Ontem (domingo, 26 de janeiro de 2014) foi o aniversário de 13 anos do meu irmão.
Meu único irmão, portanto sou a filha mais velha, e ele, o mais novo. Filhos de pais conservadores e tradicionalistas.

Apesar do título do tópico ser uma indagação afirmativa, devo confessar que ainda não tenho certeza quanto a nada. Mas irei justificar o porquê de minha suspeita.

Início de adolescência, atitudes novas... praticamente é o que está se passando com o meu irmão; mas se suas atitudes não fossem tão incomuns para um adolescente (que, para o senso comum, deveria estar manifestando interesses sexuais), eu jamais imaginaria que em ocasião alguma poderia haver um outro assexual tão perto de mim.
Atitudes essas muito parecidas com as minhas no período de descobertas pelo qual eu estava passando no início da adolescência.

Quando meus pais estavam conversando com o meu irmão sobre a hipótese de organizarem uma festinha para comemorar seu aniversário, eles perguntaram se não seria legal convidar seus amigos da escola. Meu irmão ficou meio que com vergonha de emitir uma resposta, e, depois de hesitar um pouco, respondeu: "Eles não são mais os mesmos. Eles tão muito mudados."
Minha mãe não entendeu o que ele quis dizer, "Como assim?", e ele ficou mais tímido ainda e só depois de alguns segundos que disse: "Eles tão muito idiotas."
Meu irmão fechou a cara e depois ninguém mais falou uma palavra.

Quando eu tinha a idade dele eu também achava as minhas amigas idiotas. De repente todas estavam maliciosas, usando maquiagens carregadas na cara, falando sobre garotos... Diferente daquelas meninas inocentes que um dia elas haviam sido quando as conheci durante a infância. Como as coisas haviam mudado!
Penso que meu irmão se referia à atitudes novas que vinha percebendo nos amigos quando disse que eles estavam muito mudados e muito idiotas.

No fim, acabou sendo realizada somente uma comemoração simples entre os familiares, sem nenhum amigo de escola. Nossa avó, nosso avô, nossos tios e nossos primos. E uma tragédia que poderia ser evitada se a nossa avó ficasse calada, aconteceu. Ela disse num tom malicioso ao meu irmão: "Já tá um mocinho, né? E as 'namoradinha' não 'vai' 'vim'?". Olhei pra cara do meu irmão e vi que ele ficou paralisado, sem saber o que responder. Eu diria que QUASE interferi respondendo feio a minha avó se não fosse a minha timidez. Mas meu irmão conseguiu falar: "Não gosto disso."

Pra mim aquilo foi o xeque-mate que faltava para me convencer da possível assexualidade do meu irmão. Uma simples frase pode abranger um significado muito profundo, só pra quem sabe compreender.
Eu penso em conversar com ele sobre sexualidade e assexualidade para deixá-lo mais tranquilo, e, caso ele seja mesmo um assexual, que não se torne um assexual frustrado como eu. Minha preocupação de irmã mais velha vive me cobrando isso. Mas ele é muito novinho. Está se descobrindo ainda. Esse é um dos motivos que me fazem recuar um passo ao invés de seguir em frente e iniciar uma conversa com ele, além de não termos intimidade o suficiente por sermos do sexo oposto (tivemos uma criação sexista, não fomos criados como irmãos amigos, apenas como "menina e menino, cada um em seu devido canto cumprindo seus papéis de gênero", portanto somos distantes um do outro).

A pior frustração que tive por causa da minha assexualidade foi a de abandonar a escola. Ninguém sabe que sou assexual, mas abandonei a escola por não ter compatibilidade com as pessoas de lá, era uma pressão para ser igual a elas. Noto também que meu irmão que costumava tirar notas altas e ser um dos mais inteligentes da classe (era motivo de orgulho na família, como eu também um dia fui) está relaxando nos estudos, faltando muito na escola e reclama das pessoas que lá estudam. Está repetindo os mesmos atos que eu cometia.
Larguei os estudos desde o ano passado, aos 16 anos, mas temo que meu irmão largue aos 13, pois está mais relaxado do que eu costumava ser.

Outra coisa que aumenta as minhas suspeitas quanto a ele poder ser um assexual, é que o mesmo nunca foi de jogar futebol com outros meninos, nunca gostou de fazer "molecagens" e odeia se sujar. Prefere ler um livro ou jogar jogos estratégicos em vez de esportivos. Não que essas preferências tenham ligação com a assexualidade, mas é muito "estranho" — de acordo com o modo como todos nós fomos condicionados a acreditar — um menino não se interessar por atividades ditas "masculinas".

Como eu deveria proceder neste caso?

Vou ser sincero: Quando li o título pensei "Acho que ela deve estar exagerando" porque eu percebi que depois de descobrir a assexualidade, parece que instalei um radar de assexuais automaticamente em mim kkk. Mas lendo o relato posso dizer que eu também tenho quase certeza de que ele pode ser assexual sim. O melhor que você pode fazer é conversar com ele e faze-lo sentir à vontade de compartilhar o que ele pensa contigo. E gostei muito dessa descrição dele, que ele não curte se sujar ou jogar futebol. Isso eu também tenho.
Quando conversar com ele, conta o que aconteceu!
Até mais, Luna

...... umm... luna admiro seu pensamento, e sua forma de agir, sem se precipitar, pois isso é o certo, nao sei se teria como mas seria legal q vc se aproximasse do seu irmão, tipo nao só por isso mas por vc estar notando q talvez ele esteja passando por um momento dificil, quem sabe nesse momento ele esteja precisando de alguem amigo, já q as pessoas com quem ele convivia estao mudando? talvez vc nao precise nem aborda-lo sobre o assunto ja q se vc for prox e de confiança provavelmente ele irá procura-la pra falar sobre ... nao conheço sua familia e como funcionam as coisas por ai.... entaum se falei alguma besteira me perdooe mas acho q é isso

olá, gostei do seu texto, é pode ser que ele seja assexual também, é bom de ver essa preocupação com seu irmão   afinal muitos, talvez a maioria! dos familiares quando percebe que seus filhos são diferentes da maioria em relação a sexualidade principalmente, fecham os olhos ou planejam fazendo com que ele mude, essas frases "cade namorada ou namorado" isso é péssimo mesmo, acho que todos assexuais já passaram por isso, com homem a pressão é bem maior afinal a sociedade é machista  :x .   Um conselho que te dou é: converse com seu irmão sobre sexualidade e mostre que vc é confiável,  e não deixe de estudar por causa disso! , porque pressões pra ser igual ou outras coisas do nível, isso tem por toda parte, de família, amigos até desconhecidos que se metem na vida alheia, não podemos nos prejudicar por causa dos outros, quantos largam escola por esses motivos e depois se arrependem.    Na escola por exemplo se vier aqueles assuntos de namoro e tal você pode inventar que terminou um namoro recentemente etc.. rs pra não ficarem com aquela pressão chata de te empurrarem para alguém.  Na escola eu ficava bem longe dessa turma que focavam nesses únicos assuntos ficar/sexo etc.. enfim... boa! sorte na conversa com seu irmão.   

Muito bom teu relato!
Ele pode ser sim Assexual, ele pode talvez até ser sexual, mas com outra abordagem. É bom deixar isso pra lá agora (por enquanto), linda a sua preocupação, é importante você ficar do lado dele o máximo possível sem se esquecer de você mesma.

É importante você deixar ele lutar a luta dele, por mais que você se preocupe, é algo dele. Ele deve se descobrir, se conhecer, enfim, ter sua "tribulação" sozinho. É bom você não transformar toda sua preocupação em algo super protetor que o impedirá de prosseguir internamente em seus futuros conflitos, tendo em vista a experiência que você teve, mas é bom sim aproveitar agora e criar vínculos com teu irmão.

Isso pode ajudar os dois futuramente.

Escreva aqui neste fórum um texto bom sobre qualquer assunto que seja do interesse dele, sem ser sobre sexualidade (no tópico "Poste o que der na telha") e peça a opinião dele sobre um ponto ou outro, deixando que ele leia o post. Quando ele estiver lendo, saia de perto e vá buscar um copo de água... Volte e converse sobre o seu texto com "naturalidade fingida". Depois mude de assunto...

Gostaria de editar esta minha msg mais tarde porque já estou quase atrasado para o meu tecnico... Em fim, breve sendo...

Legal mesmo essa sua preocupação com seu irmão, luna (posso chamá-la assim?), mas penso que primeiramente ele deveria estar com a "cabeça fria" antes de esquentar mais a cabeça dele com (a)sexualidade. Entendê-lo e dar dicas de como ele pode "ignorar" os comentários dos "amigos" tendo mais confiança em si mesmo. Depois vem o papo de sexualidade, que primeiramente deveria ser dada todas as opções, até de ele ser homossexual, que nessas descrições também se "encaixam", e assexual.

Mas não sei se deverias incentivá-lo a se afirmar(pois ele é novo - e nem nós mesmos é bom sair nos afirmando-), mas de ajudá-lo a ver que não existe uma só escolha e, principalmente, que há alguém que o apoia.

Legal sua preocupação

Léo escreveu:

Legal mesmo essa sua preocupação com seu irmão, luna (posso chamá-la assim?), mas penso que primeiramente ele deveria estar com a "cabeça fria" antes de esquentar mais a cabeça dele com (a)sexualidade. Entendê-lo e dar dicas de como ele pode "ignorar" os comentários dos "amigos" tendo mais confiança em si mesmo. Depois vem o papo de sexualidade, que primeiramente deveria ser dada todas as opções, até de ele ser homossexual, que nessas descrições também se "encaixam", e assexual.

Pode me chamar de Luna, sim. :P

Sabe, eu já cogitei a ideia de que ele possa ser homossexual e não assexual. Mas o que eu noto nos homens homossexuais é que eles possuem uma "essência" feminina dentro deles. Os gestos, o modo de falar... todo o modo pelo qual se manifestam é essencialmente feminino. Mas há exceções também.
Meu irmão apresenta uma neutralidade de gênero, não aparenta ser masculino, tampouco feminino. Se ele fosse gay, penso que ele seria naturalmente efeminado, como a maioria dos homens gays o são.

Turunah escreveu:

Escreva aqui neste fórum um texto bom sobre qualquer assunto que seja do interesse dele, sem ser sobre sexualidade (no tópico "Poste o que der na telha") e peça a opinião dele sobre um ponto ou outro, deixando que ele leia o post. Quando ele estiver lendo, saia de perto e vá buscar um copo de água... Volte e converse sobre o seu texto com "naturalidade fingida". Depois mude de assunto...

Qual seria a finalidade disso? Desculpe, mas não entendi.

Uma maneira de aliviar um pouco a carga que jogaram nas costas dele seria você chegar e mostrar que isso dele não estar correndo atrás de meninas é algo normal, que muito pelo contrário, seria errado se ele estivesse correndo atrás de meninas só porque pressionam ele.

Eu falo isso por experiência pessoal mesmo, não sou perito no assunto. Quando tiveram essa conversa comigo em casa, eu me senti muito melhor e livre.

Isso tudo sem adicionar Assexualidade no meio. Daí sobre falar sobre Assexualidade ou não, não sei ter uma opinião formada...

[Meio OFF]
Quanto a parte da escola... Eu provavelmente sei tanto o que você e o que ele podem estar passando. Aos 13 eu era bem isolado na escola, eu frequentava por frequentar, minhas notas (que eram muito altas até então) estavam decaindo justamente por um certo desgosto de se sentir diferente do resto dos outros... O que segurou a barra foram as poucas amizades que fiz e duram até hoje.

Acho que abandonar dificilmente passa pela cabeça de alguém dessa idade, já que há um certo "pavor" de te reprimirem. E aos 16 eu larguei também, por outros motivos, mas como você eu estava pra baixo... Aquele período de 1 ano afastado foi a melhor coisa que eu já fiz, consegui me encontrar e ter força de seguir em frente...   

As coisas melhoram, isso é certeza...

kavernista escreveu:

Uma maneira de aliviar um pouco a carga que jogaram nas costas dele seria você chegar e mostrar que isso dele não estar correndo atrás de meninas é algo normal, que muito pelo contrário, seria errado se ele estivesse correndo atrás de meninas só porque pressionam ele.

Eu falo isso por experiência pessoal mesmo, não sou perito no assunto. Quando tiveram essa conversa comigo em casa, eu me senti muito melhor e livre.

Isso tudo sem adicionar Assexualidade no meio. Daí sobre falar sobre Assexualidade ou não, não sei ter uma opinião formada...

Valeu a experiência. Quando eu tiver oportunidade, vou falar isso para quem estiver importunando o meu irmão. Talvez ele fique grato e nosso nível de intimidade poderia aumentar se formos cúmplices um do outro. Kavernista, você acaba de me dar uma grande ideia!

kavernista escreveu:

[Meio OFF]
Quanto a parte da escola... Eu provavelmente sei tanto o que você e o que ele podem estar passando. Aos 13 eu era bem isolado na escola, eu frequentava por frequentar, minhas notas (que eram muito altas até então) estavam decaindo justamente por um certo desgosto de se sentir diferente do resto dos outros... O que segurou a barra foram as poucas amizades que fiz e duram até hoje.

Acho que abandonar dificilmente passa pela cabeça de alguém dessa idade, já que há um certo "pavor" de te reprimirem. E aos 16 eu larguei também, por outros motivos, mas como você eu estava pra baixo... Aquele período de 1 ano afastado foi a melhor coisa que eu já fiz, consegui me encontrar e ter força de seguir em frente...   

As coisas melhoram, isso é certeza...

Eu também, apesar de gostar muito de escrever e estudar, eu cheguei a um ponto em que eu ia para a escola só para não repetir de ano ou de acionarem o conselho tutelar. Eu frequentava por frequentar, mas depois não aguentei mais e mandei cancelar a matrícula. Meus pais ficaram bravos, mas no estado em que eu estava eles não podiam fazer nada a não ser deixar estar.

Mas eu posso lhe garantir uma coisa: o ano em que eu fiquei fora da escola foi uma época de recuperação! Reconstruí toda a esperança que eu havia perdido. Se não tivesse saído daquele lugar sufocante, hoje eu estaria morta, como eu planejava estar quando o frequentava.

acho que devia falar com ele sobre a assexualidade.mesmo que ele não seja,conhecimento nunca é demais.Além disso saber que isso existe dá novas fronteiras a ele.

ps:a ideia do Turunah é boa.

Vou ser um pouco do contra agora...

Apesar de tentar entender cada opinião colocada anteriormente acho que você não deveria conversar com ele sobre sexualidade ainda.. não conheço seu irmão mas acho que ele ainda é muito novo para definir uma sexualidade agora...

E isso pode sim ser indícios de homossexualidade... como experiência própria quando eu era mais novo não demonstrava nenhuma atitude que me qualificaria como homossexual.. muito pelo contrario.. se houvesse essa atitude eu fazia de tudo para escondê-la e agir como hetero.. porque me preocupava muito com o que os outros pensavam sobre mim..
Mas acho que só porque seu irmão demonstre essas atitudes em relação a outras pessoas não quer dizer que futuramente ele se descubra homo ou hetero ou assexual.. acho vc deve sim tentar conversar com ele mas voltada para realmente tentar entende-lo e como já foi dito.. se ele realmente estiver passando por acontecimentos de um assexual acho que isso serviria como experiência.. por mais que seja muito desagradável seria bom para a maturidade dele..

Mas enfim você como irmã mais velha deveria aconselhá-lo a não abrir mão de forma alguma dos estudos (aconselho você a fazer isso também) mesmo que seja difícil será para o bem de vocês..
as vezes devemos passar por dificuldades e obstáculos e aprender a superá-los para conquistarmos um futuro melhor e quem sabe muito promissor(clichê)..

Entretanto creio que isso é um caso muito delicado.. não sei como são as suas experiências nem as dele e até onde ele conhece a si mesmo ou se isso é só o inicio de uma descoberta..

Bom, por seu irmão ser muito novo, eu penso que se você explicar a assexualidade logo de cara ele vai se sentir acomodado nessa idéia, e não vai procurar Se Descobrir, acho que o certo seria você criar uma afinidade maior mesmo com ele, e com o tempo, conforme a confiança dele em você for crescendo, ele mesmo vai acabar falando naturalmente o que esta acontecendo. O que você pode chegar a falar é como você se sentia na sua pré adolescência, dando o exemplo da pergunta que sua avó fez a ele, pra deixo-lo mais confortável à questão de se sentir diferente, ou pressionado.

Luna-Lena escreveu:

Valeu a experiência. Quando eu tiver oportunidade, vou falar isso para quem estiver importunando o meu irmão. Talvez ele fique grato e nosso nível de intimidade poderia aumentar se formos cúmplices um do outro. Kavernista, você acaba de me dar uma grande ideia!

Fico grato em ter ajudado. ^^ E acho que seria melhor dizer isso pra ele, claro, se ele estiver confortável com isso... De que ele não precisa se preocupar com a pressão que o mundo faz nele.

Luna-Lena escreveu:

Eu também, apesar de gostar muito de escrever e estudar, eu cheguei a um ponto em que eu ia para a escola só para não repetir de ano ou de acionarem o conselho tutelar. Eu frequentava por frequentar, mas depois não aguentei mais e mandei cancelar a matrícula. Meus pais ficaram bravos, mas no estado em que eu estava eles não podiam fazer nada a não ser deixar estar.

Mas eu posso lhe garantir uma coisa: o ano em que eu fiquei fora da escola foi uma época de recuperação! Reconstruí toda a esperança que eu havia perdido. Se não tivesse saído daquele lugar sufocante, hoje eu estaria morta, como eu planejava estar quando o frequentava.

O importante quando você para é a total consciência que no próximo ano você vai tentar denovo. Eu achei que estaria até fazendo um favor pro professor, ele teria um peso a menos na sala de aula... Muitos deles se ofendem quando nos veem de braços cruzados... =P E eu não aguentava mais a encheção também.

Em compensação depois fui muito mais participativo, fiz muito mais coisa, tirei mais nota... Algumas pessoas se incomodam porque nós "ousamos" em pleno Século 21 tirar um tempo pra nós. "Como assim ?" perguntam alguns... Não é ousadia, é só uma coisa que todo mundo deveria ter ao menos direito. A cada geração mais cresce a paranoia com carreira, trabalho... Acho uma tremenda besteira. É bom você estar tirando proveito desse tempo pra si mesma. :3

Luna-Lena escreveu:

Turunah escreveu:

Escreva aqui neste fórum um texto bom sobre qualquer assunto que seja do interesse dele, sem ser sobre sexualidade (no tópico "Poste o que der na telha") e peça a opinião dele sobre um ponto ou outro, deixando que ele leia o post. Quando ele estiver lendo, saia de perto e vá buscar um copo de água... Volte e converse sobre o seu texto com "naturalidade fingida". Depois mude de assunto...

Qual seria a finalidade disso? Desculpe, mas não entendi.

Para ele saber que o fórum existe.
O único senão é que ele saberá que você é assexual...   

kavernista escreveu:

O importante quando você para é a total consciência que no próximo ano você vai tentar denovo. Eu achei que estaria até fazendo um favor pro professor, ele teria um peso a menos na sala de aula... Muitos deles se ofendem quando nos veem de braços cruzados... =P E eu não aguentava mais a encheção também.

Em compensação depois fui muito mais participativo, fiz muito mais coisa, tirei mais nota... Algumas pessoas se incomodam porque nós "ousamos" em pleno Século 21 tirar um tempo pra nós. "Como assim ?" perguntam alguns... Não é ousadia, é só uma coisa que todo mundo deveria ter ao menos direito. A cada geração mais cresce a paranoia com carreira, trabalho... Acho uma tremenda besteira. É bom você estar tirando proveito desse tempo pra si mesma. :3

Sim, o importante é manter a chama da esperança acesa.

Não me arrependo de ter tirado essas "férias". Quando ficamos sobrecarregados, necessitamos de repouso, senão morremos. É a lei da natureza. E uma chance de repousar para descansar era o que eu mais estava precisando para poder me manter viva.

A única frustração que o meu abandono escolar me causou foi eu ficar me corroendo com isso o que você falou: "carreira, trabalho...". Pensava muito no que eu ia fazer no futuro. Nesse futuro que chega rapidinho. Logo faço 17 anos, depois 18... e aí? Cadê o diploma do ensino médio completo para poder arranjar ao menos um emprego digno de um salário bom? Onde está o diploma do ensino médio para poder fazer um curso técnico e talvez até uma faculdade? Essas coisas pesavam na minha mente.

Esse negócio de "garantir o seu emprego a qualquer custo" sempre me deu náuseas. O pior são os professores que ficam pressionando os alunos para fazerem vestibular, e quando um aluno diz que não pretende fazer faculdade, o professor acha aquilo um absurdo porque "precisa ter um emprego garantido para sustentar seus futuros filhos."
E a partir daí já entra outro tema que parte dos assexuais odeiam. Essa ideia pré-definida de que todo mundo vai ter filhos é o maior argumento que os professores (e até mesmo a nossa família) usam para estimular uma pessoa a querer seguir uma carreira. Sei que eles querem o nosso bem, mas poderiam dar outros depoimentos motivacionais, como os benefícios que uma carreira sólida poderia nos proporcionar para o nosso melhoramento como pessoas, sem abranger esse negócio de família, filhos, necessidades financeiras...

(Desculpe o desabafo, me empolguei. É que eu pensava que era a única aqui que tinha largado a escola. )

Essa "chantagem" que fazem sobre sustentar futuros filhos ja cansou demais. Mas mesmo sem esses supostos filhos fico preocupadissimo com estabilidade financeira e tudo o mais. Agora é de pensar: Pensar em ter qualidade de vida sozinho ja causa uma certa ansiedade, imagine pra quem ja tem filho(s)?
Luna, diploma é importante, mas to comecando a ver que pra certas areas o diploma nao é mais garantia de emprego. O que importa hoje sao aqueles que fazem coisas que a maioria nao conseguem fazer, sacas? O mercado de trabalho esta parecendo aqueles programas de talentos...

nao se desculpe luna, esse espaço serve pra isso mesmo, para dividirmos nossas experiencias e tentar ajudar um ao outro, e concordo muito com vc isso é bastante idiota , e tocar nesse assunto falando "como vai sustentar seus filhos" é tipo.... putz @_@ q idiota, sofro mais ou menos com isso so q é a minha familia q quer q eu arrume um emprego logo.... eu nao quero, quero primeiro me sentir seguro pra entrar em, algo q eu goste e nao ser torturado em empregos só pelo dinheiro

Luna-Lena escreveu:

Sim, o importante é manter a chama da esperança acesa.

Não me arrependo de ter tirado essas "férias". Quando ficamos sobrecarregados, necessitamos de repouso, senão morremos. É a lei da natureza. E uma chance de repousar para descansar era o que eu mais estava precisando para poder me manter viva.

A única frustração que o meu abandono escolar me causou foi eu ficar me corroendo com isso o que você falou: "carreira, trabalho...". Pensava muito no que eu ia fazer no futuro. Nesse futuro que chega rapidinho. Logo faço 17 anos, depois 18... e aí? Cadê o diploma do ensino médio completo para poder arranjar ao menos um emprego digno de um salário bom? Onde está o diploma do ensino médio para poder fazer um curso técnico e talvez até uma faculdade? Essas coisas pesavam na minha mente.

Esse negócio de "garantir o seu emprego a qualquer custo" sempre me deu náuseas. O pior são os professores que ficam pressionando os alunos para fazerem vestibular, e quando um aluno diz que não pretende fazer faculdade, o professor acha aquilo um absurdo porque "precisa ter um emprego garantido para sustentar seus futuros filhos."
E a partir daí já entra outro tema que parte dos assexuais odeiam. Essa ideia pré-definida de que todo mundo vai ter filhos é o maior argumento que os professores (e até mesmo a nossa família) usam para estimular uma pessoa a querer seguir uma carreira. Sei que eles querem o nosso bem, mas poderiam dar outros depoimentos motivacionais, como os benefícios que uma carreira sólida poderia nos proporcionar para o nosso melhoramento como pessoas, sem abranger esse negócio de família, filhos, necessidades financeiras...

(Desculpe o desabafo, me empolguei. É que eu pensava que era a única aqui que tinha largado a escola. )

Eu já ouvi coisa assim também:

"Mas como você vai sustentar sua família ? "

Eles acham que todo mundo é obrigado a ter uma família de modelo nuclear pra ser feliz... Putz. D:

Mas quanto a idade... Bom, você vai se surpreender como muitos geralmente estão 1 ou 2 anos "atrasados" nessas coisas... Conheci gente saindo do Ensino Médio com 19. É normal acontecer isso.

Lembro que até nos últimos dias veio uma dessas empresas que jogam umas moedas de 2 centavos na mão do diretor e tomam tempo de aula pra dar "palestras"... E tive que ficar 2 horas ouvindo um ricão falando sobre como "se você não faz parte dos 5% que são perfeitamente robóticos e eficientes nos seus trabalhos você não vai ser ninguém"... Não dá pra ouvir gente assim.

Tem que fazer o que dá com o que você tem.   

kkkkkkkk Essa é boa, kavernista.
Me lembrou uma das palestras (propagandas) que tive que assistir ano passado. Uma delas foi de um representante da Petrobras falando das alegrias de se trabalhar numa plataforma de petroleo. Obs. Quem trabalha la ganha dinheiro a mais pelo alto risco que correm embarcados nessas plataformas e a cada 2 semanas trabalhadas eles precisam "folgar" 2 semanas.
Nem de longe vi isso como vantagem.
E ele tambem veio nos seus melhores trajes: Paleto, relogio de ouro, Iphone... pra dar aquela boa impressao, êh.

2DWill escreveu:

Luna, diploma é importante, mas to comecando a ver que pra certas areas o diploma nao é mais garantia de emprego. O que importa hoje sao aqueles que fazem coisas que a maioria nao conseguem fazer, sacas? O mercado de trabalho esta parecendo aqueles programas de talentos...

É melhor que assim seja. É bem melhor que as coisas tendam a ser cada vez mais desse jeito, pois o mercado de trabalho estaria dando motivações para as pessoas seguirem na área que elas mais gostam, sem essa de fazer qualquer curso na faculdade só para "garantir emprego" sem se importar se é ou não aquilo que se gostaria de fazer. Porque eu vejo que a pressão para se entrar numa universidade é tanta, que a escolha do curso que deveria ser a razão principal de tudo, acaba sendo deixada em último plano. E as pessoas acabam escolhendo qualquer área mesmo, sem pensar bem antes porque o propósito de tudo é somente o diploma que elas irão receber no término da faculdade. E depois, qual a consequência disso? Decepções, infelicidade, depressões, insucesso...

Isso também pode servir de motivação ao Lee Nunes. 

kavernista escreveu:

Eu já ouvi coisa assim também:

"Mas como você vai sustentar sua família ? "

Eles acham que todo mundo é obrigado a ter uma família de modelo nuclear pra ser feliz... Putz. D:

Tem isso também. É imposto até um modelo para se alcançar a felicidade.
Se eu não posso ser feliz da minha maneira, então terei de seguir esse padrão para atingir o mesmo nível de felicidade que eu poderia ter conseguido se o fizesse do jeito que estava apta a fazê-lo?

Mas as pessoas só compreenderiam o paradoxo desse conceito imposto sobre felicidade se antes pudessem ter o bom senso de aceitar o fato de que EXISTEM assexuais – e logicamente de princípio ter conhecimento do que é uma pessoa assexual.

Legal isso!
Já tive esse radar com algumas pessoas e até hoje não sei se tudo era invenção da minha cabeça ou sei lá. Eu espero que não, rs...

Bem... ele é seu irmão. Creio que como o Lipe disse, seria bom dar um espaço pra ele pensar sobre o que sente. Para que a sua apresentação da assexualidade não molde a cabeça dele. Afinal, ele pode não ser.

O que seria bom era conversar sobre os interesses dele, perceber os olhares dele sobre determinados acontecimentos e talvez até ter uma conversa sobre o que ele sente se ele estiver disposto a falar.

Seguindo assim, acho que dá pra ter uma noção se é isso mesmo e talvez até apresentar o conceito da assexualidade. Mas isso depende do que ele te dizer.

Mas nem sei, eu escrevo de uma maneira tão metódica... Às vezes isso me dá nos nervos rs   

A questão é que fazendo isso ou não, eu acho bem bacana que você tenha conversas abertas com ele. Para tentar entender e estar apoiando ele nas decisões que quiser tomar. Posso te dizer que uma das melhores coisas e que mais me deixou aliviada até hoje, foi ter uma irmã mais velha com a mente aberta! :}
Fez uma grande diferença na minha vidinha...

*boa sorte aí

Eu penso seriamente em como eu deveria proceder para criar um vínculo com meu irmão. Sei que isso deve ser realizado através de conversas... mas o problema é que não sei como iniciá-las. Não sou de conversar, passo dias sem pronunciar uma única palavra. Seria estranho chegar assim, do nada, querendo bater um papo; ainda mais com alguém que não mantém laços de proximidade comigo.
E quando digo isso, não me refiro a conversar sobre assexualidade, pois, como muitos usuários aqui opinaram, ele mesmo teria de passar por essa autodescoberta, sem intervenções. O assunto "assexualidade" entrará naturalmente quando por fim tivermos um elo muito forte, do qual ainda teremos de conquistar. Mas sou muito passiva para dar início a essa jornada para conseguir alcançar o referido objetivo.

ruthjamison escreveu:

Posso te dizer que uma das melhores coisas e que mais me deixou aliviada até hoje, foi ter uma irmã mais velha com a mente aberta! :}
Fez uma grande diferença na minha vidinha...

*boa sorte aí

Desculpe a indiscrição, mas... a sua irmã sabe que você é assexual? Só curiosidade.

Sei como é difícil modificar um comportamento natural e único. Não que seja necessário uma mudança intensa mas acho que essa transformação na forma de agir para criar uma proximidade maior com o seu irmão seria um bom passo para atingir mais amizade, mais contato com ele. E que na minha opinião, acho isso algo muito especial.

E sobre minha irmã, ela sabe sim. Encarou de boas.

*mas acho que esse papo de conversar ou não, você que decide. Só dei pitaco mesmo rsrs