Oi, Phili!
Fico realmente feliz por saber que existe alguém divulgando a assexualidade entre os psicólogos e demais futuros profissionais da área. Como você mesma disse é uma ótima forma de promover a psicoeducação. Parabéns pela coragem e iniciativa, isso com certeza vai fazer diferença na vida de muitas pessoas: tanto das pessoas que chegarem aos consultórios se auto-declarando assexuais quanto daqueles que estiverem confusos e receberem do profissional uma forma de guia para se encontrarem.
- Phili escreveu:
- Falei um pouco sobre o que é assexualidade (e que esse é o melhor termo pra comunidade br, ao invés de "assexuado")
Obrigado por isso
- Phili escreveu:
- O que vocês acham que seria importante das pessoas saberem a nosso respeito?
Nos últimos dois anos tive contato com três psicólogos. Por um lado tive sorte ao encontrar pessoas que não tentaram me convencer do contrário após eu ter falado da assexualidade; eles apenas receberam meu relato com um pouco de espanto e curiosidade. Sei de outros casos terríveis compartilhados por usuários do fórum, então nesse sentido devo me considerar sortudo.
Por outro lado, o silêncio que seguiu nas semanas seguintes foi um pouco perturbador. Nas três ocasiões senti que assexualidade se tornou um tema a ser evitado. Com a segunda psicóloga eu cheguei a questionar o motivo do "silêncio'' - ela argumentou que não poderia incentivar minhas ideias. Eu não respondi nada, mas finalmente entendi o motivo de ela sempre falar comigo como se estivesse esquecido que eu tinha dito que era assexual.
Então, vou finalmente chegar ao ponto: apresentar a assexualidade, dar explicações, fornecer informações, etc., é maravilhoso! Como disse antes, tenho certeza que fará a diferença na vida de muita gente e apoio totalmente que trabalhos assim continuem. Ainda assim, acho que existem estratégias extras para de fato convencer o público
talvez magia ou hipnose. Acredito que, muitas vezes, estas pessoas não conseguem quebrar a barreira da incredulidade apenas com o fato de "vir a conhecer a existência da assexualidade". Talvez elas necessitem de algo mais palpável como histórias de vida, por exemplo. Talvez elas necessitem da oportunidade de expor sua falta de fé para que possamos tentar explicar de uma outra maneira (seria certo fazer isso? Não sei).
Lembrando que a forma como você apresentou talvez seja realmente a mais adequada, seu público muitas vezes não sabe nada do assunto, então inventar muita moda pode na verdade atrapalhar. A minha sugestão, no entanto, é tentar adicionar esses dois pontos que mencionei anteriormente quando houver tempo e você interpretar que é pertinente:
* Casos reais de assexuais (talvez sem revelar suas identidades): não sei se é possível para você falar de casos reais, mas seria interessante mostrar como é ser assexual. Evidenciar que a assexualidade não é uma doença, não está diretamente condicionada a traumas, não é fruto de problemas hormonais, mostrar que assexuais frequentemente verificam outras possibilidades, muitas vezes tentam "se encaixar", etc. Enfim, mostrar que é possível existir uma vida normal apesar do detalhe da atração sexual.
* Abrir espaço para os incrédulos falarem e criar uma discussão em torno do que for dito: sei que é muito difícil mudar uma pessoa que está convencida de uma coisa. Mas se a pessoa não expõe os motivos da sua dúvida você nunca terá a chance de dizer algo que talvez algum dia a fará pensar uma segunda vez no assunto.
Não sei se minhas sugestões vão ajudar de alguma forma, mas ao menos fica exposto o meu ponto de vista. Espero que outras ideias melhores apareçam e se me vier algo a cabeça eu volto e deixo registrado.
Mais uma vez: parabéns pelo seu trabalho