Leiam isso:

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/11/garota-britanica-descobre-aos-17-anos-que-nao-tem-vagina.html


Então, eu postei isso num comunidade do orkut em que ainda participo e um comentário postado lá me chamou a atenção:

Percebe-se uma sociedade muito fodida quando uma pessoa associa sexo a falta de caráter.


Daí queria discutir isso com vocês, sobre sexo e caráter, suas opiniões sobre isso já que esse é um grupo que discute bastante a cerca da sexualidade humana bem como seus valores em torno disso.

Eu entendo essa menina, acho que ela quer se proteger devido a sua condição.

Percebo que não vivemos em uma real liberdade sexual já que as pessoas não falam abertamente sobre seus temores e anseio sobre esse assunto, é por isso que é tão complicado aceitar o próximo como é, é por isso que há frustração em relacionamentos e creio que é por isso que há tanta hipocrisia em relação a sexo em nossa sociedade já que muito falam que é lindo, maravilhoso, mas quando veem um vídeo de uma menina na internet (falando bem no popular) dando pra 3, ela é julgada, xingada de vadia, e essa hipocrisia e falta de REAL entendimento destrói vidas:

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/11/jovem-se-suicida-apos-video-intimo-vazar-whatsapp.html

Entendem o que quero dizer?

É foda.

Bem, é interessante realmente associar sexo a falta de caráter, quanta hipocrisia... É o caso das minorias sexuais, são mal vistas por causa de como fazem seu sexo. Ou não fazem, que é o caso da maioria aqui.

Isso me faz associar à época das vestimentas pom-pom kkkk (termo errado) em 1700 e estrelinhas, onde cavalheiros de terno e gravata, madames de vestidos e bolinhas de árvore de natal. Onde, quem se vestisse de uma maneira diferente era muito mal visto e falado. Imagina a mulher!

A relação do sexo a isso creio que é a mesma, imbecilidade de como cada um faz o que todos* fazem. Com certeza isso, um dia, irá mudar e pensaremos no quão irracional essa época de hj foi. Resta saber quando.

O Léo falou sobre as minorias e me lembrou do comentário que a Xuxa fez sobre o Justin Bieber o chamando de bichinha. Até eu chamava de Justin Biba! Infelizmente estamos acostumados a associar qualquer atitude reprovável ou sem caráter ao fato de alguém ser gay. ''AH! Aquele viado (ou aquela bicha)! Aprontou comigo!'' Muito comum de se ouvir por aí. Como se falta de caráter fosse algo exclusivo da homossexualidade.

Esses links são chocantes. Ainda nem sei o que pensar.

A Elemento falou sobre a Xuxa e me lembrou que ela já foi atriz pornô... e hoje pede para o Google tirar tudo relacionado a isso. Ela esconde o passado porque de certa forma pra ela, é podre. Não sei se ela tem caráter, não a conheço. Mas não sei se ela tem razão nesses comentários.

Vendo isso, a gente repara que as pessoas julgam muito umas as outras sem critérios. Acho medonho.

Sim.

Percebo ultimamente que as pessoas APENAS replicam/reproduzem claramente comportamentos que apenas servem para manutenir o status quo de nossa sociedade(e isso independe de possíveis orientações de gênero e/ou sexualidade).

Vou esperar por mais respostas para prosseguir o assunto, agradeço a atenção de vocês.

;D

Na minha opiniao, a sociedade é muito hipócrita. Não cheguei a ver o link, mas vou ver, rsrsrsrs...mas quanto a hipocrisia social, tenho que dizer que o que vejo é que liberdade sexual não existe, o padrão tá aí, homem comedor, mulher no seu lugar, não é a toa que tanta garota se suicida, depois de vídeo íntimo cair na net, porque elas sofrem o padrão mais que qualquer pessoas, talvez mais até que a gente...então, se a liberdade sexual não existe, foi algo que colocaram na nossa cabeça que existe...o que existe afinal? Para mim, o que existe é liberdade de expressão, não liberdade sexual. E mesmo na liberdade de expressão você vai ser recriminado pelo que diz...

Os garotos da minha sala de aula lançaram uma de se "xingarem" de virgens.

"Ah! Fulano de tal não foi bem na prova! É um virgem mesmo" (sim!!! sem nexo algum)
"Ele nunca namorou ninguém por isso que é um virgem do car@lh#"

A coisa é uma idiotice sem tamanho. Estamos regredindo?
Sempre me pergunto: o que eu fiz pra merecer?

Kkkkk bem feito, vc nasceu, Ruth! Kkkk
Falando sério:    isso é variante, de escola para escola, comunidade para comunidade e cidade para cidade. A idade influencia, a tal "descoberta"... Uuuuaaauuu, noooossa... Kkkkk depois, com a idade também, variando, esse mesmo pessoal, principalmente as meninas e meninos 'menos idiotas', passam a valorizar, e muito, o fato de serem virgens.

A escola é um excelente lugar para se ver o que acontece lá fora como um todo.

Léo escreveu:

A escola é um excelente lugar para se ver o que acontece lá fora como um todo.

sim.... é praticamente uma "arena de treino" pro mundo lá fora

O conceito de "liberdade sexual" infelizmente é deficiente. Isso se dá pela má interpretação que as pessoas fazem dela. Na sociedade ainda existe a ditadura da virgindade para as mulheres, portanto essa "liberdade sexual" só existe para os homens. Mas ainda assim não poderia haver liberdade quando o que existe, na realidade, trata-se de "imposição". A "imposição sexual" para os homens, e a "ditadura da virgindade" para as mulheres.

É muito comum a associação de mau-caratismo à uma mulher que gosta de sair com vários homens, mesmo que ela não tenha feito sexo, é sempre vítima de boatos, rumores e acusações de prostituição e alvo de xingamentos. "Aquela vadia!", "Aquela puta sai com todos!" ou "Ela não se preserva porque não tem caráter!" e etc.

Quanto ao homem, é como que obrigatório demonstrar uma virilidade exagerada, como se a todo momento ele estivesse excitado, louco para realizar uma relação sexual. É como se a virgindade no homem fosse um tumor do qual ele necessita exterminar urgentemente.
A imposição do sexo para com o sexo masculino é tão predominante que é considerado normal um homem cantar mulheres na rua.

O conceito de liberdade sexual ainda não condiz com a realidade que vivenciamos.

Interpretando o artigo de outra forma, acredito que o que a garota quis dizer com usar a síndrome como 'teste de caráter' não implica em uma questão de liberdade sexual, a pessoa que comentou no orkut talvez tenha falhado nessa interpretação. Se analisarmos bem o 'teste de caráter' que ela diz se aplica a uma outra realidade, está ligada ao fato de que as pessoas, tanto garotos como garotas, muitas vezes se envolvem com outras pessoas buscando apenas o sexo, no caso dela a síndrome e preveniria disso, visto que ela não pode praticar o ato sexual. Com isso ela saberia que a pessoa está se envolvendo com ela porque gosta dela e não por motivos sexuais. Essa é a falta de caráter a qual ela se refere, a de usar alguém apenas com esse objetivo, levar a pessoa a se apaixonar por você apenas para poder fazer sexo.

Apesar de o tópico ser antigo tive curiosidade e decidi passar os olhos pelo artigo. E eis a minha leitura.
Em nenhuma parte do artigo a jovem britânica associa necessidades sexuais/sexo a falta de carácter. Nem há dados escritos no artigo que possam confirmar isso. Creio portanto que, quando a jovem disse que seria um "teste de carácter", se referia simplesmente à aceitação da condição dela no que toca ao parceiro masculino. É esse tipo de carácter que estaria a ser julgado - o "até que ponto me amas para quereres ficar comigo mesmo não tendo eu vagina ou não podendo dar filhos" (não se esqueçam que não é só a falta de sexo que está implícita, muitos homens poderiam não aceitar por quererem ter filhos biológicos). A falta de carácter mencionada no artigo é, portanto, mais de natureza emocional e menos sexual.
No que toca à liberdade sexual, subscrevo que vivemos numa "falsa liberdade". Não concordo que a mulher - como se disse acima - viva numa "ditadura da virgindade". Pelo contrário, isso até seria um paradoxo. Incentivar numa longa escala a comunidade feminina à ditadura da virgindade e a masculina à ditadura da sexualidade seria, ao mesmo tempo, logicamente impossível, uma vez que para a comunidade masculina concretizar a ditadura da sexualidade ter-se-ia que abdicar da ditadura da virgindade feminina. Não é possível coexistirem no sentido lato. (mas por que é que eu estou a dizer isto, como se a sociedade fosse pensar logicamente uma questão dessas... --.'). Se, até há 100 anos atrás (sensivelmente), reinava isso sim a ditadura do "não fazer", hoje reina a ditadura do "fazer". Mas não é só a nível sexual. Em quase todas as esferas da vida as pessoas - não todas, felizmente - impõem uma liberdade conquistada como "deve fazer-se". Quando uma liberdade conquistada é imposta, torna-se tirania. E muitas vezes as pessoas esquecem-se que, aliado ao direito do "fazer", vem o direito do "não fazer"; que o direito ao silêncio (um "não fazer") é também liberdade de expressão; que o direito à não-actividade sexual é também liberdade sexual (quem diria!...).
Usualmente, nas raras vezes em que sou socialmente encostada à parede em relação à minha escolha sexual digo, ante o rosto confuso que me olha com questionamento, "bem vindo/a à terra dos livres: daqueles que abriram o leque e escolheram o direito ao não fazer". E é importante lembrar as pessoas que pudermos que, em qualquer esfera da vida e numa sociedade que deifica a acção, existe sempre esse caminho: a liberdade do não fazer.
(E no fundo, o que é a liberdade senão o direito a escolher as algemas com que queremos acorrentar-nos...)

Esse negócio da "ditadura da virgindade" não é tão soberana assim.o que eu vejo bastante é o "pessoal conservador" ( muitos de uma geração anterior) vs o "pessoal liberal" , Em que um lado tenta impor o regime mais casto possivel ( não falar, não fazer) e o outro força o extremo oposto  ( e é aí que vemos a grande sexualização da mídia e das pessoas). Apesar dos liberais lutarem bastante para com a aceitação das diferentes sexualidades, acredito que esse grupo seja o que mais interprete erroneamente os Aces ( pra eles Sexo é vida, todos fazem e isso é o normal e saudável, se você não quer fazer você deve ser doente ou traumatizado).
Não leve a mal, mas acho que ambos estão errados. ambos são extremistas e parece que estão mais preocupados em fazer frente ao outro do que serem um modelo. Ninguem precisa ser pressionado nem a se envergonhar de atividades sexuais nem a buscar essas atividades o tempo todo, ninguem deveria repudiar outras sexualidades mas ninguem deveria ter as sexualidades alheias esfregadas na sua cara ( a maioria dos heteros evita se quer passar perto das paradas gays para não se incomodarem). e também sexo não precisa ser expurgado do dicionário bem como não precisa ser tópico de todo tipo de conversa.

Não sei se o comentário acima seria também referente ao meu, mas devido à presença de expressões como "não falar" "não fazer" e o extremo das duas partes da moeda vou deduzir que pode estar relacionado Em parte nenhuma do meu comentário acima eu usei o "não fazer" como regra a contrapor a acção. Copiando uma frase que escrevi também acima, "Quando uma liberdade conquistada é imposta, torna-se tirania". Eu apresentei apenas o "não fazer" (o que quer que seja) como também uma forma de liberdade. Logo, se o não fazer é uma liberdade e eu a impusesse, estaria a contradizer a minha primeira premissa.
Qualquer extremo imposto é errado. Contudo não é errado relembrar que a segunda opção existe e que também é liberdade, que foi apenas o que eu escrevi. E infelizmente, pelo que assisto todos os dias, imensas pessoas se esquecem que não têm necessariamente que "fazer" alguma coisa.
(Ainda há tempos questionou-se a nível político a questão de se não se deveria colocar o voto obrigatório... eis mais um caso clássico de quando uma liberdade atingida se torna tirania - há o direito a não votar -que, felizmente, não foi levada a sério e foi sol de pouca dura.). Tal como acho errado quando vejo cartazes em época de eleições com a mensagem "Boicotem o voto!". Ninguém deveria obrigar ninguém a pertencer a um lado ou a outro (ou a mais lados, que nem sempre são dois). Mas também ninguém devia ser julgado por não fazer parte do lado maioritário e escolher o direito reverso da moeda.
Era isto que estava a tentar passar com o meu comentário anterior. Não coloquei nenhum sistema frente ao outro, até porque isso seria contradizer parte do conteúdo. O que eu fiz foi apresentar o outro como opção. Mas - muito possivelmente, portanto - não o devo ter feito da maneira mais eficiente possível.

BSSilveira escreveu:

Esse negócio da "ditadura da virgindade" não é tão soberana assim.o que eu vejo bastante é o "pessoal conservador" ( muitos de uma geração anterior) vs o "pessoal liberal" , Em que um lado tenta impor o regime mais casto possivel ( não falar, não fazer) e o outro força o extremo oposto  ( e é aí que vemos a grande sexualização da mídia e das pessoas). Apesar dos liberais lutarem bastante para com a aceitação das diferentes sexualidades, acredito que esse grupo seja o que mais interprete erroneamente os Aces ( pra eles Sexo é vida, todos fazem e isso é o normal e saudável, se você não quer fazer você deve ser doente ou traumatizado).
Não leve a mal, mas acho que ambos estão errados. ambos são extremistas e parece que estão mais preocupados em fazer frente ao outro do que serem um modelo. Ninguem precisa ser pressionado nem a se envergonhar de atividades sexuais nem a buscar essas atividades o tempo todo, ninguem deveria repudiar outras sexualidades mas ninguem deveria ter as sexualidades alheias esfregadas na sua cara ( a maioria dos heteros evita se quer passar perto das paradas gays para não se incomodarem). e também sexo não precisa ser expurgado do dicionário bem como não precisa ser tópico de todo tipo de conversa.

Concordo com você. E digo mais: Entre alguns grupos, a virgindade feminina pode até ser valorizada(ou exigida), mas em outros - muitas vezes os que se dizem "liberais" - você, mulher, se tiver uma idade "X", não pode ser mais virgem.
Porque se você for virgem, só pode ser uma "fanática-religiosa-conservadora" ou "metida-a-santa-que-reprime-a-sexualidade". ¬¬
Isso é o que eu chamo de "liberdade aprisionadora".