Ola segue meu depoimento
Comecei a me interessar pela comunidade de vocês e a me questionar quando vi uma reportagem falando sobre a troca de afetos de forma não sexual. No fundo era o que sempre quis.
Rótulos sempre me machucaram. Me lembro na escola que era só eu estar junto de uma garota que já começavam a me acusar de estar apaixonado por ela. Tinha um tom inquisitório como se estivesse sendo acusado de algum crime. Era sufocante e desagradável o suficiente para me afastar dessas pessoas.

Não consigo me lembrar de quando estive apaixonado, o que sentia era bem estar por estar perto da companhia daquelas pessoas e um desejo de conhecê-las melhor. De estender os momentos de companhia. Essa pressão social para que vivesse um relacionamento que não queria me afastou ainda mais dos relacionamentos românticos.

Também nunca tive muita sorte no "amor", nunca soube como chegar em alguém demonstrar interesse e também nunca entendi os sinais ou indiretas que significassem que teriam interesse em mim. Em resumo nunca entendi ou tive paciência de participar do jogo da sedução e do amor que para mim foi sempre algo muito artificial e pouco direto. Do outro lado elas nunca tiveram coragem ou interesse para chegar em mim e assim fiquei só.

Sempre me falaram que o sexo é a melhor coisa do mundo e quando virgem sentia desejo sexual. No entanto quando fui ter relações sexuais me pareceu algo bem sem graça onde não conseguia sentir quase nenhum prazer , tendo mais prazer em atividades como caminhadas e visitar lugares. O sexo pra mim é algo mecânico e repetitivo onde só pode valer a pena com preliminares, na verdade só vale a pena a preliminar.
Então queria saber a opinião de vocês sobre como me encaixo na comunidade assexual
Independente de qualquer coisa procuro essa comunidade na esperança do amor sem rótulos e sem rituais .De poder sair sem preocupação das intenções por trás daquele encontro ,se encontrar pelo prazer de estar junto e o desejo de se conhecer

Boa noite CavaSol. Aconselho a você ler o glossário e o dicionário da A2. Aqui na comunidade tem pessoas incríveis. Boa sorte na busca.  

Ace cuida de ace.

Olá CavaSol, que legal seu depoimento me identifiquei com a parte de não se perceber apaixonada por ninguém e sabe que isso sempre me confundiu e me fez achar estranha perto das outras pessoas por que a impressão que dá que é uma obrigatoriedade tanto se estar em algum relacionamento como se sentir apaixonado pra mim o mais significativo acaba sendo o afeto a companhia não sei nem entender nem definir o que é esse apaixonado que todos falam
E da questão de não ter sorte talvez no nosso caso não seja nem sorte mas que estamos numa posição diferente pq por mais que fiquemos interessados por alguém meio que nosso subconsciente sempre nos alerta que as chances da outra pessoa entender são poucas.
Enfim que bom que chegou aqui no fórum tem muita informação, depoimentos sem dúvida com o passar do tempo você vai ir descobrindo cada vez mais coisas novas sobre si mesmo

Sim e o que não conseguiam entender é que apesar de gostar das pessoas não era no sentido de relacionamento sério. Eu gostava das pessoas mas não desse relacionamento amoroso era algo muito íntimo e eu não era tão próximo dessas pessoas.O que desejava dessas pessoas era me tornar um amigo íntimo , pensava que conviver por mais tempo seria bom. O objetivo sempre foi construir laços afetivos e não viver uma grande paixão que não te deixa viver direito. Essa tal paixão que te enlouquece e faz querer a pessoa o tempo todo nunca senti mas já tive sentimentos de bem querer e de estar próximo.

CavaSol escreveu:

Essa tal paixão que te enlouquece e faz querer a pessoa o tempo todo nunca senti mas já tive sentimentos de bem querer  e de estar próximo.

Sim é isso mesmo, sem contar que essa paixão toda se for analisar na maioria dos casos é mais uma necessidade física momentânea que eles tem pelo corpo da outra pessoa do que um sentimento mesmo a longo prazo.

Nossa, CavaSol, muito obrigada pelo seu depoimento! De verdade

"O objetivo sempre foi construir laços afetivos e não viver uma grande paixão que não te deixa viver direito." -> isso faz todo o sentido do mundo pra mim.

CavaSol escreveu:

Ola segue meu depoimento
Comecei a me interessar pela comunidade de vocês e a me questionar quando vi uma reportagem falando sobre a troca de afetos de forma não sexual. No fundo era o que sempre quis.
Rótulos sempre me machucaram. Me lembro na escola que era só eu estar  junto de uma garota que já começavam a me acusar de estar apaixonado por ela. Tinha um tom inquisitório como se estivesse sendo acusado de algum crime. Era sufocante  e desagradável o suficiente para me afastar dessas pessoas.

Não consigo me lembrar de quando estive apaixonado, o que sentia era bem estar por estar perto da companhia daquelas pessoas e um desejo de conhecê-las melhor. De estender os momentos de companhia. Essa pressão social para que vivesse um relacionamento que não queria me afastou ainda mais dos relacionamentos românticos.

Também nunca tive muita sorte no "amor", nunca soube como chegar em alguém demonstrar interesse e também nunca entendi os sinais ou indiretas que significassem que teriam interesse em mim. Em resumo nunca entendi ou tive paciência de participar do jogo da sedução e do amor que para mim foi sempre algo muito artificial e pouco direto. Do outro lado elas nunca tiveram coragem ou interesse para chegar em mim e assim fiquei só.

Sempre me falaram que o sexo é a melhor coisa do mundo e quando virgem sentia desejo sexual. No entanto quando fui ter relações sexuais me pareceu algo bem sem graça onde não conseguia sentir quase nenhum prazer , tendo mais prazer em atividades como caminhadas e visitar lugares. O sexo pra mim é algo mecânico e repetitivo onde só pode valer a pena com preliminares, na verdade só vale a pena a preliminar.
Então  queria saber a opinião de vocês sobre como me encaixo na comunidade assexual
Independente de qualquer coisa procuro essa comunidade na esperança do amor sem rótulos e sem rituais .De poder sair sem preocupação das intenções por trás daquele encontro ,se encontrar pelo prazer de estar junto e o desejo de se conhecer

Super me identifiquei.
Nunca tive paciência pra convencer alguém a ficar comigo. Nunca gostei de beijar pessoas desconhecidas em balada.

Sempre gostei de ter a presença da pessoa mas não de forma sexual, tipo como se fosse uma amizade próxima.Sempre foi necessário ter algum tipo de vínculo como afinidade ou amizade. Na adolescência eu gostava de idealizar a pessoa como algo inatingível. De qualquer forma, nunca gostei de relação sexual. Alguém pode me ajudar?

Ajudar em que sentido? Não tem nada errado de não gostar de sexo ou gostar de forma diferente. No meu caso até tinha algum interesse sexual mas não chegava pois queria evitar o conflito a todo custo. O que me incomodava era a forçação de barra de que eu tinha apenas interesse sexual, o que não era real. Agora para tentar um relacionamento sério realmente só se eu tivesse saído com aquela pessoa umas 100 vezes fora da escola e tivesse desenvolvido uma proximidades muito grande. Sou semi sexual e arromantico( ou demirromantico)

CavaSol escreveu:

Ajudar em que sentido? Não tem nada errado de não gostar de sexo ou gostar de forma diferente. No meu caso até tinha algum interesse sexual mas não chegava pois queria evitar o conflito a todo custo. O que me incomodava era a forçação de barra de que eu tinha apenas interesse sexual, o que não era real. Agora para tentar um relacionamento sério realmente só se eu vesse saído com aquela pessoa umas 100 vezes fora da escola e tivesse desenvolvido uma proximidades muito grande. Sou semi sexual e arromantico( ou demirromantico)

Ajudar a saber como você lida com isso e conversa sobre isso com as parceiras ou amigos. O pedido de ajuda foi nesse sentido.

Estou lidando em primeiro lugar questionando se eu realmente sou hétero ou se talvez seja assexual e arromantico. a ficha caiu com uma reportagem sobre quem são os ace. Em Segundo contando coisas que nunca tinha contado antes num grupo sobre o tema

Inconscientemente eu já sabia, mas criada e aculturada numa sociedade sexo-normativa, onde as narrativas são de que você só será feliz e realizada como pessoa e mulher se estiver num relacionamento romântico-sexual, a ficha só caiu mesmo pra mim há pouquíssimo tempo. Por mais que eu me sentisse confortável com o fato de ser como sou, havia sempre um conflito interno com o que me foi ensinado como "normal" a vida toda. Sempre uma coisa incomodando lá no fundo. A sensação de ser um ET ...
Um belo dia, eis que o youtube me manda uma recomendação de vídeo: entrevista da professora Elisabete Oliveira no programa da Marília Gabriela sobre sua tese de doutorado cujo tema eram as assexualidades. Opa! Deixa eu ir lá ver do que é que se trata. E bingo! Achei a minha turma.
Agora estou finalizando a leitura da tese da Dra. Elisabete. Cada depoimento é um verdadeiro alívio pra mim, me traz um sentimento de acolhimento e pertencimento. Assim também como todos os depoimentos que já li aqui nesta Comunidade.
Percebi que vivi muito tempo tendo o externo como referência, coisas que vinham de fora, conceitos, normas, comportamentos. E como é bom viver agora sendo eu mesma meu próprio referencial! Quantas situações que me machucaram e que agora estou enxergando numa nova perspectiva, resignificando o que aconteceu. É libertador e, por isso, valeu a pena a caminhada até aqui, com todos os altos e baixos. A todos desejo a paz de espírito que venho experimentando nessas últimas semanas. E não desistam nunca da busca por si mesmos. Eu, por aqui, continuo com a minha.