| | Sobre assédio sexual em transporte coletivo | |
| Autor | Mensagem |
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Convidado Convidado
| Assunto: Sobre assédio sexual em transporte coletivo 13/4/2016, 17:28 | |
| Olá. Tenho uma história que eu sempre quis contar para alguém. Sobre o dia em que fui assediado no trem.
tudo aconteceu no já longínquo início dessa década. Voltava para casa após falhar em conseguir um hospital para fazer serviço social (era exigido na minha escola) . Decidi voltar para casa de trem. Era horário de pico, então era compreensível o trem estar lotado a ponto de ser impossível a locomoção dentro do vagão. A viagem saía como o esperado, até que um sujeito que estava parado na minha frente começou a apalpar minha calça de maneira suspeita. A principio achei que ele queria me furtar, e pus as mãos nos bolsos para impedi-lo, porém a mão do sujeito foi em outra direção, ao zíper da minha calça, para ser mais preciso. Fiquei sem saber o que fazer, pensei em acusa-lo frente a todos no trem, para constrange-lo e faze-lo desistir, porém os linchamentos estavam em alta naquele tempo (época em que amarravam as pessoas no poste e espancavam por motivos bobos). Pensei que um rapaz se aproveitando de um trem lotado para assediar um rapaz (menor de idade) seria o suficiente para liberar o espírito justiceiro de algum sujeito estressado dentro daquele trem. Decidi que o melhor a se fazer era afastar a mão do rapaz até ele perceber que eu não estava interessado e desistir. Ele, insistentemente e apesar das minhas óbvias demonstrações de desinteresse, continuou tentando abrir meu zíper por umas três estações até conseguir sair do trem.
E assim termina minha história. Mais alguém passou por uma situação semelhante enquanto usava transporte coletivo? Fui estupido em me preocupar com a integridade física do rapaz que tentava me tocar? Foi paranoia minha acreditar que essa história poderia terminar em linchamento?
Deixo essas três questionamentos a você que se deu o trabalho de ler o texto até aqui. Se você já perdeu alguns minutos lendo essa história pode perder outros respondendo ao menos uma dessas questões.
Muito obrigado por sua atenção e até mais. |
| | | Sha Admin
656 30/03/2012 39 "Nós temos que aprender que não somos isso que a sociedade diz que nós somos." Laércio Fonseca Gênero :
| Assunto: Re: Sobre assédio sexual em transporte coletivo 13/4/2016, 19:33 | |
| Que situação revoltante! Sinto muito que tenha passado por isso. É muito compreensível que não se saiba o que fazer nessa hora e todas as possíveis reações a isso. A gente se sente constrangido, sendo que é o abusador que está errado. Você ainda era muito jovem... Eu sou do tipo que faz de tudo para evitar briga e confusão, mas em caso e agressão física ou abuso sexual, não deixaria barato. Não passei por assédio, mas já fui assaltada em ônibus, um passageiro viu e bateu nele. Confesso que adorei que ele tenha apanhado, mas se fosse morto não.
Meu conselho é: Não tenham vergonha que denunciar. Tirem foto/filmem o meliante. Saia do vagão e fale com o segurança do metrô/estação de trem. Se não fizerem nada, façam um BO. Se ame, se cuide. Todos os links da Comunidade Assexual linktr.ee/assexualidade Figurinhas ace pro WhatsApp: Baixe o app Sticker.ly e busque por "Comunidade Assexual" ou 547PS6Figurinhas ace pro Telegram: https://t.me/addstickers/assexualidadeContato: assexualidade.com.br@gmail.com Nós não estamos no Discord |
| | | Merona Aprendiz
112 05/04/2015 28 o único instrumento que nóis toca eh o terror Gênero :
| Assunto: Re: Sobre assédio sexual em transporte coletivo 14/4/2016, 01:37 | |
| Ai que horro.
Queria saber o que leva uma pessoa a fazer isso, na boa. KKKKKK Concordo com a ShaCapell, não tem que deixar barato n.
Nunca passaram a mão em mim e nem nada do tipo, mas já tentaram me beijar no ônibus. Lembro que o homem ia para cima de mim, eu empurrava ele, as pessoas viam mas ninguém tentava me ajudar, só assistiam.
Fui estupido em me preocupar com a integridade física do rapaz que tentava me tocar? Honestamente, eu me preocuparia com isso também. KKKKK Hoje o pessoal é puro ódio, né? KK "Fez coisa errada? tem que matar". Isso não ajuda em nada, parece aquela ideia de que é melhor ser temido do que respeitado.
Foi paranoia minha acreditar que essa história poderia terminar em linchamento? E creio que não, o pessoal está com o espírito do porco esses tempos. |
| | | Perfil Desativado Admin
2516 16/04/2014 46 "O amor está acima da morte, assim como como o céu, do oceano" (Jean Baptiste Henri Lacordaire) Gênero :
| Assunto: Re: Sobre assédio sexual em transporte coletivo 14/4/2016, 08:05 | |
| - península deserta escreveu:
- Olá. Tenho uma história que eu sempre quis contar para alguém. Sobre o dia em que fui assediado no trem.
tudo aconteceu no já longínquo início dessa década. Voltava para casa após falhar em conseguir um hospital para fazer serviço social (era exigido na minha escola) . Decidi voltar para casa de trem. Era horário de pico, então era compreensível o trem estar lotado a ponto de ser impossível a locomoção dentro do vagão. A viagem saía como o esperado, até que um sujeito que estava parado na minha frente começou a apalpar minha calça de maneira suspeita. A principio achei que ele queria me furtar, e pus as mãos nos bolsos para impedi-lo, porém a mão do sujeito foi em outra direção, ao zíper da minha calça, para ser mais preciso. Fiquei sem saber o que fazer, pensei em acusa-lo frente a todos no trem, para constrange-lo e faze-lo desistir, porém os linchamentos estavam em alta naquele tempo (época em que amarravam as pessoas no poste e espancavam por motivos bobos). Pensei que um rapaz se aproveitando de um trem lotado para assediar um rapaz (menor de idade) seria o suficiente para liberar o espírito justiceiro de algum sujeito estressado dentro daquele trem. Decidi que o melhor a se fazer era afastar a mão do rapaz até ele perceber que eu não estava interessado e desistir. Ele, insistentemente e apesar das minhas óbvias demonstrações de desinteresse, continuou tentando abrir meu zíper por umas três estações até conseguir sair do trem.
E assim termina minha história. Lamento pelo que ocorreu com vc. - península deserta escreveu:
- Mais alguém passou por uma situação semelhante enquanto usava transporte coletivo?
Felizmente, não. Inclusive acho meio difícil que venha a ocorrer comigo pelo meu porte físico. - península deserta escreveu:
- Fui estupido em me preocupar com a integridade física do rapaz que tentava me tocar?
Não diria estúpido, entetanto, no seu lugar, não me preocuparia com isso, mas sim com o que o desgraçado estava fazendo comigo. E eu não ficaria calado. - península deserta escreveu:
- Foi paranoia minha acreditar que essa história poderia terminar em linchamento?
Não chega a ser paranoia, no entanto, se vc primeiro reclamasse, em seguida gritasse "segura (ele)" e pedisse a alguém para chamar funcionários da estação de trem, seria BEM melhor do que deixá-lo impune (e provavelmente importunando outras pessoas). - península deserta escreveu:
- Deixo essas três questionamentos a você que se deu o trabalho de ler o texto até aqui. Se você já perdeu alguns minutos lendo essa história pode perder outros respondendo ao menos uma dessas questões.
Respondi todas. - península deserta escreveu:
- Muito obrigado por sua atenção e até mais.
Não tem de que. |
| | | flor-de-lotus Aprendiz
143 06/08/2015 67 "O essencial é invisível aos olhos" A. Saint Exupery Gênero :
| Assunto: Re: Sobre assédio sexual em transporte coletivo 14/4/2016, 11:58 | |
| Infelizmente aconteceu comigo por cinco vezes. A primeira, tinha eu cerca de cinco anos, quando um parente afastado, homem de trinta anos na época, apanhando-me sozinha na sala da minha casa, foi mexendo nas minhas pernas e dizendo que gostava muito das meias que eu trazia vestidas, felizmente apareceu a minha mãe e tudo acabou por ali ... só mais crescidinha é que eu tive a noção das intenções dele e que se estivesse sozinha, o que me poderia ter acontecido ... dá-me um enorme arrepio só de pensar!
A segunda e terceira vezes, adolescente, viajava em transporte público, um homem, aproveitando-se do aperto roçou em mim, e à medida que eu ia fugindo, ele ia me seguindo sempre tentando fazer o mesmo, envergonhada, saí numa paragem muito antes do meu destino e ... fui a pé para me refazer! Infelizmente isso aconteceu por duas vezes, de formas semelhantes. A quarta vez, com dezassete anos, num restaurante onde festejávamos um aniversário duma amiga estava a lavar as mãos num lavatório geral, fora dos sanitários, quando um elemento do enorme grupo, visivelmente o mais velho, que eu conhecera só nesse dia, tentou à força beijar-me na boca. Muitíssimo atrapalhada, fugi dali, empurrando-o. Fiquei com muito medo daquele homem que não conhecia, muito tímida, preferi não dizer a ninguém por vergonha ... descaradamente ele ia persistentemente olhando para mim. Dei uma desculpa à aniversariante e sem que fosse notada a minha saída, fui para casa com muito medo que ele me perseguisse. Nunca soube quem era, mas ainda hoje eu me lembro da fisionomia dele.
E por último (espero mesmo, que por último), num jardim duma clinica, resolvi ir ver as plantas algumas exóticas que me chamaram à atenção, quando me apercebi dum jardineiro, perguntou-me se gostava de plantas e se queria que ele me arranjasse uma haste de uma que eu particularmente gostei, disse-me que de vez em quando dava às pessoas, e que eu poderia escolher mais na estufa, que estava lá o chefe e pediria a ele. Percebi que não estava ninguém na estufa e de imediato ele disse-me que se eu sofresse de vez em quando de dores de cabeça, poderia fazer-me uma "massagem curadora". Apesar do medo que senti, disse-lhe que contasse com a minha queixa na Admimistração, e saí correndo, mas ainda o ouvi dizer que estava a dois dias da Aposentação, e que não tinha feito nada de mal...
Curioso nunca contei a ninguém ... por aqui a gente vai desabafando!
Por isso eu posso dizer pela minha experiência que há muitos tarados sexuais por aí! MEDONHO!!!!! |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: respostas 14/4/2016, 14:44 | |
| Olá.
Primeiramente, Gostaria de agradecer a todos.
Segundamente, ShaCapell, confesso que na hora nenhuma dessas coisas sequer passou pela minha cabeça, só queria acabar com aquela situação da forma mais rápida possível. Olhando a situação agora, anos depois, talvez tivesse uma reação diferente.
Terceiramente, Merona, o que dizer dessa pessoa que mal conheço, mas com quem já declamei Perla em uma dessas madrugadas da vida.
Quartamente, Romantico, concordo que deixa-lo impune para importunar outras pessoas não é a melhor decisão a se tomar nesse momento. Peço perdão pelo vacilo. Meu medo era exatamente que as coisas saíssem do controle nesse momento do "segura ele", todo mundo perde parte da "noção" quando esta em grupo, acredito que só precisava de uma pessoa querendo "dar umas porradas" no sujeito para aquilo se tornar um espancamento, creio que uma covardia não justifica outra.
Quintamente (e ironicamente), Flor-de-Lotus, Cinco vezes é um numero absurdo, lamento você ter passado por isso tantas vezes. Também nunca tinha contado essa minha experiência para ninguém. Espero que externalizar isso tenha feito bem pra você. |
| | | Perfil Desativado Admin
2516 16/04/2014 46 "O amor está acima da morte, assim como como o céu, do oceano" (Jean Baptiste Henri Lacordaire) Gênero :
| Assunto: Re: Sobre assédio sexual em transporte coletivo 14/4/2016, 20:36 | |
| - flor-de-lotus escreveu:
- Infelizmente aconteceu comigo por cinco vezes.
A primeira, tinha eu cerca de cinco anos, quando um parente afastado, homem de trinta anos na época, apanhando-me sozinha na sala da minha casa, foi mexendo nas minhas pernas e dizendo que gostava muito das meias que eu trazia vestidas, felizmente apareceu a minha mãe e tudo acabou por ali ... só mais crescidinha é que eu tive a noção das intenções dele e que se estivesse sozinha, o que me poderia ter acontecido ... dá-me um enorme arrepio só de pensar!
A segunda e terceira vezes, adolescente, viajava em transporte público, um homem, aproveitando-se do aperto roçou em mim, e à medida que eu ia fugindo, ele ia me seguindo sempre tentando fazer o mesmo, envergonhada, saí numa paragem muito antes do meu destino e ... fui a pé para me refazer! Infelizmente isso aconteceu por duas vezes, de formas semelhantes. A quarta vez, com dezassete anos, num restaurante onde festejávamos um aniversário duma amiga estava a lavar as mãos num lavatório geral, fora dos sanitários, quando um elemento do enorme grupo, visivelmente o mais velho, que eu conhecera só nesse dia, tentou à força beijar-me na boca. Muitíssimo atrapalhada, fugi dali, empurrando-o. Fiquei com muito medo daquele homem que não conhecia, muito tímida, preferi não dizer a ninguém por vergonha ... descaradamente ele ia persistentemente olhando para mim. Dei uma desculpa à aniversariante e sem que fosse notada a minha saída, fui para casa com muito medo que ele me perseguisse. Nunca soube quem era, mas ainda hoje eu me lembro da fisionomia dele.
E por último (espero mesmo, que por último), num jardim duma clinica, resolvi ir ver as plantas algumas exóticas que me chamaram à atenção, quando me apercebi dum jardineiro, perguntou-me se gostava de plantas e se queria que ele me arranjasse uma haste de uma que eu particularmente gostei, disse-me que de vez em quando dava às pessoas, e que eu poderia escolher mais na estufa, que estava lá o chefe e pediria a ele. Percebi que não estava ninguém na estufa e de imediato ele disse-me que se eu sofresse de vez em quando de dores de cabeça, poderia fazer-me uma "massagem curadora". Apesar do medo que senti, disse-lhe que contasse com a minha queixa na Admimistração, e saí correndo, mas ainda o ouvi dizer que estava a dois dias da Aposentação, e que não tinha feito nada de mal...
Curioso nunca contei a ninguém ... por aqui a gente vai desabafando!
Por isso eu posso dizer pela minha experiência que há muitos tarados sexuais por aí! MEDONHO!!!!! Que desabafo! Tomara que isso não mais ocorra com vc... - península deserta escreveu:
- Olá.
Primeiramente, Gostaria de agradecer a todos. Não tem de que. - península deserta escreveu:
- Romantico, concordo que deixa-lo impune para importunar outras pessoas não é a melhor decisão a se tomar nesse momento.
Pois é... Lembrei-me da cena em que Peter Parker deixa de prender um assaltante e depois descobre que foi ele que assassinou seu tio. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ben_Parker - península deserta escreveu:
- Peço perdão pelo vacilo.
Não é a mim que vc deve pedir perdão... - península deserta escreveu:
- Meu medo era exatamente que as coisas saíssem do controle nesse momento do "segura ele", todo mundo perde parte da "noção" quando esta em grupo,
Nem todo mundo perde a noção. Vc não deveria ter pena de um criminoso como esse. - península deserta escreveu:
- acredito que só precisava de uma pessoa querendo "dar umas porradas" no sujeito para aquilo se tornar um espancamento, creio que uma covardia não justifica outra.
Faço doações uma ONG de Proteção Animal, sempre que posso colaboro com amigos meus e até ajudo desconhecidos. Mas não consigo ser tão altruísta a ponto de querer defender alguém que venha a me molestar. Até porque, como falei antes, calar-se e deixar impune é o pior que se pode fazer. Se todo mundo reagisse quando aparecesse um maldito desses, menos casos ocorreriam (e para diminuírem ainda mais, só com leis mais rígidas... as que vigoram no Brasil são extremamente brandas com os criminosos, infelizmente). |
| | | Merona Aprendiz
112 05/04/2015 28 o único instrumento que nóis toca eh o terror Gênero :
| Assunto: Re: Sobre assédio sexual em transporte coletivo 16/4/2016, 22:51 | |
| Ahn, era você. <3 Poucas coisas me fazem tão feliz quanto alguém com senso de humor. KK Obrigada. E bem-vindo ao fórum, apesar de não ser tópico de apresentação heh. |
| | | | Sobre assédio sexual em transporte coletivo | |
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