Demi's e o Filme/Personagem Amélie Poulain

Oi, pessoal! Não sei se vocês já debateram sobre isso (sou nova aqui rsrs).

Mas como sou demirromântica e demissexual; e também estudante e pesquisadora de Cinema (e esse filme dá 'pano pra manga' para esse assunto), gostaria de saber (de todos - sério, expandindo o debate - mas principalmente dos demis): vocês acham que a construção da personagem de Amélie poderia se encaixar na faixa cinza da força (haha) principalmente para demis?

Quem aí já assistiu o filme? E quem se identificou ou identificou a comunidade?

No mundo acadêmico poucos falaram sobre isso. A maioria das teses em cinema+psicologia classificam Amélie como "covarde", "fria" ou "tímida" (nada que já não tenham dito sobre nós, não?)

nunca vi ... vou procurar para ver

Bacana, Sheldon! Vale muito a pena assistir! A Direção de Arte por si só já é linda (paleta de cores entre verdes e vermelhos, trabalho espetacular). O nome completo do filme é "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", acho que não é difícil encontrá-lo. ;-)

BBMR23 escreveu:

Oi, pessoal! Não sei se vocês já debateram sobre isso (sou nova aqui rsrs).

Mas como sou demirromântica e demissexual; e também estudante e pesquisadora de Cinema (e esse filme dá 'pano pra manga' para esse assunto), gostaria de saber (de todos - sério, expandindo o debate - mas principalmente dos demis): vocês acham que a construção da personagem de Amélie poderia se encaixar na faixa cinza da força (haha) principalmente para demis?

Quem aí já assistiu o filme? E quem se identificou ou identificou a comunidade?

No mundo acadêmico poucos falaram sobre isso. A maioria das teses em cinema+psicologia classificam Amélie como "covarde", "fria" ou "tímida" (nada que já não tenham dito sobre nós, não?)

Oi, eu vi o filme e adooooorei

Olha, eu acho que a personagem podia se encaixar sim na faixa cinza da força. A Amélie, assim como eu, tentou até tentou encontrar prazer no sexo, mas o prazer dela vinha a partir de outras pequenas coisas - parte que achei encantadora E me identifiquei muito com aquela cena em que, durante o sexo, a cabeça dela parece estar meio distante do que estava acontecendo HAHAH'

No entanto, um caso interessante é que a forma como ela foi criada parece ter tido grande influência sobre a forma como ela se relaciona com o sexo oposto. Pessoas bem próximas a mim foram criadas da forma como a personagem foi, sem muitas demonstrações de afeto e hoje em dia são pessoas mais "frias" e "tímidas" também. Os pais da  personagem parecem ter sido beeeem distantes, sem carinhos, toques, abraços e etc. Na minha família também não existe muito esse tal de ficar abraçando, beijando e etc, e eu achava estranho na infância ver meus amigos cheios de toques com os parentes rs' Tanto que até hoje em dia, não curto esse tal de chegar em algum lugar e ter que sair cumprimentando todo mundo com beijinho no rosto, como meus amigos fazem. Acho desnecessário HAUEHUHUA'
 
Bom, resumindo, a personagem se encaixa bem como demissexual, mas além de um traço de personalidade, acredito que possa ser resultado da criação dela também. Porque, na minha cabeça, precisamos receber amor para aprender a dá-lo   . Desculpem se falei alguma besteira, rs'

Lindo filme, né Jeeh?

Eu também morro de medo de falar alguma besteira, mas acho que estamos aqui para conversarmos, então relaxa rsrs'. O forum existe pra gente melhorar haha

Então, acredito que o autor da narrativa queria realmente construir uma demissexual (sempreme questiono essa hipótese haha), uma persona que ele acreditava que pudesse existir (alguém como nós) e ele não sabia que existia (não sabia que nós existíamos, até pelo grande hiato de informação para a massa sobre o assunto). Sabe quando você intuitivamente quer construir algo possível, mas acha que no mundo real não é provável? Talvez ele quisesse uma demissexual em si, mas como roteiros na indústria comercial do cinema passam por inúmeras revisões, devem ter pedido para que ele "fundamentasse" um "bom motivo" (muitas aspas) para existir alguém assim (falta de informação sobre a comunidade corrobora). Geralmente classificam pessoas não chegadas ao sexual como se existisse um "trauma" motivando isso. E sabemos que não é isso, necessariamente, não no caso de orientação sexual (que é essência). A vida de cada um tem inúmeras particularidades. Meus pais são bem carinhosos, e eu trato quem amo fraternalmente (pouquíssimos) com muito carinho. Acho mesmo assim que se tivesse sido diferente, ainda assim, me veria nada chegada ao sexual mesmo assim. É uma coisa tão minha essa particularidade, orientação mesmo.

Voltando: a Amélie se importa e ama muito as pessoas a sua volta, tenta consertar a vida delas, e deixar o pai melhor também. É importante o que você disse, porque a criação dela deveria ser o tal "motivo" para a construção de sua persona que o roteirista teve que fazer (para o caso de ela ser só uma menina que foi criada sem demonstrações de afeto, e não uma demissexual). Mas essa criação é muito mal fundamentada, e daí a dúvida de ela poder ser demissexual. Ela não parece carregar a "sombra" dessa criação, se carregasse, não conseguiria, ela mesma, demonstrar tanto afeto fraterno e altruísmo.

Ela não parece muito à vontade mesmo é com a ideia de envolvimento sexual.

Eu penso que de fato, Jeeh, você tem razão. Dentro do filme, fundamentam a pouca vontade dela para o sexo por conta da criação. Mas tem muito ali, narrativamente dizendo, que é mal explicado. Acredito até que se o roteirista soubesse mais sobre Aces, teria construído a personagem muito melhor, sem essas "quebras" narrativas questionáveis, e sem precisar "justificar" a essência de Amélie pela sua criação.
Colocando mesmo uma grande hipótese sobre essas falhas de construção de personagem haha.

Mas enfim, fica a dúvida da real intenção e por isso perguntei aqui.

Ótimo te ler. E fica a experiência cinematográfica desse filme lindíssimo.

Eu assisti o filme há bastante tempo, não conhecia a comunidade ainda então não reparei muito bem. Mas baseado no que me lembro, acho que ela poderia ser classificada como demi sim. Vou tentar assistir de novo e tentar ver a personagem por essa perspectiva, o filme tem muitos detalhes e rende uma boa discussão.

Sobre a criação "fria", bom, na minha família também é assim, não somos de ficar abraçando, beijando, encostando, e até hoje acho constrangedor cumprimentar com beijo no rosto. Na verdade, eu achava que esse tipo de coisa só existia em novela, tanto que até hoje acabo sem querer abraçando a pessoa que eu deveria apenas beijar na bochecha hahahah' As pessoas mais próximas a mim acabam fazendo piada com isso, alguns me beijam ou abraçam só pra falar "ah é, você não gosta disso" e ficar rindo, mas eu já me acostumei. Preferia não ter que fazer nada disso, mas já que preciso fazer, tudo bem. Acredito que o autor pode ter pensado isso pra criar a Amelie, mas não é uma regra, algumas pessoas são criadas por famílias "frias" e são muito calorosas com os outros, e vice-versa.

Alis- escreveu:

Sobre a criação "fria", bom, na minha família também é assim, não somos de ficar abraçando, beijando, encostando,  e até hoje acho constrangedor cumprimentar com beijo no rosto. Na verdade, eu achava que esse tipo de coisa só existia em novela, tanto que até hoje acabo sem querer abraçando a pessoa que eu deveria apenas beijar na bochecha hahahah' As pessoas mais próximas a mim acabam fazendo piada com isso, alguns me beijam ou abraçam só pra falar "ah é, você não gosta disso" e ficar rindo, mas eu já me acostumei. Preferia não ter que fazer nada disso, mas já que preciso fazer, tudo bem. Acredito que o autor pode ter pensado isso pra criar a Amelie, mas não é uma regra, algumas pessoas são criadas por famílias "frias" e são muito calorosas com os outros, e vice-versa.

ÊH! Finalmente alguém que entende essa coisa de não gostar de ficar abraçando e beijando no rosto pra cumprimentar alguém hahahah' Eu prefiro sempre ser a primeira a chegar nas reuniões o pessoal pra cumprimentar um de cada vez de boa, conforme eles chegam. Se eu for uma das últimas a chegar e tiver aquela galera pra cumprimentar toda numa vez só parece tortura, aí eu já mando a real: aceno pra galera, digo "oi pessoal, tô acenando porque é muita gente pra cumprimentar, então oi!" hahahaha' mas acho que eles pensam que é só preguiça, timidez ou algo assim.

Jeeh escreveu:

ÊH! Finalmente alguém que entende essa coisa de não gostar de ficar abraçando e beijando no rosto pra cumprimentar alguém  hahahah' Eu prefiro sempre ser a primeira a chegar nas reuniões o pessoal pra cumprimentar um de cada vez de boa, conforme eles chegam. Se eu for uma das últimas a chegar e tiver aquela galera pra cumprimentar toda numa vez só parece tortura, aí eu já mando a real: aceno pra galera, digo "oi pessoal, tô acenando porque é muita gente pra cumprimentar, então oi!" hahahaha' mas acho que eles pensam que é só preguiça, timidez ou algo assim.

Gosto de estar entre os primeiros a chegar justamente por isso. Nada pior que chegar e ter que cumprimentar ~20 pessoas, interrompendo os círculos de conversa só pra dar um abraço e falar oi.

Jeeh escreveu:

Alis- escreveu:

Sobre a criação "fria", bom, na minha família também é assim, não somos de ficar abraçando, beijando, encostando,  e até hoje acho constrangedor cumprimentar com beijo no rosto. Na verdade, eu achava que esse tipo de coisa só existia em novela, tanto que até hoje acabo sem querer abraçando a pessoa que eu deveria apenas beijar na bochecha hahahah' As pessoas mais próximas a mim acabam fazendo piada com isso, alguns me beijam ou abraçam só pra falar "ah é, você não gosta disso" e ficar rindo, mas eu já me acostumei. Preferia não ter que fazer nada disso, mas já que preciso fazer, tudo bem. Acredito que o autor pode ter pensado isso pra criar a Amelie, mas não é uma regra, algumas pessoas são criadas por famílias "frias" e são muito calorosas com os outros, e vice-versa.

ÊH! Finalmente alguém que entende essa coisa de não gostar de ficar abraçando e beijando no rosto pra cumprimentar alguém  hahahah' Eu prefiro sempre ser a primeira a chegar nas reuniões o pessoal pra cumprimentar um de cada vez de boa, conforme eles chegam. Se eu for uma das últimas a chegar e tiver aquela galera pra cumprimentar toda numa vez só parece tortura, aí eu já mando a real: aceno pra galera, digo "oi pessoal, tô acenando porque é muita gente pra cumprimentar, então oi!" hahahaha' mas acho que eles pensam que é só preguiça, timidez ou algo assim.

hahahahaha' achava que era só eu que fazia essas coisas estranhas! Chego num lugar que muita gente e falo um "oi geeeente!" acenando pra todo mundo de uma vez só e indo pra um canto qualquer. Se tiver mais de três pessoas eu já considero muito pra não ter que dar beijinho

Alis- escreveu:

Jeeh escreveu:

Alis- escreveu:

Sobre a criação "fria", bom, na minha família também é assim, não somos de ficar abraçando, beijando, encostando,  e até hoje acho constrangedor cumprimentar com beijo no rosto. Na verdade, eu achava que esse tipo de coisa só existia em novela, tanto que até hoje acabo sem querer abraçando a pessoa que eu deveria apenas beijar na bochecha hahahah' As pessoas mais próximas a mim acabam fazendo piada com isso, alguns me beijam ou abraçam só pra falar "ah é, você não gosta disso" e ficar rindo, mas eu já me acostumei. Preferia não ter que fazer nada disso, mas já que preciso fazer, tudo bem. Acredito que o autor pode ter pensado isso pra criar a Amelie, mas não é uma regra, algumas pessoas são criadas por famílias "frias" e são muito calorosas com os outros, e vice-versa.

ÊH! Finalmente alguém que entende essa coisa de não gostar de ficar abraçando e beijando no rosto pra cumprimentar alguém  hahahah' Eu prefiro sempre ser a primeira a chegar nas reuniões o pessoal pra cumprimentar um de cada vez de boa, conforme eles chegam. Se eu for uma das últimas a chegar e tiver aquela galera pra cumprimentar toda numa vez só parece tortura, aí eu já mando a real: aceno pra galera, digo "oi pessoal, tô acenando porque é muita gente pra cumprimentar, então oi!" hahahaha' mas acho que eles pensam que é só preguiça, timidez ou algo assim.

hahahahaha' achava que era só eu que fazia essas coisas estranhas! Chego num lugar que muita gente e falo um "oi geeeente!" acenando pra todo mundo de uma vez só e indo pra um canto qualquer. Se tiver mais de três pessoas eu já considero muito pra não ter que dar beijinho

bom saber que não sou a única que faz isso! Eu achava que era meio anti-social, sei lá HAHAH'
todo mundo que chega, quer abraçar todo mundo por uma meia hora e dar trocentos beijinho no rosto e puxar conversa fiada, fora os doido que não balança a gente pra cá e pra lá no abraço, que agarra e não solta mais    HAUEHUEAH'

Há pouco tempo, uma pessoa que eu não conhecia, mas era amiga de um amigo se aproximou e cumprimentou meu amigo com um beijo no rosto e em seguida veio fazer o mesmo comigo... Eu dei um pulo pra trás que a moça ficou até sem graça.
Achei completamente invasivo da parte dela, ainda que a intenção fosse "boa". O recuo foi tão instintivo que eu nem vi acontecendo.
Felizmente isso me salvou de que algo semelhante voltasse a acontecer.

Além de que já odeio a obrigação de ter que cumprimentar quando encontro alguém na rua, imagina a pessoa fazer isso do nada e dessa forma intrusiva?

Oromë escreveu:

Há pouco tempo, uma pessoa que eu não conhecia, mas era amiga de um amigo se aproximou e cumprimentou meu amigo com um beijo no rosto e em seguida veio fazer o mesmo comigo... Eu dei um pulo pra trás que a moça ficou até sem graça.
Achei completamente invasivo da parte dela, ainda que a intenção fosse "boa". O recuo foi tão instintivo que eu nem vi acontecendo.
Felizmente isso me salvou de que algo semelhante voltasse a acontecer.

Além de que já odeio a obrigação de ter que cumprimentar quando encontro alguém na rua, imagina a pessoa fazer isso do nada e dessa forma intrusiva?

Imagino como deve ter sido desconfortável. Tipo, já não é muito agradável com os amigos e conhecidos, imagina com desconhecidos então rs'

Na boa, se eu não conheço a pessoa ofereço a mão pra apertar antes de qualquer coisa. Pra se despedir, depois de ter "conhecido um pouco" a pessoa até aceito trocar um beijinho no rosto, mas assim de repente, do nada acho estranho haha'

hahaha me identifiquei com algumas situações de "cumprimentar pessoas". Sou bem travada em cumprimentar estranhos, mas até que sou carinhosa com os mais próximos

Oromë escreveu:

Além de que já odeio a obrigação de ter que cumprimentar quando encontro alguém na rua, imagina a pessoa fazer isso do nada e dessa forma intrusiva?

hahahahahahaha nunca entendi muito bem esse "contrato social" de ter que cumprimentar os outros na rua. Não faz o menor sentido, se você parar pra pensar. Ser humano é muito estranho.


Sobre os beijinhos... tava com um amigo um dia e o outro se despediu DO NADA me lascando um beijo no rosto. Fiquei tão constrangida que não consegui continuar a conversa com o que ainda não tinha ido embora. Tive que explicar que ficava desconfortável com essas coisas, e desde então esse que tive que explicar só me cumprimenta beijando no rosto, e ainda completa com um "toda vez eu esqueço que você não gosta". Já fez tanto isso que já fico até preparada pra ele vir me beijar. Foda viu

BBMR23 escreveu:

Oi, pessoal! Não sei se vocês já debateram sobre isso (sou nova aqui rsrs).

Mas como sou demirromântica e demissexual; e também estudante e pesquisadora de Cinema (e esse filme dá 'pano pra manga' para esse assunto), gostaria de saber (de todos - sério, expandindo o debate - mas principalmente dos demis): vocês acham que a construção da personagem de Amélie poderia se encaixar na faixa cinza da força (haha) principalmente para demis?

Quem aí já assistiu o filme? E quem se identificou ou identificou a comunidade?

No mundo acadêmico poucos falaram sobre isso. A maioria das teses em cinema+psicologia classificam Amélie como "covarde", "fria" ou "tímida" (nada que já não tenham dito sobre nós, não?)

Eu já vi o filme uma vez, acho que foi em 2012, eu estava ouvindo alguns discos do Yann Tiersen e acabei descobrindo que ele fez a trilha sonora do filme, gostei tanto da trilha que resolvi conferir o filme e felizmente é um ótimo filme. Na época não conhecia nada sobre assexualidade então nunca tinha reparado nisso. Mas faz todo o sentido pra mim, eu tinha me identificado com a personagem sim, só que sem perceber essa questão da assexualidade rsrs

BBMR23 escreveu:

Oi, pessoal! Não sei se vocês já debateram sobre isso (sou nova aqui rsrs).

Mas como sou demirromântica e demissexual; e também estudante e pesquisadora de Cinema (e esse filme dá 'pano pra manga' para esse assunto), gostaria de saber (de todos - sério, expandindo o debate - mas principalmente dos demis): vocês acham que a construção da personagem de Amélie poderia se encaixar na faixa cinza da força (haha) principalmente para demis?

Quem aí já assistiu o filme? E quem se identificou ou identificou a comunidade?

No mundo acadêmico poucos falaram sobre isso. A maioria das teses em cinema+psicologia classificam Amélie como "covarde", "fria" ou "tímida" (nada que já não tenham dito sobre nós, não?)

Sei que é um tópico antigo (na vdd é interessante sair escavando essas discussões ), mas vamo lá rs

Interessante essa observação, já assisti esse filme há um uns anos atrás, mas nunca vi por essa ótica preciso revê-lo até mesmo pra lembrar dos comportamentos da Amélie. Embora acho que faz bastante sentido, baseado no que eu lembro do filme.

É um topico antigo sim e alguem o achou e o trouxe a tona. Acho isso muito legal!!!
Bom, não vi o filme, mas acompanhei os posts anteriores e me chamou a atenção sobre o hábito de demonstrações de afeto. Tb me encaixo neste caso. Não fui criado com laços de afetividade, e, não sei se isto teria alguma relação com o fato de ter dificuldades de expressar meus sentimentos.
Só sei que tb não curto ficar dando beijinhos pra cumprimentar, e, por essa razão, sempre fui taxado de frio e seco.
Com o tempo, fui aprendendo a lidar com isto para não ser um cara estranho e para manter alguns laços. Então, sempre dou bom dia mantendo a cordialidade e para quebrar o gelo tb.
Nas poucas vezes que me relacionei, sempre era chamado a atenção pq esquecia do beijo de despedida, tive que me acostumar a dar.
Gosto de fazer academia de dança de salão, daí tive de aprender a cumprimentar e a brincar com as meninas para não parecer um fechadão com cara de poucos amigos. Se todos fazem tb faço e pronto.
Um dia desse, fazendo caminhada com meu pai, ele me perguntou sobre alguns amigos que tive no passado e eu disse a ele que nunca mais os tinha visto. Ele então disse que eu não era de cultivar minhas amizades. E de fato, dificilmente eu crio laços afetivos com as pessoas.
Acho que quando estou sozinho, consigo ser eu mesmo e não o que tenho de ser para não parecer estranho.