Retirado do jornal O Dia

Decisão de juiz do Distrito Federal abre brecha para tratamento proibido pelo Conselho Federal de Psicologia desde 1999.

Distrito Federal - O juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho concedeu liminar que abre brecha para que psicólogos ofereçam a terapia de reversão sexual, conhecida como 'cura gay', tratamento proibido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) desde 1999.

A decisão atende a pedido da psicóloga Rozangela Alves Justino em processo aberto contra o colegiado, que aplicou uma censura à profissional por oferecer a terapia aos seus pacientes. "A fim de interpretar a citada regra em conformidade com a Constituição, a melhor hermenêutica a ser conferida àquela resolução deve ser aquela no sentido de não provar o psicólogo de estudar ou atender àqueles que, voluntariamente, venham em busca de orientação acerca de sua sexualidade, sem qualquer forma de censura", anotou o magistrado.

Para o CFP, a decisão liminar, proferida na sexta-feira, abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual. Segundo a entidade, "a ação foi movida por um grupo de psicólogos defensores dessa prática, que representa uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico."

Segundo o CFP, na audiência de justificativa prévia para análise do pedido de liminar, a entidade se posicionou contrária à ação, "apresentando evidências jurídicas, científicas e técnicas que refutavam o pedido liminar". Os representantes do CFP destacaram que a homossexualidade não é considerada patologia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) - entendimento reconhecido internacionalmente. Também alertaram que as terapias de reversão sexual não têm resolutividade, "como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico".

O CFP informa que o processo está em sua fase inicial e afirma que vai recorrer da decisão liminar.

Fonte- http://odia.ig.com.br/brasil/2017-09-18/liminar-permite-que-psicologos-oferecam-cura-gay-para-homossexuais.html

Tw.S escreveu:

Então, acho que a parte "por livre e espontânea vontade" é a parte mais perigosa do texto. Não entendo muito de constituição, mas, por favor me corrijam se eu estiver errado, nesse caso, pais não poderiam dar o consentimento pelos filhos e submetê-los mesmo que involuntariamente a esse tipo de "terapia"?

Pois é, isso é o que realmente podemos chamar de regressão, hein. Fiquei sabendo disso hoje de tarde de uma pessoa que dizia que "se for por livre e espontânea vontade tudo bem". Porém, logo me veio em mente o mesmo que você disse, Tw.S. No caso de jovens menores de idade homossexuais descobertos por famílias que não os aceitam, não seria a oportunidade para submeter pessoas a essa terapia que dizem ser feita por "livre e espontânea vontade"?

Afinal, espero que ninguém me entenda errado na comparação que vou fazer aqui, mas é só para dar um exemplo de como essa coisa de livre e espontânea vontade não funciona tão bem assim na prática. Não sou tão entendedora do assunto, mas até onde eu sei um viciado só pode ser internado caso esteja de acordo com isso, tanto que é possível deixar a clínica antes de terminar o tratamento se assim o quiser. Porém, existem muitas clínicas que não respeitam esse fator quando se trata da internação de adolescentes, uma vez que ele é menor de idade e são seus pais ou responsáveis que respondem por ele.

Sem dúvida alguma, o mesmo aconteceria com jovens homossexuais que não quisessem se submeter a terapia, mas que seriam de certa forma "forçados" por seus responsáveis. Visto que os casos de famílias que não aceitam o fato de terem filhos homossexuais, vejo um grande problema aí.

Tw.S escreveu:

A necessidade de controle sobre a orientação sexual alheia é intrinsecamente ligada à logica religiosa(sobretudo cristã, na qual a mulher supostamente teria sido criada para o homem). A mera existência de outras sexualidades senão a heterosexualidade ameaça toda a estrutura religiosa, uma vez que se um dogma pode ser questionado("a mulher e o homem terem sido feitos por deus um para o outro") todos os outros podem ser igualmente postos em duvida(relações sexuais fora do casamento, ou mesmo roubo, poden não ser pecados). Isso faz com que toda a estrutura religiosa, a qual deveria fornecer suporte e apoio para as pessoas auxiliândo-as a estruturar suas vidas e não submetê-las à sua estrutura própria como ocorre atualmente, simplesmente desmorone. Não é atoa que há discursos errôneos acerca de outras sexualidades senão a heterosexualidade serem uma "doença" que precise de uma "cura". Ao meu ver, isso ocorre principalmente devido a essa relação entre sexualidade e religião anteriormente mencionada. Um exemplo disso é o uso intenso da religião nos processos de suposta "cura" já mencionados.

Exatamente, vivendo nós em um país cuja grande maioria das pessoas é cristã, a ideia de que a homossexualidade está errada devido a lógica da região onde a mulher foi criada para o homem e pronto. Mas sabe o que eu acho absurdo, é que existe muito erro na forma como as pessoas usam a bíblia e a religião para justificar aquilo que elas simplesmente não gostam.

A mesma bíblia que diz para que não devem se deitar homem com homem, nem mulher com mulher, também despreza o sexo fora do casamento. Será que essas pessoas que estão se baseando na bíblia para condenar o homossexualismo nunca se deitaram com outra pessoa fora do casamento?

E já que é pra falar de cristianismo e do que está na bíblia, vale lembrar dessas passagens:
“Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem.” Mateus 15:11.
“Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina.” Marcos 7:15.

Ou seja, não é o "mundo" que contamina o homem, não é sexo, não é bebida, não é a carne, ou seja lá o que for, mas o que sai de nós (do nosso coração), como o ódio, por exemplo, que contamina o mundo e os outros homens.

Então, eu pergunto: persistir na ideia de que o homossexualismo é uma doença e que precisa ser tratada não é algum tipo de ato de ódio, onde há quem insista nisso apenas porque não gosta, porque é diferente e porque não aceita a forma como o outro é?

Após Justiça liberar "cura gay", líder LGBT pede aposentadoria compulsória - Paraná Portal

Em protesto contra a “cura gay”, o diretor executivo do Grupo Dignidade Toni Reis, líder ativista LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), fez nesta terça-feira (19) um requerimento ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para pedir aposentadoria compulsória.

[...]

Toni Reis afirma que vai utilizar os mesmos argumentos dos psicólogos que entraram com a ação e do juiz na decisão. “Entende-se que a partir dessa decisão, em torno de 20 milhões de pessoas brasileiras que são homossexuais (segundo estimativas científicas baseadas no estudo de Kinsey, 1948) tornam-se inválidas e, portanto, elegíveis para receber aposentadoria por invalidez. Reconheço que o pagamento desse benefício imprevisto possa quebrar a Previdência Social uma vez por todas, mas sugiro que o déficit incorrido seja recuperado por meio da taxação da renda das igrejas que promovem a “cura gay””, diz um trecho do requerimento.

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Tw.S escreveu:

Olá @Jeeh. Uso a plataforma android então não posso realizar citações, mas responderei sua pergunta mesmo assim.

Na verdade você pode citar normalmente, só clicar em "Citar", ou copiar o comentário e colar entre um

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onde USERNAME é o nome do usuário (opcionalmente)

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