| | Autor | Mensagem |
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rising sun Novato(a)
24 29/01/2021 21
| Assunto: Companhias 10/7/2023, 23:13 | |
| Boa noite, comunidade!
Dessa vez, trago um desabafo sobre amizades.
Durante toda a minha vida, fui a pessoa de agradar ou de, no mínimo, não causar desconfortos para ninguém. Já é bem falado sobre as consequências disso então vou poupá-los kkkkk
Minhas amizades não eram muito sólidas, sempre me senti a amiga mais distante de todos os grupos que possuia, e o pior de tudo era o sentimento de não se sentir visto por quem eu era (pois mostrava um eu menos "nocivo" para os valores das pessoas). E o que aconteceu foi que sendo sincera comigo mesma, eu me afastei e acabei com todas as amizades que eu havia construído. Confiem em mim, eu passei anos refletindo sobre essas questões, já tentei mudar a rota, mudar a atitude, mas as vezes, a hesitação em largar é o pior atraso.
Me fez muito bem, de verdade. Muito do que eu perdi sem ver, para ser de tal forma para o externo, venho recuperando. Além de coisas novas, uma nova versão de mim: mais confiante, mais criativa, necessitando de menos aprovação da qual eu dependia... E estou trabalhando em me expressar como eu sou, sem criar máscaras.
O que me pega em alguns momentos é esse novo cenário sem amigos. É novo, claro kkkkkk E sei que vou superando aos poucos, mas é justamente um desabafo mesmo...
Antes eu temia as pessoas, pois temia como eu seria vista pelo outro. Eu tinha muito medo de julgamento.
Hoje, ás vezes me pego pensando por um breve momento que as amizades me assustam. Obviamente pela minha experiência ruim.
Quando vejo alguns vídeos que retratam pessoas na vida real (difere das amizades na ficção né, aqueles esteriótipos) e seus amigos, e sem focar em como cada pessoa age, mas vendo o quanto algumas pessoas realmente estão ali para outras, brincam juntas, as vezes se desentendem, perturbam umas as outras, mas estão ali, pessoas que se escutam... Tem momentos que bate uma sensibilidade.
Não sei se é porque eu acho bonito, não sei se é porque com esse passado parece algo distante para mim... Mas eu fico meio abalada, sim.
Ao mesmo tempo me sinto mais livre. Livre de todas as prisões que me coloquei, e pessoas que estavam satisfeitas num relacionamento em que eu não estava. Mas também livre porque, sem vendas, eu consigo enxergar a pessoa que sou. Posso dançar alegremente sem pensar em terceiros, cantar alto, curtir as coisas que tanto amo sem ficar pensando que outros não gostam. Estou muito feliz com isso...
Então fica nesses momentos sabe kkkkk
Se alguem fala de amizade comigo as vezes, eu paro e penso sobre esse fato, que eu não tenho amigos. Talvez eu nunca tivesse tido, talvez foram colegas.
E sim, eu espero muito fazer novas amizades. Eu não fiz essa decisão pensando que era o fim do mundo, tudo está em movimento, as coisas se renovam... É que nesse momento eu não posso mentir né.
Gostaria muito de fazer amizades uma vez que eu estiver bem resolvida comigo, mas fico me perguntando como seria. Como seria ser ouvida de verdade, como seria poder agir de forma sincera... Se eu saberia identificar e não acabar me confundindo novamente, porque eu não quero ter que limpar minhas conexões de novo kkkkkk Me dá um pouco de medo pensar nessa possibilidade, como se talvez não fosse possível, tipo, como pessoas que se dariam bem se encontram? Qual a probabilidade? (Isso se dá ao fato de que na minha faculdade a maioria das pessoas que conheço possuem muitas barreiras, então meio difícil pensar como isso poderia acontecer)
Ah, que complexo.
MASSSSSS.
A vida é assim, não é?
Dificilmente adianta tentar prever o futuro, sabe. Mas eu também quis dar uma vazão às minhas emoções.
Sintam-se livres para conversar por aqui, aliás eu adoraria, e acho que ajudaria a trabalhar o tema, não ficar apenas com o que está na minha mente.
É isso!
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| | | BPBertolino Sabido(a)
237 30/09/2011 36 Gênero :
| Assunto: Re: Companhias 11/7/2023, 09:51 | |
| Moça, eu quero já me desculpar se eu vou parecer muito íntimo para um completo desconhecido, mas vou aproveitar sua abertura porque você descreveu muito do que eu passo há mais de vinte anos. Ou, para ser um pouco mais explicativo, dois polos ao redor dos quais eu orbito: autossuficiência e procura de amizades.
Uma diferença, talvez, seja que as amizades que eu construí - e que construíram comigo, porque não é coisa que se faça sozinho - foram mais duradouras. Eu não tenho arrependimentos de quem eu conheci, e daqueles de quem eu me afastei ou que se afastaram de mim ficaram boas lembranças. Vez ou outra, até um "olá" virtual em honra aos velhos tempos.
Mas continua sendo verdade que, ainda que eu me veja como uma pessoa melhor do que era antes e não não passe meus dias me preocupando com a imagem do mundo sobre mim - eu sempre tive noção de que sou uma pessoa boa, mas que a maior parte das pessoas simplesmente não terá interesse algum em mim, e isso está correto - existe um sentimento que é perene, que busca encontrar sintonias com os pensamentos alheios, e que quer realizar isso de forma constante e recíproca. Em outras palavras, amizade ou amor.
Ainda que eu me descreva - tipicamente, porque é complicado - como assexual arromântico, eu já vim aqui falar algumas vezes sobre a minha insatisfação com classificações, por mais que eu as ache importantes. Pois então, se eu tenho tal interesse em formar vínculos com outras pessoas, então seria a falta de uma atração romântica definida de maneira usual, ou a falta de uma constância desse sentimento, suficiente para eu me descrever dessa forma? Acho que a resposta é necessariamente uma ambiguidade, e é melhor que seja assim, porque as ambiguidades costumam descrever melhor as pessoas.
Hoje, como talvez fique claro pela minha prolixidade no fórum essa semana, eu estou mais próximo do foco das amizades nessa minha órbita. Procurando pessoas novas e tentando me reaproximar de algumas outras, nem que seja para uma troca de palavras ou de sorrisos. É um pouco tolo, mas eu não vou escrever aqui para dizer platitudes, e às vezes as coisas importantes são mesmo tolas.
As pessoas são diferentes, e talvez você se adapte melhor à solitude e a apreciar essa liberdade que a gente sente de não precisar projetar uma persona. Por outro lado, pode ser que você venha a encontrar pessoas novas com quem possa estabelecer essas relações que vislumbra, e fique mais contente desse jeito. Ou então que fique em dúvida, assim como eu, transitando entre uma coisa e a outra. Seja qual for o caminho, boa sorte.
E obrigado por escrever. Se não é sempre fácil ser sincero com um amigo, então quem sabe com um estranho. Um abraço. |
| | | Francisca Ione Marcelo Br Novato(a)
21 20/11/2022 56 O amor verdadeiro é para poucos Gênero :
| Assunto: Re: Companhias 15/7/2023, 05:13 | |
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