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Vocês já se sentiram sozinhos? Como se se você sumisse por 2 semanas a única pessoa a te procurar seria sua mãe, e olha lá?
Eventualmente eu me sinto assim, e hoje é mais um disa desses.

Bem, não é o destino tentando me punir ou algo assim. A culpa é minha, é a colheita do que eu venho plantando nos últimos 25 anos.
Eu estraguei tanto as coisas na minha vida que agora parece impossível de voltar atrás.

Bem, devo me apresentar para quem não me conhece, podem me chamar de Bill.
Tenho 24 anos, e moro numa cidade do interior de Goiás (ou seja, interior do interior).
Grande parte dos meus dramas têm origem na minha sexualidade, que pra ser sincero até hoje eu não entendi o suficiente para definir.
Até minha adolescência me julgava hétero, após isso, quando entrei na CA, eu me via como Ace, após um tempo me vi como Gay e hoje, o melhor que eu consigo me definir é como Homem Cis-Demi-Panrromântico-Demi-Homossexual.
Ou seja, me relacionar com desconhecidos é extremamente difícil para mim e ao mesmo tempo só conseguiria o fazer de maneira romântica/sexual com alguém que já tenho laços.
É uma dupla negativa.

Quem é do vale (todas as letras) sabe que crescer não sendo hétero-cis é bastante complicado. Muitos bullies, muitos traumas mentais... enfim, até mesmo de dentro da própria família, agravado pelo fato de serem super-conservadores em uma cidade onde todos conhecem a vida de todos.

Poderia entrar no mérito de como a rejeição de tod e qualquer amig meu/minha por parte dos meus pais (não deixar eu sair, ou ninguém vir aqui em casa brincar, por exemplo) afetou a minha capacidade de socialização... mas isso ia fazer a história ficar muito longa, enfim.

O fato é que eu nunca carreguei pessoas ao longo da minha vida. Eu nem mesmo lembro o nome do pessoal do meu ensino médio, ou faculdade, ou último trabalho... simplesmente pq meus vínculos são práticos. Somos colegas que se ajudam mutualmente e só.
Quando acaba certa fase da minha vida é como se ocorresse um "reset" e eu voltasse a conhecer somente meu pai, mãe e irmão.

Hoje não saio do quarto, não sai ontem, nem semana passada. Na verdade não lembro de sair do meu quarto, da minha casa (sem minha família), desde que terminei a faculdade. O motivo é simples: Não tenho amigos, e sei se eu sair eu vou ser incapaz de arrumar algum.

Mas deixa eu explicar o motivo do título.

Eu tenho, eu acho, amigos, sim. Há uns 6 anos eu entrei num grupo de leitores no whatsapp. Ao passar do tempo o grupo foi se filtrando. Criando outras versões com alguns punhados dos membros originais, e assim foi indo até estarmos com uns 10 membros hoje, espalhados pelo mundo, todos brasileiros.

Mas eu ainda os sinto como colegas, na maioria das vezes.
Salva a rara ocasião mensal onde algum deles me marca em um meme aleatório, é como se eu não existisse.
E eu juro que tento, que vou atrás.
Tento conversar no grupo, 90% das vezes sou ignorado por todos.
Tento mandar mensagens privadas, marcas em memes, comentar o filme favorito.
A conversa não flui.
A primeira mensagem é visualizada, azul.
E só.
A minha mensagem ignorada mais recente é do dia 14. Depois outra pessoa no dia 7, outra no dia 1º.
Nem mesmo o "feliz ano novo" têm retorno.
E são justamente as pessoas que eu considero/considerava meus melhores amigos dentre o pequeno grupo de leitores.
"Eu não sou o melhor amigo de nenhum dos meus melhores amigos", sinceramente, eu não sei nem se eu sou amigo de algum dos meus melhores amigos.

O tempo passa, essas coisas acontecem e eu me sinto cada vez mais e mais... inútil.
Eu não consigo fazer nada direito.
Nem arrumar um emprego eu consigo para parar de ouvir meu pai dizendo que não vai dar pra eu ficar parado aqui em casa.

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Esse drama meu começa depois que eu assisto qualquer coisa. Quanto mais feliz eu fico pelo personagem fictício, pior eu fico comigo mesmo.
Eu queria ter um amigo sequer que lembrasse meu nome. Que se lembrasse no meu aniversário. Ou com quem eu poderia me sentir confortável de compartilhar uma nova música que conheci e não seria ignorado.

Já não basta ser tão doente fisicamente, com meu corpo em odiando tanto, eu também tenho que ser sozinho?
Eu queria me sentir o suficiente. Eu queria ter auto-estima o suficiente para aplicativos de relacionamento. Eu queria ter coragem de sair de casa. Eu queria que meu pai acertasse meu nome de primeira. Eu queria que minha pele não tivesse tão destruída e meus dedos tortos.
Eu queria só alguém pra conversar. Não por dó, não por ser político, não por se sentir obrigado. Mas por ter vontade.

É isso, eu acho.

Só queria desabafar com o vento, já que não me sinto confiante para fazer isso com ninguém em particular.

Ok. Me vi em várias situações de seu depoimento. Também nasci no interior, cidade minúscula, onde todo mundo conhece todo mundo (E todo mundo fofoca de todo mundo) , também fui alvo de muitas especulações sobre minha sexualidade(embora nem eu e nem m8nha família se importa) , na questão de amizades também não tenho muitas(nem de colégio ou trabalho). No máximo são colegas e conhecidos. Na real, por mais que eu converse ou mantenha contato, sinto meio deslocado(no meio de conhecidos e até familiares). E mesmo quando eu me mudei para Salvador ainda me sentia sozinho. Entretanto hoje eu aprendi a apreciar cada momento(sozinho ou na companhia de alguem) e espero que você encontre amizades verdadeiras.
Quando se sentir a vontade, pode chamar, como um bom geminiano amo conversas.
E não se culpe.

Se minha mensagem acabar sendo vazia ou meio sem sentido, peço desculpas :/
Que droga que isto esteja acontecendo Eu sei bem como situações familiares complicadas aliadas a falta de trabalho podem atrapalhar nossa saúde emocional. Mas espero que você possa achar alguma atividade que te dê possibilidade, motivação e coragem de sair de casa (mesmo sozinho). Ficar em casa o tempo todo é muito ruim, a gente entra num círculo vicioso.
Qualquer coisa, pode mandar msg (coincidência ou não, sou geminiana igual a Wings rsrs)

A família muitas vezes é quem mais atrapalha a nossa vida. Ser super-conservador, como você falou, só piora a situação. Mas aqui você pode encontrar pessoas que te compreendam. Eu também estou procurando amizades sinceras, pois, percebo que só me procuram se precisam de mim ou por ser colega, não por ser amigo de verdade. Também não mantive laços com as pessoas que passaram por minha vida, pois, fui mudando, aprendendo.. e isso me fez seguir outros rumos. Mas foi com o afastamento e o isolamento que me conheci melhor, foi mudando os círculos que consegui evoluir e ampliar o meu olhar para outras possibilidades que existiam ao meu redor. Espero que você encontre amigos aqui e alguma atividade para fazer na sua cidade ou fora dela. Tenho muita vontade de conversar, pode me chamar.

Ahh, também sou geminiana rsrsrs

Quando leio depoimentos assim por um momento eu fico aliviada pois existem pessoas passando pela mesma coisa que eu e não estou sozinha no mundo. Mas depois me lembro o quanto é dolorido, e fico extremamente triste de ver que tem pessoas sofrendo tanto.
Me identifico com muitas coisas que você escreveu, sei como é horrível viver assim.
Não te conheço, não sei nada sobre você (apenas o que você escreveu aqui), mas do fundo meu coração desejo que você encontre uma boa amizade que te ajude a sair dessa tristeza.

Eu tenho meia dúzia de contatos no whats. Tirando minha mãe, minha irmã e minha filha, o resto é conta comercial. E não chegam a dez contatos. Sei bem como é não existir. Vejo pessoas acompanhadas, mesas de bares cheias, e penso: Todo mundo tem alguém, menos eu. Aqui percebi que não sou a única. Sinto muito por sua dor. Ela não some, mas a gente se acostuma.

Oi. Me identifiquei com tudo, mas também aprendi a viver comigo mesma e aproveitar os momentos com a família, pois um dia eles se vão e sentiremos falta disso.
Conte comigo, mas ao contrário dos outros, sou sagitariana.

Eu me identifico com várias coisas que você escreveu. Cada dia me sinto mais sozinha. Nenhum dos meus "amigos" liga mim. Há dois anos eu comecei a ter contato de novo com um amigo que fiz no ensino médio, mas a última mensagem que a gente trocou tem quase 2 anos e meio, ele simplesmente parou de responder. E nunca mais nos falamos, como não é a primeira vez, deixei pra lá. Fora ele, ninguém mantém contato, eu dou o primeiro passo, mas ninguém fica. Sou ignorada quase sempre, nem online tenho amigos. Na faculdade, apenas colegas também. Se quiser conversar, pode chamar. Não sou boa de assunto, mas posso tentar. Espero que você fique bem.

Tirando onde você mora, minha história é idêntica à sua, sem tirar nem pôr, ainda estou aprendendo a lidar com isso, acho que estou indo bem nesse quesito por enquanto, mas às vezes bate uma bad terrível, altas paranóias e tal. Se quiser conversar pode chamar, também ia gostar de conversar com alguém.

Também me identifiquei em algumas partes com o seu depoimento. Assim como você, meus pais eram e são bem conservadores e super protetores, então na infância além de ter uma infância privada, lembro de ter apanhado bastante por coisas quem nem lembro porque...pais do interior, que foram criados com uma educação repressiva e pouco argumentativa ou comunicativa, isso obviamente sobrou para mim. Bom, também cresci com sérios problemas de socialização, na infância tive poucos amigos, e assim se seguiu no decorrer da vida. Eu acreditava que um dia fosse possível ser diferente, mas aparentemente algumas coisas não mudam muito na gente, claro, eu tive melhoras. Na universidade fiz alguns amigos, pude me libertar mais das amarras de meus pais (até pq fui morar sozinho em outra cidade) e aprendi uma coisa ou outra sobre como se viver. Mas durante a vida lembro ter passado boa parte sozinho, na esperança de querer se enturmar de alguma forma, dificilmente dava certo...minhas relações amorosas foram grandes confusões e desentendimentos. Agora após um ano da descoberta da minha demissexualidade, muita coisa foi fazendo sentido, e ainda bem que descobri, porque ainda hoje estaria tentando loucamente me encaixar nesse mundo sexualizado
Mas viver é realmente complicado, espero mesmo que a gente consiga encontrar nosso lugar no mundo

Compartilho de muitos pontos expostos nas histórias de todos, sempre fui mais introspectivo, então o fixar amigos para a vida sempre foi algo muito difícil, claramente vejo fases na minha vida marcadas principalmente por grupos de amigos, e o grande drama disso tudo é ver como o ciclo desses acontecimentos sempre acabam em dissolução, e apesar de ter vários amigos ao mesmo tempo, com o passar do tempo não se tem nenhum,  não como era antes, passei por muitas mudanças drásticas na vida, de sempre tá me movimentando em busca de algo e nesse processo me afastar das pessoas como consequência, hoje vejo como dói acontecer algo em sua vida e você pensar imediatamente: "preciso contar isso para ... quem?" , recentemente tive alguns desentendimentos com colegas da faculdade e percebi como faz falta esse contato humano no dia a dia, pois mesmo desapegados sexualmente ou não das pessoas, ainda sim o contato humano é tão importante para nós, talvez até superestimado, já que é comum ler no fórum medos associados a conectividade e relações no futuro, meu recado de fé para todos é, não deixem o passado se repetir ou amargurar suas vidas, deixem o presente lhes conceder o presente de um futuro tão incerto de existir, que a mera existência futura desses problemas é insignificante a imensidão da dádiva que é poder mudar ele agora.
PS: não sou de geminiano, mas estou aberto a conversas rs, só posso demorar de responder :/

Vamos lá, me identifiquei com seu texto! Espaço bom este pra conversar... então minha família também bem conservadora e a minha sexualidade também estragou muito as minhas relações sociais. Digo tenho amigas de vários tipos considero elas muito, como irmãs e tudo. Mas me identifico como homoromantico e não consigo me relacionar com homens, até consigo manter uma conversa como voce falou com um objetivo, mas quando acaba não construo uma relação duradoura de fato. Apesar de conversadora minha família nunca me obrigou a nada (graças a Deus), mas também não facilitavam por achar e me categorizar como gay (o bullying intra familiar era difícil). Achavam que estavam me protegendo do mundo, mas me afastavam de todos. Vivi numa bolha a qual eu chamava de gaiola de ouro, pois coisas materiais eram colocadas para suprir a falta de. Quero me relacionar com homens mas não sei por onde começar. Tem horas que jogo a toalha e falo já tá tudo estragado mesmo. Minhas amigas também não são muitas mas são fiéis. E quando quero banco e saiu sozinho já viajei sozinho para vários lugares do mundo. Não quero mais a presença dos meus pais, pois acho tóxico a forma de relacionamento me veem como uma joia preciosa que deve ser poupada da vida. Entrei no tinder estes aplicativos de relacionamento enfim achei tóxico tive que me obrigar a ficar e a conversar com os caras. A maioria busca sexo ou relacionamento com sexo. Na minha opinião você não perde nada. Um bando de pessoa vazias que julgam os outros por fotos (nossa aquele tem um bundao ou ... ) não vejo o apelo minha fotos eram sempre vestido o que dificultava matches. Descobri que homosexuais são iguais aos heteros em rodinha de amigos ficam julgando o corpo do outro. Nunca senti necessidade de objetificar alguém. Enfim é um ambiente tóxico também se você não tiver bem mentalmente você surta, gatilho, sabe a pessoa manda uma foto você manda outra se ela gosta ok senão você foi dispensado. Homens brancos e com corpo padrão são sempre os mais elogiados e procurados. Tive vários likes até mas quando iam conversar começam: quando a gente vai se ver? quando vamos nos encontrar? Eu quero te tocar e fazer várias coisas? Tive que filtrar muito e conversar com um cara que achei mais inteligente e menos raso por uns dois meses em outro aplicativo pra conseguir sair com ele e no fim ele queria sexo todas as vezes que nos encontrávamos. Conto esta experiência porque não quero que glamourise algo bem raso e sem profundidade. Já deu pra perceber né sou muito romântico. Esta questão dos amigos também sinto que não tenho o suficiente e que se eu gostasse mais de sexo teria mais amigos mas fiquei virgem e BV até os 21, fiz as coisas, não lembro, não gostei e fiquei sem beijar e fazer sexo até os 28 que foi quando agora decidi tentar os aplicativos. Interesse sexual pelo cara nenhum, tinha o interesse quase que científico de me entender e querer gostar. Mas vi que não é foi isso. Fiz 29 este ano e sei não é para mim. Quero relacionamento romântico sem sexo e isso (só isso). Mas como sofri muito bullying tenho dificuldades de me aproximar e ceder quero sempre estar no controle.