Ola tudo bem.
Bem estou tentando entender melhor sobre a asexalidade, pois inicialmente eu ouvi esse termo de amigos da minha esposa que são gays, eles me falaram o que era cada siga do movimento LGBTA+.
Quando me disseram sobre a asexalidade eu acabei me indagando "como alguém poderia ficar sem fazer o ato sexual", pois meio que estava difundido na minha cabeça que o homem tem que fazer por necessidade.
Sou casado, tenho uma filha de um ano e minha esposa já está no final da gravidez do nosso segundo filho.
Ela antes do nosso relacionamento tinha uma vida sexual ativa, eu no entanto não, quando eu comecei a namorar ela involuntáriamente comecei a trabalhar aquele pensamento de necessidade de sexo, e até mesmo no início de nosso casamento.
Com o passar do tempo isso foi se acabando a ponto dela chegar em mim e me questionar o porquê eu não a procurava sexualmente, e eu não sabia responder. Hoje tivemos mais uma conversa, e eu acabei me sentindo de certa forma culpado por não demonstrar esse ato de afeto e carinho, foi onde comecei tentar encontrar alguma coisa, alguma resposta para mim mesmo pois eu me questionava e não me entendia, até que eu acabei achando uma reportagem sobre a asexalidade e uma indicação a está comunidade.
Mas de certa forma estou relutante sobre, se realmente eu sou asexual ou seria uma fase da minha vida?

Olá, espero que as coisas estejam indo bem por aí e que sua família esteja com saúde.

Eu me identifiquei um pouco com esse seu relato e as suas interrogações, pois tive contato pela primeira vez com a "assexualidade" exatamente buscando entender a razão para eu não conseguir me relacionar com a minha namorada da época. Eu sabia que gostava muitíssimo dela e me doía a possibilidade de não tê-la comigo, mas quando todo mundo diz que é "normal" se envolver e ter desejo sexual por quem você se relaciona, o fato de eu não ter essa mesma reação me deixava muito confusa e também era algo que a deixava insegura sobre nosso relacionamento.

Durante grande parte de minha vida eu me senti deslocada dos meus amigos, porque eles tinham o desejo de sair e ficar com pessoas, procuravam concretizar isso indo a festas ou acessando aplicativos como Tinder, mas eu nunca gostei disso e achava até mesmo esquisito pensar em me relacionar com pessoas que mal conhecia (isso SE conhecesse, né). Fui levando a vida desse jeito até começar a frequentar as minhas primeiras festas, porque era nesse ambiente que eu começava a sentir a necessidade de me "misturar", de sair e tacar um beijo em alguém como diziam "que era o certo", mas meu corpo sempre recuava e quando eu me permitia, era estranho demais. Beijar não parecia nenhum pouco com o que meus amigos afirmavam ser, achava até mesmo nojento o cheiro e minha cabeça se concentrava em TUDO menos no beijo. É até engraçado lembrar disso, pois meus pensamentos ficavam "nossa, isso não acaba não?" "o que eu devo fazer agora?" "será que eu beijo bem? pq n to sentindo nd de diferente" "nossa como línguas são estranhas" "ai eu adoro essa música, será que tá tudo bem parar para dançar um pouco?" kkkkkk

Essa coisa de me sentir diferente com o que todo mundo dizia ser bom foi algo que não me preocupei tanto, mas quando comecei a namorar, isso começou a me incomodar, porque me fazia questionar constantemente meus sentimentos sobre minha namorada e até mesmo entender se existia algo "de errado" comigo. Diferentemente do seu relato, eu realmente não conseguia em envolver sexualmente e entrava em pânico quando a coisa começava a pender para esse lado (não que todo mundo da comunidade se sinta dessa forma se tratando de sexo, mas eu sou assim). Desabafando com uma amiga sobre isso, ela comentou sobre a assexualidade e procurando na internet sobre o assunto eu me identifiquei bastante (e até explicava muitas coisas que vivi), mas um lado meu sempre ficava se questionando se não era só uma fase ou "ah, mas eu não me envolvi com pessoas o suficiente para ter certeza disso".

Confesso que até hoje tenho minhas interrogações, mas encontrei muito mais respostas com a "assexualidade" do que dúvidas e algo que me ajudou demais foi ler experiências de outras pessoas da comunidade assexual (e é até uma razão para eu ter falado um pouco de mim aqui), porque fui conseguindo ver com o que me identificava, além de me fazer refletir sobre determinados acontecimentos ou coisas minhas.

Acho que é interessante você estar aqui no fórum, porque assim pode conversar, desabafar e até ler desabafos de outras pessoas, porque isso ajuda bastante na hora de se entender um pouco mais. E ver vídeos e ler matérias também é legal (embora também seja bom ter cuidado, porque vira e mexe você também encontra conteúdos preconceituosos sobre o assunto). Acredito que conversar sobre o assunto com sua parceira também seria interessante, porque mesmo que seja algo seu, também pode ser uma descoberta que venha a mudar um pouco a dinâmica da relação entre vocês, mas também faça isso quando se sentir confortável, claro.

Caso você sinta que a assexualidade te abrange e você passe a se identificar como assexual, mas depois de um determinado tempo, você note que essa identificação não existe mais ou não existe da mesma forma que antes, está tudo bem! Sem falar que a assexualidade é um espectro (de pessoas que não sentem atração nenhuma a aquelas que sentem em determinadas condições) e existe uma diversidade de vivências. Eu mesma passeei entre várias sexualidades: bi > lésbica > demi > atualmente me identifico mais como assexual arromântica.

De qualquer forma, eu espero que você consiga se entender mais e também se quiser conversar mais sobre isso, pode me chamar também.

É uma questão de olhar pra trás e refletir. Pelo que você disse sua vida sexual não era muito ativa antes, mas por que não era? Falta de interesse? Falta de libido? Alguma questão emocional? Sua vida sexual sempre foi assim ou algo mudou? Você sente atração sexual pelas pessoas? Mesmo quando não tem sentimentos românticos por elas?
E claro, conversar com a sua esposa, incluir ela nessa reflexão, ela pode até te ajudar. Até pra vocês se entenderem! Ela precisa de sexo pra sentir afeto? Sexo é algo de tanta importância assim? Acredito que a maioria das pessoas sexuais precisam sentir que o parceiro sente desejo por ela, digo isso por experiência própria. Talvez seja uma necessidade primal reprodutiva, sei lá, mas o bom relacionamento e o afeto como certeza podem superar isso. Desde que ela também concorde com essa afirmação.

Nefilim escreveu:

Ola tudo bem.
Bem estou tentando entender melhor sobre a asexalidade, pois inicialmente eu ouvi esse termo de amigos da minha esposa que são gays, eles me falaram o que era cada siga do movimento LGBTA+.
Quando me disseram sobre a asexalidade eu acabei me indagando "como alguém poderia ficar sem fazer o ato sexual", pois meio que estava difundido na minha cabeça que o homem tem que fazer por necessidade.
Sou casado, tenho uma filha de um ano e minha esposa já está no final da gravidez do nosso segundo filho.
Ela antes do  nosso relacionamento tinha uma vida sexual ativa, eu no entanto não, quando eu comecei a namorar ela involuntáriamente comecei a trabalhar aquele pensamento de necessidade de sexo, e até mesmo no início de nosso casamento.
Com o passar do tempo isso foi se acabando a ponto dela chegar em mim e me questionar o porquê eu não a procurava sexualmente, e eu não sabia responder. Hoje tivemos mais uma conversa, e eu acabei me sentindo de certa forma culpado por não demonstrar esse ato de afeto e carinho, foi onde comecei tentar encontrar alguma coisa, alguma resposta para mim mesmo pois eu me questionava e não me entendia, até que eu acabei achando uma reportagem sobre a asexalidade e uma indicação a está comunidade.
Mas de certa forma estou relutante sobre, se realmente eu sou asexual ou seria uma fase da minha vida?

" estava difundido na minha cabeça que o homem tem que fazer por necessidade."Nós somos livres, nossa natureza é livre. Esses valores precisam ser questionados. Ninguém deveria se sentir pressionado a fazer nada.

Não sei como funciona uma mente alo porém não acredito que eles queiram fazer sexo sempre. Sua esposa tem um jeito de ser, uma personalidade, etc. você tem outro e não tem nada de errado nisso, afinal, pessoas são diferentes. A questão é: vocês conseguem conviver com as diferenças um do outro? Porque as afinidades são fáceis. Se é uma fase ou se você se identifica como ace só você pode responder. Mas não tenha pressa de se incluir numa caixinha e siga sua vontade. Não se obrigue a nada, seja você mesmo. Não vá contra sua natureza para agradar ninguém, pois numa relação saudável não existem pessoas se machucando (indo contra sua natureza), só se respeitando e respeitando a individualidade do outro.

Ace cuida de ace.