Bom, hum, o termo aroace me apareceu muito recentemente — na verdade, praticamente me foi apontado por meus amigos através dos meus relatos. Não estou em busca de um rótulo, mas, sim, de me descobrir. Apesar de que estamos em constante mudança. Constantemente me sinto com defeito...

Nunca fui muito chegada a toques físicos, apesar de fantasiar com base nos romances que leio, e demonstrações de afeto tampouco. Em todos os momentos que já beijei alguém sempre senti um nervoso descomunal, e o ato em si me era muito estranho. Hoje em dia eu dispenso me submeter a isso novamente.

Relacionamentos nunca foram meu forte, mesmo comigo idealizando uma relação "perfeita", então, quando alguém se declarava eu meio que me "transformava" — falo isso mediante a forma como me sinto, digo, nesses momentos nada se passava pela minha cabeça. Eu não sentia absolutamente nada, mas dava uma chance torcendo para essa pessoa fosse capaz de me despertar algo. Só que depois de uns dias eu começava a me sentir mal e tinha crises de choro. Me sentia sufocada. Apenas senti algo como o amor romântico realmente duas vezes: ambas virtualmente. Na vida real nunca consegui tal feito.

Tudo o que li a respeito tem me trago tantas dúvidas... acho que só quero uma resposta para aliviar essa sensação incomoda no peito. Posso estar totalmente enganada, mas realmente me identifiquei com a parte cinza.

Iuhuu
Tudo bem?

Enquanto eu lia seu relato, parece que eu estava lendo algo que eu mesmo escrevi, escreveria. Em idealização, coisinhas românticas podem parecer boas e desejáveis, mas quando olho na concretude, quando algo está prestes a acontecer de verdade, senhor, pelos céus.

Sobre se transformar, sinto que meus relacionamentos foram isso, alguém demonstrando interesse e eu tentando tentar querer tudo aquilo, tentando me fazer querer estar ali naquela situação. Eu tentava loucamente me colocar nessas situações em que alguém gostava de mim, torcendo para finalmente sentir alguma coisa e começar a gostar daquilo...

A ideia de beijar alguém não me parecia ruim, mas na prática eu só via a pessoa ofegante, querendo fazer mais e mais daquilo ou até algo a mais, enquanto eu na minha cabeça ficava "Mas é isso? Essa nadidade?". Meu psico um dia comentou sobre essa forma de se relacionar, de se colocar em uma relação esperando que o outro desperte algo em nós, não parece justo, não parece certo, não parece nenhum pouco saudável, mas para quem busca desesperadamente se encaixar, era um caminho e uma tentativa...

Alguém poderia me julgar por tentar sentir aquilo que me vendiam como mais precioso/essencial/necessário para se sentir bem e feliz? Se eu fosse outro alguém, eu diria que não, não tem como julgar alguém tentando se encontrar.

*Nota de rodapé, não comecei a gostar de tudo aquilo que esperava gostar, não senti nada de tudo aquilo que eu torcia para algum dia sentir. Hoje encontro um conforto na ideia de comunidade, de ter outras pessoas em situações parecidas com as nossas, por ter gente que realmente entende a nossa vivência e individualidade, que nos valida (e não nos nega)

**Estou aqui se quiser conversar