Criei esse tópico pra quem quiser desabafar sobre qualquer coisa.
Pra cuspir algum sapo que teve que engolir, pra falar das angústias, dos medos, etc.
Não precisa ser algo relacionado à condição assexual.
É só pra colocar pra fora o que está incomodando mesmo.

E eu começo!
Está faltando um pouquinho pra eu explodir hoje. Preciso ficar sozinha, ficar em silêncio. Pra isso preciso sair de casa ou matar minha família e meu vizinho surdo (ele é incapaz de ouvir música num volume normal). Tô com uma baita preguiça de sair. Como sou psicóloga, as pessoas acham que meu ouvido é penico. Todo mundo vem falar comigo pra contar alguma coisa que aconteceu de ruim e pra escutar minha opinião - o que geralmente significa que a pessoa quer que eu dê razão a ela.
Mas hoje estou amarga, ácida. Irritada, mal humorada e de saco cheio da vida que estou levando. Queria mudar um monte de coisas, mas como são muitas fico sem saber por onde começar e sem forças tbm.
É isso.  :evil: 

É isso! Deita tudo cá pra fora!

Parece que não, mas ajuda imenso....e acho que tens mais coisas a dizer....afinal ser psicóloga não deve ser nada porreiro, ao meu ver.....
  

Nossa, Kawasaki!
É muito difícil ser psicóloga. As pessoas me cobram posturas muito rígidas. Elas acreditam que pelo fato de eu conhecer muito sobre a psique humana, eu supostamente não deveria ter problemas ou dificuldades em resolvê-los. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Todo mundo sabe como se manter magro, mas tem um monte de gente gorda no mundo. Saber o que fazer é diferente de conseguir fazer. E ninguém percebe que eu preciso de folga, não dá pra trabalhar todos os dias da semana, o dia inteiro. Chegam a qualquer momento e alugam meu ouvido.
Quando estou ácida - como hoje - eu enfio o dedo na ferida da pessoa sem dó. Responsabilizo ela pelo que está acontecendo sem nenhuma delicadeza. Resultado: ficam chateados comigo.
Atualmente, o que eu mais quero é mudar de profissão, por vários motivos. Cansei.

Meu desabafo
Estou cansado de putaria em tudo, é na TV, no facebook, o whatsapp então virou um aplicativo de pornografia. nas rodas de conversa de amigos ou colegas só se fala em sexo e baixaria, antes eu me camuflava contornava as conversas agora quando começam com esse papos eu saio de perto, e aquelas cobranças "e as namoradas ?" "e as mina" "keven não sai de casa" respondo com grosseria pra ver se a pessoa se toca e vai cuidar da vida dela, chega to de saco cheio dessa baixaria.

Lóri_2014 escreveu:

Nossa, Kawasaki!
É muito difícil ser psicóloga. As pessoas me cobram posturas muito rígidas. Elas acreditam que pelo fato de eu conhecer muito sobre a psique humana, eu supostamente não deveria ter problemas ou dificuldades em resolvê-los. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Todo mundo sabe como se manter magro, mas tem um monte de gente gorda no mundo. Saber o que fazer é diferente de conseguir fazer. E ninguém percebe que eu preciso de folga, não dá pra trabalhar todos os dias da semana, o dia inteiro. Chegam a qualquer momento e alugam meu ouvido.
Quando estou ácida - como hoje - eu enfio o dedo na ferida da pessoa sem dó. Responsabilizo ela pelo que está acontecendo sem nenhuma delicadeza. Resultado: ficam chateados comigo.
Atualmente, o que eu mais quero é mudar de profissão, por vários motivos. Cansei.

Bem, eu não sou nenhuma profissional sobre a psique humana, mas tenho a minha opinião sobre isso.
Já se foi o tempo que eu queria também ser uma psicóloga. Mas a medida que fui crescendo e sabendo mais sobre a vida, sobre as pessoas, náh, não é a minha praia.
E tal como disseste, as pessoas alugam o teu ouvido só para fazer reclamações da vida delas e saberem a tua opinião, mesmo sabendo que estão pagando para que tu digas algo para elas se sentirem bem com elas próprias.
Desde que a minha avó materna faleceu, eu sou a psicóloga da minha mãe, o que é frustrante.
Ela quer falar tudo aquilo que lhe vai na alma achando que eu vou estar sempre do lado dela, mas houve alturas que eu também precisei desabafar e não tinha lá ninguém para mim, pois ela estava ocupada demais com os problemas dela. Acaba por ser saturante. Isso eu percebo e bem.
Sou completamente de acordo com o "enfiar o dedo na ferida" dessa gente mesmo, porque a verdade tem que ser dita, e esconder isso, só piora as coisas. Acho que ao fazeres isso, só fazes bem, afinal toda a gente um dia tem que acordar e descobrir que as coisas simplesmente não podem ser sempre como o que nós temos em mente.
Anyway, não fiques chateada. Pense que isto tudo não vale o teu esforço mental, e que de uma certa forma, a vida vai muito além do que as histórias mesquinhas de meia dúzia de pardais na tua janela

Kawasaki escreveu:

Lóri_2014 escreveu:

Nossa, Kawasaki!
É muito difícil ser psicóloga. As pessoas me cobram posturas muito rígidas. Elas acreditam que pelo fato de eu conhecer muito sobre a psique humana, eu supostamente não deveria ter problemas ou dificuldades em resolvê-los. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Todo mundo sabe como se manter magro, mas tem um monte de gente gorda no mundo. Saber o que fazer é diferente de conseguir fazer. E ninguém percebe que eu preciso de folga, não dá pra trabalhar todos os dias da semana, o dia inteiro. Chegam a qualquer momento e alugam meu ouvido.
Quando estou ácida - como hoje - eu enfio o dedo na ferida da pessoa sem dó. Responsabilizo ela pelo que está acontecendo sem nenhuma delicadeza. Resultado: ficam chateados comigo.
Atualmente, o que eu mais quero é mudar de profissão, por vários motivos. Cansei.

Bem, eu não sou nenhuma profissional sobre a psique humana, mas tenho a minha opinião sobre isso.
Já se foi o tempo que eu queria também ser uma psicóloga. Mas a medida que fui crescendo e sabendo mais sobre a vida, sobre as pessoas, náh, não é a minha praia.
E tal como disseste, as pessoas alugam o teu ouvido só para fazer reclamações da vida delas e saberem a tua opinião, mesmo sabendo que estão pagando para que tu digas algo para elas se sentirem bem com elas próprias.
Desde que a minha avó materna faleceu, eu sou a psicóloga da minha mãe, o que é frustrante.
Ela quer falar tudo aquilo que lhe vai na alma achando que eu vou estar sempre do lado dela, mas houve alturas que eu também precisei desabafar e não tinha lá ninguém para mim, pois ela estava ocupada demais com os problemas dela. Acaba por ser saturante. Isso eu percebo e bem.
Sou completamente de acordo com o "enfiar o dedo na ferida" dessa gente mesmo, porque a verdade tem que ser dita, e esconder isso, só piora as coisas. Acho que ao fazeres isso, só fazes bem, afinal toda a gente um dia tem que acordar e descobrir que as coisas simplesmente não podem ser sempre como o que nós temos em mente.
Anyway, não fiques chateada. Pense que isto tudo não vale o teu esforço mental, e que de uma certa forma, a vida vai muito além do que as histórias mesquinhas de meia dúzia de pardais na tua janela

Ser confidente da mãe é muito pesado. Por mais que vc seja amiga da sua mãe... ela é sua mãe. Mesmo que seja uma relação muito aberta entre as duas, sua mãe nunca vai ser inteiramente sua amiga. Quando a minha mãe começa a falar na minha cabeça - principalmente pra reclamar do meu pai - eu falo pra ela ligar pra alguma amiga hehe.
Não é o meu estilo enfiar o dedo na ferida das pessoas, costumo falar de maneira delicada no meu dia a dia. Até mesmo pra não criar resistência nos pacientes. Aprendi isso quando trabalhei num CTI de um grande hospital da minha cidade. Aprendi com o médico que passava as notícias para os familiares que vc pode falar qualquer coisa pra uma pessoa, tudo depende da maneira como vc fala. Mas em dias como hoje, falo de maneira mais direta justamente pra pessoa sair de perto.
Muito obrigada por me ouvir! Aliviou poder escrever a respeito. Freud diz que falar é fazer (nesse caso falar/escrever) e ele tem razão!
Bom sábado!!  

keven escreveu:

Meu desabafo
Estou cansado de putaria em tudo, é na TV, no facebook, o whatsapp então virou um aplicativo de pornografia. nas rodas de conversa de amigos ou colegas só se fala em sexo e baixaria, antes eu me camuflava contornava as conversas agora quando começam com esse papos eu saio de perto, e aquelas cobranças "e as namoradas ?" "e as mina" "keven não sai de casa" respondo com grosseria pra ver se a pessoa se toca e vai cuidar da vida dela, chega to de saco cheio dessa baixaria.

Keven, eu tbm tô de saco cheio disso. Meu whatsapp é só amigos e familiares, então não tem baixaria não. Mas pra qualquer lado que a gente olhe, o assunto sempre acaba sendo isso. E qdo encontro amigas que não vejo há muito tempo, a pergunta é fatal, nunca falha "E aí? Casou?".

Bem, então vou eu desabafar.

Sinto me confusa. Já faz quase dois anos que abandonei a universidade e sinto sempre que estou a perder demasiado tempo em decidir o que eu quero fazer para o resto da minha vida.
Quando eu penso nisso, dá me nós no cérebro e apetece me esquecer novamente tudo e por debaixo o tapete tudo isso. Mas, sempre que olho para "esse tapete" vejo uma "lomba" que me faz lembrar que o meu problema não desapareceu. Tenho 23 anos, e sei que sou nova....mas até quando? Quero continuar mas falta me coragem. Quero mudar de curso (mudar para ciências da comunicação), mas sempre que penso nisso, acho me incapacitada intelectualmente demais. Já para não dizer estúpida!
As perguntas surgem como erva daninha e não para de crescer: "serei eu apta a terminar isso?", "voltarei eu a baldar-me as aulas como antes?!", "Se calhar nem valerá a pena, ou valerá?!"
Enfim...sempre que me lembro disso, sinto me estúpida, burra e triste.....
E agora que estamos em Agosto, este meu problema surge em minha mente diariamente.

Isto era algo que eu realmente necessitava de deitar fora....   

Lóri_2014 escreveu:

keven escreveu:

Meu desabafo
Estou cansado de putaria em tudo, é na TV, no facebook, o whatsapp então virou um aplicativo de pornografia. nas rodas de conversa de amigos ou colegas só se fala em sexo e baixaria, antes eu me camuflava contornava as conversas agora quando começam com esse papos eu saio de perto, e aquelas cobranças "e as namoradas ?" "e as mina" "keven não sai de casa" respondo com grosseria pra ver se a pessoa se toca e vai cuidar da vida dela, chega to de saco cheio dessa baixaria.

Keven, eu tbm tô de saco cheio disso. Meu whatsapp é só amigos e familiares, então não tem baixaria não. Mas pra qualquer lado que a gente olhe, o assunto sempre acaba sendo isso. E qdo encontro amigas que não vejo há muito tempo, a pergunta é fatal, nunca falha "E aí? Casou?".

Eu sou bem tranquila com essas coisas. Com tanto que todo mundo participe de livre e espontânea vontade e, principalmente, que NÃO ME INCLUAM, que façam o que quiserem. Acho que meu contato com o feminismo e amigos de mente muito poluída me deixou mais tolerante com essas coisas.

O que eu abomino mesmo é "revenge porn". Sério, o que é que você ganha divulgando fotos íntimas da ex, além de manchar o nome dela e deixá-la numa depressão ferrada que pode levar até a um suicídio? Mesma coisa com esses grupos com fotos de "novinhas". São crianças, não um objeto pra babarem em cima.

Kawasaki escreveu:

Bem, então vou eu desabafar.

Sinto me confusa. Já faz quase dois anos que abandonei a universidade e sinto sempre que estou a perder demasiado tempo em decidir o que eu quero fazer para o resto da minha vida.
Quando eu penso nisso, dá me nós no cérebro e apetece me esquecer novamente tudo e por debaixo o tapete tudo isso. Mas, sempre que olho para "esse tapete" vejo uma "lomba" que me faz lembrar que o meu problema não desapareceu. Tenho 23 anos, e sei que sou nova....mas até quando? Quero continuar mas falta me coragem. Quero mudar de curso (mudar para ciências da comunicação), mas sempre que penso nisso, acho me incapacitada intelectualmente demais. Já para não dizer estúpida!
As perguntas surgem como erva daninha e não para de crescer: "serei eu apta a terminar isso?", "voltarei eu a baldar-me as aulas como antes?!", "Se calhar nem valerá a pena, ou valerá?!"
Enfim...sempre que me lembro disso, sinto me estúpida, burra e triste.....
E agora que estamos em Agosto, este meu problema surge em minha mente diariamente.

Isto era algo que eu realmente necessitava de deitar fora....   

Passei por algo parecido. Não cheguei a abandonar formalmente a universidade, mas perdi completamente o interesse lá pelo último ano, e cheguei a sumir por um semestre inteiro. Já fiz todas as matérias e falta só o trabalho de graduação, mas não tenho a menor vontade de continuar na área. Mas eu preciso de dinheiro e, portanto, começar a trabalhar logo. E qualquer trabalho que eu arrume vai ser uma tortura. Sei lá, dá uma vontade de voltar no tempo pra quando eu tinha só 18 anos e começar tudo de novo.

Tó um abraço, se isso a fizer se sentir melhor __o__

keven escreveu:

Meu desabafo
Estou cansado de putaria em tudo, é na TV, no facebook, o whatsapp então virou um aplicativo de pornografia. nas rodas de conversa de amigos ou colegas só se fala em sexo e baixaria, antes eu me camuflava contornava as conversas agora quando começam com esse papos eu saio de perto, e aquelas cobranças "e as namoradas ?" "e as mina" "keven não sai de casa" respondo com grosseria pra ver se a pessoa se toca e vai cuidar da vida dela, chega to de saco cheio dessa baixaria.

O que está me incomodando no momento são os dois caras que me assediaram no ônibus ontem à noite, um no ponto - ele me chamou para segui-lo! - quando ele tocou no meu ombro olhei com uma cara de desprezo e ele ainda insistiu um pouco - e o outro dentro do ônibus. Tive que passar a viagem toda ouvindo o retardado dizer que "urubu na guerra é frango" e outros concordando com ele! E vocês já devem imaginar que ele não era dos frangos, era feio e desprezível mas só queria as "mina top". Cada vez que uma mulher se levantava para sair ele falava pro ônibus todo "Ooh, nossa!" daquele jeitinho bem conhecido por qualquer um/a que já sofreu assédio. Quando eu fui sair não me contive e mostrei o dedo sem nem olhar depois que ele falou, mas ele respondeu "Me dá que eu chupo!". AAAAAAAAARRRRRR, mas por que alguém não some logo com todos os tarados pervertidos deste mundo????? Foi pior que o cara que lambeu minha orelha uma vez que eu fui ao teatro e me afastei de quem estava comigo por um minuto!

Como vi no face esses dias: "Perto de qualquer mulher, muito homem se considera um semi-deus."

Que horrível, Val! E não tinha ninguém perto pra fazer alguma coisa, no teatro e no ônibus? Não tinha ninguém pra pedir ajuda?

Essa sociedade tá podre. E dói demais saber que isso já vem de eras atrás, e não saber se isso um dia vai mudar. :x

Kawasaki escreveu:

Quero continuar mas falta me coragem. Quero mudar de curso (mudar para ciências da comunicação), mas sempre que penso nisso, acho me incapacitada intelectualmente demais. Já para não dizer estúpida!
As perguntas surgem como erva daninha e não para de crescer: "serei eu apta a terminar isso?", "voltarei eu a baldar-me as aulas como antes?!", "Se calhar nem valerá a pena, ou valerá?!"
Enfim...sempre que me lembro disso, sinto me estúpida, burra e triste.... 

Bom, eu também já passei por algo parecido. Aprendi que todos temos potencial, e que um grande diferencial é ter disciplina. Se você consegue se organizar e tem vontade (o que inclui gostar do faz) não tem porque duvidar da sua capacidade. Parece simples, mas estudar e se dedicar não é sempre algo agradável, rs.. Por isso que a gente tem que se conhecer, ser sincero e realista. Você vai se propor a estudar? Se vê trabalhando? Se interessa pelos assuntos e materias? Se não, vc só estará se enganando.. Conheço muita gente que não tem uma faculdade e se deu bem, ou que tem outras qualidades que fizeram mais diferença que as notas, que tem um curso técnico, e estão felizes..
Mas coragem sim,  "O segredo é cair sete vezes, e levantar-se oito" Paulo Coelho.

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar."
William Shakespeare

Bom, lá vai o meu:
Tô de saco cheio, de caras sempre com o mesmo papinho, sempre com aquela conversa de "passar bons momentos essa noite" ou então, se recusar a entender que sou assex e que eles, não vão me deflorar! É realmente frustante, que eles não aceitem o "não vou dar pra você" como "não vou dar nunca pra você, não enche, procura uma que goste" e não como se eu estivesse fazendo joguinho de sedução. Não sei se as gurias por aqui, já passaram ou passam por isso, mas é terrível.

Kawasaki escreveu:

Bem, então vou eu desabafar.

Sinto me confusa. Já faz quase dois anos que abandonei a universidade e sinto sempre que estou a perder demasiado tempo em decidir o que eu quero fazer para o resto da minha vida.
Quando eu penso nisso, dá me nós no cérebro e apetece me esquecer novamente tudo e por debaixo o tapete tudo isso. Mas, sempre que olho para "esse tapete" vejo uma "lomba" que me faz lembrar que o meu problema não desapareceu. Tenho 23 anos, e sei que sou nova....mas até quando? Quero continuar mas falta me coragem. Quero mudar de curso (mudar para ciências da comunicação), mas sempre que penso nisso, acho me incapacitada intelectualmente demais. Já para não dizer estúpida!
As perguntas surgem como erva daninha e não para de crescer: "serei eu apta a terminar isso?", "voltarei eu a baldar-me as aulas como antes?!", "Se calhar nem valerá a pena, ou valerá?!"
Enfim...sempre que me lembro disso, sinto me estúpida, burra e triste.....
E agora que estamos em Agosto, este meu problema surge em minha mente diariamente.

Isto era algo que eu realmente necessitava de deitar fora....   

Oi mocinha!   
Olha, não quero bancar a "tia" chata, mas alguns entendimentos a gente só adquire com a idade mesmo. Na sua idade eu já tinha escolhido a Psicologia e acreditava do fundo do meu coração que ia me aposentar atendendo meus pacientes no consultório. Era empolgadíssima com a profissão. Hoje em dia, com 37 anos, cansei da profissão. Não quero mais trabalhar com isso, só abro um livro pra estudar quando aparece um paciente muito difícil pra atender. E faço isso por respeito à dor da pessoa que me procurou, e não por interesse meu em aprender mais. Tive amizades que imaginei durariam a vida inteira por já terem mais de 20 anos de duração. Hoje, não nos falamos mais. Sem brigas, sem desentendimentos, sem raiva, simplesmente nos distanciamos. Nosso tempo "passou". E hoje eu vejo que tudo na vida passa, tudo tem seu tempo, é transitório. Portanto, não se preocupe em decidir o que eu quero fazer para o resto da minha vida. Isso é muito pesado e difícil de digerir; por isso vc não consegue se decidir, sair do lugar. Tente pensar com mais leveza, lembrando que no meio de caminho vc pode (e deve) mudar de opinião de novo. Por que uma profissão só? Por que ir pra faculdade? Escute seu coração, siga o que ele sussurrar no seu ouvido. Permita-se ser várias coisas, experimentar vários "sabores". Por mais que vc programe seu futuro, a vida sempre vai chegar e te dar uma rasteira, vai virar seu mundo de cabeça pra baixo.
Atenção: não, vc não é burra. Apenas está se sentindo incapaz porque está com medo de tomar a decisão "errada". Lembre-se: se não der certo, tente outra vez. E outra vez. Não se deixe ser pressionada pelas expectativas da sociedade. Vá ser quem vc realmente é!
Espero poder ter ajudado como vc me ajudou ontem!  

Égua Ibera escreveu:

Eu sou bem tranquila com essas coisas. Com tanto que todo mundo participe de livre e espontânea vontade e, principalmente, que NÃO ME INCLUAM, que façam o que quiserem. Acho que meu contato com o feminismo e amigos de mente muito poluída me deixou mais tolerante com essas coisas.

O que eu abomino mesmo é "revenge porn". Sério, o que é que você ganha divulgando fotos íntimas da ex, além de manchar o nome dela e deixá-la numa depressão ferrada que pode levar até a um suicídio? Mesma coisa com esses grupos com fotos de "novinhas". São crianças, não um objeto pra babarem em cima.

Também acho "revenge porn" o máxima da baixeza, da inabilidade pra lidar com a frustração. Infelizmente, na sociedade machista/patriarcal em que vivemos, a maior vingança que pode se cometer contra uma mulher é colocá-la como "fácil, p**a". O nosso maior obstáculo é conviver com a "coisificação" do corpo feminino. Ainda é difícil ser enxergada como uma pessoa ao invés de algo que está aí pra satisfazer as demandas masculinas.

Val_de_espadas escreveu:

O que está me incomodando no momento são os dois caras que me assediaram no ônibus ontem à noite, um no ponto - ele me chamou para segui-lo! - quando ele tocou no meu ombro olhei com uma cara de desprezo e ele ainda insistiu um pouco - e o outro dentro do ônibus. Tive que passar a viagem toda ouvindo o retardado dizer que "urubu na guerra é frango" e outros concordando com ele! E vocês já devem imaginar que ele não era dos frangos, era feio e desprezível mas só queria as "mina top". Cada vez que uma mulher se levantava para sair ele falava pro ônibus todo "Ooh, nossa!" daquele jeitinho bem conhecido por qualquer um/a que já sofreu assédio. Quando eu fui sair não me contive e mostrei o dedo sem nem olhar depois que ele falou, mas ele respondeu "Me dá que eu chupo!". AAAAAAAAARRRRRR, mas por que alguém não some logo com todos os tarados pervertidos deste mundo????? Foi pior que o cara que lambeu minha orelha uma vez que eu fui ao teatro e me afastei de quem estava comigo por um minuto!

Como vi no face esses dias: "Perto de qualquer mulher, muito homem se considera um semi-deus."

É exatamente sobre esse tipo de coisa que eu tava falando quando respondi a Égua Ibera. A coisificação, a despersonalização da mulher. Os comerciais de lingerie, de cerveja, de carro... as mulheres são um acessório a tiracolo, uma aquisição, uma mercadoria, um pedaço de carne do qual os homens podem dispor e indispor quando e como querem.
Deixando bem claro que este não é o pensamento de todos os homens. Hoje em dia, muitos já não pensam dessa forma. Acredito que as coisas estão mudando sim, adquirimos voz pra gritar que não queremos mais isso. Mas infelizmente a maioria ainda nos enxerga como objeto de posse.

Tiff escreveu:

Bom, lá vai o meu:
Tô de saco cheio, de caras sempre com o mesmo papinho, sempre com aquela conversa de "passar bons momentos essa noite" ou então, se recusar a entender que sou assex e que eles, não vão me deflorar! É realmente frustante, que eles não aceitem o "não vou dar pra você" como "não vou dar nunca pra você, não enche, procura uma que goste" e não como se eu estivesse fazendo joguinho de sedução. Não sei se as gurias por aqui, já passaram ou passam por isso, mas é terrível.

Ah, Tiff, esse é o dia a dia de todas nós, eu acho. Se falamos que não gostamos de sexo, imediatamente dizem que temos algum problema, que deveríamos procurar um especialista. Quase ninguém entende.

Val_de_espadas escreveu:

O que está me incomodando no momento são os dois caras que me assediaram no ônibus ontem à noite, um no ponto - ele me chamou para segui-lo! - quando ele tocou no meu ombro olhei com uma cara de desprezo e ele ainda insistiu um pouco - e o outro dentro do ônibus. Tive que passar a viagem toda ouvindo o retardado dizer que "urubu na guerra é frango" e outros concordando com ele! E vocês já devem imaginar que ele não era dos frangos, era feio e desprezível mas só queria as "mina top". Cada vez que uma mulher se levantava para sair ele falava pro ônibus todo "Ooh, nossa!" daquele jeitinho bem conhecido por qualquer um/a que já sofreu assédio. Quando eu fui sair não me contive e mostrei o dedo sem nem olhar depois que ele falou, mas ele respondeu "Me dá que eu chupo!". AAAAAAAAARRRRRR, mas por que alguém não some logo com todos os tarados pervertidos deste mundo????? Foi pior que o cara que lambeu minha orelha uma vez que eu fui ao teatro e me afastei de quem estava comigo por um minuto!

Como vi no face esses dias: "Perto de qualquer mulher, muito homem se considera um semi-deus."

Já que as autoridades não punem e nem procuram punir imbecis desse tipo, o jeito é andar com spray de pimenta e taser pra se defender mesmo. O Brasil tem uma Sociedade que culturalmente protege esses predadores e estupradores, desde pequenos esses filhotes-de-cruz-credo são incentivados a fazerem isso.

Não é atoa que aquele vagão rosa foi criado, o governo não tem coragem nenhuma de enfrentar esse problema de frente, só colocar esparadrapos mesmo... É uma admissão de falha e glorificação da cultura de estupro. Revoltante.  :evil:

Égua Ibera escreveu:

Passei por algo parecido. Não cheguei a abandonar formalmente a universidade, mas perdi completamente o interesse lá pelo último ano, e cheguei a sumir por um semestre inteiro. Já fiz todas as matérias e falta só o trabalho de graduação, mas não tenho a menor vontade de continuar na área. Mas eu preciso de dinheiro e, portanto, começar a trabalhar logo. E qualquer trabalho que eu arrume vai ser uma tortura. Sei lá, dá uma vontade de voltar no tempo pra quando eu tinha só 18 anos e começar tudo de novo.

Tó um abraço, se isso a fizer se sentir melhor __o__

Eu falta me bem mais que um trabalho, praticamente, deixei meio ano para trás....e um ano perdido....
Mas ando a pensar muito muito muito mesmo nisso tudo...e yah, eu queria voltar a ter 18 anos para poder fazer tudo de novo...mas depois, eu penso "se fizesse diferente, acho que não teria sido tão divertido como foi" porque apesar de me prejudicar por um lado, pelo outro, eu vivi experiências únicas. Amizades foram feitas graças ao meu desleixo...amizades que sã para sempre....portanto, não me arrependo...mas este ano, com certeza, eu irei fazer as coisas certas

Obrigada Ibera ^_^ Esse abraço veio mesmo a calhar :3

Kaki escreveu:

Bom, eu também já passei por algo parecido. Aprendi que todos temos potencial, e que um grande diferencial é ter disciplina. Se você consegue se organizar e tem vontade (o que inclui gostar do faz) não tem porque duvidar da sua capacidade. Parece simples, mas estudar e se dedicar não é sempre algo agradável, rs.. Por isso que a gente tem que se conhecer, ser sincero e realista. Você vai se propor a estudar? Se vê trabalhando? Se interessa pelos assuntos e materias? Se não, vc só estará se enganando.. Conheço muita gente que não tem uma faculdade e se deu bem, ou que tem outras qualidades que fizeram mais diferença que as notas, que tem um curso técnico, e estão felizes..
Mas coragem sim,  "O segredo é cair sete vezes, e levantar-se oito" Paulo Coelho.

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar."
William Shakespeare

Lóri_2014 escreveu:

Oi mocinha!   
Olha, não quero bancar a "tia" chata, mas alguns entendimentos a gente só adquire com a idade mesmo. Na sua idade eu já tinha escolhido a Psicologia e acreditava do fundo do meu coração que ia me aposentar atendendo meus pacientes no consultório. Era empolgadíssima com a profissão. Hoje em dia, com 37 anos, cansei da profissão. Não quero mais trabalhar com isso, só abro um livro pra estudar quando aparece um paciente muito difícil pra atender. E faço isso por respeito à dor da pessoa que me procurou, e não por interesse meu em aprender mais. Tive amizades que imaginei durariam a vida inteira por já terem mais de 20 anos de duração. Hoje, não nos falamos mais. Sem brigas, sem desentendimentos, sem raiva, simplesmente nos distanciamos. Nosso tempo "passou". E hoje eu vejo que tudo na vida passa, tudo tem seu tempo, é transitório. Portanto, não se preocupe em decidir o que eu quero fazer para o resto da minha vida. Isso é muito pesado e difícil de digerir; por isso vc não consegue se decidir, sair do lugar. Tente pensar com mais leveza, lembrando que no meio de caminho vc pode (e deve) mudar de opinião de novo. Por que uma profissão só? Por que ir pra faculdade? Escute seu coração, siga o que ele sussurrar no seu ouvido. Permita-se ser várias coisas, experimentar vários "sabores". Por mais que vc programe seu futuro, a vida sempre vai chegar e te dar uma rasteira, vai virar seu mundo de cabeça pra baixo.
Atenção: não, vc não é burra. Apenas está se sentindo incapaz porque está com medo de tomar a decisão "errada". Lembre-se: se não der certo, tente outra vez. E outra vez. Não se deixe ser pressionada pelas expectativas da sociedade. Vá ser quem vc realmente é!
Espero poder ter ajudado como vc me ajudou ontem!  

....
Yah, sem dúvida ajudaram muito vocês!
Obrigada por perderem um minuto a lerem as minhas divagações, mas é como tudo. Há dias que uma pessoa se sente capaz, outros que não.
Ontem, sentia me incapacitada de tudo e mais alguma coisa....hoje, bem hoje, pensei com mais clareza...
Afinal, assim como não conseguimos ver o nosso reflexo na agua enquanto a mesma ferve, nós não conseguimos ver a verdade quando estamos com raiva....
E sim, eu tenho interesse, vontade e coragem para continuar com isso. E vou! E não vou desistir desta vez.
Obrigada a vocês....apesar de não nos conhecermos....é sempre bom receber apoio e uma opinião
^_^
Os meus sinceros agradecimentos!

kavernista escreveu:

Já que as autoridades não punem e nem procuram punir imbecis desse tipo, o jeito é andar com spray de pimenta e taser pra se defender mesmo. O Brasil tem uma Sociedade que culturalmente protege esses predadores e estupradores, desde pequenos esses filhotes-de-cruz-credo são incentivados a fazerem isso.

Não é atoa que aquele vagão rosa foi criado, o governo não tem coragem nenhuma de enfrentar esse problema de frente, só colocar esparadrapos mesmo... É uma admissão de falha e glorificação da cultura de estupro. Revoltante.  :evil:

Tem tanta, mas tanta, mas tanta coisa errada com esse vagão rosa que é difícil saber por onde começar. Isso apenas segrega e culpabiliza a mulher vítima de assédio e abuso; aquela que por qualquer razão não estiver nesse vagão é porque "tá pedindo". Todos os outros espaços permanecem desprotegidos para a mulher, ou melhor, qualquer pessoa lida pela sociedade como "não homem" (mulheres cis e trans*, homens trans*, gays afeminados, pessoas fora do binário de gênero), enquanto não acabar com essa maldita cultura machista.

Detalhe que nem dentro do tal vagão existe segurança:
http://oglobo.globo.com/rio/homens-disputam-lugares-em-vagoes-exclusivos-de-mulheres-7743205

Kawasaki escreveu:

Eu falta me bem mais que um trabalho, praticamente, deixei meio ano para trás....e um ano perdido....
Mas ando a pensar muito muito muito mesmo nisso tudo...e yah, eu queria voltar a ter 18 anos para poder fazer tudo de novo...mas depois, eu penso "se fizesse diferente, acho que não teria sido tão divertido como foi" porque apesar de me prejudicar por um lado, pelo outro, eu vivi experiências únicas. Amizades foram feitas graças ao meu desleixo...amizades que sã para sempre....portanto, não me arrependo...mas este ano, com certeza, eu irei fazer as coisas certas

Obrigada Ibera ^_^ Esse abraço veio mesmo a calhar :3

Kawasaki escreveu:

....
Yah, sem dúvida ajudaram muito vocês!
Obrigada por perderem um minuto a lerem as minhas divagações, mas é como tudo. Há dias que uma pessoa se sente capaz, outros que não.
Ontem, sentia me incapacitada de tudo e mais alguma coisa....hoje, bem hoje, pensei com mais clareza...
Afinal, assim como não conseguimos ver o nosso reflexo na agua enquanto a mesma ferve, nós não conseguimos ver a verdade quando estamos com raiva....
E sim, eu tenho interesse, vontade e coragem para continuar com isso. E vou! E não vou desistir desta vez.
Obrigada a vocês....apesar de não nos conhecermos....é sempre bom receber apoio e uma opinião
^_^
Os meus sinceros agradecimentos!

Que bom que está melhor e conseguiu encontrar algumas coisas positivas nisso tudo :3 E não foi perda de tempo nenhuma ler o que você escreveu, a gente precisa saber que não está só nessas horas.
Espero que tudo fique bem e que encontre seu caminho! Todos estamos aqui nesse planeta para isso, afinal.

Mais uns bolinhos pra você     

Às vezes me sinto um E.T. não por ser assexual. Mas por ser introvertida, enxergar e sentir as coisas de um modo mais sensível e detalhista. Cheguei a enviar uma mensagem para uma psicologa através do twitter, perguntando se dom artístico é uma bênção ou uma maldição. Ela respondeu que tudo tem seu lado positivo e negativo. Detesto essa minha sensibilidade excessiva que me faz sentir, na maioria faz vezes, as coisas com mais intensidade. Não dou a mínima para status sociais e festas. Não tenho facebook e watsApp e as pessoas ficam enchendo o meu saco por causa disso. Dá vontade de dar um soco quando alguém me diz: "faz uma conta no facebook. Todo mundo tem!" Eu gosto de ficar quieta, na minha. Não me interesso pelo que as pessoas fazem ou deixam de fazer. Já me chamaram de esquisita algumas vezes.

Eu tb sou introvertida e uma pessoa muito sensível. Gosto de passar a maior parte do tempo criando, desenhando, estudando algo do que interagindo. E eu sei que isso esta me prejudicando cada vez mais e sim eu quero poder mudar isso! Mas na maioria das vezes que tento interagir com outras pessoas eu não me sinto bem. Participar do fórum é um esforço que eu faço já que gosto daqui e me sinto livre pra me expressar. E vc não está sozinha Lyre! Tb já fui chamada de esquisita algumas vezes! rs