Que bom que sempre é tempo para se descobrir e se deixar ser. Estive refletindo sobre isto há exatos dois dias, quando - de fato - me permiti, no silêncio da noite e perante a minha tardia inquietude, parar para pensar profundamente sobre o tema.
Apesar de analógica e aversa a redes sociais e exposição, me permiti entrar no site da Comunidade Assexual e confesso que quando me deparei com a frase "você não está sozinho", achei uma linda forma de acolhimento, uma vez que outras pessoas - à minha semelhança - devem compartilhar da solidão que é ao mesmo tempo a nossa válvula de escape e a nossa maior dificuldade, um verdadeiro ciclo vicioso que se estabelece, em especial para as gerações mais velhas (na qual me incluo).
Na medida em que as cobranças familiares e sociais se manifestam, se por um lado, o isolamento é a estratégia mais simples e "confortável" para amenizar estes questionamentos, por outro é difícil conviver com ele.
Imaginem só que maluquice se compreender ou achar que se compreende somente aos 44 anos. Conviver com muitas pessoas no dia-a-dia e ao mesmo tempo ser só. Sim, peculiar, mas sou de outra geração, fruto de pais de origem muito simples, pouca escolaridade, nascidos na década de 40, sob uma rigorosa educação e onde muito pouco era conversado. Neste contexto, vale ressaltar que ninguém é culpado de nada. Eles também trouxeram uma bagagem de vida "pesada" e fizeram o que estava ao seu alcance para oferecer, o que julgavam, o melhor.
Em verdade, o meu vislumbramento é que para as novas e futuras gerações seja mais fácil se livrar de tantos estigmas sociais e que o respeito seja soberano.

Seja bem-vinda!

Seja bem-vinda!

Muito interessante a sua reflexão, gostei de ter lido.
Concordo que essa "bagagem de vida" interfira muito nas relações humanas: boas intenções por parte dos pais podem levar à interpretações negativas por parte dos filhos. Acredito que estar consciente desse fato é algo capaz de ressignificar muitas coisas.

Seje muito bem vinda à comunidade!!! Espero que se sinta bem aqui.

2021 escreveu:

... me deparei com a frase "você não está sozinho", achei uma linda forma de acolhimento, uma vez que outras pessoas - à minha semelhança devem compartilhar da solidão

Exatamente. A frase "você não está sozinho" apesar de simples, causa enorme impacto em nosso pisicológico por trazer alívio em sabermos que nossa forma de ser não é uma exceção. Daí, onde até então, nossa forma de ser, era uma icógnita, um dia surge o x da questão.

2021 escreveu:

..."solidão é ao mesmo tempo a nossa válvula de escape e a nossa maior dificuldade, um verdadeiro ciclo vicioso que se estabelece, em especial para as gerações mais velhas (na qual me incluo)".
"...se por um lado, o isolamento é a estratégia mais simples e "confortável" para amenizar estes questionamentos, por outro é difícil conviver com ele...".

Esse ciclo vicioso acomete todas as idades. Sob minha ótica, acho até que é mais difícil para os mais jovens.
A experiencia me ensinou que durante muitos anos, apesar de ser uma ótima válvula de escape, me restringiu de vivenciar e compartilhar melhores experiencias. Todavia é algo que já estou a trabalhar.

2021 escreveu:

Imaginem só que maluquice se compreender ou achar que se compreende somente aos 44 anos. Conviver com muitas pessoas no dia-a-dia e ao mesmo tempo ser só.

Andei sozinho a maior parte da minha vida. Fui casado por 5 anos, e, imagina a minha supresa, ao descobrir, que durante este período, continuaria a me sentir sozinho. É muita maluquice mesmo!

2021 escreveu:

... sou de outra geração, fruto de pais de origem muito simples, pouca escolaridade, nascidos na década de 40, sob uma rigorosa educação e onde muito pouco era conversado. Neste contexto, vale ressaltar que ninguém é culpado de nada. Eles também trouxeram uma bagagem de vida "pesada" e fizeram o que estava ao seu alcance para oferecer, o que julgavam, o melhor.

Antigamente a educação era mais rígida, havia mais respeito pelos mais velhos, apesar da pouca instrução. Os valores, as crenças, os contos populares e as tradições eram valorizados, repassados e ensinados como o reflexo de uma boa vida e/ou de ser uma boa pessoa. Sinceramente, eu prefiro a educação de antigamente.

Acho que os jovens hoje estão cada vez mais perdidos diante de tanta informação, opções e tecnologia que muito pouco acrescenta de valores ou objetivos no geral.

Nada na vida é fácil de superar. Se assim fosse, não teríamos o que aprender e comemorar. Mas podemos trabalhar essas dificuldades e escolher sermos diferente e melhores em cada novo dia que despertamos para viver.

Seja bem vinda

2021 escreveu:

Que bom que sempre é tempo para se descobrir e se deixar ser. Estive refletindo sobre isto há exatos dois dias, quando - de fato - me permiti, no silêncio da noite e perante a minha tardia inquietude, parar para pensar profundamente sobre o tema.
Apesar de analógica e aversa a redes sociais e exposição, me permiti entrar no site da Comunidade Assexual e confesso que quando me deparei com a frase "você não está sozinho", achei uma linda forma de acolhimento, uma vez que outras pessoas - à minha semelhança - devem compartilhar da solidão que é ao mesmo tempo a nossa válvula de escape e a nossa maior dificuldade, um verdadeiro ciclo vicioso que se estabelece, em especial para as gerações mais velhas (na qual me incluo).
Na medida em que as cobranças familiares e sociais se manifestam, se por um lado, o isolamento é a estratégia mais simples e "confortável" para amenizar estes questionamentos, por outro é difícil conviver com ele.
Imaginem só que maluquice se compreender ou achar que se compreende somente aos 44 anos. Conviver com muitas pessoas no dia-a-dia e ao mesmo tempo ser só. Sim, peculiar, mas sou de outra geração, fruto de pais de origem muito simples, pouca escolaridade, nascidos na década de 40, sob uma rigorosa educação e onde muito pouco era conversado. Neste contexto, vale ressaltar que ninguém é culpado de nada. Eles também trouxeram uma bagagem de vida "pesada" e fizeram o que estava ao seu alcance para oferecer, o que julgavam, o melhor.
Em verdade, o meu vislumbramento é que para as novas e futuras gerações seja mais fácil se livrar de tantos estigmas sociais e que o respeito seja soberano.

Primeiramente, seja bem-vinda, 2021!
Interessante a sua reflexão...
Sentir-se acolhido(a) é realmente bom!
E assim como você, só vim a compreender melhor a assexualidade com mais idade do que a maioria dos novos participantes da comunidade...
Espero que continue interagindo conosco, no fórum, e faça boas amizades!

Boas-vindas, 2021!

De fato, você não está sozinho!