Postado originalmente
no blog.
Resumo escrito em 2009. O filme baseia-se na história real do professor Ron Jones, dos EUA, com seu experimento "A Terceira Onda".
Da primeira vez que o assisti, empolguei-me com o movimento e cheguei a querer fazer parte, o que confirma a tese do experimento e do filme, de que é fácil o fascismo ressurgir em sociedades democráticas... Acabou que assisti várias vezes aquele ano, mas para analisar e entender melhor.
Rainer Wenger é um
professor de história de uma
escola alemã e que também coordena o time de pólo aquático escolar. Como tema do
projeto semanal ele
escolhe anarquia (que ele vivenciou na juventude), mas acaba por ficar com
autocracia, porque outro professor (Dieter Wieland), mesmo sabendo sobre a preferência de Rainer, escolhe anarquismo.
Wenger resolve “
enrolar” a semana, pois havia desinteresse mútuo pelo tema tanto pelos alunos, quanto pelo professor. Quando percebe que os alunos estão convencidos de que a matéria é
totalmente inútil, porque, segundo eles, a ditadura foi um momento da história em que eles não participaram e
nunca vai acontecer de novo, o professor os libera para o intervalo e decide ensinar de uma forma alternativa, mais interessante,
prática. Ele resolve
simular uma ditadura em sua sala de aula enquanto explica os conceitos que ele demonstra.
Conceitos
O primeiro conceito ensinado é o “
Poder pela disciplina”. Para isso, ele reorganiza todas as carteiras da sala para que fiquem alinhadas, se nomeia como
líder e exige que o chamem de
Sr. Wenger, e que só dirijam a palavra a ele quando solicitado (ao fazer isso devem antes
ficar de pé).
O segundo conceito é “
Poder pela comunidade”. Para mostrar como é isto, ele convoca todos os que permaneceram no curso a
marcharem juntos, no mesmo ritmo e
com força, para “fazer o plástico do teto cair sobre a cabeça do inimigo (o curso de anarquismo na sala debaixo)”. As carteiras são novamente rearranjadas, fazendo um aluno com notas ruins sentar-se perto de um bom na matéria, para
se ajudarem.
Para a nova comunidade ser fortalecida, fica decidido que todos devem usar
uniformes (
camisa branca e calça jeans). Como um grupo precisa de uma
identidade é escolhido um nome, “
A Onda” e um
símbolo fica por ser feito por um aluno mais talentoso com arte.
O terceiro conceito é “
Poder pela ação”. Wenger pede que todos dediquem todas suas criatividades e esforços pelo bem do grupo, com alguns criando sites, outros perfis de
MySpace, outros botões e assim por diante.
Fora de controle?
Então um desses alunos, Alter, nega drogas para os “imbecis anarquistas”, diz que só tem droga para membros dA Onda. Quando é ameaçado, outros colegas de sua turma vem espantar os anarquistas, e Alter percebe que A Onda está sendo benéfica para ele, pois agora ele está finalmente se enturmando.
Uma mulher desta turma (
Karo) começa a faltar aulas e a não conversar mais com seus colegas de turma, revoltada com a manipulação que tiveram. Ela resolve alertar o professor, mas este não percebe o que está acontecendo e acha que ainda é apenas uma experiência didática.
Os irmãos menores de Karo ficam tomando conta da entrada da escola, onde só passam os que fizerem a
nova saudação criada pelos membros dA Onda. Karo então começa a tentar alertar a escola toda, mas não consegue por causa de bloqueios de segurança na conexão, então imprime centenas de folhetos e os espalha pela escola, mas todos são recolhidos pelos membros dA Onda.
O professor Wenger então começa a perceber que o projeto está dando errado, quando vê,
nos jornais, notícias sobre pichações e adesivos colados por toda a cidade com o símbolo dA Onda, e quando tem seu carro
atacado por anarquistas na rua. Ele então pede que todos escrevam sobre as experiências que tiveram com A Onda, para que percebam como foi, e tirem conclusões de como é um regime autoritário.
Fora de controle!
No jogo de pólo aquático, no mesmo dia, a arquibancada está cheia de camisas brancas, e poucos passam se não pertencerem ao grupo. Karo e mais uma amiga de turma passam correndo e lançando mais folhetos, mas com a confusão que causaram, acontece uma
briga na arquibancada e outra dentro da piscina.
Rainer percebe que a situação saiu de controle, briga com sua mulher (que sai de casa), e lê as redações feitas pelos alunos (que não parecem tê-lo agradado muito). Quando o namorado de Karo vai até a casa do professor pedir para ele parar A Onda, e conta que bateu em Karo por causa do que aconteceu no jogo, Wenger finalmente percebe que a situação não estava totalmente sobre controle. Então ele convoca
uma reunião no dia seguinte, somente com os membros da Onda.
O auditório fica lotado de camisas-brancas, com muito mais gente do que pertencia ao curso inicialmente. Ele faz um discurso calorosamente recebido pelos ouvintes, e todos comemoram, decididos a tomar toda a Alemanha; mas então ele revela que havia apenas um objetivo pedagógico, e decepciona a todos.
Todos percebem que A Onda não era nada além de um projeto, uma demonstração, e ficam chocados por acreditarem que aquilo que os motivava, que supria as necessidades de suas vidas, não existia de verdade.
Alter, o aluno
mais dedicado à Onda (devido à sua falta de motivação e integração à sociedade anterior), diz que A Onda era sua vida, atira em um companheiro, ameaça matar o professor, e acaba
se suicidando.
O professor então vai preso, chocado com o que ele mesmo fez.