Boa dia a todes!

Hoje eu me peguei refletindo sobre minha experiência com terapia... Depois de ouvir a fala de uma amiga sobre como a sua terapeuta também parecia, às vezes, não entender ou "ouvir" como ela se sentia ou o que dizia, acabei analisando alguns momentos com minha ex-terapeuta nos quais deixei meio escancarado que tinham umas coisas que não cheiravam bem ali, mas que no fim ela acabava por não entender o que eu queria dizer (nem eu mesma, na época!)
No fim, algumas questões me indicavam uma possível assexualidade e me ocorreu que pode ser muito mais comum do que pensei que seria. Na época eu me sentia ofendida por ela agrupar todos os meus desconfortos com o que eu vinha apresentando desde então, que eram mais sobre depressão/ansiedade, nesse grupo, parecendo "desconsiderar" outras angústias pessoais. No fim, isso desgastou nossa relação terapêutica e eu cheguei em um ponto que não conseguia mais me abrir para ela (perdi a confiança). Enfim! Olhando agora para isso, no fim, talvez ela não tivesse conhecimento sobre assexualidade (como nem eu mesma tinha), assim como tinha umas opiniões meio tortas e até polêmicas sobre sexualidade de um modo geral.

Enfim, amigues, vamos falar sobre terapia? Gostaria de saber sobre a experiência de vocês, se quiserem compartilhar, é claro! Eu estou desesperançosa a respeito, quase como se a todos que eu for vou sentir algum tipo de "agressividade" ou falta de "atenção" nesse sentido... Podemos problematizar também alguns atendimentos! Atualmente estou cursando psicologia, gostaria muito de ouvir sobre como vocês se sentem e até mesmo o que esperam de um terapeuta

Faço terapia há 2 anos com a mesma psicóloga e não tenho nunca aconteceu um episódio negativo. Acho que tenho muita sorte, pois muitos comentários do fórum trazem experiências ruins com terapeutas. A minha terapeuta sempre foi bem tranquila e nunca desconsiderou nada do que falei. Sempre que queria que refletisse sobre algo ou tentasse fazer as coisas de outra forma, era com muita delicadeza e calma, nada forçado ou obrigatório. Eu tenho muita confiança no que ela diz e, mesmo ela não sabendo o mínimo sobre assexualidade, não foi contra a minha identificação, ficou feliz por tudo estar fazendo sentido na minha cabeça e até pesquisou sobre isso. Enfim, nada a reclamar

Eu já tive vários terapeutas desde que fui diagnosticado com transtorno de ansiedade generalizada (tag), meu tratamento começou em 2015, tomo muitos remédios e por recomendação do próprio psiquiatra eu devo fazer terapia.

Eu já tive uma esperiência horrível com uma psicologa q me colocava pra baixo, me tratava como um coitadinho, etc. Não fui nunca mais nela. Depois conheci outra terapeuta q ficou por muito tempo comigo, ela me ouvia bem e sempre me mostrava q muitas coisas q eu pensava e falava vinha muito da doença, ela conseguia fazer meus pensamentos ruins irem embora com grande facilidade. Infelizmente ela foi afastada da prefeitura e nao demos continuidade.

Hoje estou com uma psicologa maravilhosa, a gente ja se conhece ha 1 ano, ja falei com ela sobre minha assexualidade, mas ela conversou tão pouco sobre isso q eu acabei me sentindo "normal", como se eu ser asexual ou nao nao fizesse muita diferença, assexualidade nao é doença.

Eu na verdade, quero muito fazer terapia, mas não queria que minha mãe soubesse a principio (eu moro com ela e dependo financeiramente dela ainda). Mas talvez eu tenha que tomar coragem e começar a ir, pois virtual nem rola, não me sinto confortável dentro de casa, ainda mais com minha mãe estando em casa full-time, e muita coisa eu tenho problema em lidar por causa dela

Comecei a fazer terapia com 23 anos após alguns episódios de crises de ansiedade e depressão. Desde então, já foram 3 ciclos de terapia. E foi uma das melhores coisas que fiz na minha vida! Os dois primeiros períodos de terapia foram com a mesma psicóloga, da linha da psicologia ericksoniana. Agora, no terceiro, estou com uma terapeuta da linha da psicologia transpessoal. Em ambas as abordagens, dentre diversos recursos, utilizamos bastante a arte como ferramenta terapêutica. Como eu gosto muito de desenhar e pintar, esses recursos me ajudam bastante a me expressar e entrar em contato com meus conteúdos inconscientes. Especificamente em relação à assexualidade, me identifiquei há cerca de um ano e comentei com minha atual psicóloga. Ela foi muito acolhedora, me disse que conhecia o termo assexual, mas num nível teórico e superficial e que gostaria de entendê-lo num nível mais profundo e por isso me incentivou a descrever minhas emoções e como me sentia com relação a essa descoberta. Foram algumas sessões abordando o tema e depois, naturalmente, esse foco se dissipou, por que, na verdade, descobrir-se assexual não é um problema. A questão é o desconforto em tentar se encaixar num padrão imposto e que nos violenta, isso sim é um problema que gera ansiedade e depressão. Depois que me identifiquei como assexual e descobri tantas outras pessoas como eu, minha ansiedade diminuiu sensivelmente. Parece que alguma coisa dentro de minha mente se encaixou, o desconforto que eu sentia sumiu e passei a estar mais à vontade e em paz comigo mesma. Terapia não é um caminho fácil, mas vale a pena!

Agora aos 18/19 anos fui atrás sobre o que é assexualidade mais afundo e estava com mais certeza sobre minha identidade, quando fui falar com a minha terapeuta sobre essa questão, tive uma sessão que ela me fez mais perguntas sobre (e enquanto respondia sentia ainda mais certeza sobre mim mesma) pra no fim ela vira e me falar "você não é assexual, só é traumatizada, veio com essa ideia do nada pq você nunca comentou sobre", na real eu não comentei até ter certeza pois tinha medo que ela fosse ter exatamente essa reação, no fim falou VARIAS OPINIÕES PESSOAIS que eu tinha que transar com mais pessoas e me descobrir melhor, mandou até indireta de achar q sou lésbica (sendo q eu falei pra ela que me via como biromantica), fiquei muito mal depois dessa sessão, pois achei que lá seria um espaço seguro para me abrir a essas reflexões.

Liguei para um amigo meu que é terapeuta (e é uma pessoa LGBT+) e ele me disse que muitas vezes grande parte dos terapeutas podem ter ideias LGBT+fóbicas, pq a psicologia é construída por cima de conceitos retrógrados que ainda precisam ser atualizados pensando em diferentes individualidades, ainda existem terapeutas que defendem ou fazem tratamento de "cura" gay, tenho amigos trans que sofreram transfobia na terapia e existem terapeutas que não acreditam que existem pessoas bis, quem dirá quantos terapeutas nunca nem ouviram falar do termo assexual ou tem a ideia errada sobre? Sendo que muitos terapeutas consideram assexualidade uma doença...
Terapia é um lugar que é importante a gnt se sentir livre para falar o que quiser e ser um espaço nosso, não é o terapeuta colocar a OPINIÃO dele do que somos ou não, mas sim um lugar de escuta, afinal somente nós mesmos podemos dizer o que somos, o que sentimos e qual nossa identidade.
Em questão ao que a minha terapeuta disse sobre trauma, só lembrando que pessoas assexuais que passaram por traumas são totalmente válidas!! Nunca vou saber se caso os traumas na minha vida tivessem acontecido ou não isso mudaria minha assexualidade (pessoalmente eu nunca senti atração), mas é algo que posso nunca saber na vida, mas as coisas boas e ruins que passei me fizeram o que sou hoje, não significa que minha falta de atração sexual seja relacionado, afinal tem muitas pessoas que mesmo depois de terem passado por situações traumáticas sexuais viram hyper sexuais.
Eu saí da terapeuta da história que disse no primeiro paragrafo, mas ainda desconfio da minha nova terapeuta também não levar a serio e querer banalizar quando comento sobre assexualidade, pelo menos ainda não disse nada explicitamente muito estranho ou querendo impor algo sobre mim. Pelo menos ainda bem que hoje em dia eu sou muito mais segura sobre ser ace, mas se tivesse espaço mais cedo com segurança na terapia poderia ter me descoberto mais cedo e não ter me forçado tantas vezes para "me consertar" no que não tinha nada de errado.

Oi, gente, tive 3 experiências com terapia, as duas primeiras não foram pra frente, mas nada demais... Nem sabia que era demissexual ainda.

Venho fazendo há quase 2 anos, e no meio desse processo topei na internet sobre a assexualidade e mergulhei um pouco nesse universo. Minha terapeuta é totalmente acolhedora, e me ajuda até a desenvolver essas questões, já que trocar com as pessoas não é lá tão fácil, por causa da norma alo.

É engraçado que um dos objetivos que tinha ao iniciar (quando ainda não sabia) era entender o que eu desejo, num sentido amplo. E agora com esse mergulho na assexualidade venho descobrindo um pouco mais como o desejo esporadicamente acontece em mim, seus percursos e resultados. Também noto uma associação enorme com uma ansiedade que sinto há muito tempo, que hoje percebo que ser demissexual sem saber disso acabou fazendo com que eu criasse um monte de crenças tronchas pra justificar meu jeito de ser em função da norma.

Bom, é um trabalho de formiguinha o autoconhecimento, mas tem sido bem producente. Algumas coisas interessantes que ela me trouxe foram que existem outros sentidos mais ampliados para o sexo, para além do sexo penetrativo. E também que a sexualidade é fluida ao longo do tempo. Uma coisa que me incomoda um pouco, mas nada demais, é que um dia numa festa dei uns beijos nuns amigos por quem tenho afeto, e ela meio que assumiu isso como se eu fosse bissexual, quando na verdade não me percebo muito assim... Mas é uma besteira isso.

Acho que tem me ajudado muito com as inadequações que sentia, os estranhamentos... A sociofobia, ansiedade... E até um quê de depressão que minha sexualidade provoca em mim, pois as coisas não acontecem, mas nas minhas fantasias acabo desejando de algum modo algumas pessoas, de uma maneira não imediatamente sexual (talvez até possa se desenvolver pra isso), mas na realidade nada acontece muito, e olhe que tenho percebido que sou uma pessoa desejada, mas sou esquivo e acabo me furtando... Acho que fruto de vários anos me sentindo estranho e sem saber o que era ou como sou.

Enfim, queria ficar bem com isso, acho que vai rolar... Entender sobre si e entender das convenções sociais pra que elas não me oprimam no meu jeito de ser.