Não me encaixo de forma alguma em uma relação poligâmica!
Vejo uma relação romântica como um amor recíproco e leal entre duas pessoas.
Não é questão de possessão ou pensamento "quadrado". Só sigo meus princípios. Sei que há pessoas que convivem nesse tipo de relacionamento e estão satisfeitas e até mesmo felizes. Cada ser humano tem sua peculiaridade na esfera afetiva.
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2516 16/04/2014 46 "O amor está acima da morte, assim como como o céu, do oceano" (Jean Baptiste Henri Lacordaire) Gênero :
O que você pensa sobre relações "não-monogâmicas"? Você se vê numa relação assim? Como?
Entendo que o Estado não deveria proibir relações poligâmicas, embora não me veja em uma. Cada um(a) que seja feliz como achar melhor... não é porque sou monogâmico que devo ser contra a poligamia. Se alguém quer ter 2, 3, 5, 10 maridos e/ou esposas, com o consentimento das partes envolvidas, por que não pode, caso venha a falecer, por exemplo, deixar pensão e seus bens para que sejam divididos entre eles/elas?
Douglas C. Aprendiz
145 02/08/2013 32 Espero que a partida seja festiva, espero nunca mais retornar. Frida Gênero :
Estava com preguiça de tentar explicar o que penso, mas vamos lá. Eu penso que o amor é um sentimento imenso e maravilhoso, e o mundo magnífico com toda a sua diversidade, e com opções de desejos diversas formas de prazeres para que eu privar outro ser humano que esta comigo so porque eu o amo ou so porque eu quero que esteja so comigo, pessoas não são propriedades, um dia me perguntaram, mas se você ama porque você entraria em um relacionamento aberto, ai respondi, justamente por amar essa pessoa que eu entraria em um relacionamento aberto, porque amor tem respeito e confiança. Não conseguiria ser mesquinha para ter uma pessoa so para mim.
Caro Júlio, Ainda bem que abriu este tópico. Na realidade, há pouco tempo eu abri um tópico que aborda também a poligamia - "o dilema do relacionamento".
Tal como Lyre, pessoalmente não me consigo rever numa relação poligâmica. No entanto, apesar de perceber que Lyre falava apenas na primeira pessoa, consigo perceber que "relação romântica" e "reciprocidade no amor" possa existir entre mais do que 2 pessoas. Uma coisa não me parece implicar a outra.
A intervenção do Sr. Romântico considero-a muito elegante e pertinente, como tenho aliás considerado as suas últimas intervenções que tenho lido. Poligamia, tal como assexualidade, é uma realidade e deve ser assumida perante o mundo e a sociedade, inclusivé perante a lei. Tem de estar previsto legalmente. É este o sentimento de "comunidade", simbolizado pelo roxo na bandeira da assexualidade, que eu admiro na comunidade assexual. Digo mais, este movimento de visibilização da assexualidade e pensamento na discussão associada é uma verdadeira lição para política: não é elitista nem é radical-comunista, está acima de visões tendenciosas.
Por fim, agradeço também o testemunho do Sr. Douglas, que contribui não só como alguém que se revê na poligamia, mas que também trás para a mesa a questão da posse. Achei de uma beleza comovente em especial esta parte:
Douglas C. escreveu:
(...) justamente por amar essa pessoa que eu entraria em um relacionamento aberto, porque amor tem respeito e confiança.
Não posso deixar de ficar contente por perceber que ele se encontrou e encontrou uma relação que o tranquiliza. À tua !
A minha visão sobre a poligamia ainda não está totalmente definida, se calhar porque eu não penso tornar-me polígamo assim tão depressa. Houve um momento em que, inspirado por testemunhos de Schopenhauer, comecei a desenhar um hipotético sistema de poligamia que incluía, tal como sugerido por Schopenhauer, "quadrados" polígamos com um casal de jovem adultos e um outro mais maduro. Era um exercício meramente teórico; uma vez mais não que eu me identificasse directamente com isso, mas posso dizer que este exercício tinha fundamentos interessantes que não eram necessariamente românticos ou sexuais mas sim biológicos... Independentemente deste lado mais explorativo e teórico, existem principalmente dois olhares sobre a poligamia que me inquietam mas de uma maneira mais prática. 1 - aquilo que pode ser talvez apenas culpa do "meio cultural", meio esse que tende a ser cada vez mais global por causa do efeito da "aldeia global" e etc., são as relações extra-conjugais com amantes secretos, quer sejam sistemáticas ou casuais, com uma terceira pessoa em especifico ou com múltiplas pessoas. Poderemos afirmar que esses indivíduos as praticam por medo de represálias da não aceitação da poligamia na sociedade? Mais importante que isto para mim até seria perguntar: será que, se pudessem assumir-se como polígamos, essas mesmas pessoas iriam assumir estar numa relação com essas mesmas pessoas com quem se relacionam apenas secretamente?... 2 - poligamia é ter uma relação amorosa com várias pessoas. Reparem que aqui usei "ter", não "estar", exactamente para poder incluir todos os casos de poligamia "secreta". Poderíamos reforçar esta definição acrescentando-lhe "ao mesmo tempo" mas, tal como, por exemplo, as relações em "vee" demonstram, ser polígamo não significa fazer sexo exclusivamente em orgia. Ora portanto, um polígamo pode ser aquele que está com uma pessoa diferente de cada vez. E se assim é, não teremos que assumir que todas as pessoas que não tiveram apenas um só namorado ou noivo na sua vida inteira, tenham em si uma "certa dose" de poligamia?
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2516 16/04/2014 46 "O amor está acima da morte, assim como como o céu, do oceano" (Jean Baptiste Henri Lacordaire) Gênero :
A intervenção do Sr. Romântico considero-a muito elegante e pertinente, como tenho aliás considerado as suas últimas intervenções que tenho lido. Poligamia, tal como assexualidade, é uma realidade e deve ser assumida perante o mundo e a sociedade, inclusivé perante a lei. Tem de estar previsto legalmente. É este o sentimento de "comunidade", simbolizado pelo roxo na bandeira da assexualidade, que eu admiro na comunidade assexual. Digo mais, este movimento de visibilização da assexualidade e pensamento na discussão associada é uma verdadeira lição para política: não é elitista nem é radical-comunista, está acima de visões tendenciosas.
link_cell, agradeço-lhe pelas palavras, e saiba que verdadeira é a recíproca. Pessoas educadas, inteligentes, sensatas, como vc demonstra ser, são sempre bem-vindas! Que continue a criar tópicos interessantes e interagir nos já criados! []s
link_cell, agradeço-lhe pelas palavras, e saiba que verdadeira é a recíproca. sorrindo Pessoas educadas, inteligentes, sensatas, como vc demonstra ser, são sempre bem-vindas! Que continue a criar tópicos interessantes e interagir nos já criados! []s
link, pessoas que adotam relações abertas não costumam gostar do termo "poligamia". Esse termo tem uma relação histórica com um modelo de relações que difere bastante do que se propõe as mais diversas formas de não-monogamia (o termo preferido).
Na verdade, existem múltiplas experiências não-monogâmicas... relações abertas, casais que praticam trocas, poliamor, livres, etc etc etc.
Atenção
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link, pessoas que adotam relações abertas não costumam gostar do termo "poligamia". Esse termo tem uma relação histórica com um modelo de relações que difere bastante do que se propõe as mais diversas formas de não-monogamia (o termo preferido).
Sinto muito, eu não queria ofender ninguém! Eu não tenho noção da história do termo mas gostava muito de saber mais. Talvez tu me pudesses elucidar das conotações que têm para ti uma coisa e outra?
Júlio escreveu:
Na verdade, existem múltiplas experiências não-monogâmicas... relações abertas, casais que praticam trocas, poliamor, livres, etc etc etc.
Tal como eu escrevi, não sou expert na materia. No entanto, no meu entender nada desses exeplos estão fora das relações não-monogâmicas/poligâmicas. Aqueles casos que assinalei foram apenas tal como eu disse
link_cell escreveu:
(...) dois olhares sobre a poligamia que me inquietam mas de uma maneira mais prática.
Ok, para além do que eu acabei de escrever, talvez fosse importante fazer bem a distinção do que estás a falar. Tal como quando eu ainda não sabia da assexualidade, e que nunca tinha pensado em dissociar atracção romântica de atracção sexual, acho que se está aqui talvez a incorrer no erro de associar aquilo que pode ser a atracção poli-sexual - a não-monogamia ou poligamia -, e a atracção poli-romântica - o poliamor. Posto isto, eu confesso que não sei a que te queres referir, por exemplo, quando falas em relação aberta. Será uma relação em que os parceiros podem ter relações sexuais com terceiros; uma relação em que os parceiros podem ter relações românticas com terceiros; ou uma relação em que os parceiros podem ter relações romântico-sexuais com terceiros? Por favor corrige-me se estiver a dizer alguma coisa mal. Uma vez mais, eu gostava muito de saber. Abraço!
Esse mini-doc é bem interessante. Você vai encontrar muito pouco em português, em inglês tem muita coisa.
https://www.youtube.com/watch?v=H3SbBZNotuc
O imaginário das pessoas sobre relações não-monogâmicas é de coisas como: ter um terceiro namorado, se casar com mais de uma pessoa, poder sair pra transar com quem quiser no casamento, etc. Minha posição, contudo, é mais radical, eu vou na raiz do problema e considero toda e qualquer performance sexual-afetiva e toda estrutura de relação (namoro, casamento, relação aberta, etc) um modelo prescrito do que eu não necessariamente consinto.
Isso quer dizer que eu tenho uma relação muito mais autoral com minhas relações, eu busco imprimir a minha "marca" alí. Não que eu tente reinventar a roda, mas há uma amplo espaço, até num simples abraço, para resignificação.
Atenção
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Relação aberta geralmente é uma relação "mono", estruturalmente em todos sentidos, projetos, etc. mas que o casal se permite alguma "saidinha", geralmente sexo casual, etc. Geralmente é uma abertura sexual, não afetiva, já que o envolvimento afetivo poderia comprometer o núcleo da relação.
Atenção
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(...) "poligamia". Esse termo tem uma relação histórica com um modelo de relações que difere bastante do que se propõe as mais diversas formas de não-monogamia (o termo preferido).
Continuei sem perceber as relações históricas do termo poligamia. No entanto, após a tua elaboração sobre a não-monogamia
Júlio escreveu:
O imaginário das pessoas sobre relações não-monogâmicas é de coisas como: ter um terceiro namorado, se casar com mais de uma pessoa, poder sair pra transar com quem quiser no casamento, etc. Minha posição, contudo, é mais radical, eu vou na raiz do problema e considero toda e qualquer performance sexual-afetiva e toda estrutura de relação (namoro, casamento, relação aberta, etc) um modelo prescrito do que eu não necessariamente consinto.
Ficou um pouco mais definido a que imaginário (tal como o dizes e muito bem!) te referes quando estás a falar de não-monogamia. Contudo, deixa-me ir um pouco mais longe e contestar duas coisas:
1 - não-monogamia será tudo aquilo que não é monogamia. Ou seja, incluindo não só situações de relações com mais de dois intervenientes, mas também todo o universo de relações com menos de dois intervenientes. Isto é pura lógica: ~A = (Tudo) - A. Agora, sendo este termo raras vezes usado para nos referirmos a relações com menos de 2 pessoas, a mim parece-me que se trata apenas de uma maneira relativizar o peso da poligamia, como quem tenta fazê-la passar despercebida. Por favor não me leves a mal fazer este comentário. Uma vez mais, não pretendo ferir a susceptibilidade de ninguém.
Júlio escreveu:
Relação aberta geralmente é uma relação "mono", estruturalmente em todos sentidos, projetos, etc. mas que o casal se permite alguma "saidinha", geralmente sexo casual, etc.
2 - Se Alice e Bob estão numa relação poligâmica, não é preciso que ambos tenham relações extra-conjugais para poderem assumir que estão numa relação poligâmica. Se Bob consentir que Alice dê umas "saidinhas" então ele está a assumir essa poligamia da sua parceira e por conseguinte a assumir que a relação em que está é uma relação poligâmica. Por outro lado, mesmo que ambos estivessem numa relação com Carol em triângulo fechado, um clássico exemplo, frequentemente iria haver momentos na sua intimidade em que um poderia estar "mais de lado". Isto claro, se estivermos a falar de pessoas comuns e não de actores, como se estivessem a encenar uma "performance malabarista a três". Seria justo dizer que há momentos de monogamia nessas relações?...
No documentário que enviaste há uma parte muito interessante em que uma senhora se mostra preocupada com relações polígamas de "um homem com várias mulheres". Isto porque, defende ela, iria provocar um desequilíbrio na sociedade, fazendo com que "não houvessem mulheres suficientes para os outros homens". Uma preocupação com o meio que me agradou bastante, se calhar a única coisa que me agradou pessoalmente no documentário. E pensei como isto se poderia aplicar esta ideia de "equilibrio ambiental" às relações abertas (vá, desta vez vou usar este termo :P). Seria necessário ter este sentido de simetria sublime, de geometria social, uma noção de figura geral. Ora, parece-me sensato admitir que, quando alguém quer "dar uma saidinha" a última coisa em que está a pensar é no bem comum - YOYOKO ONOSOCO.
Júlio escreveu:
Não que eu tente reinventar a roda, mas há uma amplo espaço, até num simples abraço, para resignificação.
Essa foi bonita.
Obrigado por escreveres Um abraço, (mas nada de te gracinhas hein )
Última edição por link_cell em 9/5/2015, 21:58, editado 1 vez(es)
Bem, nesse link tem uma explicação sobre poligamia: https://mundopoliamoroso.wordpress.com/2013/09/30/poliamor-x-relacionamento-aberto-x-amor-livre-x-swing-x-poligamia-x-ficar/
1. Não-monogamia não é a oposição total ao binarismo, não pode ser menos que 2 numa relação porque já não se trata de uma relação, mas sim de uma interação consigo mesmo.
2. No exemplo que você deu, não faz diferença, necessariamente, a conjuntura da relação estabelecida por qualquer um dos integrantes. Exceto se há alguma restrição previamente imposta por eles mesmo.
A preocupação da senhora com essa forma de poligamia é explica pela própria história da poligamia, que tipicamente surge em sociedade em que há escassez de homens. Isso seria ilustrado como uma árvore, cujos primeiros ramos são as mulheres do homem (o tronco) e os ramos seguintes são sua prole. Nas relações poliafetivas modernas, tipicamente o poliamor, não há essa configuração, mas sim uma rede de relações, em que não há, em tese, como haver desequilíbrio de oportunidades, já que não há cerceamento dos relacionamentos (como acontece na monogamia ou na poligamia).
Vou deixar aqui um quadro que serve apenas para ilustrar as possibilidades de relações não-monogâmicas. Note que a única forma de relação que não existe aqui é o modelo ideal de uma relação binária, permanentemente exclusiva, entre duas pessoas.
Bem, nesse link tem uma explicação sobre poligamia (...)
Quando li "link" pensei que estavas a falar de mim
Júlio escreveu:
Nas relações poliafetivas modernas, tipicamente o poliamor, não há essa configuração, mas sim uma rede de relações, em que não há, em tese, como haver desequilíbrio de oportunidades, já que não há cerceamento dos relacionamentos (como acontece na monogamia ou na poligamia).
Pelo contrário, há sim a limitação da formação de relações fechadas. Percebi muito bem o ponto que defendeste, mas repara, uma relação aberta tem uma "pegada ecológica" bem maior do que uma relação fechada. Tal como eu costumava ouvir dizer quando era pequenino "só se estraga um casamento" (não é uma expressão bonita, mas enfim). Um relação aberta está dependente de um meio aberto, de todo um ecossistema de pessoas que partilhem dessa disposição. Eu não quero parecer resmungão, aliás, eu acho que toda essa discussão é muito necessária para as pessoas começarem a se assumirem mais e melhor. É no mínimo transtornante assistir e ser vítima de pessoas que afinal só querem dar uma "saídinha" (em Portugal dizemos "uma curte"), e que não olham a meios para seduzir qualquer pessoa sem afirmar quais as suas verdadeiras intenções, correndo o risco, como muitas vezes assim acontece, de destruir os sonhos romântico-sexuais (ou assexuais, claro) de pessoas que não era nada disso que queriam. "Vítimas de circunstância", dirão alguns, "precisam mas é de crescer", dirão outros... É, portanto, de extrema importância que estes tópicos da não-monogamia se discutam para passarem a ser sempre de antemão assumidos.
Júlio escreveu:
Vou deixar aqui um quadro que serve apenas para ilustrar as possibilidades de relações não-monogâmicas. Note que a única forma de relação que não existe aqui é o modelo ideal de uma relação binária, permanentemente exclusiva, entre duas pessoas.
Júlio, Estive a ler o wordpress que mandaste. Finalmente!
mundopoliamoroso.wordpress escreveu:
Poligamia
Teve início com a desproporção numérica entre homens e mulheres ocasionada pelas guerras, o que favoreceu o patriarcado. Décadas mais tarde,tornou-se popular a associação entre o conceito de poligamia e poliginia, no entanto, a poligamia também pode ocorrer entre mulheres, recebendo o nome de poliandria. A poligamia é uma forma de casamento comumente associada à religião mulçumana e reconhecida pela legislação de mais de 50 países, onde a população segue os ensinamentos do Alcorão – livro sagrado dos mulçumanos – que permite ao homem ter até 4 esposas, com a condição de que dê atenção igual a cada uma delas.
Tanto a poliginia, quanto a poliandria remetem a uma prática unilateral, em que apenas um dos sexos tem o direito de nutrir mais de um parceiro.
Ou seja, não é pelo facto de se ter tornado popular esta associação que o conceito de poligamia deixou de ter o seu sentido. Houve é talvez uma deturpação do sentido ao longo do tempo (tal como eu acho que aconteceu com a prostituição - outra conversa). Este excerto é muito bom para denunciar esse erro: poligamia não é o mesmo que poliginia ou poliandria. E mesmo estas duas últimas práticas vêm aqui descritas como uma espécie de relações poligâmicas em "vee". O facto de haver só um homem e múltiplas mulheres (e vice-versa) não implica que elas não se possam envolver entre si. Aquilo que me fez em primeiro lugar identificar com a assexualidade e com a discussão associada foi exactamente a capacidade das pessoas dissociarem os conceitos. Eu senti logo que estava em casa, e depois comecei a perceber, retrospetivamente uma série de problemas que tinha que afinal tinham uma razão muito simples de ser. Não vamos agora cair em associações desnecessárias (não clarificadoras). Eu não quero chocar ninguém, eu apenas quero me conhecer direito e sem associações das quais eu próprio não compreendo o verdadeiro sentido. Disso já tenho eu uma vida inteira!
mundopoliamoroso.wordpress escreveu:
Ocasionalmente, um homem ou uma mulher pode ter mais de uma relação, enquanto o outro tem apenas a ele ou ela. No entanto, se é conservada a liberdade mútua para seguir novas escolhas, a prática não deixa de se caracterizar como poliamor.
Apesar eles estarem a usar o termo "poliamor" nesta parte da descrição da poligamia, isto que aqui vem é por uma pena aquilo que eu escrevi anteriormente:
link_cell escreveu:
Se Bob consentir que Alice dê umas "saidinhas" então ele está a assumir essa poligamia da sua parceira e por conseguinte a assumir que a relação em que está é uma relação poligâmica.
mundopoliamoroso.wordpress escreveu:
Além de tudo, o significado de poligamia está muito mais atrelado ao ato do casamento do que à afetividade entre seus participantes. Casar com várias mulheres ou vários homens não significa necessariamente nutrir sentimentos por todos eles. Afinal, casamento nunca foi sinônimo de amor.
Esta parte eu achei de muito mau gosto. Casar é tão sinónimo de amor como é de sexo... esta afirmação é tão ridícula como ofensiva...
Link, acredito que você não entendeu o básico aqui. O termo não-monogamia se refere a diversas formas de interação, isso não significa que todas são belas, coerentes e até éticas. Saidinha não é a forma própria dessas relações, na verdade é um caso específico de uma relação "aberta" que é estruturalmente monogâmica, como já mencionei antes. Pessoas que vivem uma relação mais verdadeiramente livre não dão "saidinhas" porque não há motivo para fugir ou sair da relação... afinal você é livre. Existem dois pólos: a relação monogâmica binária exclusiva, e a relação poliafetiva livre. Há várias possibilidades intermediárias.
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Rosângela Aprendiz
65 11/08/2010 46 “Quando as estrelas entraram pela janela, foi nisto que pensei que agente é como um pedaço da noite. De longe, estrelas perfeitas, de perto, estrelas tortas!” – Walcyr Carrasco Gênero :
Deve ser difícil administrar uma relação de poliamor. Confusão de sentimentos, mas se estão todos felizes não vejo problemas.
Já as relações abertas, eu não acredito. Ver o marido/mulher com outra pessoa e achar normal é porque já não há mais amor. Possivelmente o casal tenha uma relação apenas baseada em atração sexual.
kuirbab Mestre Supremo(a)
2217 06/10/2013 34 "Ouça mil vezes, fale uma só" - Provérbio Árabe Gênero :
Falando por mim, eu antes tinha pavor de poliamor e relações livres, mas conforme fui me descobrindo aprendi muita coisa, principalmente sobre mim. Agora eu não me sentiria confortável tendo um relacionamento monogamico e fechado (acho bobeira), daí se eu tiver algum relacionamento livre eu já vou tá amadurecida para isso.
Tudo depende do quanto você se conhece e acho estranho as pessoas sempre falarem que não tem problema "os outros fazerem isso", contando que não seja muito próximo. É sempre essa coisa, "os outros" tá ok, comigo não. Acho isso bizarro e interessante de se perceber.
O que devemos ter em mente não é sobre relacionamentos em si, quando se fala sobre poliamor e sobre relacões livres, por exemplo, se fala em autonomia de pessoas sistematicamente oprimidas. Daí temos que nos perguntar: relacionamento para quem?
Como bem sabemos, são os homens cis e heteros que detém hegemonia politica e cultural na sociedade. Logo tudo que o existe na sociedade é melhor para eles, querendo ou não. Quando se fala para um homem (esse tipo de homem descrito) ter um relacionamento livre isso está bom... para ele, que vai manter fazendo o que sempre fez e ninguém nunca vai questioná-lo do contrário, ninguém vai chamá-lo de "vadio" ou que "não está se valorizando", pelo contrário: o pessoal vai achar bem massa isso que ele tá fazendo, vai até chamá-lo de "revolucionário".
Agora uma mulher fazendo isso, como fica? muitas vezes as mulheres não tem nem direito a monogamia padrão porque os caras ficam traindo ela a todo instante, isso quando não está em um relacionamento abusivo. Tentem pregar o discurso do poliamor e do amor livre para uma mulher que vivi isso (e são muitas), aliás, desafio: tentem pregar isso para um mulher preta que vive na periferia. Apenas tentem. Sério. Tentem.
E isso claro que não estamos falando de mim, uma pessoa genero diversa. E aí? quem quer travesti? quem quer homem com buceta?
Isso não é sobre poliamor e amor livre, é sobre autonomia. É sobre amor próprio, amor próprio é política. É um direito nosso.
E isso que não entramos nos meandros da vida de uma pessoa assexual, que como todos sabemos, é um problema do tipo "n+1".
Última edição por Jojolícia em 15/5/2015, 15:21, editado 1 vez(es)
kuirbab Mestre Supremo(a)
2217 06/10/2013 34 "Ouça mil vezes, fale uma só" - Provérbio Árabe Gênero :
Deve ser difícil administrar uma relação de poliamor. Confusão de sentimentos, mas se estão todos felizes não vejo problemas.
Já as relações abertas, eu não acredito. Ver o marido/mulher com outra pessoa e achar normal é porque já não há mais amor. Possivelmente o casal tenha uma relação apenas baseada em atração sexual.
Bem, antes eu achava bem anormal a pessoa com outra e tu lá, sabe? que nem você, mas fiquei repensando umas coisas, e bem, se eu gosto da pessoa, eu quero ela livre e não para mim. Se ela quiser ficar comigo, ok. Se não, tudo bem também. Vou ficar triste se ela decidir por outra pessoa no meio disso tudo? eu vou, é normal. Mas se isso tudo vale para a pessoa que está comigo, então vale para mim também. Daí fica tudo mais ok para mim.
Não há como perder, porque não tem como ganhar (e geralmente as pessoas ficam em relacionamento nessas de "ganhar e perder", mas não há o que perder ou ganhar quando se fala em amor, é tudo um aprendizado, tudo é apenas um pedrinha na construção que é a nossa vida que é breve e passageira então para que me preocupar totalmente com isso? )
Sim, falar em poliamor/relações livres em certa medida é falar de um universo de possibilidades sócio-afetivas que jamais imaginamos. Algumas delas apenas aprendemos a pensar como pesadelos.
Atenção
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Entendo que o Estado não deveria proibir relações poligâmicas, embora não me veja em uma. Cada um(a) que seja feliz como achar melhor... não é porque sou monogâmico que devo ser contra a poligamia. Se alguém quer ter 2, 3, 5, 10 maridos e/ou esposas, com o consentimento das partes envolvidas, por que não pode, caso venha a falecer, por exemplo, deixar pensão e seus bens para que sejam divididos entre eles/elas?
estou com o Romântico, faço das suas palavras as minhas :3
não estou inserida nisso mas acho que é super válido!
Não li tudo o que postaram, só vi falando do Estado proibir a poligamia...também acho horrível, ele não deveria interferir assim na vida das pessoas. Relações poligâmicas são positivas, como qualquer outro tipo de relação, se as pessoas envolvidas se sentirem bem, estiverem de acordo com os "termos". Desde que tomei conhecimento sobre esse assunto, achei muito interessante e cheguei a pensar em algum dia viver algo assim, mas infelizmente não será nessa vida. Oops :::