Boa noite,

Descobri esses dias a existência da assexualidade, e estudando mais sobre o tema parece descrever minha esposa.
Vou deixar meu depoimento abaixo, e gostaria da opinião de quem tem mais experiência no assunto.

Bom, casamos virgens por motivos religiosos depois de 2 anos de namoro. Somos casados a 4 anos e temos um bebê de 6 meses.
Logo na lua de mel ficou nítido o desconforto da minha esposa com o sexo. Mas como éramos virgens poderia ser qualquer coisa.

Os primeiros meses de casado foi marcado pela minha obsessão por conseguir mais e melhor sexo com ela, e dela fugindo disso de todas as formas possíveis.
Cheguei a pensar que ela não tinha interesse, e/ou não gostava de mim especificamente.

Nos "melhores" momentos fazíamos sexo 2 vezes por mês depois de muita procura quase desesperada de minha parte. Não estava sabendo lidar com aquilo e tivemos um início de casamento de muito sofrimento. Em todo o resto somos ótimos, nos entendemos e no amamos muito. Mas o sexo sempre foi uma tortura. Tentei de tudo o que vocês possam imaginar para "apimentar" a relação, mas a resposta é sempre a mesma, total desinteresse.

Temos a convicção de que ela sofre de vaginismo, condição na qual a musculatura vaginal da mulher se contrai involuntariamente causando dor durante a relação. E na maioria das vezes o sexo é doloroso para ela. Mas mesmo em épocas em que essa condição diminui e ela não ente tanta dor, ela simplesmente não tem interesse, quase não participa.

Com dificuldade ela tem orgasmos e lubrificação, mas é de vez em nunca. No restante é ela de olhos fechados e testa franzida torcendo para acabar logo, me fazendo sentir o pior dos homens. Com o passar dos meses e anos eu simplesmente fui deixando de procurá-la por amor à ela, pois percebo o quão sacrificante é para ela.

Durante a gravidez e depois do parto, simplesmente deixei ela em paz por entender o turbilhão de hormônios e novas sensações que estamos vivendo com nosso bebê.

Eu amo minha esposa e sei o quanto ela me ama, e o quanto somos felizes enquanto casal. Mas admito que a abstinência de sexo vem me consumindo e eu não sei o que fazer. Percebi na marra que cobrar isso dela só causa mais sofrimento e dor e não tenho a quem recorrer. Me sinto lutando sozinho contra um inimigo que não sou capaz de atacar.

Lendo relatos de pessoas assexuais eu consigo identificá-la, mas ela também não sabe que isso existe. Só descobri a existência dessa condição recentemente e talvez isso seja a explicação de todo o nosso sofrimento.

Alguém que tenha passado por algo parecido tanto do lado do Ace quanto do Sexual, poderia compartilhar sua experiência?
Me aconselhar de alguma forma?


Obs.: Ela sofreu um abuso na adolescência e não sei se vem ao caso.
Teve um ficante antes de me conhecer. Foi sua primeira e única experiência sexual antes de mim.
Encurtando a história, eles davam uns amassos e a cada encontro o cara forçava um avanço. Era um típico relacionamento abusivo de uma adolescente apaixonada e um cara experiente.  
O cara foi pressionando e avançando até que já estavam com alguma intimidade sexual. Até que num outro encontro o cara perdeu a paciência e tentou partir para a penetração, que era um limite dela. Ela ficou algum tempo paralisada enquanto o cara iniciava o ato, sentindo dores, até que caindo em si entrou em crise, e começou a tremer toda e gritar. O cara expulsou ela de casa e não quis mais saber.
Bom, hoje nós consideramos que ela sofreu um abuso, uma tentativa de estupro, apesar dela se culpar pelo ocorrido.


Pessoal, desculpem o desabafo longo e talvez excessivamente detalhado. Mas eu sinto que precisava disso.
Obrigado

Não tenho muita experiência, então espero que outros (as) colegas aces te aconselhem aqui também. Você disse que ela possui uma doença (vaginismo) que torna o sexo doloroso, sendo assim, não sei bem se poderia ser considerada assexual, pois segundo seu depoimento ela tenta evitar relações sexuais por receio dessa dor. Eu te aconselho a procurarem um ginecologista, existe tratamento para a condição dela, não sei se é totalmente eficiente, mas vocês podem tentar. Se fosse algo ligado a falta de atração sexual eu diria que ela pode ser assexual, contudo não é o que parece. Mesmo assim, somente ela pode definir a sua sexualidade.

Envolvendo um abuso recomendo fortemente que procure uma ajuda especializada, só isso pode ao menos tirar a culpa que ela sente. Acho que devemos ir por partes, primeiro deve ir pelo sentimento de culpa que ela sofre. Acho que resolvendo isso você pode analisar outras hipóteses. Vocês se amam, podem passar por isso juntos.

Como Hipotenusa, não tenho mta experiência, mas senti de dar minha contribuição mesmo assim, pois só pela sua fala deu para perceber o amor que existe na relação, e isso é muito importante.

Primeiro de tudo, concordo com Fada, que é fundamental que ela busque ajuda de um profissional psicólogo, porque a culpa não foi dela (lógico!) e é importante que ela consiga se livrar desse sentimento.
Segundo, também concordo com Hipotenusa, sobre procurar ginecologista para cuidar do problema do vaginismo.

E acrescento dois pontos:
Você já conversou com ela sobre a assexualidade, levantar a possibilidade com ela? Pois só ela pode dizer se realmente é ou não, e ela lendo a respeito pode se encontrar de alguma forma (para mim, descobrir o fórum foi um divisor de águas)

E pelo que você contou, a questão da penetração é um problema sério para ela. Mas e outros aspectos envolvendo a questão do sexo, digamos, as preliminares, como ela se sente em relação a isso? Será que vocês conseguiriam encontrar um meio termo? Ou a questão da penetração é importante para você?

Espero de verdade que vocês consigam achar soluções juntos!

Também não tenho muita experiência, mas acho que pode ser muitas coisas e você só vai saber realmente as causas se você perguntá-la.
Você pode encontrar muita resistência da parte dela. Com uma simples pergunta ela pode ter várias reações e se sentir "violada", desrespeitada, ofendida... Levando em conta que vocês são religiosos, podem existir muitas crenças que agravam mais a situação. E por tais coisas lhe aconselho a não colocar pessoas ou profissionais de cara na questão (só se ela pedir).
De qualquer maneira, é sempre bom ressaltar o quanto você a ama e expor o seu lado com muita delicadeza e principalmente ter muita paciência.

Eu acredito que a aceitação do "problema" e a busca por mudanças, por parte dela claro, se ela achar que isso é um mal, pode mudar a situação de vocês. E essa questão demanda muito mais um posicionamento seu do que dela. Você pode dar apoio e mostrar os caminhos, e por fim esperar o momento dela de agir. Mas, aí você tem que pensar também "e se ela não agir, o que eu faço?"
Boa Sorte!

Canonimo2, aconselho vocês a procurarem ajuda de profissionais. Você está considerando as seguintes possibilidades: assexualidade, vaginismo e abuso/estupro. A relação de vocês está também sendo afetada por esse problema. Procure ajuda de profissionais pois eles podem ajudá-los da melhor maneira.

canonimo2 escreveu:

Boa noite,

Descobri esses dias a existência da assexualidade, e estudando mais sobre o tema parece descrever minha esposa.
Vou deixar meu depoimento abaixo, e gostaria da opinião de quem tem mais experiência no assunto.

Bom, casamos virgens por motivos religiosos depois de 2 anos de namoro. Somos casados a 4 anos e temos um bebê de 6 meses.
Logo na lua de mel ficou nítido o desconforto da minha esposa com o sexo. Mas como éramos virgens poderia ser qualquer coisa.

Os primeiros meses de casado foi marcado pela minha obsessão por conseguir mais e melhor sexo com ela, e dela fugindo disso de todas as formas possíveis.
Cheguei a pensar que ela não tinha interesse, e/ou não gostava de mim especificamente.

Nos "melhores" momentos fazíamos sexo 2 vezes por mês depois de muita procura quase desesperada de minha parte. Não estava sabendo lidar com aquilo e tivemos um início de casamento de muito sofrimento. Em todo o resto somos ótimos, nos entendemos e no amamos muito. Mas o sexo sempre foi uma tortura. Tentei de tudo o que vocês possam imaginar para "apimentar" a relação, mas a resposta é sempre a mesma, total desinteresse.

Temos a convicção de que ela sofre de vaginismo, condição na qual a musculatura vaginal da mulher se contrai involuntariamente causando dor durante a relação. E na maioria das vezes o sexo é doloroso para ela. Mas mesmo em épocas em que essa condição diminui e ela não ente tanta dor, ela simplesmente não tem interesse, quase não participa.

Com dificuldade ela tem orgasmos e lubrificação, mas é de vez em nunca. No restante é ela de olhos fechados e testa franzida torcendo para acabar logo, me fazendo sentir o pior dos homens. Com o passar dos meses e anos eu simplesmente fui deixando de procurá-la por amor à ela, pois percebo o quão sacrificante é para ela.

Durante a gravidez e depois do parto, simplesmente deixei ela em paz por entender o turbilhão de hormônios e novas sensações que estamos vivendo com nosso bebê.

Eu amo minha esposa e sei o quanto ela me ama, e o quanto somos felizes enquanto casal. Mas admito que a abstinência de sexo vem me consumindo e eu não sei o que fazer. Percebi na marra que cobrar isso dela só causa mais sofrimento e dor e não tenho a quem recorrer. Me sinto lutando sozinho contra um inimigo que não sou capaz de atacar.

Lendo relatos de pessoas assexuais eu consigo identificá-la, mas ela também não sabe que isso existe. Só descobri a existência dessa condição recentemente e talvez isso seja a explicação de todo o nosso sofrimento.

Alguém que tenha passado por algo parecido tanto do lado do Ace quanto do Sexual, poderia compartilhar sua experiência?
Me aconselhar de alguma forma?


Obs.: Ela sofreu um abuso na adolescência e não sei se vem ao caso.
Teve um ficante antes de me conhecer. Foi sua primeira e única experiência sexual antes de mim.
Encurtando a história, eles davam uns amassos e a cada encontro o cara forçava um avanço. Era um típico relacionamento abusivo de uma adolescente apaixonada e um cara experiente.  
O cara foi pressionando e avançando até que já estavam com alguma intimidade sexual. Até que num outro encontro o cara perdeu a paciência e tentou partir para a penetração, que era um limite dela. Ela ficou algum tempo paralisada enquanto o cara iniciava o ato, sentindo dores, até que caindo em si entrou em crise, e começou a tremer toda e gritar. O cara expulsou ela de casa e não quis mais saber.
Bom, hoje nós consideramos que ela sofreu um abuso, uma tentativa de estupro, apesar dela se culpar pelo ocorrido.


Pessoal, desculpem o desabafo longo e talvez excessivamente detalhado. Mas eu sinto que precisava disso.
Obrigado

terapia pra vcs dois para ajudar a superar essa barreira e encontrar um meio termo pra ambos.

canonimo2 escreveu:

Boa noite,

Descobri esses dias a existência da assexualidade, e estudando mais sobre o tema parece descrever minha esposa.
Vou deixar meu depoimento abaixo, e gostaria da opinião de quem tem mais experiência no assunto.

Bom, casamos virgens por motivos religiosos depois de 2 anos de namoro. Somos casados a 4 anos e temos um bebê de 6 meses.
Logo na lua de mel ficou nítido o desconforto da minha esposa com o sexo. Mas como éramos virgens poderia ser qualquer coisa.

Os primeiros meses de casado foi marcado pela minha obsessão por conseguir mais e melhor sexo com ela, e dela fugindo disso de todas as formas possíveis.
Cheguei a pensar que ela não tinha interesse, e/ou não gostava de mim especificamente.

Nos "melhores" momentos fazíamos sexo 2 vezes por mês depois de muita procura quase desesperada de minha parte. Não estava sabendo lidar com aquilo e tivemos um início de casamento de muito sofrimento. Em todo o resto somos ótimos, nos entendemos e no amamos muito. Mas o sexo sempre foi uma tortura. Tentei de tudo o que vocês possam imaginar para "apimentar" a relação, mas a resposta é sempre a mesma, total desinteresse.

Temos a convicção de que ela sofre de vaginismo, condição na qual a musculatura vaginal da mulher se contrai involuntariamente causando dor durante a relação. E na maioria das vezes o sexo é doloroso para ela. Mas mesmo em épocas em que essa condição diminui e ela não ente tanta dor, ela simplesmente não tem interesse, quase não participa.

Com dificuldade ela tem orgasmos e lubrificação, mas é de vez em nunca. No restante é ela de olhos fechados e testa franzida torcendo para acabar logo, me fazendo sentir o pior dos homens. Com o passar dos meses e anos eu simplesmente fui deixando de procurá-la por amor à ela, pois percebo o quão sacrificante é para ela.

Durante a gravidez e depois do parto, simplesmente deixei ela em paz por entender o turbilhão de hormônios e novas sensações que estamos vivendo com nosso bebê.

Eu amo minha esposa e sei o quanto ela me ama, e o quanto somos felizes enquanto casal. Mas admito que a abstinência de sexo vem me consumindo e eu não sei o que fazer. Percebi na marra que cobrar isso dela só causa mais sofrimento e dor e não tenho a quem recorrer. Me sinto lutando sozinho contra um inimigo que não sou capaz de atacar.

Lendo relatos de pessoas assexuais eu consigo identificá-la, mas ela também não sabe que isso existe. Só descobri a existência dessa condição recentemente e talvez isso seja a explicação de todo o nosso sofrimento.

Alguém que tenha passado por algo parecido tanto do lado do Ace quanto do Sexual, poderia compartilhar sua experiência?
Me aconselhar de alguma forma?


Obs.: Ela sofreu um abuso na adolescência e não sei se vem ao caso.
Teve um ficante antes de me conhecer. Foi sua primeira e única experiência sexual antes de mim.
Encurtando a história, eles davam uns amassos e a cada encontro o cara forçava um avanço. Era um típico relacionamento abusivo de uma adolescente apaixonada e um cara experiente.  
O cara foi pressionando e avançando até que já estavam com alguma intimidade sexual. Até que num outro encontro o cara perdeu a paciência e tentou partir para a penetração, que era um limite dela. Ela ficou algum tempo paralisada enquanto o cara iniciava o ato, sentindo dores, até que caindo em si entrou em crise, e começou a tremer toda e gritar. O cara expulsou ela de casa e não quis mais saber.
Bom, hoje nós consideramos que ela sofreu um abuso, uma tentativa de estupro, apesar dela se culpar pelo ocorrido.


Pessoal, desculpem o desabafo longo e talvez excessivamente detalhado. Mas eu sinto que precisava disso.
Obrigado

Posso te responder do lado de cá da questão, como mulher, casada, que ama o marido, mas sofre com uma doença autoimune que gera dores e lesões íntimas e que apesar de ter um histórico de relações sexuais no passado, nunca fui muito entusiasmada com isso (com sexo).

Conto mais detalhes na área de apresentação, depois leia lá.

Mas a questão é que meu marido também sofre muito com isso. Eu o amo, mas com a ausência de sexo, primeiro pela minha condição e agora por opção dele, o fez se afastar. Meu casamento está por um fio e não há nada que eu possa fazer, já que sexo é uma questão central para ele e não é para mim.

Principalmente no início, quando adoeci, ele cansou de dizer que sexo não era tudo e me amava de qualquer maneira. Mas com o tempo passando e minha condição se agravando, ele foi se distanciando e eu acabei por enfrentar tudo sozinha, desenvolvendo crises de pânico em meio ao caos que foi o processo de investigação médica do que estava acontecendo e sem apoio.

Hoje estou em tratamento e sob controle, mas com limitações que serão permanentes e ele se desinteressou em ter essa intimidade comigo.

Você precisa avaliar bem sobre quão grande é o seu amor por ela. Porque não é fácil vivenciar uma questão de saúde e ser cobrada por sexo.

Talvez o caso dela tenha tratamento (vaginismo), mas talvez a aversão seja permanente. Isso provavelmente não muda o amor dela por você, apesar de que acredito que ela sofra por vc, assim como eu sofro por não fazer meu marido feliz nesse aspecto que é importante para ele.

A questão é o seu amor por ela, se resiste a ausência de sexo.

Que vocês possam encontrar um caminho que os mantenha juntos e felizes!