Começando por mim...
O que eu acho que me define como arromântica é uma série de coisas... Como não gostar do carinho (tanto físico quanto, principalmente, o "falado" - cartas, depoimentos, explicações e 'eu te amo's excessivos), não gostar das cobranças (não ir a uma festa sem o namorado, porque ele tem ciúmes, por exemplo), da falta de "espaço" para mim mesma (chegar em uma festa de família e ter que sempre ouvir a pergunta "Por que fulaninho não veio?" ou até não ter os meus próprios amigos, ter que ser "dividido"), não gostar de me expor (já que um casal é muito mais "percebido" em público do que uma pessoa sozinha)... Talvez, e ai é que me ponho na incerteza disso tudo, eu me sentiria diferente quanto à isso se eu encontrasse alguém que fosse tão discreto e frio, por assim dizer, quanto eu.

Adorei a ideia da criação do tópico.
Mas sim... Sobre o porquê de eu me definir como arromântico...

No meu caso, caracterizo o arromantismo como a falta da capacidade de me apaixonar.
Pode ser complicado entender isso, e é até mesmo difícil explicar, mas da mesma forma que eu sei que não sinto vontade de ter relações sexuais, eu sei que, hoje, eu não tenho a capacidade de me apaixonar, de amar uma pessoa da mesma forma que um apaixonado ama a sua amada.
E isso é diferente de afirmar que eu não me apaixonei até hoje, pois esta afirmação pressupõe a ideia de que não é impossível que eu me apaixone no futuro, ideia com a qual eu não me identifico.
Sei que não podemos afirmar categoricamente nada sobre o futuro, mas da mesma forma que uma pessoa "sabe" que é e sempre será heterossexual, por exemplo, eu "sei" que não possuo a capacidade de me apaixonar.
Entretanto, eu não rechaço a possibilidade de me apaixonar um dia, pois, como disse, não posso afirmar nada sobre o meu futuro, mas simplesmente não acredito nisso.

Olá gab,

Uma certa garota do blog Rainbow Amoeba (não sei se ainda está ativo) escrevia sobre suas experiências pessoais e colocava suas reflexões sobre tais questões. Eu li vários textos dela sobre relacionamento e sobre como ela se identificava como arromântica. E foram esses textos que primeiro me despertaram para a complexidade daquilo que muitos chamam de forma superficial por "arromantismo".

Acredito que tão somente é suficiente que as pessoas digam o que sentem como assexuais, gays, heteros, arromanticos, etc. para percebermos como esses rótulos são meras generalizações. As pessoas sempre são mais "malucas" do que os rótulos pré-supõem.

Pessoalmente, não acredito que existam pessoas "arromânticas" como se configura no imaginário popular. Inclusive é essa figura do arromântico como anti-social, apático, etc. que se imagina ser o assexual.

Sou muito burra, li a data de inscrição do Júlio achando que era a data do último post e fiquei ''nem vale a pena postar, tá quase desativado'' -q.

Respondendo.

Eu uso a definição arromântica a pouco tempo, pouquíssimo mesmo, apesar de conhecer a um tempo maior, e o motivo de me definir é simples no cerne, mas as reentrâncias formulam as dúvidas.
Uso a definição, pois desde a minha infância, pré-adolescência e adolescência tento seguir o modus operandi dos relacionamentos, apesar de não serem iguais, são parecidos, principalmente em quesitos já citados, como as cartinhas de amor, declarações, beijos em público etc, e sempre achei que era algo natural gostar disso e ser assim, depois que descobri que não era, e depois de algumas experiências afetivas e sexuais estudei o termo e me vi nele.
Sobre se apaixonar, o que seria se apaixonar?
Eu sou obsessiva por algumas pessoas as vezes, extremamente, de ficar pensando por horas nela, é raro acontecer, e algumas pessoas dizem que isso é paixão, eu não acho que seja, pois paixão, pra mim, também vem de desejar estar junto e lutar por isso, eu sou inerte, posso até querer algo, mas tá bom demais assim pra ir atrás etc. Também, se desejar, é de uma forma tão platônica, irracional e utópica que nem configuraria como paixão (e nem como algo romântico), mas sim devaneio, e quando eu digo isso não é por querer aumentar algo, é porque me conheço.
Mas acredito que pessoas que se apaixonam, são, em sua maioria, românticas. E talvez haja uma ligação entre, mas não, necessariamente, sempre.

Esse é um pouco de como eu me vejo dentro do termo.

Na verdade o meu arromantismo aparece no seguinte:

1) Nunca me apaixonei por ninguém, nem sei o que é isso de fato. Eu sou "fria", do tipo, não sinto nada de mais em beijo ou abraço, não é ruim, mas não é tão bom assim, e não sou de ficar encostando, tal;
2) Acho brega e piegas aqueles negócios de carromensagem, loucuras de amor, homenagens em público. Não combina comigo e eu acho que não precisa dessas coisas pra dizer que ama alguém, isso é pura vontade de aparecer e se exibir pros outros pra no futuro dizer que tem uma história "interessante";
3) Certas coisas eu acho meio desnecessárias, tipo filme romântico/ comédia romântica, nominhos e apelidinhos, ficar tratando o outro como bebê, não precisa de nada disso pra ter um amor legal e saudável pros dois.

Na minha visão declarar que sou assexual heterossexual me faz dizer nas entrelinhas "Estou procurando alguém"...

E eu não estou e nem me sinto inclinado a procurar. Dentro da minha cabeça eu criei uma teoria sobre o que é "procurar pessoas": Ir na balada, entrar em sites de namoro, chegar em alguém, etc. Coisas que nunca faria.

Por isso eu me considero arromântico. Também me identifico com o "Grupo D"...

No entanto eu por vezes me pego pensando se não sou Demissexual. Eu não procuro ninguém... Mas e quando eu sou procurado ? Algumas vezes correspondo quando acontece a maravilhosa cagada de me apaixonar... haha

E me sinto bem confuso as vezes por causa disso.

Eu sou obsessiva por algumas pessoas as vezes, extremamente, de ficar pensando por horas nela, é raro acontecer, e algumas pessoas dizem que isso é paixão, eu não acho que seja, pois paixão, pra mim, também vem de desejar estar junto e lutar por isso, eu sou inerte, posso até querer algo, mas tá bom demais assim pra ir atrás etc. Também, se desejar, é de uma forma tão platônica, irracional e utópica que nem configuraria como paixão (e nem como algo romântico), mas sim devaneio, e quando eu digo isso não é por querer aumentar algo, é porque me conheço.



è exatamente isso que ocorre comigo!!

.

kavernista escreveu:

Na minha visão declarar que sou assexual heterossexual me faz dizer nas entrelinhas "Estou procurando alguém"...

E eu não estou e nem me sinto inclinado a procurar. Dentro da minha cabeça eu criei uma teoria sobre o que é "procurar pessoas": Ir na balada, entrar em sites de namoro, chegar em alguém, etc. Coisas que nunca faria.

Por isso eu me considero arromântico. Também me identifico com o "Grupo D"...

No entanto eu por vezes me pego pensando se não sou Demissexual. Eu não procuro ninguém... Mas e quando eu sou procurado ? Algumas vezes correspondo quando acontece a maravilhosa cagada de me apaixonar... haha

E me sinto bem confuso as vezes por causa disso.

Kavernista, estas classificações, acredito, servem mais para ilustrar a assexualidade. Ou seja, elas não são completamente válidas e exatas. Se levarmos em consideração a teoria da sexualidade representada pelo triângulo invertido, estas classificações nem fazem tanto sentido.

Por isso eu recomendo que você não se preocupe tanto em procurar um rótulo com o qual se identificar. Seja feliz sem se preocupar com isso

Saulo escreveu:

Kavernista, estas classificações, acredito, servem mais para ilustrar a assexualidade. Ou seja, elas não são completamente válidas e exatas. Se levarmos em consideração a teoria da sexualidade representada pelo triângulo invertido, estas classificações nem fazem tanto sentido.

Por isso eu recomendo que você não se preocupe tanto em procurar um rótulo com o qual se identificar. Seja feliz sem se preocupar com isso

Opa, obrigado pelo conselho Saulo!

Eu entendo esse conceito de inexatidão quando é para definir humanos como um todo. Eu até uso alguns rótulos para mim mas eu tenho noção que eles são bem superficiais mesmo...

Sinto vontade de fazer sexo só com pessoas que nem sabem que eu existo, isso é normal?

Defino da seguinte forma: não me interesso nem um pouco por relacionamento romântico. Por que eu faria algo que não tenho o mínimo interesse? Apenas porque todo mundo faz? Isso para mim é um pensamento completamente alienante.

Quando eu vejo um casal na rua, fico todo enjoado só de ver esse romantismo açucarado.

eu tambem defino meu arromantismo em não querer relacionamentos amorosos de qualquer cunho(exceto familia,irmãos e amigos.mas nõa sei se se encaixam),e tambem com minha aversão de aproximação(contato) de outras pessoas com o minimo de carater sexual.

não estou interessado em ninguem e não me apaixono.odeio casais se baijando na rua!abraço para todos do forum.

Qd eu conheço um rapaz bonito, tímido, interessante, eu já fico imaginando começar um relacionamento com ele. Fico fantasiando uma aproximação amorosa, etc. Como se fosse o que eu gostaria de ser, de acontecer.
Porém, da mesma forma, tenho um certo nervosismo de tornar uma amizade em si em algo que talvez vire um relacionamento.
Porquê? Passei todos os anos da minha vida solteira, então creio que aprendi a viver assim, não sei viver de outra forma, e isso me assusta, me tira da minha "zona de conforto".
E outra. Eu posso até ter vontade de ter um relacionamento, mas será que grande parte desse desejo não é mais voltado para o que a sociedade espera de mim? Para o que, teoricamente, seria "normal"?
Pois, eu sou daquelas que gosta de companhia, mas tb adoro ficar sozinha. Adoro minha independência. E a idéia de ter que ficar dando satisfação de tudo pra outra pessoa tb não me agrada. Tipo: "Onde vc estava? Pq não me ligou?" etc....
é complicado. Será que isso faz de mim uma assexual arromântica? Sei que o termo nem é algo definido ainda, mas muitos se indentificam com ele.
Por exemplo, eu morreria de medo de, sei lá, sair para um encontro pela primeira vez com um pretendente.
Não sei até que ponto isso seria timidez das bravas da minha parte, ou se seria um desejo de não me relacionar msm.
Muito difícil esses conceitos.
Algo muito subjetivo, que ninguém pode "meter o bedelho".
Mas nem mesmo a própria pessoa é capaz de se entender o que passa com ela.. Qual o seu problema? etc...
Foda..

beatriz.mm escreveu:

Qd eu conheço um rapaz bonito, tímido, interessante, eu já fico imaginando começar um relacionamento com ele. Fico fantasiando uma aproximação amorosa, etc. Como se fosse o que eu gostaria de ser, de acontecer.
Porém, da mesma forma, tenho um certo nervosismo de tornar uma amizade em si em algo que talvez vire um relacionamento.
Porquê? Passei todos os anos da minha vida solteira, então creio que aprendi a viver assim, não sei viver de outra forma, e isso me assusta, me tira da minha "zona de conforto".
E outra. Eu posso até ter vontade de ter um relacionamento, mas será que grande parte desse desejo não é mais voltado para o que a sociedade espera de mim? Para o que, teoricamente, seria "normal"?
Pois, eu sou daquelas que gosta de companhia, mas tb adoro ficar sozinha. Adoro minha independência. E a idéia de ter que ficar dando satisfação de tudo pra outra pessoa tb não me agrada. Tipo: "Onde vc estava? Pq não me ligou?" etc....
é complicado. Será que isso faz de mim uma assexual arromântica? Sei que o termo nem é algo definido ainda, mas muitos se indentificam com ele.
Por exemplo, eu morreria de medo de, sei lá, sair para um encontro pela primeira vez com um pretendente.
Não sei até que ponto isso seria timidez das bravas da minha parte, ou se seria um desejo de não me relacionar msm.
Muito difícil esses conceitos.
Algo muito subjetivo, que ninguém pode "meter o bedelho".
Mas nem mesmo a própria pessoa é capaz de se entender o que passa com ela.. Qual o seu problema? etc...
Foda..

Identifiquei com o que disse.

Também me identifiquei com a Beatriz.