O portal iG publicou um matéria intitulada: Filosofia polêmica propõe educar crianças fora de padrões de gênero, o texto basicamente fala sobre uma nova abordagem que muitos pais estão utilizando para educar seus filhos quanto aos papeis de gênero [ link §]. Recomendo que leiam o texto para uma melhor compreensão do tema abordado aqui.

Entre os assexuais vi muitos se auto-proclamando agender, eu não imagino qual a origem desse termo, mas a ideia é de neutralidade de gênero, não si identificar com um gênero ou com outro, etc.

A questão do gênero é praticamente inexistente na mídia brasileira. Nossa educação sexual pública é medíocre... ficamos nas velhas questões DST, AIDS, Camisinha, Filhos, aborto, etc. Muitos não sabem ao certo o que vem a ser identidade de gênero ou papeis de gênero, nem imaginam que as diferenças comportamentais entre homens e mulheres são socialmente criadas. Pensam que é "natural" homem ser sexualmente impulsivo, melhor ser emotiva, etc.

Mas gostaria de compartilhar essa questão com vocês, e perguntar o que vocês acham sobre a ideia dos pais, citadas na reportagem, e como é sua própria identidade de gênero.

Acho válido os pais darem opções às crianças. Não precisa querer impor nada (nem para que a criança seja cisgênero, nem o contrário), basta deixar as crianças serem quem elas quiserem.

Quanto a mim, eu não ligo para gênero, nem em mim mesmo nem nos outros. Sou biologicamente do sexo masculino, mas não me identifico particularmente com o gênero masculino. E nem com o feminino. Gosto do termo genderqueer.

Eu conheço alguns casos que foram divulgados na mídia de pais que decidiram aplicar este conceito na educação dos filhos. Acho interessante embora pense que a sociedade não esteja madura o suficiente. Nos dias de hoje, é preciso coragem e principalmente cuidado para tentar algo deste tipo porque provavelmente a criança inserida nessa abordagem não encontrará somente incompreensão por parte das pessoas. Basta ver como as "minorias" são tratadas.

Acho super certo, acho que a criança tem que ter o direito de decidir do que gosta sem ter enfiado na cabeça que é "coisa de menina" ou "coisa de menino". Não pretendo ter filhos, mas se tivesse ia querer educar sem restrições de gênero. Hoje em dia é muito fácil identificar as partes dedicadas as meninas em lojas de brinquedos, de roupas infantis: é praticamente uma bolha cor de rosa. Gostaria que meus filhos (caso eu tivesse) crescessem sabendo que podem gostar do que quiserem, brincar do que quiserem, fazer o tipo de atividade que quiserem, que NUNCA devem se limitar a NADA por causa do seu gênero.

Diferenças nos tratamentos de meninas e meninos é onde se inicia todo o machismo da sociedade. É ali que as pessoas aprendem o que é esperado do gênero dela. Que meninas tem que brincar de bonecas para ser mãe e de casinha para cuidar da casa quando adultas. E que meninos não podem fazer o mesmo, e daí cai a responsabilidade sobre as mulheres sobre os filhos e a casa. Que meninos tem que ser violentos e competitivos (meninas não podem ser competitivas, têm que ser dóceis e submissas) e não podem chorar. Brinquedos para meninos são para construir e destruir. Brinquedos para meninas são para decorar e trocar de roupa.

Se eu tivesse filhos com certeza seriam educados em relação a tudo isso, teriam liberdade para fazer as próprias escolhas que seriam apoiadas por mim. Aí pode vir alguém e dizer "Mas você não deveria fazer isso, seus filhos poderiam ser bullied na escola". Então o que eu deveria ensinar a eles em vez de "Seja quem você quiser" é "Seja o que os outros querem que você seja, se renda a pressão social"?

Acho super válido se não for imposto...com a criação do meu irmão caçula meus pais foram super abertos. Lembro que diferente dos meninos, ele queria uma boneca, tipo bebêzão, andava com ela para todo o canto. Todo mundo botava pilha nos meus pais...dizendo que aquilo não era coisa de se fazer...imaginem, 19 anos atrás...Meus pais não se importavam muito e queriam fazer a vontade dele mesmo, era o caçula, né? Nem por isso ele cresceu uma criança com problemas de gênero ou relacionamento, ou indo mais fundo, como é o medo da maioria dos pais, ele não virou gay ou assexual. Ele pôde ter as próprias escolhas desde a infância...o que é legal, ao meu ver.

Lara escreveu:

Acho super válido se não for imposto...com a criação do meu irmão caçula meus pais foram super abertos. Lembro que diferente dos meninos, ele queria uma boneca, tipo bebêzão, andava com ela para todo o canto. Todo mundo botava pilha nos meus pais...dizendo que aquilo não era coisa de se fazer...imaginem, 19 anos atrás...Meus pais não se importavam muito e queriam fazer a vontade dele mesmo, era o caçula, né? Nem por isso ele cresceu uma criança com problemas de gênero ou relacionamento, ou indo mais fundo, como é o medo da maioria dos pais, ele não virou gay ou assexual. Ele pôde ter as próprias escolhas desde a infância...o que é legal, ao meu ver.

Legal!
Muito interessante, principalmente quando a gente pensa que isso aconteceu há muito tempo atrás.

Seria bem interessante se fossemos criados sem distinção de genero ,acho que o mundo seria bem maiss elve,,pois seriamos iguais em todas circuntancias seriamos mais proximos um do outro ,,acho que seria o modelo perfeito para um sociedade justa e sem preconceitos,,boa reportagem ,

Sou genderqueer.

E, meu, sobre o que a Lara falou, problemas de gênero?
O gênero é um problema em si, ninguém, tendo uma criação neutra ou não, tem problemas de gênero, pode-se ter problemas com o gênero que lhe foi designado ao nascer, isso, apenas.
E outra coisa, gay é voltado a sexualidade, cisgênero é que é gênero, coisas distintas, ao menos que você concorde com a ideia, desculpe o termo, ridícula de que nascemos determinados a ser heterossexuais.

Eu não acredito muito nessa neutralidade de gênero. Eu fiz um teste online para descobrir se minha mente é masculina ou feminina. Deu exatamente no meio dos dois. Eu posso ter alguns pensamentos considerados masculinos e nem por isso sou menos mulher.

Já assisti vários documentários sobre gênero. Um deles, acho que no canal History, um médico afirmava que o gênero era definido pela criação. Ele fez o parto de uma mulher que teve gêmeos meninos. Ela queria muito uma menina, então o médico disse para ela criar um deles como menina. Ela o fez. Na adolescência, ele descobriu tudo, entrou em depressão profunda e se matou.

Comentaram também uma menina foi criada com essa neutralidade, e pegaram ela colocando um carrinho para dormir com se fosse um bebê. Essas coisas estão no nosso instinto. Já nascemos assim.

O que não pode fazer é dizer que a menina não pode jogar futebol ou que o menino não pode fazer ballet. Mas criar em identificar um gênero não.

Conta desativada.

Acho válido, mas penso que apenas num futuro distante estaremos nesse nível.

Acredito que cada ser humano nasce com sua própria identidade de gênero que deveria ser respeitada e não modificada para adequar-se ao que a sociedade impõe por masculino e feminino. Deveria mais liberdade para que os pais pudessem exercer o direito de criá-los à sua própria maneira sem sofrer o policiamento dos xiitas. O que vemos é que os pais em geral optam por educá-los de uma forma que os resguarde das dificuldades além do lar e tornando-os adultos infantilizados e dependentes.

Eu lí ontem uma matéria sobre a identidade bigênero. São pessoas que não se enquadram no gênero feminino e nem no masculino, ou seja possuem características tanto de um quanto de outro.

Cheguei a conclusão que eu devo ser isso aí. Pois acho impossível me definir 100% feminina ou 100% masculina. Não sou uma coisa nem a outra mas fui educada desde de cedo para ser do gênero feminino. Nunca me senti desconfortável em relação ao meu gênero como pessoas transgêneras, só me sentia diferente. E por não me enquadrar no padrão 100 % feminino, de vez em quando, sofria bullying, pois desde criança eu não conseguia parecer feminina como as outras garotas, mas tb não era masculina.

Acho que "agender"seria uma grande solução para acabar com a discriminação de gênero. Se todas as crianças fossem definas como bigênero no seu nascimento e levando em consideração que gênero pode ser mudado de acordo com a identidade que melhor a pessoa se enquadre socialmente... acredito que todo mundo deveria passar pela experiência da transgeneridade e isso deveria ser possível desde do nascimento. Seria como uma fase de descobrimento do próprio ser (tipo dos 0 aos 6 anos de idade ou mais). Depois dessa fase a pessoa poderia definir qual seria a sua identidade de gênero ou permanecer bigênero.

Gêneros não deveriam ser impostos, há muita gente infeliz por ter que ser uma coisa que não é. Essa separação de que isso é exclusivamente de tal sexo e isso é do outro é outra coisa que reforça ainda mais o sexismo. Se esses padrões forem desconstruídos acredito que boa parte dos preconceitos que temos hj acabaria.

Bi-gênero, agênero, andrôgeno... que confusão!


Eu penso que também não me enquadro precisamente em apenas 1 gênero. Sempre tive muitas dificuldades por causa do profundo desinteresse por coisas que são tidas como tipicamente de meninas, desinteresse esse que não conseguia e ainda não consigo disfarçar.

Imposição de (papéis de) gêneros é uma tirania com um indivíduo, espero que a cultura evolua de modo a extinguir essas construções que hoje não estão mais a serviço de coisa alguma.

Faço minhas as palavras da(o) Cla.

eu cheguei a conclusão que sou androgino.
Shanna capell eu tabem fiz dois testes na net,os dois deram no meio certo e o outro deu feminino(mulher com tendencia para lesbicianismo mais precisamente,kkk).no geral nunca gostei de futebol,mas meus pais sempre me fizeram engolir isso como coisa de menino,o que é horrível.as crianças não deviam ser forçadas ou criadas assim.

Pode parecer reducionista, mas parece que o grande problema está na necessidade de classificar tudo e a todos: fulano nessa gaveta, beltrano naquela outra, e isso daqui vai ali no meio.

Isso me parece muito estúpido quando pensamos em sexualidade e gênero.

E é algo que se a gente não cuida, nos trai. Por exemplo, descobri o tal 'assexual' em uma aula sobre feminismo. E na sala tinha feministas, várias orientadas por uma visão queer libertária, e também homossexuais, simpatizantes com os oprimidos pela heteronormatividade.

Mas foi super engraçado ver como a ideia do assexual deu nó na cabeça de todo mundo, despertando risos irônicos e comentários do tipo 'credo, que estranho isso'. Foi um choque de realidade: 'que absurdo, como assim não ter interesse sexual nem pra lá nem pra cá?'

Ou seja, disso para o preconceito é um pulo só. E tudo porque não conseguiram classificar o assexual.

Enfim, pode parecer meio hippie ou mesmo ingenuidade, mas acho que na esfera da sexualidade e do gênero as classificações deveriam pesar menos. A maioria das pessoas deveria perceber que o importante não é dizer 'eu sou x', 'ele é y', 'ela é w', etc, e sim dizer, simplesmente, nós somos, e ser já é coisa que basta neste mundo complicado.

Não dá pra falar de "agênero" sem mencionar este caso: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100315_sem_sexo_dg.shtml Deve ser a única pessoa em que a sociedade não conseguiu colocar a caixa de gênero.

Mas gênero por aqui é algo tão forte e enraízado que já te marcam antes mesmo de você nascer: a primeira pergunta que fazemos a uma grávida é sempre "é menino ou menina?"

Lembrei que na Suécia, é de costume a mãe/pai/família darem presentes para os filhos sem discriminação, como dar boneca para a filha e pro filho também, carrinho para os dois... Acho um absurdo colocar um preconceito tão cedo na mente de uma ciança, se ele quer uma boneca, dê a ele, se ela quer jogar futebol, idaí? O que faz um "adulto" ser maturo comentando esse preconceito de boneca pra meninas e carrinho para meninos para perto de uma criança?

O bom do "agender" é não impor padrões nas crianças, mas nunca com exagero, deve permití-la se juntar aos grupos de seu interesse, mesmo que não saia tão "neutro".

Léo escreveu:

O bom do "agender" é não impor padrões nas crianças, mas nunca com exagero, deve permití-la se juntar aos grupos de seu interesse, mesmo que não saia tão "neutro".

Nossa, não lembro de ter escrito essa parte   não escrevi isso, estranho, acho que copiei.... Em fim, passando uma olhada no Fórum, lembrei de comentar que além de mim, há mais três "agenders" no Fórum? É isso mesmo, produção?? Kkkk

Léo escreveu:

Léo escreveu:

O bom do "agender" é não impor padrões nas crianças, mas nunca com exagero, deve permití-la se juntar aos grupos de seu interesse, mesmo que não saia tão "neutro".

Nossa, não lembro de ter escrito essa parte   não escrevi isso, estranho, acho que copiei.... Em fim, passando uma olhada no Fórum, lembrei de comentar que além de mim, há mais três "agenders" no Fórum? É isso mesmo, produção?? Kkkk

como assim tu tb é léo   nossa com isso ja somos 4 que surpresa!!!! *---*

Gostei muito do tema (sempre aprendendo algo novo aqui =D)
Me veio diretameeeente à cabeca a forma que meu pai me tratava (e ainda trata, so que de forma mais leve) ....
Ele me obrigava a jogar bola com ele na rua e ja me obrigou muitas vezes a ficar sem camisa (coisas que eu nunca gostei de fazer) e eu lembro q eu chorava bastante nessas situacoes.
Ja hoje ele fala que homem tem q tomar banho em agua fria, dormir de cueca (wtf?!) e agora chegando aos meus 18 anos ele vai dar um jeito de me colocar no Exercito, ja que ele é militar.
Nunca apresentei comportamento afeminado (agradeco por isso, pois acho que eu seria muito infeliz meesmo) e por isso ele esta parando com esses pensamentos arcaicos..

PS. Odeio aquele homem

** ah e eis que me vem outra situacao que eu passei kk..
Uma vez vi aqueles caminhoes de cimento e falei: Nossa, olha que caminhao Lindo!
E ele me chamou a atencao dizendo que "macho nao fala "lindo", o certo é "massa" ou "legal"" --'

ain :/ que triste 2D eu espero q vc nao vá pro exercito por obrigação.... pois deve ser horrivel.... pelo menos ele parece estar parando um pouco com isso.... espero q ele te entenda finalmente e pare de pressionar com pensamentos desse tipo

lee nunes escreveu:

ain :/ que triste 2D eu espero q vc nao vá pro exercito por obrigação.... pois deve ser horrivel....  pelo menos ele parece estar parando um pouco com isso.... espero q ele te entenda finalmente e pare de pressionar com pensamentos desse tipo

AAh lee, obrigado
Ele é daqueles impossiveis de mudar... O que me resta e pensar positivo e ser sincero na entrevista do exercito....
Tudo vai dar certo a Arquitetura que me aguarde!!!

Kkkkk "a arquetetura que me aguarde" jkkkk

Bom, Lee, me considero "agender" mas por mim não me consideraria nada, nem agender porque isso não me importa, só sei mesmo é que não me "encaixo" 100% no grupo masculino e também nem no feminino. Kkkk Não tenho jeito afeminado, mas também não masculinizado... Por mim esse termo "agender" só me explica meu modo de ser tããããããão "neutro". É bem incrível... Não tem como me chamar de "gay" nem de "macho" kkkkkkkkkkk bem estranho, neutralidade ao máximo... Muito estranho, pensando agora.

Editado:
Aproveitando, gostaria de perguntar se "agender" também vai para o tipo de atração, se a pessoa é ou deixa de ser "agender" se ela tiver um tipo de atração por algum gênero (atração hetero afetiva, por exemplo) ou se o termo "agender" é só ao tipo de comportamento físico (e até psicológico), digamos, "neutro"?

Eu, embora me considere arromântico/2, tenho atração afetiva (não romântica) por pessoas do gênero feminino. Por exemplo. (Amanhã volto  :P )