Vocês conhecem pessoas que se auto intitulavam assexuadas, por não gostarem de sexo e não sentirem falta, mas que depois passaram a ser sexuais e a ter desejos?
Falo isso porque depois de algum tempo pesquisando sobre o assunto, me deparei com relatos de pessoas que nao gostavam de sexo e fugiam dele, mas que, com outro parceiro ou com outras tecnicas ( talvez insistencia?) tenham passado a gostar.
Tenho até um curto relato para exemplificar à vocês:
"Casei aos 17 anos, com meu primeiro namorado, com quem estou até hoje. Perdi a virgindade com ele, pouco antes do casamento, mas só porque ele insistiu muito. Foi a primeira de várias vezes que fiz sexo por obrigação. Passei muitos anos sem sentir a menor vontade de transar. Eu era frígida mesmo.
Era muito nova e não sabia nada sobre sexo. Era um assunto proibido com meus pais e eu morria de vergonha de falar sobre isso com minhas amigas. Resultado: só fazia papai e mamãe com meu marido, pois achava que qualquer outra variação era coisa de prostituta. Sexo oral, nem pensar! Deixava meu marido fazer em mim porque ele insistia, mas eu morria de vergonha. Fingia orgasmos sempre.
Depois de um ano de casamento, veio o primeiro filho e, logo em seguida, o segundo. Aí a coisa piorou. Além de eu não querer transar em casa por causa das crianças e de não termos muito tempo de ir a motéis, comecei a ter várias encanações com meu corpo por causa das duas gestações. Nossa vida sexual foi essa tristeza durante oito anos. Não sei como meu marido me aguentou! Ele não reclamava muito, mas questionava se o problema era com ele. Mesmo preocupada, eu não tomava iniciativa para melhorar.
Sou formada em psicologia, mas nunca havia exercido a profissão. Desde a época da faculdade, trabalhava com eventos. Estava em uma feira quando me ofereceram uma assinatura da revista que falava sobre sexo. Quando recebi a primeira, quase tive um treco. Escondi embaixo do colchão. Tinha até vergonha de abrir, mas continuei assinando... E lendo. A cada matéria, percebia que tinha alguma coisa muito errada comigo. Eu via todos aqueles depoimentos de mulheres realizadas sexualmente, transando em milhares de posições, e pensava: 'As pessoas fazem e sentem tudo isso mesmo, só eu que não?' Resolvi mudar.
Nunca vou esquecer a primeira recomendação da revista que segui. Foi o conselho de um psicólogo: 'Se você é muito travada, tome um vinho para se soltar'. Parece tão bobo hoje, mas aquela dica mudou minha vida. Tomei vinho, fiquei beeem soltinha e transei de quatro com o meu marido pela primeira vez! Logo tive meu primeiro orgasmo. Dali para a frente, comecei a ler tudo relacionado a sexo: de livros sobre o corpo feminino a romances eróticos.
Também frequentei diversos cursos de especialização em sexualidade e passei a conversar mais com meu ginecologista. Descobri que eu não tinha nenhum problema físico, só precisava me livrar das inseguranças. Consegui depois de outra grande mudança na minha vida: uma cirurgia cardíaca que fiz em 2007. Durante o período de internação, continuei lendo a respeito de sexualidade e comecei a escrever um blog sobre o meu dia a dia. Passei uma semana na UTI pensando que a vida é muito curta para não aproveitar as coisas boas que ela tem a oferecer."
Com essa texto destacado, eu faço a pergunta: como diferenciar um assexual de uma pessoa insatisfeita ou apenas travada sexualmente? Muitos aqui podem ter barreiras psicologias que os travam para o sexo e que, por esse motivo, nao querem e nao gostam.
Será que dá para diferenciar esses dois tipos? E será possivel que um assexual possa se tornar sexual através do tempo e das experiencias?