudou de vida depois de entrar em um relacionamento. Mas o q move isso não é o relacionamento por ter encontrado alguém que te ama, mas o sentimento de paixão. Uma pessoa pode se apaixonar mas não desejar um relacionamento, pois só o fato de saber que existe algo ou alguém capaz de te motivar e dar sentido a sua vida já é o suficiente pra você se sentir feliz. Isso poderia até ser meio lithrromantico, mas acho que a diferença é que não haveria um desejo de fantasiar um relacionamento platônico. Seria uma paixão mais no sentido de admiração por saber que existe alguém ou algo.

Segundo o título do tópico... será que uma paixão pode ser falsa ou verdadeira? Acho que toda paixão é falsa na verdade, já que ela nunca nos mostra a verdadeira identidade de alguém. Nos relacionamos apenas com a imagem que criamos em nossa mente. Tb não vejo a paixão como algo ruim por ela deixar nossa percepção embaçada, as vezes é necessário passarmos por ela para acreditarmos mais em nós mesmos e também a própria ilusão é necessária em alguns casos.

Obs.: Achei muito triste o q aconteceu com você. Ser levada a acreditar numa coisa que nem você mesmo desejava ao certo pra depois ser desacreditada assim, foi algo muito cruel. triste
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty7/7/2015, 23:31

Entendo bastante,tanto que hoje me defino como confuso :p
Já me apeguei muita a uma pessoa,ou algo q pensava dela achando que aquilo me traria algum beneficio e de certa forma me completaria...Resultado:paixões platonicas meio sla oq de uma semana hahaha
Não tenha medo de se definir.Regra e exceção são duas coisas diferentes.
(meu caso foi ter começado a namorar,ver q n era nada daquilo e sair do namoro desesperadamente.Me sinto meio monstro por ter quebrado um coração as custas da minha falta de autoconhecimento)
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty8/7/2015, 00:02

eu mesmo me achava muito estranho, vocês podem até não acreditar, entretanto eu lembro-me de fatos que ocorreram em minha vida de quando eu tinha 2 anos e 8 meses, eu nunca sofri abuso nenhum, muito menos traumas com mulheres, só se foi antes e eu não lembro oO, só que eu nunca apaixonei-me, nem por mulher nem por homem nenhum, eu ficava pensando que tinha que gostar de mulheres, que tinha que apaixonar e nada, não sentia nada por elas, eu ficava bastante confuso sem saber o que eu era, agora dizem que os arromânticos podem sim apaixonar, as famosas squishs ou paixões de pedra, só que nem isso eu tive kkkkk.
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty8/7/2015, 00:40

Sim, já aconteceu algo parecido comigo kkkkkkkkkkkkk
Quando eu estava no fundamental, tinha uma garota que gostava de mim, eu era novo na escola.... e a melhor amiga dela ficava o tempo td empurrando ela para mim, até o namorado dela ficava kkkkkkkkkkk (posteriormente descobri que era um namoro falso de fachada kkkkkkk), foi um tempo tenso, mas divertido até, eu era tipo ninja quebrando td tipo de clima, pq toda hora alguem começava a criar um "clima" e td mundo ia sumindo aos poucos kkkkkkkkkkk foi bem doido xD, mas, nenhuma se compara com a minha 1ª e unica squish sorrindo , por ela, eu acreditei que sentia atração de tds as formas, quando na verdade estava apenas forçando e tentando com tds as forças criar aquele sentimento magico, pois acreditava mesmo que ela era "a pessoa certa" devido ao forte sentimento que sentia pro ela, mas nunca cheguei a me declarar nem nada, pq n sentia essa necessidade, apenas estar com ela me deixava relaxado e bem (na época eu era pressionado de quase todas as formas, de quase tds os lados, menos quando estava com ela :lol!: ), mas eu ficava alimentado e esse "forçar" era forçar uma atração platonica mesmo, ficar procurando detalhes para admirar....(além do fato de me sentir normal e ninguem "suspeitar" de mim)


Elemento Neutro escreveu:

Obs.: Achei muito triste o q aconteceu com você. Ser levada a acreditar numa coisa que nem você mesmo desejava ao certo pra depois ser desacreditada assim, foi algo muito cruel. triste
Concordo com a Elemento Neutro
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty9/7/2015, 06:34

Lunática escreveu:
Preparem-se para um texto longo e chato.  :v

Depois de um bom tempo frequentando este fórum, decidi tomar coragem e compartilhar com vocês uma história(um tanto constrangedora) que aconteceu comigo há alguns anos, e também levantar algumas questões. Desde o meu primeiro contato com o conceito de assexualidade, identifiquei-me rapidamente com a maioria das características associadas a uma pessoa assexual, incluindo principalmente a definição de “arromântica”, exceto por um pequeno detalhe:

Já me “apaixonei”.

Por que as aspas? Afinal, você se apaixonou ou não?

Senta que lá vem história, porque é aí que a coisa começa a complicar. Durante a maior parte da minha adolescência, eu experimentei o mesmo que a maioria das pessoas experimentam nesse período – mudanças, inseguranças e tudo aquilo que vocês já estão carecas de saber – exceto pela tão supervalorizada celebrada “iniciação amorosa”. Pois é, eu nunca “gostava” de ninguém, não tinha interesse em “ficar” e tampouco namorar. Eu acreditava que só iria querer namorar quando me apaixonasse por alguém, o que não acontecia; mas também, eu lá sabia o que era se apaixonar? Aquilo nunca foi um grande problema para mim, que tinha uma vida relativamente normal: era saudável, tinha bons amigos e uma relação bastante saudável com meus pais. O problema mesmo estava na minha autoestima, que não era das melhores, e eu estudava com uns Neandertais que faziam a gentileza de piorá-la ainda mais.
Embora desinteressada em relacionamentos românticos, acreditava que eles eram inevitáveis como a morte, afinal, é isso que a sociedade nos ensina; cedo ou tarde – possivelmente tarde – eu namoraria, porque... Bem... Todo mundo namora um dia, né? Fora isso, eu não pensava muito no assunto. Ainda assim eu era, como todos somos nesta sociedade, diariamente bombardeada pela ideia de que a felicidade plena se encontra em relacionamentos. Os meninos gostam de meninas bonitas, eu ouvia. Mas eu não era bonita, então os meninos não iam gostar de mim. Às vezes, aquele pensamento me deixava triste. Eu era esquisita por nunca ter “ficado” com ninguém. Lésbica, obviamente. Ora, uma menina “nada feminina” que só andava com sua “amiga-também-nada-feminina” e nunca ficou só pode ser uma sapatona, né?

Os meninos me mandavam pedidos falsos de namoro; a “brincadeira” consistia em pegar a “vítima” de quem eles queriam tirar sarro e me mandar cartinhas românticas e similares em nome dele, porque dizer que o garoto queria ficar com a esquisita na sala era engraçado, né? E, por muito tempo na minha vida, isso foi o mais próximo que tive de uma investida romântica. Até o fatídico dia.
Eu havia conhecido um rapaz em uma viagem, a quem irei me referir como “Roberto”, com quem adorava conversar. Ele não era bonito, mas tínhamos gostos muito parecidos e eu me identificava com o jeito dele, era um adolescente tímido e fora dos padrões, como eu. Começava a surgir uma amizade ali, e tudo ia muito bem, até o instante em que o primo e o irmão de Roberto me chamaram para uma conversa em particular. Disseram-me que Roberto gostava muito de mim, e queria ter um relacionamento romântico comigo. Enlouqueci, quase tive uma crise nervosa na frente dos dois rapazes. Suava frio e mal conseguia falar, aquilo era um verdadeiro choque para mim. Não podia ser verdade. Como alguém poderia se apaixonar por mim? Com tantas meninas mais bonitas e extrovertidas, porque Roberto iria querer algo com uma menina feia e sem atrativos como eu? Custei a acreditar, mas de repente... De repente aquilo não me parecia uma ideia tão má. Ora, talvez então eu não fosse tão feia! Talvez eu fosse inteligente e interessante, mas não sabia disso! Antes que eu pudesse voltar a falar com Roberto, me afastei e, durante o tempo em que mantive distância, comecei a alimentar aquele estranho sentimento dentro de mim, até ele virar um monstro.

Comecei a idolatrar o Roberto. Queria sem dúvidas ficar com ele, afinal, ele gostava de mim apesar de tudo! Eu não seria mais a menina esquisita sem namorado, e seria feliz! Queria tê-lo comigo, pois acreditava que minha vida seria finalmente completa! Depois de meses alimentando aquele sentimento, finalmente tive a chance de “me declarar” ao rapaz, dizer que sim, eu queria ficar com ele.

E ele negou. Disse que não fazia ideia de que o primo e o irmão(com quem não tive mais contato depois do “incidente”)  haviam falado aquilo comigo e que não, não era apaixonado por mim, o que me destruiu emocionalmente na época. Fiquei amargurada por um bom tempo, até que minha antiga opinião sobre relacionamentos voltou, e eu diria que foi reforçada, até, pelo ocorrido.

Hoje me considero uma pessoa muito diferente de quem eu era na época, e acredito que o que senti não foi amor nem nada parecido. Sendo sincera comigo mesma, eu só me agarrei desesperadamente a uma mentira que levantava a minha péssima autoestima na época, e transformei aquilo em uma “paixão”. E anos depois, quando tive ciência do que era a assexualidade, passei a me identificar como arromântica, pois era o que melhor definia meus sentimentos, o que eu realmente era. O problema é que essa experiência, por mais que tenha se baseado em uma mentira, sempre parece “ficar na frente” da minha identidade arromântica, por vezes até me impedindo de chegar e dizer no meio de um círculo ace: EU SOU ARROMÂNTICA.

Perdão pelo gigantesco texto, gostaria de saber o que os amigos arromânticos daqui pensam. Já passaram por algo parecido? Acham que alguém pode se apaixonar(de verdade) e ainda se considerar arromântico? Ou acham que estou complicando demais?(aposto na última! xD)
Não me considero Arromântico (considero-me Gray-A), mas achei interessante o relato. sorrindo
Como a sexualidade é fluida, entendo que não devemos nos prender às classificações, visto que a finalidade delas é apenas orientar. Eu, por exemplo, já passei por momentos em que ninguém me interessava (nem atração estética e nem romântica, e aí poderia ser visto até como arromântico), assim como já me relacionei com garotas sexuais, sem problema algum (considero sexo prazeroso, porém não me incomodo em permanecer em abstinência por anos).

Elemento Neutro escreveu:
Obs.: Achei muito triste o q aconteceu com você. Ser levada a acreditar numa coisa que nem você mesmo desejava ao certo pra depois ser desacreditada assim, foi algo muito cruel. triste
Triste mesmo...
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty10/7/2015, 11:15

É por motivos parecidos com esse que eu fico em dúvida se eu sou uma pessoa demirromântica ou arromântica mesmo. Acredito que a minha história não seja tão triste quanto a sua, mas acabei me "apaixonando" por alguém também exatamente pela influência de terceiros (que insistem em procurar te encaixar num relacionamento amoroso principalmente quando você não demonstra nenhum interesse - qual é a lógica nisso?) e pela minha falta de autoestima. Tanto me encheram com a suposição de que um dos meus amigos gostava de mim que eu passei secretamente a achar que essa mentira era real. Conforme o tempo passava, eu pensava cada vez mais que eu queria estar junto dele. Lembro-me que eu e ele estávamos em uma festa de aniversário de alguém e estavam caçoando (babacas!) uma das meninas que estavam lá por imaginarem que ela era lésbica. Ela chamou o meu amigo e acabou dando um beijo nele na minha frente, o que me fez ficar completamente sem jeito para lidar com ele depois disso. Durante vários dias eu tive sonhos em que o via beijando garotas diferentes e isso me deixava completamente abalada. Mas eu guardei tudo isso pra mim.
Já tive outros sentimentos parecidos para com outras duas pessoas, só que elas se encaixam perfeitamente na categoria de squish. Isso que eu citei acima é o que me deixa mais confusa.
Observação: O garoto se revelou como gay dois anos depois.
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty15/7/2015, 20:57

trjegul escreveu:
É por motivos parecidos com esse que eu fico em dúvida se eu sou uma pessoa demirromântica ou arromântica mesmo. Acredito que a minha história não seja tão triste quanto a sua, mas acabei me "apaixonando" por alguém também exatamente pela influência de terceiros (que insistem em procurar te encaixar num relacionamento amoroso principalmente quando você não demonstra nenhum interesse - qual é a lógica nisso?) e pela minha falta de autoestima. Tanto me encheram com a suposição de que um dos meus amigos gostava de mim que eu passei secretamente a achar que essa mentira era real. Conforme o tempo passava, eu pensava cada vez mais que eu queria estar junto dele.

Então, eu só contei um pouco da minha história porque achei que era necessária para dar um pouco de "embasamento" no que eu passei. O fato dos garotos terem me enganado e eu ter passado pelo que passei, sinceramente, não é um "big deal" pra mim atualmente, o máximo que sinto é um pouco de vergonha por algumas besteiras que fiz/falei por causa daquilo, mas fazer o quê, né?

Na real, continuo convencida que tudo aquilo foi nada mais do que a minha péssima auto-estima pregando uma peça em mim. E, bem como o Romântico falou, sou das que defendem que a orientação sexual/romântica de uma pessoa é fluida.

E sobre os famosos "squishes", diria que os tenho com uma frequência considerável! O problema é que nesses casos é difícil você se aproximar da pessoa sem que ela pense que você tem interesse romântico nela. Aliás, acho que estou com um squish agora. silent
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty16/7/2015, 04:43

Pse, malditos squishes que nos trollam haha! Concordo sobre ser complicado agir sem acharem que é para relacionamentos, uma verdadeira dor de cabeça onde você precisa ficar se justificando de cara.
E acho que por definição eles poderiam ser considerados paixão, não? Afinal paixão é "sentir emoções especiais com relação a algo ou alguém", porém não seria uma paixão de cunho romântico ou sexual no caso de um assexual arromântico.

No caso de abordagem fluída seria sim possível um arromântico (presente) ter no passado se apaixonado romanticamente por alguém, mas daí acredito sim que a paixão romântica é basicamente a definição de atração romântica. Não vejo diferença entre as duas...

Algo que acho que vai valer a pena citar é como estar se sentindo mal, e precisando de ajuda, passando por tempos de estresse elevado aumentam o nível de produção de oxitocina, que é basicamente o mesmo hormônio liberado em paixonites e relacionamentos amorosos. Tal liberação é estudada e entendida como uma forma do seu corpo de sinalizar para você que é bom buscar ajuda e não aguentar todos os problemas sozinho(a). Mas é interessante notar que isso não é atração romântica e quando a crise passar, tal sentimento e reações mais especiais vão ter passado junto.

Na vida só tive dois ou três squishes identificáveis, um deles tive outros falando que era atração romântica e como eu sabia que não teria chance com a pessoa, tentei me aproximar. Mas foi uma das coisas mais contraditórias e estranhas que já fiz na minha vida e não quero repetir. É muito ruim tentar falar que você ama a pessoa quando você sabe naturalmente que o sentimento não é exatamente aquele. É diferente de ser tímido, como as pessoas normalmente julgariam tal dificuldade de falar, é falar e se sentir mal pois aquilo soa como uma mentira horrível profanada por você. E ninguém além de você (e outros aros) vai realmente entender esse sentimento. E você nota que não quer fazer aquilo quando a sua estratégia de aproximação se resume a meio que evitar a pessoa e entregar chocolates e presentes caros para não ter que lidar diretamente com a situação. Se fosse escrever todos os pontos... demoraria um bocado.


Sobre estresse e oxitocina:
http://on.ted.com/si8y


Por fim, se quiser gritar que é arromântica, grite o/ Ninguém te impede e só você pode definir o que se passa dentro de você e com os seus próprios sentimentos. Quanto ao que ocorreu, realmente lamentável porém infelizmente não tão incomum. Sempre me impressionou quão longe as pessoas vão para "arrumar" aqueles que não tem relacionamentos... Inventam mentiras, forçam relacionamentos falsos, ou te maltratam descaradamente. E é aquilo, é plenamente possível amar a pessoa, gostar de vê-la feliz e até querer viver com ela em nível de amizade próxima, isso não é atração romântica e não é exclusivo de românticos.
Enfim, sua história me lembra muito essa música:
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty17/7/2015, 14:58

Lunática escreveu:
Na real, continuo convencida que tudo aquilo foi nada mais do que a minha péssima auto-estima pregando uma peça em mim. E, bem como o Romântico falou, sou das que defendem que a orientação sexual/romântica de uma pessoa é fluida.
Ah, sim! Apesar de eu não ter transparecido muito isso no post anterior, eu também acredito na fluidez da orientação sexual e da romântica.

Lunática escreveu:
E sobre os famosos "squishes", diria que os tenho com uma frequência considerável! O problema é que nesses casos é difícil você se aproximar da pessoa sem que ela pense que você tem interesse romântico nela. Aliás, acho que estou com um squish agora.  silent
Pois é! Eu também os tenho com uma frequência enorme, principalmente depois de ter entrado na faculdade (antes disso, só esses dois casos que eu mencionei mesmo). Acredito que é porque eu me sinto mais compatível com as pessoas do curso em que eu estou agora. Dá uma super vontade de abraçar elas e dizer todas as qualidades que possuem, principalmente aquelas que não percebem o quão especiais são (ou essa sou eu fantasiando demais). x) Mas eu tenho que me controlar. hahahaha

E, bem como o Wokgran X pontuou, se ser arromântica é o que você sente que mais a define, não tem problema nenhum em se proclamar como tal. Eu fico em dúvida em relação a mim porque o meu poder de decisão não é um dos mais fortes. Se para eu conseguir dizer com toda a certeza que sou assexual demorou pelo menos um ano e meio, fico pensando o quanto vai demorar para eu saber realmente sobre como eu me comporto romanticamente. De qualquer forma, eu não tenho pressa.


Última edição por trjegul em 17/7/2015, 15:02, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Palavras repetidas.)
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Rosenhain
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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty19/7/2015, 21:07

Que triste, não sei se conseguiria passar por isso. Eu já gostei de uma pessoa e comecei a achar que era algo grande, tipo aquilo que chamam de apaixonar, mesmo que a única coisa que eu realmente gostava nela era a conversa, minha sorte foi que eu percebi que não era nada demais bem rápido, antes de fazer qualquer coisa que me colocasse em uma situação assim.
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Tiago2648
Acabei de chegar!
Acabei de chegar!
Tiago2648

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MensagemAssunto: Re: Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?"   Paixão falsa/"Pode um arromântico se apaixonar?" Empty29/3/2020, 19:28

Oi
Ah um tempo atraz me descobri gay,acontece que que conheci a comunidade arromantica e acabei ficando com duvidas porque eu me parece que me apaixonei por um por um menino queria beijar ele e tals agora to basicamente confunso por favor me ajudem.
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