Dizem que a comunidade Assexual não sofre violência, só a gente que fazer parte desta comunidade sabe o quanto é difícil lidar com a desinformação alheia. Quando isso vem de um profissional da saúde é pior ainda, estou compartilhando este relato aqui pq acho que se trata de algo mais recorrente do que imaginamos.

Tenho 21 anos e me identifico como assexual, sendo assim me sinto atraída pelas pessoas, mas não de forma sexual e por isso ainda sou virgem, quando falei isso para minha ginecologista ela riu na minha cara, e ficou meia hora falando como ela queria que a filha dela fosse assim (????? aff como se assexualidade fosse celibato), depois disse, não tirou NENHUMA das minhas duvidas que eram validas e me mandou embora dizendo que era p/ retornar apenas quando tivesse perdido a virgindade, nunca mais consultei com ela e é claro que não irie deixar de cuidar da minha saúde por esse demonstração de acefobia.

Passei por isso quando tinha 20 tb, mas na época eu não sabia sobre assexualidade. A médica mulher praticamente me olhou com cara de piedade e perguntou o que havia acontecido para eu ainda ser virgem. Eu disse "ué, nada, eu só não gosto de ninguém, só isso". Ela: "olha, vc tem que trabalhar seu emocional e se abrir pras pessoas", ao que eu respondi "não sabia que vc era psicóloga tb" e daí ela ficou com raiva de mim e me chamou de reprimida. Quando fui num ginecologista homem, um senhor de idade já, ele disse sobre minha virgindade: "que lindo! Hoje em dia as moças não se preservam antes do casamento e vc tá certa em continuar assim, logo irá encontrar um bom marido" kkkkkkkkkk. Ou seja, o doutor achou que eu era da turma que escolheu esperar. O trauma foi tão grande que até hoje eu não voltei aos ginecologistas e nunca agendei um preventivo na vida. Meu útero vai se ferrar lindamente um dia.

Eu tinha 20 anos quando fui pela última vez na minha ex ginecologista. Minha queixa era simples: cólicas fortes. Da forma que ela manejou a consulta era como se eu concentrasse toda minha vida nas dores e fosse reprimida socialmente por conta disso já que eu sou virgem. Ela me mandou sair mais e conhecer gente nova, assim como vcs. Mudei na hora de médica.

Eu sou estudante da área de saúde e pretendo seguir a área de Ginecologia e Obstetrícia, então posso afirmar que a maioria dos ginecologistas, talvez se salvem os da nova geração e os com especialização em sexologia, não estão preparados para receber assexuais. Muitos nem sabem o que é ou jogam no mesmo saco do desejo sexual hipoativo, como se fosse uma patologia.

O que tenho para dizer a vcs é que não deixem de cuidar da saúde por conta de um profissional ruim. Procurem um novo ginecologista ou, se não for possível ir diretamente a um especialista, procurem a unidade de saúde do seu bairro para fazer um acompanhamento geral. Lembrando que se você for uma pessoa com vulva que nunca iniciou vida sexual, não é necessário fazer o famoso exame de lâmina/Papanicolau.

Valeu pela dica PumpkinCake! Bom saber que não vou precisar fazer esse exame. Enfim, tenho cólicas fortes tb e desde os 28 anos de idade que a duração do meu ciclo vem dominuindo. Como estou sem médicos há muitos anos por causa do preconceito deles, não sei o que acontece com meu útero e ovários. Olha, lamentável de que eles não estão preparados pras mulheres ace! Eu nem queria tratamento especial, só queria um bom médico frio e técnico que pergunte os meus sintomas, eu falo e ele/ela indicaria os exames para ver a situação. Enfim, alguém que cuidasse da minha biologia e não viesse jogando opiniões e julgamentos na nossa cara.

Bos noite pessoal...
Vou pedir uma opinião de vocês, então me ajudem, se possível ^^
Primeiro vou contextualizar e seguir em direção ao que vocês já falaram. Eu já fui em psicológos quando eu era pequeno, primeiro pois minha mãe e meu pai achavam que eu seria gay, então procuraram uma psicóloga (vai entender), a segunda vez foi após a separação dos meus pais, pois comecei a regredir no meu desenvolvimento
Depois só fui procurar ajuda novamente durante a faculdade, eu tinha feito 18 anos na época. Conversa vai conversa vem, comentei sobre os relacionamentos, sobre ser difícil querer me envolver romanticamente e não me deparar com investidas sexuais. Fui contextualizando, falando que não tinha interesse em transar, que não fantasiava com isso, que não me imaginava transando, etc... e me lembro do meu psicólogo me incentivar a tentar, a não estudar tento sobre a assexualidade, a tentar sair com as pessoas e "me permitir mais", basicamente eu comecei a sentir que estava tendo um julgamento moral, sabe? Como se ele quisesse que eu fosse mais parecido com ele, por exemplo (na época eu fazia psicologia na mesma faculdade que o meu terapeuta se formou, eu estudava a mesma abordagem que ele atendia, etc, sinto como se ele quisesse que eu continuasse um "legado" ou sei lá o que, contanto que eu transasse)
Enfim, não preciso falar que pouco tempo depois eu larguei a terapia com esse psicólogo e comecei com outro

A Pumpkim falou sobre especialização em sexologia.. desde o ensino fundamental eu sabia que queria estudar sexualidade, lembro de uma professora perguntar sobre as profissões, oq queríamos ser quando crescesse, eu respondi que queria ser sexólogo, ela me deu um sermão e uma bronca.. na frente da sala toda. Acho que guardei isso pra mim, me lembro do rosto dela, do nome.. da matéria, de tudo, professora Andressa de Inglês
Ultimamente eu tenho pensado melhor, sou formado em psicologia e tenho pensado seriamente em fszer uma especialização em sexualidade humana, gênero e sexualidade, algo dentro dessa temática... Sinto que não fui bem compreendido ou acolhido antes, gostaria que as pessoas não tivesse que de sentir doentes ou quebradas, queria poder ajudar nisso.. enfim, que vocês pensam disso? Vocês acham que teria ajudado, na época da descoberta, dúvidas e questionamentos, será que alguém que de fato soubesse o que significa assexualidade seria bom? (Lembro que meu primeiro psicólogo falava 'assexuado', falava como se fosse alguém que não se masturbava, que não transava, que não sentia nada sexual, excitação, nada.. e ele só distribuía informações errôneas sobre tudo, me deixando mais perdido e confuso ainda)

Thomas Chatterton escreveu:

Bos noite pessoal...
Vou pedir uma opinião de vocês, então me ajudem, se possível ^^
Primeiro vou contextualizar e seguir em direção ao que vocês já falaram. Eu já fui em psicológos quando eu era pequeno, primeiro pois minha mãe e meu pai achavam que eu seria gay, então procuraram uma psicóloga (vai entender), a segunda vez foi após a separação dos meus pais, pois comecei a regredir no meu desenvolvimento
Depois só fui procurar ajuda novamente durante a faculdade, eu tinha feito 18 anos na época. Conversa vai conversa vem, comentei sobre os relacionamentos, sobre ser difícil querer me envolver romanticamente e não me deparar com investidas sexuais. Fui contextualizando, falando que não tinha interesse em transar, que não fantasiava com isso, que não me imaginava transando, etc... e me lembro do meu psicólogo me incentivar a tentar, a não estudar tento sobre a assexualidade, a tentar sair com as pessoas e "me permitir mais", basicamente eu comecei a sentir que estava tendo um julgamento moral, sabe? Como se ele quisesse que eu fosse mais parecido com ele, por exemplo (na época eu fazia psicologia na mesma faculdade que o meu terapeuta se formou, eu estudava a mesma abordagem que ele atendia, etc, sinto como se ele quisesse que eu continuasse um "legado" ou sei lá o que, contanto que eu transasse)
Enfim, não preciso falar que pouco tempo depois eu larguei a terapia com esse psicólogo e comecei com outro

A Pumpkim falou sobre especialização em sexologia.. desde o ensino fundamental eu sabia que queria estudar sexualidade, lembro de uma professora perguntar sobre as profissões, oq queríamos ser quando crescesse, eu respondi que queria ser sexólogo, ela me deu um sermão e uma bronca.. na frente da sala toda. Acho que guardei isso pra mim, me lembro do rosto dela, do nome.. da matéria, de tudo, professora Andressa de Inglês
Ultimamente eu tenho pensado melhor, sou formado em psicologia e tenho pensado seriamente em fszer uma especialização em sexualidade humana, gênero e sexualidade, algo dentro dessa temática... Sinto que não fui bem compreendido ou acolhido antes, gostaria que as pessoas não tivesse que de sentir doentes ou quebradas, queria poder ajudar nisso.. enfim, que vocês pensam disso? Vocês acham que teria ajudado, na época da descoberta, dúvidas e questionamentos, será que alguém que de fato soubesse o que significa assexualidade seria bom? (Lembro que meu primeiro psicólogo falava 'assexuado', falava como se fosse alguém que não se masturbava, que não transava, que não sentia nada sexual, excitação, nada.. e ele só distribuía informações errôneas sobre tudo, me deixando mais perdido e confuso ainda)

Eu acho que seria super válido e ajudaria muita gente. Quando as pessoas pensam em sexualidade, ligam o termo diretamente para o sexo, mas sexualidade é muuuuito além disso. É como você expressa o que seu corpo quer, como você respeita seu corpo, como dá prazer a ele, e eu não estou falando de sexo ou masturbação, é você comer e gostar, te dar um cochilinho bom ou um sono tranquilo, assistir àquela série, fazer àquela viagem que tanto queria etc. Fora que, outro ponto importante e talvez sem contexto, a OMS considera a sexualidade um indicador de qualidade de vida, mas, novamente, não é sobre sexo, é sobre vc ficar satisfeito com sua sexualidade, com o modo que vc dá as diversas formas de prazer ao seu corpo, sexuais ou não, é sobre vc ficar satisfeito e tranquilo com o jeito que você é, heterossexual, homossexual, ace, alo, bi, pan, ... Então acho super importante a sexologia, partindo da ideia que é muito mais que estudar e orientar um ato sexual, é estudar o que faz o corpo pulsar e buscar um sentido para viver.

Engraçado pensarmos que a sexualidade vai muito além do sexo, sendo que no senso comum quase que se limita a ele

Gesk escreveu:

 Dizem que a comunidade Assexual não sofre violência, só a gente que fazer parte desta comunidade sabe o quanto é difícil lidar com a desinformação alheia. Quando isso vem de um profissional da saúde é pior ainda, estou compartilhando este relato aqui pq acho que se trata de algo mais recorrente do que imaginamos.

 Tenho 21 anos e me identifico como assexual, sendo assim me sinto atraída pelas pessoas, mas não de forma sexual e por isso ainda sou virgem, quando falei isso para minha ginecologista ela riu na minha cara, e ficou meia hora falando como ela queria que a filha dela fosse assim (????? aff como se assexualidade fosse celibato), depois disse, não tirou NENHUMA das minhas duvidas que eram validas e me mandou embora dizendo que era p/ retornar apenas quando tivesse perdido a virgindade, nunca mais consultei com ela e é claro que não irie deixar de cuidar da minha saúde por esse demonstração de acefobia.

Lamento pelo ocorrido, espero que encontre outra profissional melhor informada...

Primeiro de tudo, você fez bem em nunca mais voltar com ela, nunca se submeta a esse tipo de tratamento horrível que e te fizeram passar.

Bem agora voltando ao assunto, eu entendo o que você quis passar, inclusive estava pensando em falar disso em algum tópico algum dia. Ginecologista para mim é uma tortura, não consigo descrever melhor.

Eu sei da importância de ir ao médico, mas me sinto desconfortável e com uma vontade de sair correndo e me trancar em casa quando tem o exame físico. Aquela maca com apoios para você deixar as pernas abertas é um instrumento de tortura na minha visão, eu simplesmente ODEIO isso.

Ainda não fizeram esse tipo de comentário inconveniente para mim como fizeram para você, mas eu sei que é uma questão de tempo, e isso me deprime muito um dia vão fazer e eu vou ter que explicar e provavelmente não irão entender…

Além disso, eu também tenho dúvidas que eu não quero pesquisar no google para descobrir a resposta (tanto para me poupar das possíveis imagens que vão aparecer kkk quanto para não pegar informação falsa) e sei que vai ser difícil de perguntar.

Mas, para animar, um dia eu vi uma reportagem sobre uma clínica de inseminação artificial para o público LGBT+. Eles não falaram exatamente quem da comunidade eles atendem, então acredito que atendem aces também, o que me faz acreditar que possivelmente existe (e vão existir mais) médicos preparados para atender esse público e, por consequência, nós tbm

Sinto muito! É complicado essas situções, sei como é e nunca falei pra nenhum ginecologista que sou assexual e nem vou falar pra evitar qualquer coisa, nao sei como o profissional vai receber isso. Digo que sou virgem e ponto acabou se me perguntar o motivo é pq quero.  Eu ia em uma ginecologista que vivia dando pitaco na minha vida: na época eu tinha uns 27 anos e o papo era ain você já tem 27 anos, ainda é virgem e não namora, o tempo tá passando, vai viver sua vida e fazer coisas diferentes (Amada, eu vivo a minha vida) você precisa decidir se vai querer ter filhos ou não, o tempo passa rápido para mulher. Era MUITO desagradável a forma como ela invadia minha vida pessoal. Parei de ir nela e fui em outra.
Nessa que fui agora, eu gostei dela, porém foi muito sofrido fazer o preventivo (foi a primeira vez que eu fiz) eu quis morrer qdo  fiz esse exame, sem brincadeira, desmaiei duas vezes, graças a Deus ela foi super gente boa comigo e falou pra eu explicar a situação pra um psicólogo me ajudar.

Lara escreveu:

Muito antiética essa profissional!

Não deixe de se cuidar e não deixe de fazer exames mais invasivos ou complexos porque é virgem. O hímen só uma pele galera! Até os meninos tem essa pele também, com outro nome, claro, tem até religiões (ex.: judeus) que a removem quando o menino tem uns 2 anos. Os médicos pediatras também orientam as mães de meninos a romperem ela quando ainda bebê. Por que com a mulher esse tabu todo por causa de um hímen?

Só algumas questões a serem levadas em consideração sobre essa temática:

Exame de lâmina/papanicolau/preventivo/citologia oncótica: não há necessidade de realizar preventivo em quem nunca iniciou a vida sexual, porque não tem como ter câncer de colo de útero sem contato sexual.

Ultrassonografia transvaginal: em quem é virgem, é muito incômodo ter algo introduzido dessa forma pela primeira vez, além da questão do hímen poder atrapalhar passar o transdutor. Então virgens só fazem se for estritamente necessário para o diagnóstico, após assinar termo de consentimento. Muito incomum de ser preciso fazer o exame nessa situação, pois geralmente existem outros com a mesma finalidade.

Exame ginecológico: entra na mesma lógica da ultrassonografia no caso do toque e exame especular. Muito raro precisar fazer essa parte do exame em virgens, pois a maioria das doenças do cotidiano são transmitidas por sexo ou podem ser detectadas pelo quadro clínico ou pelo exame do cotonete/swab vaginal (coleta de material vaginal).

Concordo que ainda tem um grande tabu em relação a hímen, mas o fator que realmente pesa para decidir fazer ou não esses exames é o início da vida sexual. Até porque a função do hímen é desconhecida até hoje, dizem que é apenas um resquício embrionário e outros falam que serve como uma proteção extra para a área. Tem gente que já iniciou a vida sexual mas continua com ele, tem outras que ele rompe sozinho por andar a cavalo ou com bicicleta.

Já os meninos, tem essa questão do prepúcio, mas ele pode dar problema se não tiver esse cuidado.

PumpkinCake escreveu:

Lara escreveu:

Muito antiética essa profissional!

Não deixe de se cuidar e não deixe de fazer exames mais invasivos ou complexos porque é virgem. O hímen só uma pele galera! Até os meninos tem essa pele também, com outro nome, claro, tem até religiões (ex.: judeus) que a removem quando o menino tem uns 2 anos. Os médicos pediatras também orientam as mães de meninos a romperem ela quando ainda bebê. Por que com a mulher esse tabu todo por causa de um hímen?

Só algumas questões a serem levadas em consideração sobre essa temática:

Exame de lâmina/papanicolau/preventivo/citologia oncótica:  não há necessidade de realizar preventivo em quem nunca iniciou a vida sexual, porque não tem como ter câncer de colo de útero sem contato sexual.

Ultrassonografia transvaginal: em quem é virgem, é muito incômodo ter algo introduzido dessa forma pela primeira vez, além da questão do hímen poder atrapalhar passar o transdutor. Então virgens só fazem se for estritamente necessário para o diagnóstico, após assinar termo de consentimento. Muito incomum de ser preciso fazer o exame nessa situação, pois geralmente existem outros com a mesma finalidade.

Exame ginecológico: entra na mesma lógica da ultrassonografia no caso do toque e exame especular. Muito raro precisar fazer essa parte do exame em virgens, pois a maioria das doenças do cotidiano são transmitidas por sexo ou podem ser detectadas pelo quadro clínico ou pelo exame do cotonete/swab vaginal (coleta de material vaginal).

Concordo que ainda tem um grande tabu em relação a hímen, mas o fator que realmente pesa para decidir fazer ou não esses exames é o início da vida sexual. Até porque a função do hímen é desconhecida até hoje, dizem que é apenas um resquício embrionário e outros falam que serve como uma proteção extra para a área. Tem gente que já iniciou a vida sexual mas continua com ele, tem outras que ele rompe sozinho por andar a cavalo ou com bicicleta.

Já os meninos, tem essa questão do prepúcio, mas ele pode dar problema se não tiver esse cuidado.

Eu reforço o que eu disse, não deixem para depois qualquer exame indicado, mesmo sendo virgem. O mito de que virgem é imune a doenças e não tem que fazer exames é uma maldade com as mulheres. Essa história de que não é indicado porque você é virgem é mais uma história da carochinha. É só uma pele fina que até se você enfiar o dedo se masturbando já era. Um transdutor tem a grossura de um dedo indicador. Imagina seu dedo indicador cheio de gel escorregadio. Pronto. Nada demais. Um papanicolau pode ser colhido com swab, que é um cotonete fino e cumprido. Então, mulheres, é melhor sentir um incômodo de exames do que a dor de uma endometriose avançada, um câncer de ovário, um mioma gigante, uma infecção, etc.

Lara, respeito seu posicionamento, acho que todo mundo deve ter seu ponto de vista e está no direito, mas o que falo é reflexo da conduta utilizada e estudada durante a formação médica. Não vou ficar rebatendo no fórum mas me sinto no dever de trazer meu conhecimento.

A gente sempre preza pelo conforto da paciente no máximo possível e nunca que uma boa ginecologista faria algo de forma desnecessária. Um bom profissional sempre vai saber o que é melhor para a paciente e o quadro clínico auxilia em tudo para guiar a conduta. A clínica é soberana. Exames desnecessários também podem ser prejudiciais e não levar a nada. Digo isso para ninguém que é virgem no sentido de nunca ter tido relações sexuais fique com medo de ir para o médico porque imagina que vai ter que fazer tudo isso. O papanicolau não dá para fazer por swab com cotonete, isso é para cultura de microorganismos, papanicolau faz com colocação de espéculo e "raspagem" do colo uterino com escova endocervical e espátula. USG transvaginal pode ser substituída por USG pélvica ou ressonância. Tenha certeza que um mioma gigante ou câncer de ovário vai aparecer nesses outros exames também. Endometriose tem um diagnóstico complicado com ou sem ultrassom, então tanto faz. As infecções o tratamento se faz pela clínica e olhando a secreção pela inspeção ou swab, não precisa de espéculo se for virgem.

Agora, quem já teve relação sexual é recomendado realizar preventivo de câncer de colo de útero seja anual ou da frequência que o médico determinar. Além de já ser feito o exame de toque e especular, podem pedir ultrassom transvaginal. Inclusive, lésbicas que já iniciaram a vida sexual também precisam fazer preventivo, pois qualquer contato entre os genitais pode transmitir HPV e consequentemente progredir para câncer de colo de útero.

Só para esclarecer algumas coisas porque é assim que acontece na prática... Enfim, pessoas com vagina, a pessoa que vai saber o que é melhor para você é um bom médico. Não deixem de ir por medo de precisar fazer exames porque talvez nem seja preciso. O melhor é ter uma relação de confiança e uma boa comunicação

Gente, obrigada por todos estes esclarecimentos! Eu não ligo a mínima para o meu himen (nem sei se ele ainda existe ou se rompeu sozinho), só quero achar médicos que me respeitem e que não machuquem meu corpo ou o tratem com brutalidade na hora dos exames mas tá difícil! Hoje em dia, eles todos têm uma lição de moral na ponta da língua, mas diagnóstico e tratamento que é bom, nada...