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descriptionAssexual sem o saber EmptyAssexual sem o saber

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Eu sempre fui considerada uma menina tímida, chegou-se a cogitar a hipótese de que eu era portadora de Síndrome de Asperger, mas quanto mais eu me observo, percebo que não é o caso. Tenho sentimentos, gosto de ajudar pessoas, mas... não me sinto à vontade quando sou tocada. Além disso, nunca me apaixonei loucamente - seja por homem, seja por mulher. Se não bastasse, passei por muitas mudanças (de cidade, de turma). Por isso me acostumei a não criar vínculos.

Tentei ter relacionamentos amorosos. O primeiro foi aos 24 anos. Meu parceiro tinha 21. Ele se definia como "tarado" e não demorei a perceber que era ciumento e possessivo, mas era tão encantador que eu acabava entrando no jogo dele. Ao mesmo tempo, ele respeitou minha virgindade, tratou-me com dignidade e esperou pacientemente até que eu me sentisse pronta para ter mais intimidade. Não lembro se foram 2 ou se foram 3 tentativas, mas no final não consegui "relaxar". Nos separamos 2 semanas depois.

Tentei ter outros relacionamentos, mas não chegaram à categoria de namoro. Havia perda de interesse quando eu confessava que sexo não era importante para mim, que eu preferia uma conversa, uma leitura ao sexo. Sinto falta de ter uma companhia. E, devido à falta de oportunidade, ainda não sei exatamente como me definir na assexualidade.

O que eu sei é que não tenho interesse sexual e não gosto de ficar sendo tocada o tempo todo. Preciso de espaço. Além disso, ainda me lembro da época em que meus pais me falaram sobre sexo (a maior parte dos nascidos na década de 80 só tinham aula de educação sexual na escola, em geral na 7ª série). Por mais romântico e instrutivo que tentaram parecer, eu só via o sexo como um meio de reprodução. Ainda não consigo me imaginar casada, tendo que ter relacionamento íntimo.

Sempre pensei que era por não ter achado a pessoa certa. Há alguns meses, entretanto, um grupo de colegas começou a tocar no assunto sexualidade. Perguntaram-me da minha vida amorosa e confessei que não me interessava em relacionamentos, me defini como assexual. Acho que pensaram que eu estava brincando. Mudou-se um pouco o foco, mas o termo assexual permaneceu na minha mente. Comecei a pesquisar e identifiquei-me com a descrição. Foi um verdadeiro alívio perceber que há pessoas como eu. Que não sou o ponto fora da curva, uma 'anormalidade', como já me senti ao comparar-me com irmãos e primos.

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Adri Pizani escreveu:
Eu sempre fui considerada uma menina tímida, chegou-se a cogitar a hipótese de que eu era portadora de Síndrome de Asperger, mas quanto mais eu me observo, percebo que não é o caso. Tenho sentimentos, gosto de ajudar pessoas, mas... não me sinto à vontade quando sou tocada. Além disso, nunca me apaixonei loucamente - seja por homem, seja por mulher. Se não bastasse, passei por muitas mudanças (de cidade, de turma). Por isso me acostumei a não criar vínculos.

Primeiramente, seja bem-vinda! bolo
Com relação a Asperger, vc chegou a se consultar com psicólogo(a)/psiquiatra?

Adri Pizani escreveu:
Tentei ter relacionamentos amorosos. O primeiro foi aos 24 anos. Meu parceiro tinha 21. Ele se definia como "tarado" e não demorei a perceber que era ciumento e possessivo, mas era tão encantador que eu acabava entrando no jogo dele. Ao mesmo tempo, ele respeitou minha virgindade, tratou-me com dignidade e esperou pacientemente até que eu me sentisse pronta para ter mais intimidade. Não lembro se foram 2 ou se foram 3 tentativas, mas no final não consegui "relaxar". Nos separamos 2 semanas depois.

Tentei ter outros relacionamentos, mas não chegaram à categoria de namoro. Havia perda de interesse quando eu confessava que sexo não era importante para mim, que eu preferia uma conversa, uma leitura ao sexo. Sinto falta de ter uma companhia. E, devido à falta de oportunidade, ainda não sei exatamente como me definir na assexualidade.

O que eu sei é que não tenho interesse sexual e não gosto de ficar sendo tocada o tempo todo. Preciso de espaço. Além disso, ainda me lembro da época em que meus pais me falaram sobre sexo (a maior parte dos nascidos na década de 80 só tinham aula de educação sexual na escola, em geral na 7ª série). Por mais romântico e instrutivo que tentaram parecer, eu só via o sexo como um meio de reprodução. Ainda não consigo me imaginar casada, tendo que ter relacionamento íntimo.

Sempre pensei que era por não ter achado a pessoa certa. Há alguns meses, entretanto, um grupo de colegas começou a tocar no assunto sexualidade. Perguntaram-me da minha vida amorosa e confessei que não me interessava em relacionamentos, me defini como assexual. Acho que pensaram que eu estava brincando. Mudou-se um pouco o foco, mas o termo assexual permaneceu na minha mente. Comecei a pesquisar e identifiquei-me com a descrição. Foi um verdadeiro alívio perceber que há pessoas como eu. Que não sou o ponto fora da curva, uma 'anormalidade', como já me senti ao comparar-me com irmãos e primos.

Espero que, por intermédio do fórum, consiga aprender mais sobre si mesma. Notará que, mesmo entre assexuais, existem significativas diferenças. piscando
[]'s

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Quanto à suspeita de ser portadora de Síndrome de Asperger, originou-se de um "mal entendido" quando eu ainda estava no Ensino Médio. Como eu não gostava de conversar, ficava desenhando formas abstratas, não me envolvia com pessoas e todos os meus testes de personalidade e/ou QI indicavam alto nível de inteligência racional e baixo nível de inteligência emocional, fui orientada a procurar um psiquiatra. Era 1998 ou 1999, não lembro ao certo, e ainda se falava em autismo.

Por sorte, a minha mãe não acreditou que eu era "louca" (sim, ainda havia muito preconceito e pouca informação). Passei em todas as faculdades que tentei, escolhi uma e toquei a vida. Tive uma grave crise de ansiedade em 2004 e desta vez fui consultar um neurologista. Ele pediu para ler sobre Síndrome de Asperger e me encaminhou a um psiquiatra de sua confiança. Não sei se é por eu ter pesquisado a respeito, mas o psiquiatra chegou a ficar em dúvida. Eu lembro que ele disse que eu tinha aspectos da síndrome, mas ficou inseguro com o diagnóstico. Provavelmente percebeu que tinha algo errado, que eu dava respostas muito convenientes para enquadrar-me no diagnóstico, atitudes contraditórias ao diagnóstico ou algo similar.

De qualquer forma, serviu para que meus pais e irmãos parassem de cobrar que eu fosse como as outras mulheres da minha idade. Afinal, estava com 21-22 anos e ainda não tinha interesse em relacionamentos. Eu aceitei a suspeita como fato e voltei a concentrar-me nos estudos. Era uma boa desculpa. Não precisava pensar, estava bom para mim.

O tempo passou, amadureci e passei a observar-me melhor. Foi assim que cheguei a este fórum.

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olha já conheci um asperger. e não é só a relação com as outras pessoas, o desenho abstrato e a inteligência que os definem. é mais complicado. Por exemplo, noto no seu post que apesar de não ter tido nenhum relacionamento você lida bem com as pessoas. aspergers não tem o entendimento de alguns aspectos, como o porque ser educado com alguém, porque ir a escola, porque fazer o que não se quer... em fim: creio que sobre o relacionamento sexual você deve ser assexual mesmo, assexual restrita.

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Na psiquiatria diagnósticos são difíceis de serem fechados.
Se você realmente quiser tirar a dúvida precisa fazer um acompanhamento com um profissional por alguns meses. Após formado um histórico, o psiquiatra vai estar mais apto a dar ou não o diagnóstico.

Não sei se foi o seu caso, mas uma ou duas consultas dificilmente são suficientes para uma conclusão.


"Se você ficar sozinho, pega a solidão e dança" (Três Dias, Marcelo Camelo)


https://www.assexualidade.com.br/

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Adri Pizani escreveu:
Eu sempre fui considerada uma menina tímida, chegou-se a cogitar a hipótese de que eu era portadora de Síndrome de Asperger, mas quanto mais eu me observo, percebo que não é o caso. Tenho sentimentos, gosto de ajudar pessoas, mas... não me sinto à vontade quando sou tocada. Além disso, nunca me apaixonei loucamente - seja por homem, seja por mulher. Se não bastasse, passei por muitas mudanças (de cidade, de turma). Por isso me acostumei a não criar vínculos.

Tentei ter relacionamentos amorosos. O primeiro foi aos 24 anos. Meu parceiro tinha 21. Ele se definia como "tarado" e não demorei a perceber que era ciumento e possessivo, mas era tão encantador que eu acabava entrando no jogo dele. Ao mesmo tempo, ele respeitou minha virgindade, tratou-me com dignidade e esperou pacientemente até que eu me sentisse pronta para ter mais intimidade. Não lembro se foram 2 ou se foram 3 tentativas, mas no final não consegui "relaxar". Nos separamos 2 semanas depois.

Tentei ter outros relacionamentos, mas não chegaram à categoria de namoro. Havia perda de interesse quando eu confessava que sexo não era importante para mim, que eu preferia uma conversa, uma leitura ao sexo. Sinto falta de ter uma companhia. E, devido à falta de oportunidade, ainda não sei exatamente como me definir na assexualidade.

O que eu sei é que não tenho interesse sexual e não gosto de ficar sendo tocada o tempo todo. Preciso de espaço. Além disso, ainda me lembro da época em que meus pais me falaram sobre sexo (a maior parte dos nascidos na década de 80 só tinham aula de educação sexual na escola, em geral na 7ª série). Por mais romântico e instrutivo que tentaram parecer, eu só via o sexo como um meio de reprodução. Ainda não consigo me imaginar casada, tendo que ter relacionamento íntimo.

Sempre pensei que era por não ter achado a pessoa certa. Há alguns meses, entretanto, um grupo de colegas começou a tocar no assunto sexualidade. Perguntaram-me da minha vida amorosa e confessei que não me interessava em relacionamentos, me defini como assexual. Acho que pensaram que eu estava brincando. Mudou-se um pouco o foco, mas o termo assexual permaneceu na minha mente. Comecei a pesquisar e identifiquei-me com a descrição. Foi um verdadeiro alívio perceber que há pessoas como eu. Que não sou o ponto fora da curva, uma 'anormalidade', como já me senti ao comparar-me com irmãos e primos.


Oi Adri, obrigada por compartilhar conosco sua história, suas experiências amorosas! Que felicidade que você encontrou o fórum, porque é libertador quando você encontra pessoas como você, ou parecidas! Porque cada ser é único! Se sinta acolhida aqui, estamos aqui para o que você precisar, qualquer coisa, chama no MP! feliz
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