| | A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) | |
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Autor | Mensagem |
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Walter Bishop Mestre Supremo(a)
1324 06/05/2013 25 "solidão como situação pode ser corrigida,mas como estado de espirito é uma doença incurável." Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 1/5/2014, 10:22 | |
| perfeito sah! é bom que esteja voltando a escrever,você tem muito talento |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 1/5/2014, 10:39 | |
| Obrigada Walter!
Isso vindo de um dos meus escritores prediletos significa muito! |
| | | Walter Bishop Mestre Supremo(a)
1324 06/05/2013 25 "solidão como situação pode ser corrigida,mas como estado de espirito é uma doença incurável." Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 12/6/2014, 00:46 | |
| Pessoas
As coisas passam E não há mais volta Todo tempo penso Mas não há resposta
O tempo arrebata infeliz,a nós os mortais Aquilo que nos faz falta Não torna jamais
Olhando meu caminho Todos que comigo andaram Cada um sozinho Nas alegrias que nos faltaram
E a maldição que nos amaldiçoa Só que são partes de muitas vidas Em meu interior uma frase ressoa Lindas Lindas pessoas
postei no lost e dedico á toda comunidade |
| | | Pâmela (: Aprendiz
73 06/04/2014 27 Why do I give valuable time, to people who don't care if I live or die? Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 12/6/2014, 01:57 | |
| Faltava-me coragem mas está aí. :}
Já parou para pensar o quão doce os seus pensamentos se tornam quando ela está no meio desses tais? Ou quantas vezes as tristes e calmas gotas da chuva fazem lembrá-la, fazem lembrar as lágrimas que ela sustentou em seus olhos. E quando cai-se na melancólica razão de acordar, você os vê, você vê aquele doce olhar em sua pequena mente que não consegue distinguir realidade e simples desvaneio por ter acabado de acordar. E este é o ciclo. Esta é a sina. O simples Pierrot apaixonado chora, em vão, na sua solidão pelo amor da Colombina. O Pierrot só queria ser abraçado todos os dias. Um abraço que acolhesse-o. Um abraço que desse um sorriso ao seu rosto. E quando a tarde cai o Pierrot já não sabe se a lágrima ainda escorre em seu rosto, ou se torna simples realidade. Ele chora. Chora pelo amor da Colombina. Ele dança na chuva, resgata palavras em cada gota de chuva.
Ele chora em vão, em sua solidão, em sua própria ilusão que o céu criou. |
| | | Walter Bishop Mestre Supremo(a)
1324 06/05/2013 25 "solidão como situação pode ser corrigida,mas como estado de espirito é uma doença incurável." Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 12/6/2014, 11:03 | |
| maravilhoso! rsr devia mostrar as outras coisas que escreve pam |
| | | Lih Mestre
730 19/02/2014 26 Quem sabe o príncipe virou um chato Que vive dando no meu saco Quem sabe a vida é não sonhar... Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 12/6/2014, 18:40 | |
| - Walter bishop escreveu:
- maravilhoso!
rsr devia mostrar as outras coisas que escreve pam Campanha apoiada #mostraPâm :3 Cê escreve muito bem menina |
| | | Pâmela (: Aprendiz
73 06/04/2014 27 Why do I give valuable time, to people who don't care if I live or die? Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 12/6/2014, 18:53 | |
| - Lize escreveu:
- Walter bishop escreveu:
- maravilhoso!
rsr devia mostrar as outras coisas que escreve pam Campanha apoiada #mostraPâm :3 Cê escreve muito bem menina Buh, obrigada Walter e obrigada Lize, awn Vocês são uns amores. :3 |
| | | Lih Mestre
730 19/02/2014 26 Quem sabe o príncipe virou um chato Que vive dando no meu saco Quem sabe a vida é não sonhar... Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 12/6/2014, 19:00 | |
| - Pâmela (: escreveu:
- Lize escreveu:
- Walter bishop escreveu:
- maravilhoso!
rsr devia mostrar as outras coisas que escreve pam Campanha apoiada #mostraPâm :3 Cê escreve muito bem menina
Buh, obrigada Walter e obrigada Lize, awn
Vocês são uns amores. :3 Nhoooo ja sabemos<3 só falamos verdades :3 |
| | | Pâmela (: Aprendiz
73 06/04/2014 27 Why do I give valuable time, to people who don't care if I live or die? Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 13/6/2014, 03:16 | |
| Talvez daqui a uns 4, 5 ou 7 anos, nós tenhamos crescido, conseguido independência ao ponto de decidir nossas próprias vidas. Talvez daqui a uns 2 anos, diminuamos o tempo, você se sente à uma mesa de uma cafeteria e peça um Capuccino, e você vai sorrir ao pagar a xícara de café tão especial, afinal, está comprando com o dinheiro do seu trabalho. Talvez daqui a uns 10 anos? Ou será menos? Você esteja caminhando pela rua numa manhã de sábado, afinal você está de folga depois de duas semanas exaustas e árduas de trabalho naquela agência de Designer, sem finais de semana para folga. Bem, e você está distraído lendo o seu jornal que acabara de comprar, você é um distraído não? Acabou de esbarrar em alguém. A pessoa se propôs a começar a dissertar algo como um "Não leia enquanto ande, seus olhos não acompanham as letras por completo", e sorri. Pois é, aquele sorriso é doce, e liga seus sentidos pela manhã, te tira até daquele estado seu de insônia, ou como devo chamar? Talvez sonambulismo pela manhã? Você sorri abobadamente, e pronuncia um "Perdão" à pessoa que está com um cigarro entre os dedos. A fumaça saindo pelas narinas. Você se lembra de que já teve bronquite aos 9 anos, e lembra-se que o cigarro foi um dos causadores da sua bronquite. Bronquite. Rinite. Tudo com "ite". "Bem, ler não é o de menos, fumar não faz bem.". Você responde e sorri cinicamente com um tom de bom humor. A pessoa lhe sorri retribuindo. Afirmações com a cabeça. Olhares firmes. "Adeus". "Adeus". Você segue seu caminho agora com o jornal enrolado em suas mãos esperando chegar em sua casa para lê-lo. Olha por cima do ombro, e vê a pessoa olhando para o cigarro em sua própria mão, e dando uma última tragada, o joga fora. E você pensa que talvez mudanças possam acontecer dentro de menos de 30 segundos?. 20 segundos?. Indecisão toma conta de você. Você vira na esquina, enquanto segue o caminho olhando para seus pés, e cada passo leve que eles dão. Você olha para o céu, e cantarola um verso em francês de sua música predileta. Sente o cheiro da chuva que caiu pela madrugada no asfalto. Você ama esse cheiro. Poderia jurar que é o primeiro cheiro predileto da sua lista. Continua caminhando e pisoteando algumas poças d' água. Talvez você ame viver. Talvez você ame os segundos que a vida proporciona. Se sentindo bem, ou mal. Ou talvez, até mesmo de mau humor. Você sorri. Afinal, é assim que quer passar o resto de seus dias vitais. Sorrindo. |
| | | Walter Bishop Mestre Supremo(a)
1324 06/05/2013 25 "solidão como situação pode ser corrigida,mas como estado de espirito é uma doença incurável." Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 24/6/2014, 18:57 | |
| eu amei o texto,mas fique confuso com os sentimentos da pessoa em questão. ela é feliz,quer ser feliz ou finge ser feliz? rsrs no mais estou amando todos os seus textos menina talentosa |
| | | lee nunes Mestre Supremo(a)
1524 12/12/2012 29 Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 25/6/2014, 01:18 | |
| faz tempo q nao entro nesse topico *-* todos estão de parabens pqp, um texto melhor q o outro <3 |
| | | Pâmela (: Aprendiz
73 06/04/2014 27 Why do I give valuable time, to people who don't care if I live or die? Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 15/7/2014, 14:29 | |
| - Walter bishop escreveu:
- eu amei o texto,mas fique confuso com os sentimentos da pessoa em questão.
ela é feliz,quer ser feliz ou finge ser feliz? rsrs no mais estou amando todos os seus textos menina talentosa Quanto aos sentimentos confusos da pessoa, sim, são confusos, nem a pessoa sabe em si o que sente. Ela é feliz com um tanto de infelicidade. Acho que é isso. And, nhaw. Obrigadenha. <3 |
| | | Glacio Aprendiz
51 15/07/2014 31 Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 28/7/2014, 20:58 | |
| Hãaa... Isto não é exactamente um poema e sim uns versos em estilo de cancioneiro popular. Nem é de agora, já tem um mês e foi numa espécie de manifestação pessoal de assexualidade. Ao reler, achei graça o quão bem poderia encaixar em muita gente aqui do fórum (mais pela última estrofe). Está no feminino, mas... deixem lá . Mote e GlosasDigo-lhe eu com prontidão: Minha mãe, não caso, não!Ando aqui na minha vida P’ra fazer que me aprouver Decidir o que vier E optar a minha lida E se assim a tenho tida Lá tenho a minha razão Por isso, minha mãe querida Digo-lhe eu com prontidão: Minha mãe, não caso, não! Eu quero voar co’as garças Sorrir à manhã despertada Ter minha peça sem farsas E a ninguém dever nada E se por sorte defraudada Ou grito do coração Me lerem esta toada Saibam pois com prontidão: Minha mãe, não caso, não! Tantos mancebos rejeito Que se me tornou banal Não deveis levar a peito Nasci assim, afinal! E é por esse meu jeito Que não tem qualquer questão Que professo, com direito, E com toda a prontidão: Minha mãe, não caso, não! Não tive pai em criança Por que o hei-de ter agora? Sempre tive a temperança De me crer uma senhora! E se nunca foi outrora Que tive pai ou irmão Digo eu sem mais demora E com toda a prontidão: Minha mãe, não caso, não! Modos e estares não tenho Não sei fiar ou coser Nunca o quis aprender Sempre fui de outro engenho P’lo que por este parecer Pareço ter a razão: P’ra um marido não sofrer Dou-vos esta prontidão Minha mãe, não caso, não! Creia-me: não é por Deus (Benzei-vos por meu dito!) Pois contra preceitos seus Nesse deus não acredito Castidade, em planos meus Nunca tem religiãoE assim, com este adeus De quem não quer mais questão Que – perdoai-me estas glosas – Mas por não ser das esposas Digo-lhe eu com prontidão: Minha mãe… não caso, não! |
| | | Léo Mestre Supremo(a)
1586 24/07/2013 105 y1 = -√(1-x²) + √|x|, y2 = √(1-x²) + √|x| Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 29/7/2014, 03:41 | |
| Super amei esse seu poema, Glacio :3 E os textos da Pâmela são legais :P |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 29/7/2014, 11:14 | |
| Nem sempre quando você regar uma roseira com amor ela te agradecerá com a beleza e o perfume das rosas. Quando a raiz é ruim ela só te dará espinhos. |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 29/7/2014, 19:03 | |
| Poesia de minha autoria
Na cabecinha de criança alegre há um mundo de fantasias com ogros, fadas e muita euforia. Na cabecinha de criança triste há um mundo preto e branco... Seu semblante carregado demonstra seu desencanto. |
| | | Glacio Aprendiz
51 15/07/2014 31 Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 29/7/2014, 20:42 | |
| - Lyre escreveu:
- Poesia de minha autoria
Na cabecinha de criança alegre há um mundo de fantasias com ogros, fadas e muita euforia. Na cabecinha de criança triste há um mundo preto e branco... Seu semblante carregado demonstra seu desencanto. Gostei Simples e muito musical! |
| | | Léo Mestre Supremo(a)
1586 24/07/2013 105 y1 = -√(1-x²) + √|x|, y2 = √(1-x²) + √|x| Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 30/7/2014, 01:20 | |
| Inspirado no "Criança" de Cecília Meireles? Lindo, Lyre! |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 30/7/2014, 11:07 | |
| Sim, Léo! Essa meu poema foi inspirado no da Cecília Meireles. |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 30/7/2014, 11:23 | |
| "Esse" Tenho que parar de digitar praticamente no escuro... rs |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 30/7/2014, 14:38 | |
| Poemas de minha autoria
As pessoas são bobas. O amor já morreu. Cansei de ouvir promessas tolas. A minha fé me disse adeus.
X
Do teu sorriso bobo é impossível não lembrar e das piadas sem graça que insistia em me contar. Guardo tudo isso muito além da distância. Já das brigas que tivemos, carrego a mágoa na lembrança.
X
Meu castelo ruiu quando acordei para realidade. Meu sonho se partiu quando não tive possibilidade. Abracei as penumbras como um enfermo abraça a morte. Pobre de mim que não tenho sorte! |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 31/7/2014, 19:20 | |
| Oi! Vou compartilhar uma letra de música da banda Pato Fu. Essa música é praticamente um poema. Espero que vcs gostem.
Me Explica
(Pato Fu)
Me explica Havia você e o céu Havia você e o mar E já não há Me explica Me diz onde vim parar Pois quem sempre esteve aqui Já não está Querem saber Como é estar aqui Lembrar e esquecer Como sobrevivi Querem saber Se já me sinto bem Eu digo: melhor Pra sempre tão só Mal posso imaginar Que não há mais ninguém Que vá ficar em seu lugar Me diz qual a razão Pra eu não ir também Me diga já Onde ele está |
| | | Glacio Aprendiz
51 15/07/2014 31 Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 4/8/2014, 21:02 | |
| O cemitério
No tempo em que eu era ainda jovem menino E o homem grande dormia dentro de um corpo pequeno Com minha avó, gentil senhora, De braço dado, coração uno, Subia a longa escadaria de pedra e, contente, Ia visitar o cemitério…
Visitava-o, digo bem Visitava-o como se visita um lugar sem ter quem ver Que a minha avó, doce senhora, Só lá entrava por meu avô Por meu grave e não saudoso avô Pois que não se pode visitar ou suspirar quem não se conhece.
Passava o portão, tudo na mesma Que a morte não conhece nem tem tempo E em o tendo não é seguramente o nosso Todos dormimos para acordar um dia Isto dizia a minha avó Mas se a morte tinha o tempo de uma noite E é de noite que os espíritos visitam as ruas Não querem ver que andamos enganados E o Sol não é mais que a Lua dos que morrem!...
No tempo em que eu era ainda um jovem menino E queria acordar o homem grande que dormia Sonhava de dia e acordava de noite Meu pai ralhava, minha mãe suspirava E minha avó perguntava por que andava ao contrário - Não ando ao contrário, ando direito Que há mais mortos que vivos no mundo E se eles são mais e a maioria sai de noite Devo seguir a maioria, que é quem deve ter razão…
A minha avó dobra-se: arranja as flores Arranja as flores que morrem com o dia que passa Sabem que vão morrer, essas flores E tal como aqueles a quem se destinam São enterradas também nas urnas dos cemitérios Nas urnas frias e pálidas dos cemitérios Naquela cama branca como um lençol…
(Sempre achei haver destinos melhores para flores mortas Haver urnas melhores para flores mortas Que não fossem as campas que não são as suas Mas são mais felizes que os mortos que nelas dormem Pois esses não tiveram o Sol que lhes desse o último beijo desta vida Tão tapados estão pelo mármore dos cemitérios…)
No tempo em que eu era ainda um jovem menino Cuja inocência secava como secam as flores em cemitérios Cria haver cemitérios mais simpáticos que outros. Hoje ainda visito cemitérios E agora sei que os seus inquilinos são todos iguais: Pobres figuras paradas, olham-nos por detrás das grades dos sepulcros E todos usam as mesmas estátuas para lhes dar um rosto que já não têm. Hoje já não sou um jovem menino E aceitei ser um homem grande, que é dizer Ser-se uma urna andante de um morto que respira A urna andante do menino que eu já fui E que me aparece em sonhos num busto de cera como o dos cemitérios…
Lembro-me daquelas tardes lentas e brilhantes Em que, perdido no silêncio de minha avó, Admirava os magistrais sepulcros que ornavam o cemitério “Um dia quero viver numa casa assim” pensava eu Hoje sei que não é necessário uma casa assim nem estar-se morto E que também em casas de vivos vivem tantas vezes mortos!...
(A vida ensina-nos a morrer, alguém me dissera um dia Talvez por isso tantos morram antes de morrer Ensaiando com afinco antes do concerto final Infelizmente nunca fui bom concertista…)
Tomam-me pela mão: é minha avó que se alevanta Que se alevanta com a dignidade com que sempre foi a minha avó A dignidade pálida e séria como uma estátua das que eu via em cemitérios Eu ergo a cabeça, levanto-me por meu pé E retorno pelo mesmo caminho de pedra polida Deixo atrás de mim os bustos, as camas frias Deixo atrás de mim as máscaras que sorriem por trás das grades À saída um habitante, mais hospitaleiro, Estendia-me dois bancos, um de cada lado do sepulcro, Cobertos de musgo e poeira de vestidos velhos Hoje aceito esse convite e faço-lhe companhia Pois como não se há-de sentir sozinho quem tem flores maceradas e descoloridas como único elo com o mundo dos vivos?
Adeus, aceno eu com vibrante alegria! Adeus, ciprestes anciãos deste jardim de pedra! Adeus, mulher que choras o filho perdido! Adeus, casal que dorme sob a terra, mas em camas separadas! Adeus, anjo que reza quem não conhece! Adeus, flores! E adeus, homem que varres as flores, Talvez a mais bela das profissões da terra! Adeus, Cristo na cruz, que estás vivo, dizem-no todos Mas também todos te enterram várias vezes nas urnas dos cemitérios! Adeus! Adeus! Até amanhã!...
(Tac-q-tá! Tac-q-tá! Tac-q-tá! Roc roc roc roc roc roc! As rodas da carruagem iniciam o seu movimento circular Do cemitério, perdido no horizonte, já nem o silêncio ouço E na verdade já nem a mim mesmo me ouço…)
Sei que ainda durmo; e a dormir me encontro Sei que também o menino que fui dorme o seu sono na cama fria do que eu sou Sei que eu durmo e ele acorda, também, de noite E passeia ainda revolto no meu coração Já é órfão, pobre menino E hoje sou eu quem o leva pela mão Quem o leva a ver as urnas dos cemitérios As urnas pálidas e frias dos cemitérios E que, estendendo-me a máscara de gesso que lhe cobre o rosto, Convida – experimenta-a! E desde então que fielmente a uso…
(Deixai o meu rosto dormir, que as máscaras, essas, não cuidam saber ou querer coisa alguma!...)
Ah!... No tempo em que eu era um jovem menino E a minha avó não dormia em cemitérios!...
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| | | syckoa Aprendiz
59 20/07/2014 35 Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 15/8/2014, 19:32 | |
| Apenas para quem quiser 2 minutos de escuridão. No outro dia, um determinado estado de espírito levou-me a escrever:
Mas vi na sombra dela um esqueleto sem cor Ao riso desenvolto e sarcasmo de criança Que tatuava a morte em meu coração Com uma espada de aço que ela não pode ter.
ou, em francês:
Mais j´ai vu sur son ombre um squelete sans couleur, Au rire d´enfant et sarcasme nonchalant Qui tatouait violemment la mort sur mon coeur Avec un sabre d´acier qu´elle ne peut pas avoir. |
| | | syckoa Aprendiz
59 20/07/2014 35 Gênero :
| Assunto: Re: A Arte de Escrever (Poemas, poesias, narrativas, etc) 15/8/2014, 19:36 | |
| E, já agora (ainda para quem quiser 2 minutos de escuridão), gostava de partilhar o XXII do Fausto por Fernando Pessoa:
"Ó sistema mentido do universo, Estrelas nadas, sóis irreais, Oh, com que ódio carnal e estonteante Meu ser de desterrado vos odeia! Eu sou o inferno. Sou o Cristo negro, Pregado na cruz ígnea de mim mesmo. Sou o saber que ignora, Sou a insônia da dor e do pensar"
Eu sou o inferno. Sou o Cristo negro, Pregado na cruz ígnea de mim mesmo. Sou o saber que ignora, ..............adoro^^
|
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