Eu estava olhando meus recomendados do Youtube e simplesmente brotou um canal de aces, Spacey Aces, muito bom por sinal. Um dos vídeos deles traz uma temática que vejo muito mas não sabia que realmente era uma coisa real: síndrome do impostor entre assexuais (tradução meio ruim do "Asexual Imposterism").

Sabe quando a pessoa se depara com o termo assexual ou começa a ler, se identifica mas acha que não deve ser isso ou é errado se declarar porque pode estar errado? Acha que isso seria só um jeito de se sentir especial ou único?  Eu mesma considero que já tive essa fase logo no começo da minha identificação.

Acontece principalmente em quem está no meio do espectro, nem 8 nem 80, porque acham que não se encaixariam naquela ideia de ace puro. Então começam a fazer várias coisas que não se sentem confortáveis só para provar se são ou não, sendo que no final das contas, está tudo bem se não for o que vc achava e acabar descobrindo isso no futuro. Autoconhecimento é uma longa jornada e todos os dias estamos descobrindo coisas novas sobre nós mesmos.

Eu super recomendo vocês assistirem, principalmente quem está enfrentando esse tipo de questionamento. O vídeo é em inglês mas é muiiiito bom. Espero que ele ajude muitos assim como me ajudou bastante  

Eu não sabia isso que tinha nome e nunca parei pra pensar nisso, mas é algo que faz muito sentido e que vejo que permeia muita gente que se descobre ace... Tem tantos tópicos no fórum de pessoas vindo perguntar se são assexuais, como se fosse necessário que alguém confirmasse essa identidade, ou como se a gente não pudesse se identificar assim, mesmo sem termos certeza, e depois descobrirmos que erramos, como ela bem disse no vídeo.

Só sei que eu mesmo, dentro do espectro ace, já mudei a forma como me identifico umas quinhentas vezes, e normalmente era por não ter parado pra desafiar pensamentos que estão enraízados na nossa cultura.

Por exemplo, foi só recentemente que eu me deparei com o termo "alterous", que me fez perceber que os sentimentos que você tem por alguém não precisam ser puramente platônicos/fraternos ou puramente românticos; consigo facilmente ver isso como um "espectro" também, que mistura aspectos de ambas as definições. Antes de eu descobrir esse termo, fui de "héterorromântico", pra "arromântico", pra "cupiorromântico" e por aí vai, tudo por não conseguir entender a natureza desse meu sentimento, que não parecia nem ser "só quero amizade", nem chegar ao ponto de "desejo fazer coisas românticas com essa pessoa" (até pq, o que é romance?)

E, mesmo depois disso tudo, ainda acho que existe uma possibilidade de eu ser demirromântico.

Acho que divaguei um pouco. No final, acho que o resumo da ópera é que às vezes precisamos desencanar um pouco de querer colocar tudo numa caixinha só pra todo o sempre, e também desencanar do que os outros vão pensar. A sua frase sobre o autoconhecimento ser uma longa jornada e todos os dias estarmos descobrindo coisas novas sobre a gente é bem precisa. Até porque somos seres em constante mudança, então sempre vai haver o que descobrir se nos dermos uma chance de errar, de mudar, e de ter novas experiências.

Enfim, agradeço por ter compartilhado o vídeo, foi interessante de assistir.

Bacana cara, gostei !!!