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 Até onde realmente somos Aces?

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Shipow
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MensagemAssunto: Até onde realmente somos Aces?   Até onde realmente somos Aces? Empty1/11/2022, 22:29

Cara, a complexidade de nós seres humanos é ilimitada, assim como nossa relação interpessoal com nós mesmos e com o mundo que nos rodeia.
Como bem diz Augusto Cury...somos seres em constante construção.
Descobri a assexualidade na idade madura, quando descobri esse fórum, e a classificação que mais me identifdiquei foi de Arromantico. Na ocasião, o Adm romântico discodou de mim pelo fato de eu estar casado, sendo que os Arromanticos geralmente ficam sosinhos. Na mesma época, eu descobri os relacionamento Querplatônicos que se encaixava no meu caso. Foi por essa razão que coloquei em meu perfil apenas um ace, a qual não me importava classificações. Mas foi como se uma lacuna tivesse sido preenchida em minha vida e tudo passou a fazer sentido. Todavia, nunca deixei que essa descoberta influenciasse em minha personalidade, afinal já tinha passado maior parte de minha vida sem saber disso.
Recentemente comecei a fazer terapia, não por depressão ou por algum problema comportamental, e sim pq já estava nos meus planos trabalhar algumas áreas em que eu não estava conseguindo superar sozinho.
Decobri que a nova geração de Terapeutas estão utilizando um método novo baseado em reprogramação mental, ou seja, faz-se uma busca no passado onde se criaram crenças, traumas e etc para se criar novas conexões neurais a partir deste momento presente.
Isso é fantástico!! O método que se utlizava de o pasciente ficar contando sua vida e o profissional ficar assentindo com a cabeça hoje se mostra pouco eficiente. Agora, o pasciente não precisa contar nada de sua vida se não quiser.
Pois bem, a terapeuta que comecei a trabalhar me falou algo que eu desconhecia: que eu apresentava características de Esquizoide, e falou para mim pesquisar a respeito.
Pesquisei e descobri sobre os TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE:
Transtornos de personalidade geralmente são padrões generalizados e persistentes de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo ou comprometimento funcional. Os transtornos de personalidade variam significativamente em suas manifestações, mas acredita-se que todos sejam causados por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Dividem-se em 10 tipos classificados em 3 grupos A B e C.

https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-personalidade

Mais uma vez, essa caractrística se encaixou como uma luva em meu comportamento.
Dizem que somos quem acreditamos ser. Será que somos mesmo Aces? Ou apenas criou-se essa classificação para descrever um comportamento pelo desinteresse em sexo? Desinteresse até que ponto?
Tipo...não tenho vontade e não corro atras de sexo, e, por causa disso, eu tenho de levantar uma bandeira exigindo que me aceitem como tal? Pára...nenhuma pessoa é igual a outra. Quem gostar de mim, será pór quem eu sou, pela minha personalidade e fim.
A maturidade me ensinou a apenas viver e a aprecisar o momento presente da melhor maneira.
Gosto de ficar mais isolado, mas tenho meu estilo de vida da qual permaneço fazendo parte da sociedade que me cerca.
O mundo a minha volta nada mais é que o reflexo de meu interior, então, tenho este momento presente para decidir, escolher a pessoa que quero ser e como minha vida deve ser. Tudo é escolha.
Acho que começo a escolher que não quero ser mais Ace e nem arromantico. Posso não ter amado ninguem até agora, mas talvez seja pq não apareceu a pessoa certa ainda ou até mesmo pq eu não me permiti.
Não precisam concordar comigo e nem pretendo influenciar ninguem aqui, ok!
Estou apenas compartilhando minha trajetória de que todo mundo é composto de mudanças, tomando-se sempre novas qualidades.



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PumpkinCake
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MensagemAssunto: Re: Até onde realmente somos Aces?   Até onde realmente somos Aces? Empty2/11/2022, 19:44

Não sei se esse tópico estar aberto para compartilharmos outras visões também, nem estou discordando com nada, mas queria dar mais um ponto de vista.

Não acho que ser ace faz a pessoa ficar acorrentada a uma classificação e não ficar aberta as possibilidades da vida, pelo menos não deveria ser assim se esse é o caso de alguém.

Eu penso que a comunidade ace é uma coisa boa de verdade porque acolhe diversas pessoas em dúvida e sofrimento por conta disso, mesmo que não sejam de fato assexuais. É uma coisa que sempre achei muito bonita no fórum, a pessoa encontrar outros iguais e conseguir dar um suspiro de alívio. A estadia aqui pode ajudar a superar uma fase, ajuda alos e até pessoas que estão com outros problemas. Por isso que acho tão importante todos estarem com um bom acompanhamento com psicólogo, não por todos terem algum transtorno psicológico/psiquiátrico mas se tiverem, que seja bem tratado. No meu caso, essa angústia que eu tinha em relação a me relacionar com os outros de outra forma me impedia de focar em outras questões até mais importantes na vida e descobrir ser ace liberou esse espaço para depois conseguir olhar com mais clareza para essa questão (que confirmei depois ser de fato ace). Isso que aconteceu comigo espero que seja o que acontece com todos daqui, um momento de alívio para olhar e analisar a situação sem toda a angústia.

Interessante que você acabou se questionando em relação a um transtorno de personalidade. Uma ressalva que faço para os outros é que esse diagnóstico é feito por um profissional psicólogo, psiquiatra ou neuropsicólogo. Se observarem por si só poderão se identificar com diversas características e achar que tem alguma (eu mesma me diagnosticaria como histriônica).

Você citou algo bem interessante, talvez o sonho de todos, "aceitarem do jeito que sou". No fundo todos buscam isso, dentro e fora das comunidades das minorias. Acho que ninguém daqui, das comunidades levantaram bandeira, talvez não seja preciso e não é errado quem faz. A verdade é que esse papo é mais amplo do que se pensa, não é verdade? Afinal, qualquer pessoa pode fazer parte de algo e não querer expor, como ser feminista e não ir nas manifestações, gostar de uma banda e não expor na internet, ou ser ser homossexual e não "assumir". Tudo depende muito do indivíduo e está tudo bem.

Eu tenho na minha cabeça como seria fantástico viver em um mundo que todos vivem suas vidas sem se preocupar com o que o outro é ou faz (no sentido bom e normal). Todo mundo simplesmente na equidade de direitos e deveres, sendo apenas quem são e sem amarras ou medo disso. Espero que isso aconteça um dia e não seja uma utopia da minha mente. Até lá acho que nomear grupos ainda é importante para um acolhimento longe do que é considerado "normal".


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MensagemAssunto: Re: Até onde realmente somos Aces?   Até onde realmente somos Aces? Empty3/11/2022, 08:56

PumpkinCake escreveu:

Não acho que ser ace faz a pessoa ficar acorrentada a uma classificação e não ficar aberta as possibilidades da vida, pelo menos não deveria ser assim se esse é o caso de alguém.  

Obrigado por comentar. Sobre as classificações, eu só fiz uma menção sobre as pessoas acharem que precisam se encaixar em alguma. Tem pessoas que não se encaixam em nada e ficam nas áreas cinzas. E está tudo bem. Meu comentário tb faz referencia que já presenciei dentro das proprias comunidades aces, não aqui neste fórum, preconceitos tendo até "exclusões".
Quando conheci, achei interessante as classificações, mas depois foi perdendo o sentido para mim. Tipo os signos...Tem pessoas que lêem todo santo dia a mensagem de seu signo e acreditam na influencia disso. Tudo bem.
Muitas vezes o padrão de comportamento entre os signos são semelhantes, mas não uma regra. E meu questionamento é essa de uma pessoa chegar ao ponto de olhar na internet qual o melhor signo que combina com o meu e já evitar uma pessoa que tem um signo que teoricamente não combinam.
Em nosso caso, muito se bate na tecla aqui que um ace dificilmente daria certo com um alo. Pq não? Mas é o que a maioria acaba acreditando e aceitando. é sobre isso. Só estou deixando essa reflexão.

PumpkinCake escreveu:

Eu penso que a comunidade ace é uma coisa boa de verdade porque acolhe diversas pessoas em dúvida e sofrimento por conta disso, mesmo que não sejam de fato assexuais. É uma coisa que sempre achei muito bonita no fórum, a pessoa encontrar outros iguais e conseguir dar um suspiro de alívio. A estadia aqui pode ajudar a superar uma fase, ajuda alos e até pessoas que estão com outros problemas. No meu caso, essa angústia que eu tinha em relação a me relacionar com os outros de outra forma me impedia de focar em outras questões até mais importantes na vida e descobrir ser ace liberou esse espaço para depois conseguir olhar com mais clareza para essa questão (que confirmei depois ser de fato ace). Isso que aconteceu comigo espero que seja o que acontece com todos daqui, um momento de alívio para olhar e analisar a situação sem toda a angústia.

Concordo em numero, gênero e grau com vc. Deveriam existir muitos outros canais como esse fórum. Desde que aqui entrei, eu sei que contribuí de muitas formas. Já falei pessoalmente com cada adm a frente desse fórum sobre o grau de importancia em apenas abrir este espaço para que as pessoas possam se sentir parte.

PumpkinCake escreveu:


Afinal, qualquer pessoa pode fazer parte de algo e não querer expor, como ser feminista e não ir nas manifestações, gostar de uma banda e não expor na internet, ou ser ser homossexual e não "assumir". Tudo depende muito do indivíduo e está tudo bem.

Com certezaaaaa

PumpkinCake escreveu:

Eu tenho na minha cabeça como seria fantástico viver em um mundo que todos vivem suas vidas sem se preocupar com o que o outro é ou faz (no sentido bom e normal). Todo mundo simplesmente na equidade de direitos e deveres, sendo apenas quem são e sem amarras ou medo disso. Espero que isso aconteça um dia e não seja uma utopia da minha mente. Até lá acho que nomear grupos ainda é importante para um acolhimento longe do que é considerado "normal".

Essa é a meta. Um dia chegaremos lá. Afinal, a esperança é ultima que morre. hahahahaha

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MensagemAssunto: Re: Até onde realmente somos Aces?   Até onde realmente somos Aces? Empty3/11/2022, 12:49

Estou revisando alguns artigos sobre assexualidade ultimamente, e o seu tópico me lembrou de uma questão importante levantada em um deles.

Um problema que a comunidade assexual tem na minha opinião (e a da autora do artigo em questão) é um zelo um pouco exagerado no afastamento de qualquer hipótese da assexualidade estar relacionada a qualquer tipo de deficiência ou transtorno.

Isso é compreensível por causa da história de medicalização do comportamento assexual que até precede a formação das identidades assexuais, que só vem no século XXI. Mas cria uma clivagem entre nós e as pessoas com deficiências e transtornos* (para não falar daqueles de nós que têm deficiências e transtornos). Por isso seria, talvez, mais adequado e inteligente assumir nisso também uma ética profunda de pluralismo de modos de viver.

*O artigo também critica muitos movimentos de pessoas com deficiências na sua relação com a assexualidade porque o estereótipo do deficiente como "não-sexual" é comum e algo contra o qual aquela comunidade luta bastante, e isso a leva, às vezes, a considerar a assexualidade algo suspeito, o que também é um problema.

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MensagemAssunto: Re: Até onde realmente somos Aces?   Até onde realmente somos Aces? Empty3/11/2022, 18:10

BPBertolino escreveu:
Estou revisando alguns artigos sobre assexualidade ultimamente, e o seu tópico me lembrou de uma questão importante levantada em um deles.

Um problema que a comunidade assexual tem na minha opinião (e a da autora do artigo em questão) é um zelo um pouco exagerado no afastamento de qualquer hipótese da assexualidade estar relacionada a qualquer tipo de deficiência ou transtorno.

Isso é compreensível por causa da história de medicalização do comportamento assexual que até precede a formação das identidades assexuais, que só vem no século XXI. Mas cria uma clivagem entre nós e as pessoas com deficiências e transtornos* (para não falar daqueles de nós que têm deficiências e transtornos). Por isso seria, talvez, mais adequado e inteligente assumir nisso também uma ética profunda de pluralismo de modos de viver.

*O artigo também critica muitos movimentos de pessoas com deficiências na sua relação com a assexualidade porque o estereótipo do deficiente como "não-sexual" é comum e algo contra o qual aquela comunidade luta bastante, e isso a leva, às vezes, a considerar a assexualidade algo suspeito, o que também é um problema.


Eu acho que entendi mais ou menos o que você disse. No caso das pessoa com deficiências, seriam os neurotípicos? Acho que o maior exemplo ficcional disso é Sheldon Cooper, portador de TEA, mas pelo comportamento dele ser peculiar em relação a relacionamentos, pelo menos até certa temporada, o pessoal achava que ele era ace.
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MensagemAssunto: Re: Até onde realmente somos Aces?   Até onde realmente somos Aces? Empty3/11/2022, 21:13

Shipow escreveu:

Em nosso caso, muito se bate na tecla aqui que um ace dificilmente daria certo com um alo. Pq não? Mas é o que a maioria acaba acreditando e aceitando. é sobre isso. Só estou deixando essa reflexão.

Esse é um assunto que eu acho que dá o que falar, e gostaria de adicionar um teco à reflexão.

Acho que uma coisa que acontece com frequência é as pessoas descobrirem que são ace depois de um relacionamento que deu errado com um alo, aí fica aquele viés negativo de que a coisa não dá certo (viés que admito carregar em parte). Além disso, acho que entra um pouco de "senso comum" no meio, visto que alos tem necessidades relacionadas a sexo que assexuais que não são demi não teriam (desejar relações sexuais, querer ser sexualmente desejado, e por aí vai...)

Dito isso, eu acredito que, sendo assexual ou não, qualquer relacionamento vai ser difícil e complicado por envolver dois (ou mais) seres humanos que são, como você colocou, seres de complexidade ilimitada.

Como cada um se relaciona com a sua sexualidade de forma diferente (até mesmo entre os alos), sou da opinião que o que vai definir se um relacionamento vai longe ou não é a vontade dos envolvidos, independentemente da sexualidade, quanto mais essas pessoas estiverem dispostas a explorar os próprios limites e questionar o que é de senso comum (e que muitas vezes está errado).
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