Um dos maiores problemas na percepção da existência do arromantismo é a dificuldade que temos em definí-lo, e temos dificuldade em definí-lo devido às diversas percepções que os assexuais que consideram-se arromânticos têm da sub-classificação.

No mesmo dia em que eu conheci a assexualidade eu passei a me entender como arromântico, e isto não ocorreu por conformismo ou pela necessidade de auto-afirmação em um grupo, mas porque a ideia do arromantismo era totalmente compatível com o que eu era e continua sendo. O arromantismo é algo que mantêm-se firme na ideia que eu tenho de mim mesmo como assexual.

Mas o que faz com que eu acredite ser assexual? Acontece que eu não sinto, nem nunca senti atração romântica, ou seja, nunca me apaixonei e nem acredito possuir este sentimento de forma latente ou em potencial. É o tipo de coisa que só fazendo parte de você para entender. Entretanto, muitos dizem ser arromânticos, mas não colocam a "paixão" ou o "amor romântico" como questões chave da classificação, mas sim o próprio romantismo. Estes outros arromânticos dizem não se identificar com as relações românticas da contemporaneidade, e chegam a se classificar como heterorromânticos arromânticos ou como homorromânticos arromânticos.

Apesar de parecer confuso, percebi que, basicamente, a questão é bastante simples. Existem aqueles assexuais que possuem o amor romântico como sentimento em potencial, e outros que não possuem esta característica, e o que faz do arromântico que pode se apaixonar um arromântico é exatamente a sua falta de identificação com as relações  amorosas da atualidade, preferindo ignorar este tipo de relacionamento.

Não estou defendendo a ideia de sub-classificações do arromantismo ou a legitimidade de cada uma delas. Apenas quis contribuir com a percepção destas diferenças para futuras discussões sobre o tema.

E aí? O que acham?

Eu não entendi bem o que quis dizer em relação a sub-classificações...mas acho que é bem possível sim que os arromanticos não se identifiquem com os padrões amorosos que estão na sociedade, mesmo possuindo sentimentos em potencial. Por isso, eles se identificam como arromanticos e é o meu caso, tenho sentimentos mas não me identifico com os padrões de relacionamentos, por exemplo, o fato de que quando se namora alguém se ignora o resto do mundo...isso é uma coisa que odeio, ou quando você namora você obrigatoriamente tem que andar colado 24h com a pessoa...tem que saber todos os passos...por isso, o padrão atual de namoro ou até mesmo de amizade na nossa atual sociedade não me representa.

Pelo q entendi tem surgido dois tipos de arromanticos:

- O que não sente atração romantica e não sente falta de um relacionamento.

- E o que por não se identificar com as relações amorosas atuais, acaba evitando esses relacionamentos.

Me identifico com o segundo tipo de arromantico. Mas tb me sinto como o primeiro pq ter um relacionamento não é fundamental pra mim.

a assexualidade existe em tantas formas que parece que existe um tipo para cada pessoa.essas classificações são úteis apenas para auto -conhecimento ou para arranjar parceiros compativeis.não acredito que seja possivel criar uma classificação para cada sentimento,por que todos amam de um jeito diferente.

Sim, eu não quero criar ainda mais classificações para definir sentimentos. O que eu quis expor é a percepção que eu tive de dois padrões diferentes dentro do arromantismo, e quis trazer isso à vocês para contribuir com a discussão sobre o arromantismo, já que um dos maiores problemas no entendimento do tema é a diferença entre as visões que os arromânticos têm do seu próprio arromantismo.

Eu acho que a vida é bem mais gostosa quando a gente tem aquela meiguice, aquela sensação inebriante de gostar e de ser querido por um alguém ou por muitos. Talvez devéssemos encarar o romantismo com algo não ligado ao sexual. Será que o filho que leva flores pra mãe, pra avó, não por obrigação nem por convencionalismo mas porque quis demonstrar amor através deste gesto não será também ele um romântico? Viver a vida assim à seco, sem essas pequenas coisinhas vale mesmo à pena? Eu olho pra  foto do Saulo e vejo nele um áurea de meiguice, de carinho e de doçura, aliás tem alguém aqui aqui que viu até encantamento, e me pergunto: será que e esse moço é mesmo assim tão incapaz de um gesto mesmo que furtivo de carinho? Frankly dear! I really don't think so, sorry!!

Gioberto escreveu:

Eu acho que a vida é bem mais gostosa quando a gente tem aquela meiguice, aquela sensação inebriante de gostar e de ser querido por um alguém ou por muitos. Talvez devéssemos encarar o romantismo com algo não ligado ao sexual. Será que o filho que leva flores pra mãe, pra avó, não por obrigação nem por convencionalismo mas porque quis demonstrar amor através deste gesto não será também ele um romântico? Viver a vida assim à seco, sem essas pequenas coisinhas vale mesmo à pena? Eu olho pra  foto do Saulo e vejo nele um áurea de meiguice, de carinho e de doçura, aliás tem alguém aqui aqui que viu até encantamento, e me pergunto: será que e esse moço é mesmo assim tão incapaz de um gesto mesmo que furtivo de carinho? Frankly dear! I really don't think so, sorry!!

Mas eu não vejo o arromantismo ligado à falta de carinho ou destes pequenos atos de romantismo que você descreveu. Esta é uma interpretação sua. Vejo o arromantismo como a falta de atração romântica por pessoas ou a falta de identificação com os relacionamentos românticos, e isso, dentro da minha visão, não faz necessariamente do arromântico uma pessoa fria e seca. Eu não sou assim, pelo menos.

Elemento Neutro escreveu:

Pelo q entendi tem surgido dois tipos de arromanticos:

- O que não sente atração romantica e não sente falta de um relacionamento.

- E o que por não se identificar com as relações amorosas atuais, acaba evitando esses relacionamentos.

Me identifico com o segundo tipo de arromantico. Mas tb me sinto como o primeiro pq ter um relacionamento não é fundamental pra mim.

Também entendi a questão desse jeito. E sendo assim, eu também me identifico mais com o segundo tipo, embora o primeiro não se exclua totalmente em mim. Pra mim, a dificuldade está em entender a definição de "romântico". Eu estou verdadeiramente perdido nesse contexto. Seria, o que, ter interesse em namorar uma pessoa? Ou de fazer amizade? Juro que não faço a menor ideia do que isso significa. Nunca fiz. Para mim, ser romântico sempre esteve ligado àquela coisa melosa e clichê de dar flores e de fazer declarações absurdas e tudo o mais. Só que havia um ponto: quando eu pensava nisso em um namoro, eu repugnava (ainda é assim, ok), mas quando a situação é com amigos, eu sou muito tranquilo. Eu tenho um amor gigantesco, imensurável e inexplicável (viram?) pelos meus amigos, e eu me sinto bem em dizer isso a eles. E nada disso nunca fez o menor sentido pra mim. Essa separação.

Me identifiquei bastante com o que o Leonardo disse.
Eu sou um amor com meus amigos, do tipo sempre levar docinhos pra eles, abraçar, oferecer carinho, se preocupar, etc e tal. Entretanto, não consigo ser assim em um relacionamento... Passei um tempo sem frequentar o fórum, e neste meio tempo tentei entrar em um relacionamento mais uma vez, só que novamente não deu certo... (infelizmente persisto lutando contra mim)

Elemento Neutro escreveu:

Pelo q entendi tem surgido dois tipos de arromanticos:

- O que não sente atração romantica e não sente falta de um relacionamento.

- E o que por não se identificar com as relações amorosas atuais, acaba evitando esses relacionamentos.

Me identifico com o segundo tipo de arromantico. Mas tb me sinto como o primeiro pq ter um relacionamento não é fundamental pra mim.

Legal esses dois "tipos", me identifico com o segundo, depois o primeiro. Eu tenho uma "namorada" (é fachada, gente - história longa), nunca a beijei, não senti falta de "agarrar" -argh- pois acho esse tipo de afeto algo muito superficial, assim como aliança, casamento, status no face... Nunca isso me interessaria, mas em compensação, somos bons amigos um para o outro. Desmentindo o coração seco dos arromânticos.