Oiii, tudo bem?
Gostaria de conversar sobre invisibilidade, tanto da assexualidade tanto nas nossas vidas.
Hoje tive uma competição de poesia na escola. Era preciso ter três poemas para poder participar, escolhi os meus melhores, um deles era o que postei aqui (aliás obrigada para quem leu, foi um insentivo para colocar ele nessa competição). Eu não sabia o como era ao certo a apresentação das poesias, no fim das contas era um leitura para quem estivesse ouvindo e julgando. Fiquei tranquila, mesmo sabendo que iria ter um nervoso para fazer isso, pois tenho uma leve dificuldade para apresentações nesse estilo. Mas, mesmo assim, enfrentei (ou ao menos tentei) o medo.
Digo que não ganhei essa competição, pois, meus poemas não são feitos pra ler em voz alta e serem ouvidos, mas é para cada um ler do seu jeito, sozinho. Entretanto, era composto por três fases, passei até a segunda. Tinha boas poesias lá.
No final fiquei ansiosa, muito ansiosa, meu coração simplesmente não parava de bater. Estava nervosa. Não parava de chorar, não um choro de tristeza, mas de desespero por estar ali. Tive que ficar dando uma volta na escola para ver se esquecia que tinha feito uma apresentação.
Mas, fiquei me questionando, por que deu isso? Em outros lugares, como minha escola de dança, consigo falar para com o público, mas por que na escola eu fico sempre desesperada?
Minha mãe me disse que eu não tenho identidade dentro da minha escola, não que não saiba quem eu sou, mas, eu não tenho a confiança que tenho com minha turma da dança, ou até mesmo aqui. Pois até mesmo queria trocar de escola, que sempre fui invisível e quando tenho foco é estranho, não há confiança e nem pessoas que me passem segurança. Não dizendo que é necessário ter uma dependência, pelo contrário: a escola, em todos os anos foi algo muito opressor para mim, foi sempre um lugar em que não existia Ana, só existia alguém. Só me dei conta disso agora, no dia de hoje, o como a escola foi um ambiente tóxico para mim, que não deixava criar ou questionar o porquês necessários. Ela foi uma abertura de portas, mas, quem a cercava foi como um corpo que atrapalhava a passagem para o mundo.
Mundo? Bem, o mundo é aqui, o mundo é com meus bons amigos (obs: de outras escolas), na minha escola de dança, em casa. Eu sou alguém, sou atuante da minha vida nesses lugares, não invisível.
Sei que muitos aqui às vezes se sentem deslocados ou perdidos (até mesmo sozinhos), mas creio que a óptica da perspectiva da vida é que está posicionada de maneira errada. Claro, não é bacana ser invisível e nem ter mero reconhecimento por ser quem é, mas, em outros lugares talvez fazemos uma bruta diferença que nem imaginamos.
Dói bastante ser ninguém, mas a gente existe. Nós existimos, ao menos tenho certeza que aqui a gente existe. Pode ser com pseudônimo com avatar de anime, ou com seu próprio nome e rosto. Existimos, e fico grata por ter esse lugar que existo inteiramente.
Obrigada.

A vida, até já parei de tentar entender o significado da existência, até hoje não me encontrei realmente feliz nesse mundo, mais ter concluído faculdade foi peso real que tirei das costas, me sentia deslocada em todo período de escola e achei que na faculdade acabaria, mais só piorou, crise existencial enorme, e me descobri com complexo de inferioridade, nunca consegui me ver sendo boa nas coisas, sempre acho que não sou suficiente, que sempre os demais serão melhores , o que me faz muitas das vezes nem iniciar algo, o que me prejudica muito, principalmente agora com a sociedade me cobrando na vida adulta e ser bem sucedida.

Enviado pelo Topic'it

Na escola eu sempre fui bem invisível tbm. Tipo ficava no grupinho restrito e sou a aluna que pouquíssimos professores vão lembrar, e se lembrarem capaz de me confundirem com uma amiga minha, porque trocavam nossos nomes direto. O nível de invisibilidade. Mas isso nunca chegou a me incomodar. Na vdd eu estava bastante conformada e gostava de certa forma,porque eu adquiria uma certa liberdade, sabe? Sem julgamentos e essas coisas de escola.