Não apenas no Brasil, mas em vários outros lugares, a penetração tem uma "força" especial quando falamos de sexo.

Muitas vezes é tratada como "sexo de verdade", como se outras formas de sexo (oral, estímulos, etc.) fossem menos sexo!

É a forma própria da "conjunção carnal", é aquilo que "viola", que transgride, que suja, que macula, que "toma", que "come", que "fode", e assim por diante.

Sexo sem penetração não é sexo, não é adultério, fornicação, prostituição não é pecado.

Sexo sem penetração não é quantificável, não é averiguável pela perícia criminalística, não "tira" a virgindade, não "fertiliza" o útero.

Sexo sem penetração é brincadeira de crianças descobrindo sua sexualidade. É mais puro, é mais inocente, é menos nocivo. Não faz mal, não se introjeta como fato histórico marcado. É algo nebuloso que se configura tão somente em relação ao próprio ato da penetração! Pois é preliminar, provocação, amasso, boquete, masturbação, veja! Tem até nome próprio!

Meus caros, não se deixem enganar!

Todas essas coisas não nos dizem respeito! E são em sua essência antagônicas a tudo que aqui nos preocupamos e valorizamos.

Citação :

Assexualidade não é sobre práticas sexuais, assexualidade é, antes de mais nada, sobre possibilidades de "ausências" sexuais e/ou outras formas de performances socio-emocionais que não aquelas previstas no cânone da "normalidade".

Não há porque fazermos jogos de palavras e contorcionismos para podermos nos rotular ou rotular aos outros como assexuais.

Não precisamos fazer re-interpretações de nossa história visando uma melhor adequação ao que imaginamos ser o estereótipo da assexualidade, apenas porque nesse âmbito nos sentimos melhores com nós mesmos. Ora, nos sentimos melhores com nós mesmos porque aqui não precisamos ser outros se não nós mesmos! Não vos enganeis.

A assexualidade não exige nenhuma "esquizofrenia". Não é uma briga de nós contra nós mesmos em favor de certos valores religiosos ou morais. Não é um outro nome para pureza sexual, castidade e virgindade. Não tem em si qualquer antipatia para com as práticas sexuais. Não as proíbe, não as expurga, não as inferioriza e não as julga moralmente. As experiências sexuais em gualquer gênero, forma ou intensidade não constituem sua pauta, sua agenda.

A assexualidade não anula as nossas contradições e ambiguidades. Não é um espírito de conciliação entre o sexual e o não-sexual. Esse é um exercício que cada indivíduo faz em si mesmo como demanda da própria existência. Não há como terceirizar sem gerar loucuras e bobagens.

E sobre todas as coisas, ela não é uma nova espécie de "ser", não deve ser efetivamente quem somos, porque em si nada é! Sim, esse exercício de reificação só tem uma consequência que é previsível, pois é óbvia: tentativas sucessivas de dilatação de seu significado, que de tão amplo perde-se em si mesmo.

Meus queridos, nos voltemos ao que realmente importa, a saber, o nosso próprio auto-conhecimento e a reprodução desse conhecimento como amor ao próximo. É para isso que estamos aqui. É por isso que chegamos aqui, e uma vez cientes de todas essas coisas, é por isso que precisamos continuar.

Você está bem?

Excelente texto. É importante deixar claro isso, pois percebo que ainda existe grande confusão sobre este tema. Bastante esclarecedor.

Eu estou confuso ,nao entendi o sexo na assexualidade não e penetração ?
alguem pode me elucidar?

A explicação ficou confu sa.

Bruno Arley escreveu:

Eu estou confuso ,nao entendi o sexo na assexualidade não e penetração ?
alguem pode me elucidar?

Bruno acredito que o Júlio está nos dizendo que há assexuais que podem confundir a ausência de penetração com assexualidade quando na verdade toda e qualquer prática que envolva desejo carnal e sensualidade como as outras categorias de interação sexual, são na verdade práticas sexuais ou seja mesmo não havendo penetração mcontudo, se há outras práticas congêneres, haverá o ato sexual em si. Abraço

Obrigado gioberto ajudaou ,bastante,

Obrigada pela explicação e clareza , Gioberto

É verdade, isso realmente é uma coisa que as pessoas não entendem...e chegou a causar em mim até uma confusão, porque conheci muitas pessoas que são aces e que não gostam do sexo por causa da penetração. A questão é que assexualidade envolve muito mais do que simplesmente não gostar da penetração...ainda não tenho palavra certas para definir o que é ser ace, mas eu percebo "instintivamente",pelo meu modo de ser e agir, que não é só isso...

Lara escreveu:

É verdade, isso realmente é uma coisa que as pessoas não entendem...e chegou a causar em mim até uma confusão, porque conheci muitas pessoas que são aces e que não gostam do sexo por causa da penetração. A questão é que assexualidade envolve muito mais do que simplesmente não gostar da penetração...ainda não tenho palavra certas para definir o que é ser ace, mas eu percebo "instintivamente",pelo meu modo de ser e agir, que não é só isso...

Lara, fico muito feliz que você tenha entendido o cerne da questão.

Tal como você, eu realmente me assustei ao ver pessoas fazendo pequenas (ou grandes) acomodações de práticas sexuais numa tentativa de se enquadrarem ou poder enquadrar aos outros como assexuais. Realmente não entendi o que aquelas pessoas estavam fazendo.

Aqui no fórum não vemos, ou vemos pouco, desse debate, porque o tenho suprimido o quanto possível. Contudo, muitos membros nutrem essas dúvidas em silêncio. E ao me lembrar de uma dada questão resolvi escrever o texto.

Gioberto escreveu:

Bruno Arley escreveu:

Eu estou confuso ,nao entendi o sexo na assexualidade não e penetração ?
alguem pode me elucidar?

Bruno acredito que o Júlio está nos dizendo que há assexuais que podem confundir a ausência de penetração com assexualidade quando na verdade toda e qualquer prática que envolva desejo carnal e sensualidade como as outras categorias de interação sexual, são na verdade práticas sexuais ou seja mesmo não havendo penetração mcontudo, se há outras práticas congêneres, haverá o ato sexual em si. Abraço

Essa não foi minha intenção ao escrever o texto, nem o conteúdo do mesmo.

Júlio escreveu:

Gioberto escreveu:

Bruno Arley escreveu:

Eu estou confuso ,nao entendi o sexo na assexualidade não e penetração ?
alguem pode me elucidar?

Bruno acredito que o Júlio está nos dizendo que há assexuais que podem confundir a ausência de penetração com assexualidade quando na verdade toda e qualquer prática que envolva desejo carnal e sensualidade como as outras categorias de interação sexual, são na verdade práticas sexuais ou seja mesmo não havendo penetração mcontudo, se há outras práticas congêneres, haverá o ato sexual em si. Abraço

Essa não foi minha intenção ao escrever o texto, nem o conteúdo do mesmo.

Desculpe pelo tumulto ,e pq fiquei com duvida na questao ,tipo ate que ponto se pode considerar assexual ou nao entende ,
igual no meu caso eu nao tenho vontade de fazer sexo ,
mais gosto de carinhos bjs essas coisas abraço estar junto com alguem
sinto vontade de modo diferente ,
obrigado pelos esclarecimentos

Bruno, o post trata justamente sobre a NÃO-importância dessa discussão ontológica "ate que ponto se pode considerar assexual ou nao". O importante é que nesse espaço você pode ser quem você é, descobrir seus próprios limites, e ser feliz.

Júlio escreveu:

Bruno, o post trata justamente sobre a NÃO-importância dessa discussão ontológica "ate que ponto se pode considerar assexual ou nao". O importante é que nesse espaço você pode ser quem você é, descobrir seus próprios limites, e ser feliz.

Muito obrigado por seus esclerecimentos ,abraço Boa semana.

Eu não sou "meio assexual" eu sou honesta,
o meu caso é de frieza sexual + vaidade, infelizmente.

Acredito que o campo da assexualidade é muito vasto e varia muito de acordo com a pessoa, com o limite de cada um. Eu posso dizer que não curto sexo em sua forma de penetração, que é isso que me deixa mal, me faz sentir violada, mas sou tranquila quanto as preliminares, nem por isso deixo de ser assexual. Gosto de homem, gosto de amassos mas para por ali, sem sexo! Oque eu quero dizer é que assim como tem pessoas que nao gostam nem do toque, nem de beijos, há tbm pessoas que são um pouco mais flexíveis. Ninguem é mais ou menos assexual que ninguem.

Drika escreveu:

Acredito que o campo da assexualidade é muito vasto e varia muito de acordo com a pessoa, com o limite de cada um. Eu posso dizer que não curto sexo em sua forma de penetração, que é isso que me deixa mal, me faz sentir violada, mas sou tranquila quanto as preliminares, nem por isso deixo de ser assexual. Gosto de homem, gosto de amassos mas para por ali, sem sexo! Oque eu quero dizer é que assim como tem pessoas que nao gostam nem do toque, nem de beijos, há tbm pessoas que são um pouco mais flexíveis. Ninguem é mais ou menos assexual que ninguem.

Drika,

O post foi escrito justamente como uma crítica a esse pensamento binário, excludente, separatista que não leva a nada.

Júlio escreveu:

A assexualidade não exige nenhuma "esquizofrenia". Não é uma briga de nós contra nós mesmos em favor de certos valores religiosos ou morais. Não é um outro nome para pureza sexual, castidade e virgindade. Não tem em si qualquer antipatia para com as práticas sexuais. Não as proíbe, não as expurga, não as inferioriza e não as julga moralmente. As experiências sexuais em gualquer gênero, forma ou intensidade não constituem sua pauta, sua agenda.

A assexualidade não anula as nossas contradições e ambiguidades. Não é um espírito de conciliação entre o sexual e o não-sexual. Esse é um exercício que cada indivíduo faz em si mesmo como demanda da própria existência. Não há como terceirizar sem gerar loucuras e bobagens.

E sobre todas as coisas, ela não é uma nova espécie de "ser", não deve ser efetivamente quem somos, porque em si nada é! Sim, esse exercício de reificação só tem uma consequência que é previsível, pois é óbvia: tentativas sucessivas de dilatação de seu significado, que de tão amplo perde-se em si mesmo.

Meus queridos, nos voltemos ao que realmente importa, a saber, o nosso próprio auto-conhecimento e a reprodução desse conhecimento como amor ao próximo. É para isso que estamos aqui. É por isso que chegamos aqui, e uma vez cientes de todas essas coisas, é por isso que precisamos continuar.

Grande momento de inspiração de Mestre Júlio, para rememorar.

Acho que entendi o que o Júlio escreveu rs

Como a Lara disse, existe uma grande confusão no meio da assexualidade.

Vejo muitos que se cadastram aqui no Fórum logo dizerem em suas apresentações o seu repúdio ao sexo, isso não me parece ser uma característica assexual, isso é característica da pessoa, oras, tem quem gosta e tem quem não gosta de chocolate... E só mesmo a pessoa pode se descobrir.

Existem muitos outros que quando falam do seu repúdio ao sexo diz sobre, e somente sobre, a questão da penetração, como se as outras formas de sexo não fossem bem sexo, fosse algo aceitável, mas "penetração não". Ora pois... Sabiam que muitos sexuais acham o sexo nojento e/ou doloroso? Nem por isso elas são assexuais...

Não sei se foi exatamente isso o assunto do texto do Júlio...

Acho que entendi o que Júlio quis dizer e concordo totalmente com ele, sexo e sexualidade não se refere apenas a penetração, mas sim à um conjunto de elementos complexos .. o que dificulta bastante a aplicação do termo assexualidade, quando muitos que se consideram assexuais afirmam buscar carícias, entre outras coisas, ainda bem que comigo não encontro esse dilema, pois, me considero assexual arromântico ...