Me considero assexual arromântico e incapaz de estabelecer uma relação afetiva com alguém, no entanto, confesso que às vezes quando vejo histórias bonitas de amor fico com um pouco de inveja e vontade de viver algo bonito assim .. será que isso faz de mim romântico? ... ou será apenas uma espécie de resposta natural do ser humano ao que seria um padrão natural de relacionamentos, confesso que às vezes fico confuso, será que todos os arromânticos se sentem assim também?   :x :x 

Eu sei que o que eu vou dizer talvez não seja a coisa mais agradável aos olhos de alguns. Creio que essa automação de uma vontade de repetir histórias pessoais "perfeitas" é inerente até em nós arromânticos porque vivemos em uma esfera que se, não oprime a individualidade em virtude da coletividade, ainda tem muitos traços disso de um passado não muito longe.

Algumas vezes nos piores dias me pergunto se toda essa ideia de que somos "objetos únicos" tal como astros no Universo - com suas características físicas próprias que ditarão como ele se posiciona nesse espaço - orbitando outros astros nesse mesmo Universo é uma grande besteira. Se na verdade não somos apenas moléculas dentro de um astro só, ou a maioria de nós ao menos, e poucos conseguiram de fato se "desprender" da estrela em fusão...

Alguns dias me vem essa automação anteriormente dita, de uma forma diferente... Aquele anseio de formar uma família. Ter filhos. Ser avô. Ver seu sobrenome se perpetuando em mais de 2 descendentes... Daí eu me pergunto, se eu anseio isso, então que valor eu dou a mim mesmo ?

Se eu morrer hoje ou morrer no limite biológico, sem ter nunca "realizado" essas coisas... Não vou ser digno ?

Afinal, porque diabos criamos todos esses nomes... Pai, mãe, filho, irmão... Família! Porque não se "permite" ser como um pai mas sem usar o nome pai, ou ser um filho sem usar o nome filho... Não falo de adoção, falo de hereditariedade intelectual (ou moral)... Um individuo seguindo o outro deixando sua herança não-material através das eras...

Até existe, mas quem disse que nossa tão aprazível coletividade acha isso aprovável ? Ou pelo menos permite existir sozinha, sem acompanhar a hereditariedade tradicional  (pai, mãe, etc.)...

Não, pra ela o que é certo é o que é feito há séculos onde o acaso e não a afinidade une sujeitos, porque é mais eficiente produtivamente e consequentemente, melhor pro progresso como espécie.

Então não me espanto quando o bicho da coletividade me morde e começa causar uma certa disforia (link pro ótimo tópico do Lipe)...

Ah mano, acho que você pode viver uma vida bonita e cheia de pássaros esvoaçantes e coloridos com alguém se você quiser, sem se preocupar tanto com as definições para assexualidade. O problema seria mais saber se o envolvido estará de acordo com você, e de qual seria o seu ideal de convivência com ele. Se você não faz questão alguma disso, da mesma forma que não faz de praticar sexo, não precisa ir em frente.

No fundo, eu também não gosto muito da ideia de firmar um "compromisso" com alguém, embora seja um ace romântico. Até hoje fico meio confuso sobre que tipo de relacionamento eu gostaria de ter exatamente com as pessoas que gosto. Nunca parei para fazer reflexões tão profundas quanto essas do kavernista XD, mas realmente, a gente cresceu aprendendo que existem padrões que, de certa forma, são impostas na gente como ideais, o que leva a cogitar uma mínima possibilidade de que, sei lá, casais devem ser legais, famílias também, fora essa hipótese de que não se deveria ir contra o que dizem ser mais benéfico para todo mundo.

Mas eu não ligo, pois sempre tem outras formas de servir à humanidade que também nos trazem sensações boas e devem ser suficientes para nos sentirmos dignos

Já me senti assim, mas acredito que pq todos nós buscamos a felicidade nesse mundo. E encontrar o grande amor da sua vida, que vai te inspirar, que vai suprir todas as suas necessidades e ser feliz pra sempre, é ainda o tipo de felicidade mais procurado por proporcionar uma mudança repentina na vida desse alguém. Já as felicidades que dificilmente se consegue enxergar uma mudança de estado, não são reconhecidas como felicidade verdadeira e por isso poucos as buscam. Então, acaba que até nós arromânticos achamos q só há felicidade se encontrarmos ''o grande amor''.

Elemento Neutro escreveu:

Já me senti assim, mas acredito que pq todos nós buscamos a felicidade nesse mundo. E encontrar o grande amor da sua vida, que vai te inspirar, que vai suprir todas as suas necessidades e ser feliz pra sempre, é ainda o tipo de felicidade mais procurado por proporcionar uma mudança repentina na vida desse alguém. Já as felicidades que dificilmente se consegue enxergar uma mudança de estado, não são reconhecidas como felicidade verdadeira e por isso poucos as buscam. Então, acaba que até nós arromânticos achamos q só há felicidade se encontrarmos ''o grande amor''.

Tirou as palavras da minha boca.
Também me sinto meio incomodado com certas enas de romance, é como se a resposta para a vida fosse achar a "pessoa certa" e você fosse incapaz de cumprir a sua missão...