Olá! Estou chegando agora no Fórum e nos “estudos” sobre ser assexual.
Tenho 41 anos, casada há 4 anos e talvez perto do fim desse relacionamento.
Lendo mais afundo sobre esse assunto hoje, encontrei tantos termos que acabei confusa. Mas também vi que não sou “anormal” como acreditava ser.
Vou colocar os termos que talvez me encaixe:
- acefluido
- heterorromântica
- acepulso
- sapioromântica

Vou tentar me resumir:
Perdi minha virgindade aos 20 anos e Vivi um relacionamento de mais de 10 anos que terminou com MUITA traição dele. A justificativa: eu tinha pouco interesse pouco por sexo. De fato eu tinha fases de querer sexo, alternado por fases que poderia ficar meses sem sexo. Mas sempre apreciando ter contato romântico: abraços, beijos, estar junto, carinho, cuidado, planos, etc, e sendo fiel.
Ao longo da vida após esse relacionamento, passei fases de 11 meses, 1,5 anos, etc, sem ter relação sexual e nem vontade de tê-la. A vezes os hormônios afloravam e eu arrumava um paquera, “queimava” aquela carga hormonal e pronto, voltava a minha vida tranquila para mais longos meses sem sexo.
Por não ter muito ativa sexualmente e muitas vezes me incomodar com isso, me masturbei a primeira vez aos 34 anos quando tive meu primeiro orgasmo. Sim, antes disso eu até curtia ter relação as vezes, mas nunca havia tido um orgasmo com penetração.
Tempos passaram e eis que começo a namorar um amigo de infância e me caso aos 37 anos.
No início novamente um pouco mais de relações, mas nada muito ativa e a cobrança começou.
Eu adoeci (descobri uma condição autoimune) que me prejudicou demais na intimidade também, causando dor ao ter relações, ou seja, a falta de interesse no ato sexual só aumentou. E a cobrança também.
A minha visão de relacionamento é muito mais de contato físico para carinho, afeto, cuidado, abraços, beijos, estar junto, fazer planos, compartilhar a vida, conversar, passear, viajar, ver séries, filmes, etc… do que fazer sexo.
As vezes sinto desejo sexual? Sim. Mas dá para contar nos dedos de uma mão quantas vezes isso acontece no ano. E sempre foi assim.
Eu quero tudo de um relacionamento amoroso e MONOGÂMICO: partilhar uma vida, ter um filho (que talvez nunca tenha), abraços, beijos, dormir juntos (sem conchinha, please), cuidados, e tudo mais que já mencionei, mas sem a pressão do sexo!
É poder deitar junto e até tomar banho junto, mas sem a necessidade de acabar em transa. Intimidade e sexo são coisas distintas na minha cabeça, assim como amor e sexo também são.
Amo meu marido e até gostaria de sentir mais desejo sexual, mas mesmo que eu atinja meu máximo de relações, ainda não será suficiente para ele. E eu sofro por isso e sei que ele tb sofre. 🥺
Tirando esse grande abismo chamado sexo, nós nos damos muito bem.

Alguém vive ou já viveu algo assim?
Existe esse relacionamento que eu quero ou sou realmente a única na face da terra assim?

As vezes me sinto um unicórnio alienígena +

Seja bem-vinda.

Sempre é difícil, não é? Eu acho que hoje esses assuntos começaram a se difundir um pouco melhor e talvez daqui a alguns anos as pessoas tenham relações mais honestas consigo mesmas, sabendo melhor como são, e, consequentemente, com seus parceiros.

Tem uma possibilidade para seu relacionamento, que talvez você devesse ponderar antes da decisão final: abrir a relação. Com regras bem-definidas. Por exemplo: seu marido poderia sair uma vez por semana para ter relações sexuais com outras pessoas; não poderia dormir fora; você não poderia saber nada sobre a pessoa; não poderia ser ninguém que você conhecesse; etc.

Eu não acho que estar numa relação assim seja pra todo mundo. E talvez, mesmo que você queira tomar esse caminho, seu marido não se interesse só por sexo sem mais intimidade. Talvez. Mas pode valer a pena pensar nisso antes de decidirem se separar.

No meu casamento foi assim. Depois de muitos anos, ela disse que não dava mais, que ela sentia muita falta de sexo e não tinha mais nenhuma vontade de fazer comigo. Então experimentamos abrir a relação. Mas durou pouco, porque demoramos a estabelecer regras. E, no fundo, ela não queria algo puramente sexual. Ela queria conhecer pessoas interessantes, e aí não dava pra mim, porque também sou monogâmico. Então decidimos nos separar mesmo. Mas uma amiga bem alossexual me disse que talvez o caminho para mim fosse estar numa relação assim, em que os sentimentos da outra pessoa sejam só comigo, mas o sexo possa ser com quem ela quiser. Com minha ex-esposa não deu para fazer assim. Mas talvez desse com outra pessoa.

Apenas para deixar bem claro: eu não estou dizendo que essa É a solução, só sugerindo que você pense a respeito.

Eu imagino o quão difícil deva ser ter um casamento com uma pessoa sexualmente ativa. Não obrigue seu corpo a ter uma relação obrigatória, isso não existe, isso não pode existir. Saiba que você não é um ser limitado só por conta disso. Não perca as esperanças, você vai se encontrar e serás muito feliz. Seja bem vinda e espero que o fórum te ajude de toda forma. Força.

tocadolobo escreveu:

Seja bem-vinda.

Sempre é difícil, não é? Eu acho que hoje esses assuntos começaram a se difundir um pouco melhor e talvez daqui a alguns anos as pessoas tenham relações mais honestas consigo mesmas, sabendo melhor como são, e, consequentemente, com seus parceiros.

Tem uma possibilidade para seu relacionamento, que talvez você devesse ponderar antes da decisão final: abrir a relação. Com regras bem-definidas. Por exemplo: seu marido poderia sair uma vez por semana para ter relações sexuais com outras pessoas; não poderia dormir fora; você não poderia saber nada sobre a pessoa; não poderia ser ninguém que você conhecesse; etc.

Eu não acho que estar numa relação assim seja pra todo mundo. E talvez, mesmo que você queira tomar esse caminho, seu marido não se interesse só por sexo sem mais intimidade. Talvez. Mas pode valer a pena pensar nisso antes de decidirem se separar.

No meu casamento foi assim. Depois de muitos anos, ela disse que não dava mais, que ela sentia muita falta de sexo e não tinha mais nenhuma vontade de fazer comigo. Então experimentamos abrir a relação. Mas durou pouco, porque demoramos a estabelecer regras. E, no fundo, ela não queria algo puramente sexual. Ela queria conhecer pessoas interessantes, e aí não dava pra mim, porque também sou monogâmico. Então decidimos nos separar mesmo. Mas uma amiga bem alossexual me disse que talvez o caminho para mim fosse estar numa relação assim, em que os sentimentos da outra pessoa sejam só comigo, mas o sexo possa ser com quem ela quiser. Com minha ex-esposa não deu para fazer assim. Mas talvez desse com outra pessoa.

Apenas para deixar bem claro: eu não estou dizendo que essa É a solução, só sugerindo que você pense a respeito.

Acho que se eu tivesse mais informações anos atrás, não teria entrado em um casamento sem antes conversar a respeito.
O pior é que eu já havia me decido a ficar sozinha quando ele reapareceu na minha vida. E como sempre houve sentimento, desde a infância, foi algo muito emocional, onde a razão acabou ficando de lado.
Sobre abrir o casamento, eu as vezes penso nisso, por ele, mas não sei se tenho estrutura para uma relação assim. O rompimento do meu relacionamento anterior foi muito difícil devido a traição, então essa sensação de saber que ele estava com outra pessoa, não sei se eu consigo lidar.
Se o relacionamento já tivesse começado assim, ok. Mas não com a nossa história e tudo que foi prometido e planejado como futuro…
Vamos ver o que acontece.

M-Aril escreveu:

Eu imagino o quão difícil deva ser ter um casamento com uma pessoa sexualmente ativa. Não obrigue seu corpo a ter uma relação obrigatória, isso não existe, isso não pode existir. Saiba que você não é um ser limitado só por conta disso. Não perca as esperanças, você vai se encontrar e serás muito feliz. Seja bem vinda e espero que o fórum te ajude de toda forma. Força.

Obrigada!
Lá no fundo sei que isso é uma violência comigo, física e mental, mas é muito difícil amar uma pessoa e não corresponder às expectativas dela, por uma questão que deveria ser “natural” em um relacionamento “saudável”, como já ouvi.
Me dói saber que tudo o que sou no aspecto de companheirismo, atenção, carinho e cuidado, são ignorados e apagados por uma única questão: sexo.
E olha que nem sou estrita, não tenho repulsa, nem nada. Mas nada nunca é suficiente, infelizmente.
Enfim, chegando aqui e nesse universo, ouvido e lendo a respeito, em busca de aprender mais e de entender que isso não é um defeito ou um problema. Essa sou eu.

Seja muito bem-vinda ao fórum, espero que encontre o apoio de que precisa por aqui!
Incrivelmente, tenho passado por uma situação similar a sua. Claro, não totalmente, porque não é um casamento e não tenho nenhuma experiência significativa anterior (comentei sobre isso aqui na comunidade também).
Acho que consigo entender os dois lados. Antes de mais nada, o diálogo é a base para qualquer relacionamento saudável entre qualquer pessoa. Tente explicar sua situação a ele e procurem um consenso do que pode funcionar para os dois. Uma relação aberta talvez não seja o caso, como você mesma comentou, mas alguma flexibilização que não machuque ninguém. Se forçar a ter qualquer relação sexual quando claramente você não se sente confortável com isso definitivamente não é a solução, mesmo que você não sinta repulsa. Talvez ele esteja sendo muito ninfomaníaco para seu padrão? Não sei. Acredito que vocês poderiam buscar algum aconselhamento de casal, pois sinto que vocês realmente se amam para se entenderem e estabelecerem limites.
Enfim, espero que você consiga chegar a uma resposta tranquila e te desejo todo o apoio e forças para esse momento! Abraços!

Mel_127 escreveu:

Seja muito bem-vinda ao fórum, espero que encontre o apoio de que precisa por aqui!
Incrivelmente, tenho passado por uma situação similar a sua. Claro, não totalmente, porque não é um casamento e não tenho nenhuma experiência significativa anterior (comentei sobre isso aqui na comunidade também).
Acho que consigo entender os dois lados. Antes de mais nada, o diálogo é a base para qualquer relacionamento saudável entre qualquer pessoa. Tente explicar sua situação a ele e procurem um consenso do que pode funcionar para os dois. Uma relação aberta talvez não seja o caso, como você mesma comentou, mas alguma flexibilização que não machuque ninguém. Se forçar a ter qualquer relação sexual quando claramente você não se sente confortável com isso definitivamente não é a solução, mesmo que você não sinta repulsa. Talvez ele esteja sendo muito ninfomaníaco para seu padrão? Não sei. Acredito que vocês poderiam buscar algum aconselhamento de casal, pois sinto que vocês realmente se amam para se entenderem e estabelecerem limites.
Enfim, espero que você consiga chegar a uma resposta tranquila e te desejo todo o apoio e forças para esse momento! Abraços!

Olá Mel! Obrigada pelo acolhimento. Isso é sempre muito importante
Ano passado eu precisei de ajuda psicológica por tudo que estava passando, com a investigação da doença autoimune e a crise no casamento.
Sugeri que fôssemos juntos à terapia, mas ele não aceitou.
Esse entendimento sobre ser assexual ainda é muito novo pra mim. Espero ler mais sobre o assunto antes de conversarmos sobre isso. E preciso fazer isso quando estiver preparada para receber um ponto final na nossa relação, pq a chance disso acontecer é imensa.
Vamos ver no que dá.

Euzinha escreveu:

Olá Mel! Obrigada pelo acolhimento. Isso é sempre muito importante
Ano passado eu precisei de ajuda psicológica por tudo que estava passando, com a investigação da doença autoimune e a crise no casamento.
Sugeri que fôssemos juntos à terapia, mas ele não aceitou.
Esse entendimento sobre ser assexual ainda é muito novo pra mim. Espero ler mais sobre o assunto antes de conversarmos sobre isso. E preciso fazer isso quando estiver preparada para receber um ponto final na nossa relação, pq a chance disso acontecer é imensa.
Vamos ver no que dá.

Eu sinto muito por isso, espero demais que fique tudo bem! É muito complicado encontrarmos pessoas que nos entendam como assexuais, ainda tem um preconceito enorme sobre nós :/
Espero que dê tudo certo, na medida do possível e do que for bom para vocês dois. Saiba que sempre estaremos de braços abertos para o que precisar, viu?

Sim, os relacionamentos afetivos vêm sofrendo transformações ao longo dos tempos, mas ainda existem pensamentos e comportamentos que ainda perduram e que são difíceis de desconstruir, como por exemplo : "Todo namoro precisa ter sexo, inovação, paixão" e pra quem é adulto (realmente) sabe que nem tudo é um conto de fadas, as rotinas são necessárias e o verdadeiro amor aparece mesmo depois que a paixão diminua, porquê paixão não é amor e sim um estado de encantamento, amar é você aprender a viver com a pessoa com todos os seus defeitos, manias, saber e amar ela pelo que realmente é, e tolerar essas coisas juntos. Eu espero que os relacionamentos melhorem no futuro, onde o sexo não seja uma coisa que prenda a cabeça das pessoas e sim o amor e o carinho recíproco.

Seja bem-vinda!

Não vivi algo assim, mas já li muitos relatos semelhantes ao seu. É complicado!
Espero o melhor para vocês.

Ola Bom Dia Tarde e Noite a Todos...

Sou Advogado Profissional Liberal e Professor na Área...

Me interessei pelo site em face de conhecer um casal assexual/héterosexual normal, de convivência harmônica em torno de 12 anos, o que me levou a pretender encontrar mulher assexual e talvés a mesma sorte de convivência tal qual a deles...

Obrigado

Também me ofereço de forma não profissional para esclarecer fatos atinentes na área do direito...

abraços

Euzinha escreveu:

Olá! Estou chegando agora no Fórum e nos “estudos” sobre ser assexual.
Tenho 41 anos, casada há 4 anos e talvez perto do fim desse relacionamento.
Lendo mais afundo sobre esse assunto hoje, encontrei tantos termos que acabei confusa. Mas também vi que não sou “anormal” como acreditava ser.
Vou colocar os termos que talvez me encaixe:
- acefluido
- heterorromântica
- acepulso
- sapioromântica

Vou tentar me resumir:
Perdi minha virgindade aos 20 anos e Vivi um relacionamento de mais de 10 anos que terminou com MUITA traição dele. A justificativa: eu tinha pouco interesse pouco por sexo. De fato eu tinha fases de querer sexo, alternado por fases que poderia ficar meses sem sexo. Mas sempre apreciando ter contato romântico: abraços, beijos, estar junto, carinho, cuidado, planos, etc, e sendo fiel.
Ao longo da vida após esse relacionamento, passei fases de 11 meses, 1,5 anos, etc, sem ter relação sexual e nem vontade de tê-la. A vezes os hormônios afloravam e eu arrumava um paquera, “queimava” aquela carga hormonal e pronto, voltava a minha vida tranquila para mais longos meses sem sexo.
Por não ter muito ativa sexualmente e muitas vezes me incomodar com isso, me masturbei a primeira vez aos 34 anos quando tive meu primeiro orgasmo. Sim, antes disso eu até curtia ter relação as vezes, mas nunca havia tido um orgasmo com penetração.
Tempos passaram e eis que começo a namorar um amigo de infância e me caso aos 37 anos.
No início novamente um pouco mais de relações, mas nada muito ativa e a cobrança começou.
Eu adoeci (descobri uma condição autoimune) que me prejudicou demais na intimidade também, causando dor ao ter relações, ou seja, a falta de interesse no ato sexual só aumentou. E a cobrança também.
A minha visão de relacionamento é muito mais de contato físico para carinho, afeto, cuidado, abraços, beijos, estar junto, fazer planos, compartilhar a vida, conversar, passear, viajar, ver séries, filmes, etc… do que fazer sexo.
As vezes sinto desejo sexual? Sim. Mas dá para contar nos dedos de uma mão quantas vezes isso acontece no ano. E sempre foi assim.
Eu quero tudo de um relacionamento amoroso e MONOGÂMICO: partilhar uma vida, ter um filho (que talvez nunca tenha), abraços, beijos, dormir juntos (sem conchinha, please), cuidados, e tudo mais que já mencionei, mas sem a pressão do sexo!
É poder deitar junto e até tomar banho junto, mas sem a necessidade de acabar em transa. Intimidade e sexo são coisas distintas na minha cabeça, assim como amor e sexo também são.
Amo meu marido e até gostaria de sentir mais desejo sexual, mas mesmo que eu atinja meu máximo de relações, ainda não será suficiente para ele. E eu sofro por isso e sei que ele tb sofre. 🥺
Tirando esse grande abismo chamado sexo, nós nos damos muito bem.

Alguém vive ou já viveu algo assim?
Existe esse relacionamento que eu quero ou sou realmente a única na face da terra assim?

As vezes me sinto um unicórnio alienígena +

Seja bem-vinda! Interessante o seu relato...
Espero que encontre alguém compatível!
No Fórum, sugiro que veja o Subfórum Encontro e eventos!
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