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 Sobre afobia/acephobia/aphobia.

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MensagemAssunto: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty14/6/2016, 18:41

Isso é parte desabafo parte debate. Foi horrível o que aconteceu em Orlando, não vou negar, um crime de ódio completo contra a comunidade. A questão sobre o porte de armas prefiro deixar em off, não é meu foco. Mas tô vendo uma hostilidade crescer em relação à comunidade assexual, especialmente, por questões de representação em posts de orgulho LGBTQA+ e coisas do tipo. E hoje presenciei ataques a principalmente quem se identifica como cisgênero e heterossexual a/demirromântico ou heterorromântico a/demissexual, dizendo que por ser atraído pelo gênero oposto em diferentes condições não o qualifica e que não deveriam ser incluídos na comunidade. Discordo completamente, óbvio. (até porque com essa lógica, você também descarta bissexuais/românticos em relacionamentos com o gênero oposto e transgêneros que são bi/heterossexuais/românticos)
Eu reconheço que quem é assexual ou arromântico não necessariamente corre certos riscos que pessoas que se identificam como homossexuais, transgêneros, bissexuais, entre outros, devem correr, mas é muito presunçoso dizer que afobia não é real ou que apenas o fato da visibilidade e reconhecimento a consertaria imediatamente. Dificilmente uma pessoa será morta por se identificar apenas como assexual e nada mais fora do grupo dos heteronormativos, mas considerando que a cultura do estupro ainda vigora vergonhosamente na nossa sociedade, não é certo dizer que não há outros riscos.
Assédio sexual e o próprio estupro, embora não sejam formas de opressão exclusivas da gray area, são muito comuns de ocorrerem entre assexuais e demissexuais, por exemplo. Pessoas allosexuais (essas podendo ser de qualquer sexualidade) que não compreendem os tipos de atração são as mais propensas a achar que a pessoa que ou não sente atração, ou é virgem, ou quaisquer outros tabus sexuais, deve ser "curada" porque sexo é natural e inevitável, o que discordo completamente. A cultura hipersexualizada também pode ser deveras pertubadora para alguns, principalmente os que não estão cientes que a gray area existe (falo por experiência própria).
Não tô querendo competir sobre quem sofre mais dentro das minorias, mas é triste ver que até dentro de uma comunidade que tanto diz querer superar o preconceito e mostrar a diversidade de sexualidades e gêneros que o ser humano pode apresentar, pode agir de forma tão retrógrada assim.
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty12/7/2016, 12:02

Também tem o ponto de que muitos assexuais cometem suicídio graças ao preconceito que sofrem, o que eu sinceramente conto como morte por afobia, assim como conto como morte por homofobia quando um gay ou uma lésbica se suicida por discurso de ódio.

Além do que, acho que a maior prova de que acabar com a invisibilidade assexual não resolve o problema é que recentemente mais pessoas ouviram falar da nossa existência e estamos recebendo mais ataques de ódio, principalmente de dentro da comunidade LGBT+

Eu tenho visto textos de pastores dizendo que assexuais "desonram o celibato e zombam do sacrifício dos sacerdotes" e mulheres invalidando outras mulheres aces dizendo que o patriarcado fez elas reprimirem a própria sexualidade.

Bem, caros colegas, acho que isso prova que mais visibilidade não é a única coisa que causa prejuízo a indivíduos assexuais, né?
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty12/7/2016, 12:38

Ontem mesmo eu fui procurar informações sobre como os médicos no Brasil veem a assexualidade e, logo na primeira página do Google, apareceu um site religioso falando que nós não existimos. Não abri o link por motivos óbvios, mas daí a ouvir do resto da comunidade LGBT que nós temos apoio dos religiosos é o fim da picada.

synthmachine81 escreveu:
(até porque com essa lógica, você também descarta bissexuais/românticos em relacionamentos com o gênero oposto e transgêneros que são bi/heterossexuais/românticos)

Bom, tem um looooongo histórico desses dois grupos sofrerem um apagamento do caramba dentro da comunidade. Tô cansada de ver gays e lésbicas cis atacarem pessoas bi e trans, tem todo um estereótipo de que bissexuais são promíscuos (e se forem mesmo, qual o problema?) e pessoas trans serem a) homossexuais com homofobia internalizada, ou b) predadores que querem invadir seus espaços. O que vem acontecendo conosco é apenas uma continuação disso, infelizmente.
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty12/7/2016, 12:55

Égua Ibera escreveu:

Bom, tem um looooongo histórico desses dois grupos sofrerem um apagamento do caramba dentro da comunidade. Tô cansada de ver gays e lésbicas cis atacarem pessoas bi e trans, tem todo um estereótipo de que bissexuais são promíscuos (e se forem mesmo, qual o problema?) e pessoas trans serem a) homossexuais com homofobia internalizada, ou b) predadores que querem invadir seus espaços. O que vem acontecendo conosco é apenas uma continuação disso, infelizmente.


Também simplesmente fingem que os pans e os não-binários não existem. O que faz sentido, né? Tu põe na sua cabeça que só existem dois gêneros e aí se sente no direito de virar pros panssexuais e dizer que eles tem de se assumir bissexuais, mesmo que a existência de bissexuais também esteja aberta pra discussão.
Eu só tenho uma coisa a dizer sobre isso: Yikes
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty12/7/2016, 16:07

Lyssia escreveu:
Eu tenho visto textos de pastores dizendo que assexuais "desonram o celibato e zombam do sacrifício dos sacerdotes" e mulheres invalidando outras mulheres aces dizendo que o patriarcado fez elas reprimirem a própria sexualidade.

Ah gente da igreja é meio estranha. Eles valorizam a "pureza sexual" mas ao mesmo tempo te pressionam para um dia consumar no casamento, aliás, pressionar pra casamento já é meio complicado. A maioria dos protestantes e evangélicos são assim pelo menos, em algumas igrejas eles pressionam o pastor para que ele case cedo também.
E o pior mesmo é as "feministas de facebook" confundindo ser sex positive com ter relação sexual. Pra mim ser sex positive é aceitar e compreender as várias formas de expressão sexual mesmo que você não faça elas, aí acho que eu me enquadro nisso mesmo sendo demi.
Eu sei que slut-shaming é algo que aflige sério a nossa sociedade, mas as pessoas também sofrem muitocom a hipersexualização, especialmente mulheres, que não necessariamente pertencem a gray area, aliás, algumas são allossexuais e simplesmente não se encaixam com essa superglorificação.
Aí ao invés da gente tentar quebrar esses paradigmas explicando os vários casos, fica uma divisão de facções feministas (as maquiadas e ativas sexualmente, as desleixadas e masculinizadas/andróginas, etc) e isso enfraquece muito o movimento, principalmente quanto a mulheres ace/demi.
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty12/7/2016, 16:11

Égua Ibera escreveu:
Bom, tem um looooongo histórico desses dois grupos sofrerem um apagamento do caramba dentro da comunidade. Tô cansada de ver gays e lésbicas cis atacarem pessoas bi e trans, tem todo um estereótipo de que bissexuais são promíscuos (e se forem mesmo, qual o problema?) e pessoas trans serem a) homossexuais com homofobia internalizada, ou b) predadores que querem invadir seus espaços. O que vem acontecendo conosco é apenas uma continuação disso, infelizmente.

É verdade, dói mais ainda quando os bis, trans nbs e pans se unem pra serem afóbicos como se eles mesmos não sofressem boicote também. Não entendo as pessoas.
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty12/7/2016, 16:25

synthmachine81 escreveu:
E o pior mesmo é as "feministas de facebook" confundindo ser sex positive com ter relação sexual. Pra mim ser sex positive é aceitar e compreender as várias formas de expressão sexual mesmo que você não faça elas, aí acho que eu me enquadro nisso mesmo sendo demi.

É, pois é. Eu evito entrar muito no mérito de como slut-shaming e hipersexualização afetam mulheres porque eu tenho uma tendência a não diferenciar de como afeta homens, mas que a questão da liberdade sexual está virando mais uma obrigação de ser ""promíscuo"" para algumas pessoas é difícil de deixar passar. É triste porque eu consigo ver as boas intenções das meninas que dizem isso, mas acaba sendo bem ofensivo, né? desconfiado

Por sinal tem um vídeo muito bom no canal Muro Pequeno sobre isso, mas ele não fala do ponto de vista de um ace, e sim de um gay cis negro. Vou deixar o link aqui, se você se interessar: https://www.youtube.com/watch?v=7CNINQJoleU

De qualquer forma, eu tenho a mesma noção de sex positive e eu sou assexual estrita. Por um mundo em que liberdade sexual é fazer o que quiser com a sua vida sexual, incluindo decidir não tê-la. Aya cheers
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty20/9/2016, 15:09

Existem mulheres que se dizem feministas que querem a igualdade de genero, querem trabalhar e receber o mesmo salario que receberia um homem, mas querem um marido que pague todas as contas.
Existem grupos lgbt que dizem defender a diversidade sexual, mas negam a nossa existencia.
Existem religiosos que pregam a pureza sexual, mas demonizam qualquer um que diga nao se interessar pelo casamento.
A sociedade em geral diz estar a favor da liberdade individual, mas faz uma serie de pressoes absurdas sobre aqueles que nao aceitam o seu padrao de liberdade:
Devemos ser livres, livres para nos casar e ter filhos, ou seremos vistos como depressivos e/ou vulgares.
Devemos ser livres, livres para nunca ficar satisfeitos com o que temos, porque se ficarmos imediatamente somos taxados de preguiçosos e acusados do "crime" que é a falta de ambiçao.
Devemos ser livres, livres para escolher o emprego que quisermos, desde que sejamos medicos ou engenheiros.
E quando os grupos lgbt ganharem a aceitaçao que tanto querem sera: devemos ser livres, livres para fazer sexo com quem quisermos, mas se nao o fizermos continuaremos sendo etiquetados(as) como virgens amedrontados, vitimas de estupro traumatizadas, barangas mal comidas ou retardados(as) que nao entendem o que é sexo.
O problema nao esta em um grupo ou outro, nem na sociedade como um todo, o problema esta nas pessoas em si. O egocentrismo é natural do ser humano, querer se importar apenas consigo mesmo é algo inato, mas temos que lutar contra isso para viver em sociedade. O ideal seria se importar, ou pelo menos aceitar, a todos e suas peculiaridades, mas ao inves disso as pessoas passam a se importar, e/ou aceitar apenas o seu proprio grupo, e ignorar/ficar contra os outros.
Dessa forma acontecem as hipocrisias que vemos nesses grupos e na sociedade. A sociedade esta a favor daqueles que sao considerados normais, ou seja, os que sao considerados efetivamente parte dela, e se estes acreditam que liberdade é se casar e ter filhos, entao a sociedade acredita na liberdade, mas ignora ou reprime outras visoes do que é liberdade. O mesmo acontece com outros grupos, como os lgbt, que veem diversidade sexual como as pessoas que necessitam de sexo, cada uma a seu modo, mas desconsideram aqueles que nao necessitam dele.
Obviamente muitas pessoas nao sao assim, respeitam a todos, e devem ser os exemplos, por que enquanto todas as pessoas nao forem incluidas num unico grupo, havera quem se sinta excluido, havera discriminaçao porque nem todos sera vistos como iguais e nao importa quantos grupos lutem até serem incluidos na sociedade (como estao aos poucos conseguindo os lgbt), enquanto as pessoas nao forem todas incluidas, os mesmos problemas continuarao aparecendo, com grupos diferentes mas sempre com a mesma velha historia de inclusao.
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty28/9/2016, 13:50

MK 35 escreveu:
Existem mulheres que se dizem feministas que querem a igualdade de genero, querem trabalhar e receber o mesmo salario que receberia um homem, mas querem um marido que pague todas as contas.
Existem grupos lgbt que dizem defender a diversidade sexual, mas negam a nossa existencia.
Existem religiosos que pregam a pureza sexual, mas demonizam qualquer um que diga nao se interessar pelo casamento.
A sociedade em geral diz estar a favor da liberdade individual, mas faz uma serie de pressoes absurdas sobre aqueles que nao aceitam o seu padrao de liberdade:
Devemos ser livres, livres para nos casar e ter filhos, ou seremos vistos como depressivos e/ou vulgares.
Devemos ser livres, livres para nunca ficar satisfeitos com o que temos, porque se ficarmos imediatamente somos taxados de preguiçosos e acusados do "crime" que é a falta de ambiçao.
Devemos ser livres, livres para escolher o emprego que quisermos, desde que sejamos medicos ou engenheiros.
E quando os grupos lgbt ganharem a aceitaçao que tanto querem sera: devemos ser livres, livres para fazer sexo com quem quisermos, mas se nao o fizermos continuaremos sendo etiquetados(as) como virgens amedrontados, vitimas de estupro traumatizadas, barangas mal comidas ou retardados(as) que nao entendem o que é sexo.
O problema nao esta em um grupo ou outro, nem na sociedade como um todo, o problema esta nas pessoas em si. O egocentrismo é natural do ser humano, querer se importar apenas consigo mesmo é algo inato, mas temos que lutar contra isso para viver em sociedade. O ideal seria se importar, ou pelo menos aceitar, a todos e suas peculiaridades, mas ao inves disso as pessoas passam a se importar, e/ou aceitar apenas o seu proprio grupo, e ignorar/ficar contra os outros.
Dessa forma acontecem as hipocrisias que vemos nesses grupos e na sociedade. A sociedade esta a favor daqueles que sao considerados normais, ou seja, os que sao considerados efetivamente parte dela, e se estes acreditam que liberdade é se casar e ter filhos, entao a sociedade acredita na liberdade, mas ignora ou reprime outras visoes do que é liberdade. O mesmo acontece com outros grupos, como os lgbt, que veem diversidade sexual como as pessoas que necessitam de sexo, cada uma a seu modo, mas desconsideram aqueles que nao necessitam dele.
Obviamente muitas pessoas nao sao assim, respeitam a todos, e devem ser os exemplos, por que enquanto todas as pessoas nao forem incluidas num unico grupo, havera quem se sinta excluido, havera discriminaçao porque nem todos sera vistos como iguais e nao importa quantos grupos lutem até serem incluidos na sociedade (como estao aos poucos conseguindo os lgbt), enquanto as pessoas nao forem todas incluidas, os mesmos problemas continuarao aparecendo, com grupos diferentes mas sempre com a mesma velha historia de inclusao.

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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty23/12/2021, 17:02

Lyssia escreveu:
Também tem o ponto de que muitos assexuais cometem suicídio graças ao preconceito que sofrem, o que eu sinceramente conto como morte por afobia, assim como conto como morte por homofobia quando um gay ou uma lésbica se suicida por discurso de ódio.

Além do que, acho que a maior prova de que acabar com a invisibilidade assexual não resolve o problema é que recentemente mais pessoas ouviram falar da nossa existência e estamos recebendo mais ataques de ódio, principalmente de dentro da comunidade LGBT+

Eu tenho visto textos de pastores dizendo que assexuais "desonram o celibato e zombam do sacrifício dos sacerdotes" e mulheres invalidando outras mulheres aces dizendo que o patriarcado fez elas reprimirem a própria sexualidade.

Bem, caros colegas, acho que isso prova que mais visibilidade não é a única coisa que causa prejuízo a indivíduos assexuais, né?



Oie eu estou fazendo uma pesquisa sobre acefobia, como ela se manifesta e rebater aquele argumento antigo de que aces não sofrem, poderia me mostrar ou dar um link de onde você viu estes textos desses pastores por favor?
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty10/1/2022, 18:24

synthmachine81 escreveu:
Lyssia escreveu:
Eu tenho visto textos de pastores dizendo que assexuais "desonram o celibato e zombam do sacrifício dos sacerdotes" e mulheres invalidando outras mulheres aces dizendo que o patriarcado fez elas reprimirem a própria sexualidade.

Ah gente da igreja é meio estranha. Eles valorizam a "pureza sexual" mas ao mesmo tempo te pressionam para um dia consumar no casamento, aliás, pressionar pra casamento já é meio complicado. A maioria dos protestantes e evangélicos são assim pelo menos, em algumas igrejas eles pressionam o pastor para que ele case cedo também.
E o pior mesmo é as "feministas de facebook" confundindo ser sex positive com ter relação sexual. Pra mim ser sex positive é aceitar e compreender as várias formas de expressão sexual mesmo que você não faça elas, aí acho que eu me enquadro nisso mesmo sendo demi.
Eu sei que slut-shaming é algo que aflige sério a nossa sociedade, mas as pessoas também sofrem muitocom a hipersexualização, especialmente mulheres, que não necessariamente pertencem a gray area, aliás, algumas são allossexuais e simplesmente não se encaixam com essa superglorificação.
Aí ao invés da gente tentar quebrar esses paradigmas explicando os vários casos, fica uma divisão de facções feministas (as maquiadas e ativas sexualmente, as desleixadas e masculinizadas/andróginas, etc) e isso enfraquece muito o movimento, principalmente quanto a mulheres ace/demi.


dá muita vergonha tudo o que sai na mídia sobre pastores e evangélicos num geral, (principalmente porque só vai pra mídia as polêmicas)...
eu saí da igreja por causa de coisas absurdas que fui obrigada a escutar de gente que se achava muito entendido de biblia.
todo núcleo social tem uma pressão pra voce se adequar a um determinado padrão de comportamento, que só faz sentido dentro deste núcleo.
Ninguém sabe de fato lidar com a liberdade. A sua e a dos outros.
Precisa passar por cima dos outros pra validar pra si mesmo aquilo que acredita.
No final, acho melhor viver isolado como uma ilha.
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty10/1/2022, 18:29

Convidado escreveu:
Existem mulheres que se dizem feministas que querem a igualdade de genero, querem trabalhar e receber o mesmo salario que receberia um homem, mas querem um marido que pague todas as contas.
Existem grupos lgbt que dizem defender a diversidade sexual, mas negam a nossa existencia.
Existem religiosos que pregam a pureza sexual, mas demonizam qualquer um que diga nao se interessar pelo casamento.
A sociedade em geral diz estar a favor da liberdade individual, mas faz uma serie de pressoes absurdas sobre aqueles que nao aceitam o seu padrao de liberdade:
Devemos ser livres, livres para nos casar e ter filhos, ou seremos vistos como depressivos e/ou vulgares.
Devemos ser livres, livres para nunca ficar satisfeitos com o que temos, porque se ficarmos imediatamente somos taxados de preguiçosos e acusados do "crime" que é a falta de ambiçao.
Devemos ser livres, livres para escolher o emprego que quisermos, desde que sejamos medicos ou engenheiros.
E quando os grupos lgbt ganharem a aceitaçao que tanto querem sera: devemos ser livres, livres para fazer sexo com quem quisermos, mas se nao o fizermos continuaremos sendo etiquetados(as) como virgens amedrontados, vitimas de estupro traumatizadas, barangas mal comidas ou retardados(as) que nao entendem o que é sexo.
O problema nao esta em um grupo ou outro, nem na sociedade como um todo, o problema esta nas pessoas em si. O egocentrismo é natural do ser humano, querer se importar apenas consigo mesmo é algo inato, mas temos que lutar contra isso para viver em sociedade. O ideal seria se importar, ou pelo menos aceitar, a todos e suas peculiaridades, mas ao inves disso as pessoas passam a se importar, e/ou aceitar apenas o seu proprio grupo, e ignorar/ficar contra os outros.
Dessa forma acontecem as hipocrisias que vemos nesses grupos e na sociedade. A sociedade esta a favor daqueles que sao considerados normais, ou seja, os que sao considerados efetivamente parte dela, e se estes acreditam que liberdade é se casar e ter filhos, entao a sociedade acredita na liberdade, mas ignora ou reprime outras visoes do que é liberdade. O mesmo acontece com outros grupos, como os lgbt, que veem diversidade sexual como as pessoas que necessitam de sexo, cada uma a seu modo, mas desconsideram aqueles que nao necessitam dele.
Obviamente muitas pessoas nao sao assim, respeitam a todos, e devem ser os exemplos, por que enquanto todas as pessoas nao forem incluidas num unico grupo, havera quem se sinta excluido, havera discriminaçao porque nem todos sera vistos como iguais e nao importa quantos grupos lutem até serem incluidos na sociedade (como estao aos poucos conseguindo os lgbt), enquanto as pessoas nao forem todas incluidas, os mesmos problemas continuarao aparecendo, com grupos diferentes mas sempre com a mesma velha historia de inclusao.

pô, eu adoraria ter alguém que pagasse todas as minhas contas! Quem não gostaria? Ainda mais numa sociedade abalada com uma pandemia de dois anos....
mas como voce disse, falta um entendimento geral sobre o que significa ser livre.
Pra fazer as proprias escolhas, pra seguir seu proprio caminho, ser voce mesmo.
é uma multidão de gente invadindo o espaço alheio pra dominar a vida do outro ignorando a merda da propria vida...
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty10/1/2022, 18:41

theredqueen escreveu:
synthmachine81 escreveu:
Lyssia escreveu:
Eu tenho visto textos de pastores dizendo que assexuais "desonram o celibato e zombam do sacrifício dos sacerdotes" e mulheres invalidando outras mulheres aces dizendo que o patriarcado fez elas reprimirem a própria sexualidade.

Ah gente da igreja é meio estranha. Eles valorizam a "pureza sexual" mas ao mesmo tempo te pressionam para um dia consumar no casamento, aliás, pressionar pra casamento já é meio complicado. A maioria dos protestantes e evangélicos são assim pelo menos, em algumas igrejas eles pressionam o pastor para que ele case cedo também.
E o pior mesmo é as "feministas de facebook" confundindo ser sex positive com ter relação sexual. Pra mim ser sex positive é aceitar e compreender as várias formas de expressão sexual mesmo que você não faça elas, aí acho que eu me enquadro nisso mesmo sendo demi.
Eu sei que slut-shaming é algo que aflige sério a nossa sociedade, mas as pessoas também sofrem muitocom a hipersexualização, especialmente mulheres, que não necessariamente pertencem a gray area, aliás, algumas são allossexuais e simplesmente não se encaixam com essa superglorificação.
Aí ao invés da gente tentar quebrar esses paradigmas explicando os vários casos, fica uma divisão de facções feministas (as maquiadas e ativas sexualmente, as desleixadas e masculinizadas/andróginas, etc) e isso enfraquece muito o movimento, principalmente quanto a mulheres ace/demi.


dá muita vergonha tudo o que sai na mídia sobre pastores e evangélicos num geral, (principalmente porque só vai pra mídia as polêmicas)...
eu saí da igreja por causa de coisas absurdas que fui obrigada a escutar de gente que se achava muito entendido de biblia.
todo núcleo social tem uma pressão pra voce se adequar a um determinado padrão de comportamento, que só faz sentido dentro deste núcleo.
Ninguém sabe de fato lidar com a liberdade. A sua e a dos outros.
Precisa passar por cima dos outros pra validar pra si mesmo aquilo que acredita.
No final, acho melhor viver isolado como uma ilha.



O que você já passou na igreja por ser ace?
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty10/1/2022, 19:00

passei por muitas coisas na igreja. Não somente por ser ace, mas num geral sabe?
eu nasci num lar evangélico, cresci dentro de igrejas e boa parte do tempo da minha vida, toda a minha vida social estava intimamente ligada à alguma igreja.
Me formei educadora religiosa, fiz treinamento de missões e cheguei a entrar (mas nao me formei) num seminário (formação para pastores) da igreja Batista. E com o decorrer do tempo, fui percebendo que a maior parte das coisas que eram incutidas na cabeça das pessoas nada tinha a ver com o que tinha na bíblia.
Foram tantas coisas que teve uma vez que fizeram um concílio pra me "julgar" por bruxaria. Foi tão absurdo que eu me senti na idade média.
Tentei me adequar, fiquei quieta sem falar o que eu pensava pra nao arrumar atrito, e certa vez num grupo de moças (cujo único assunto era arrumar um marido) eu falei pra outra moça que ela deveria cuidar dos outros aspectos da vida dela ao invés de focar só em arrumar um marido, e o pastor me chamou na salinha dizendo que eu tava "ensinando heresia" porque eu discordei que vc tem que esperar um sujeito sentar do seu lado no banco da igreja, que ele pode estar agora em outro lugar, fazendo outra coisa...
a propria ideia de casamento é algo que me aterroriza, que na igreja é dito que voce não tem mais dominio sobre o proprio corpo, mas isso passa a ser propriedade de outro....
cara... louco.
não há espaço pra conversar a respeito.
se voce arruma um namorado que nao é da sua igreja todos passam a te olhar como que voce está automaticamente em pecado.
uma rapa de gente transando loucamente, se fazendo de santo, traindo e o cacete, e um namorado oposto disso só por nao ser da igreja é esse que vai te levar pro "erro"?
que erro?
se nao tem espaço pra tirar duvidas, se nao tem espaço pra falar abertamente das suas angustias, como voce pode definir o "erro" na vida de alguem?
ah, é assim só porque alguem falou que é? E o porque de terem falado isso, nao é tratado?
onde fica o livre arbitrio?
quem definiu o tamanho dos pecados se nao tem nada na biblia falando disso?
o que é de fato a liberdade que Cristo ensinou?
o que faz uma pessoa melhor do que a outra? Só porque ela nao transou fora do casamento ela virou santa?
eu nao faço parte disso.
não transo porque nao quero. Nao porque alguem me mandou.
Da mesma forma nao vou transar só porque a sociedade acha que eu sou obrigada a isso, caso contrario sou bitolada de igreja.
eu sou livre
somos todos livres.
pena que a maior parte das pessoas nao sabem disso.
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty11/1/2022, 12:00

Convidado escreveu:
Existem mulheres que se dizem feministas que querem a igualdade de genero, querem trabalhar e receber o mesmo salario que receberia um homem, mas querem um marido que pague todas as contas.
Existem grupos lgbt que dizem defender a diversidade sexual, mas negam a nossa existencia.
Existem religiosos que pregam a pureza sexual, mas demonizam qualquer um que diga nao se interessar pelo casamento.
A sociedade em geral diz estar a favor da liberdade individual, mas faz uma serie de pressoes absurdas sobre aqueles que nao aceitam o seu padrao de liberdade:
Devemos ser livres, livres para nos casar e ter filhos, ou seremos vistos como depressivos e/ou vulgares.
Devemos ser livres, livres para nunca ficar satisfeitos com o que temos, porque se ficarmos imediatamente somos taxados de preguiçosos e acusados do "crime" que é a falta de ambiçao.
Devemos ser livres, livres para escolher o emprego que quisermos, desde que sejamos medicos ou engenheiros.
E quando os grupos lgbt ganharem a aceitaçao que tanto querem sera: devemos ser livres, livres para fazer sexo com quem quisermos, mas se nao o fizermos continuaremos sendo etiquetados(as) como virgens amedrontados, vitimas de estupro traumatizadas, barangas mal comidas ou retardados(as) que nao entendem o que é sexo.
O problema nao esta em um grupo ou outro, nem na sociedade como um todo, o problema esta nas pessoas em si. O egocentrismo é natural do ser humano, querer se importar apenas consigo mesmo é algo inato, mas temos que lutar contra isso para viver em sociedade. O ideal seria se importar, ou pelo menos aceitar, a todos e suas peculiaridades, mas ao inves disso as pessoas passam a se importar, e/ou aceitar apenas o seu proprio grupo, e ignorar/ficar contra os outros.
Dessa forma acontecem as hipocrisias que vemos nesses grupos e na sociedade. A sociedade esta a favor daqueles que sao considerados normais, ou seja, os que sao considerados efetivamente parte dela, e se estes acreditam que liberdade é se casar e ter filhos, entao a sociedade acredita na liberdade, mas ignora ou reprime outras visoes do que é liberdade. O mesmo acontece com outros grupos, como os lgbt, que veem diversidade sexual como as pessoas que necessitam de sexo, cada uma a seu modo, mas desconsideram aqueles que nao necessitam dele.
Obviamente muitas pessoas nao sao assim, respeitam a todos, e devem ser os exemplos, por que enquanto todas as pessoas nao forem incluidas num unico grupo, havera quem se sinta excluido, havera discriminaçao porque nem todos sera vistos como iguais e nao importa quantos grupos lutem até serem incluidos na sociedade (como estao aos poucos conseguindo os lgbt), enquanto as pessoas nao forem todas incluidas, os mesmos problemas continuarao aparecendo, com grupos diferentes mas sempre com a mesma velha historia de inclusao.
Que texto incrível.
Acho que esse é o modelo de sociedade que eu gostaria de ver.
Pessoas que vivem sem rótulos. sem definições e do jeito que achar melhor.
Sem bandeiras, sem ideologias e cada um cuidando da sua vida da forma que achar conveniente.
Transando ou não, com uma, muitas ou nenhuma.
Se tem uma crença ou nenhuma.
Se vota em alguém ou ninguém.
Me incomoda muito influenciadores e pessoas públicas querendo dar pitaco em tudo.
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Tiago
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Pensamento "Rótulos carregam expectativas sociais e também pessoais, alimentadas pelo social." Laura Pires
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty12/1/2022, 09:28

theredqueen escreveu:
passei por muitas coisas na igreja. Não somente por ser ace, mas num geral sabe?
eu nasci num lar evangélico, cresci dentro de igrejas e boa parte do tempo da minha vida, toda a minha vida social estava intimamente ligada à alguma igreja.
Me formei educadora religiosa, fiz treinamento de missões e cheguei a entrar (mas nao me formei) num seminário (formação para pastores) da igreja Batista. E com o decorrer do tempo, fui percebendo que a maior parte das coisas que eram incutidas na cabeça das pessoas nada tinha a ver com o que tinha na bíblia.
Foram tantas coisas que teve uma vez que fizeram um concílio pra me "julgar" por bruxaria. Foi tão absurdo que eu me senti na idade média.
Tentei me adequar, fiquei quieta sem falar o que eu pensava pra nao arrumar atrito, e certa vez num grupo de moças (cujo único assunto era arrumar um marido) eu falei pra outra moça que ela deveria cuidar dos outros aspectos da vida dela ao invés de focar só em arrumar um marido, e o pastor me chamou na salinha dizendo que eu tava "ensinando heresia" porque eu discordei que vc tem que esperar um sujeito sentar do seu lado no banco da igreja, que ele pode estar agora em outro lugar, fazendo outra coisa...
a propria ideia de casamento é algo que me aterroriza, que na igreja é dito que voce não tem mais dominio sobre o proprio corpo, mas isso passa a ser propriedade de outro....
cara... louco.
não há espaço pra conversar a respeito.
se voce arruma um namorado que nao é da sua igreja todos passam a te olhar como que voce está automaticamente em pecado.
uma rapa de gente transando loucamente, se fazendo de santo, traindo e o cacete, e um namorado oposto disso só por nao ser da igreja é esse que vai te levar pro "erro"?
que erro?
se nao tem espaço pra tirar duvidas, se nao tem espaço pra falar abertamente das suas angustias, como voce pode definir o "erro" na vida de alguem?
ah, é assim só porque alguem falou que é? E o porque de terem falado isso, nao é tratado?
onde fica o livre arbitrio?
quem definiu o tamanho dos pecados se nao tem nada na biblia falando disso?
o que é de fato a liberdade que Cristo ensinou?
o que faz uma pessoa melhor do que a outra? Só porque ela nao transou fora do casamento ela virou santa?
eu nao faço parte disso.
não transo porque nao quero. Nao porque alguem me mandou.
Da mesma forma nao vou transar só porque a sociedade acha que eu sou obrigada a isso, caso contrario sou bitolada de igreja.
eu sou livre
somos todos livres.
pena que a maior parte das pessoas nao sabem disso.

Nossa, deve ser pesado ser ace num ambiente como esse chocado
Não sou religioso, mas já vi amigos e familiares religiosos passando por pressão pra terem que se casar cedo, muitas vezes arrumam marido/esposa para a pessoa que ta solteira, e aí a pessoa casa sem nem conhecer direito o outro. Sempre achei isso uma loucura, mas parece ser bem comum nas igrejas mão no rosto
Como vc falou, isso priva totalmente as pessoas de liberdade, inclusive de questionar. Que inclusive vc trouxe muitos questionamentos interessantes aí, vou levar um tempo refletindo sobre isso tudo haha
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Jade
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Pensamento Você não pode deixar de ser quem você é por conta do medo.
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty15/1/2022, 00:50

theredqueen escreveu:
passei por muitas coisas na igreja. Não somente por ser ace, mas num geral sabe?
eu nasci num lar evangélico, cresci dentro de igrejas e boa parte do tempo da minha vida, toda a minha vida social estava intimamente ligada à alguma igreja.
Me formei educadora religiosa, fiz treinamento de missões e cheguei a entrar (mas nao me formei) num seminário (formação para pastores) da igreja Batista. E com o decorrer do tempo, fui percebendo que a maior parte das coisas que eram incutidas na cabeça das pessoas nada tinha a ver com o que tinha na bíblia.
Foram tantas coisas que teve uma vez que fizeram um concílio pra me "julgar" por bruxaria. Foi tão absurdo que eu me senti na idade média.
Tentei me adequar, fiquei quieta sem falar o que eu pensava pra nao arrumar atrito, e certa vez num grupo de moças (cujo único assunto era arrumar um marido) eu falei pra outra moça que ela deveria cuidar dos outros aspectos da vida dela ao invés de focar só em arrumar um marido, e o pastor me chamou na salinha dizendo que eu tava "ensinando heresia" porque eu discordei que vc tem que esperar um sujeito sentar do seu lado no banco da igreja, que ele pode estar agora em outro lugar, fazendo outra coisa...
a propria ideia de casamento é algo que me aterroriza, que na igreja é dito que voce não tem mais dominio sobre o proprio corpo, mas isso passa a ser propriedade de outro....
cara... louco.
não há espaço pra conversar a respeito.
se voce arruma um namorado que nao é da sua igreja todos passam a te olhar como que voce está automaticamente em pecado.
uma rapa de gente transando loucamente, se fazendo de santo, traindo e o cacete, e um namorado oposto disso só por nao ser da igreja é esse que vai te levar pro "erro"?
que erro?
se nao tem espaço pra tirar duvidas, se nao tem espaço pra falar abertamente das suas angustias, como voce pode definir o "erro" na vida de alguem?
ah, é assim só porque alguem falou que é? E o porque de terem falado isso, nao é tratado?
onde fica o livre arbitrio?
quem definiu o tamanho dos pecados se nao tem nada na biblia falando disso?
o que é de fato a liberdade que Cristo ensinou?
o que faz uma pessoa melhor do que a outra? Só porque ela nao transou fora do casamento ela virou santa?
eu nao faço parte disso.
não transo porque nao quero. Nao porque alguem me mandou.
Da mesma forma nao vou transar só porque a sociedade acha que eu sou obrigada a isso, caso contrario sou bitolada de igreja.
eu sou livre
somos todos livres.
pena que a maior parte das pessoas nao sabem disso.



Mds que horrível, deve ter sido um pesadelo ser assexual nesse lugar, oq mais achei babaca foi o pastor ter te acusado de heresia tipo casamento não deveria ser tão importante, eu mesma enxergo como uma prisão.
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theredqueen
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Pensamento "Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento" (Hilda Hilst)
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MensagemAssunto: Re: Sobre afobia/acephobia/aphobia.   Sobre afobia/acephobia/aphobia. Empty20/1/2022, 20:25

Jade, vejo muitas coisas como prisão, mas nao o casamento em si. A prisão está na forma rígida como as pessoas impõem as próprias interpretações de mundo nas outras. Coisa que acontece não só na igreja, mas em muitos lugares. Existem pessoas de todos os tipos em todos os lugares. Nao demonizo a igreja, mas não tenho mais saude pra lidar com boiadas...
Tiago, o problema nao está no ambiente religioso. As pessoas que tem essa atitude não representam religião nenhuma, representam apenas a si mesmas e se apropriam do nome de Deus pra outorgar sua vontade pessoal nos outros. E, como eu falei pra Jade, essas pessoas, desse tipo, estão em todos os lugares.
o que a gente tem que fazer é resistir e quando necessário, colocar essa gente no lugar deles.
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