Eu adoro estar sozinho. É um prazer enorme, é uma satisfação. Gosto muito de mim mesmo; eu falo sozinho, eu comento os meus próprios pensamentos, eu dou risada de alguma coisa que pensei. Mas enxergar isso foi uma construção. A minha grande busca sempre foi uma amizade verdadeira. Mas eu passei a maior parte da infância e adolescência procurando um grande amor, o que na minha situação era um completo equívoco e erro de auto-interpretação... E como eu nunca fui "o caçador", "o garanhão", "o macho viril que luta e faz de tudo para conquistar a menina que quer", junto à minha grande introspecção e idealização das coisas, constantemente me envolvia em situações complicadas (praticamente seguia uma fórmula: eu ficava encantado pela menina, mas ela tinha um namorado ou alguém ~~com mais iniciativa que eu~~, eu fazia o "ah, tudo bem, eu tô satisfeito com a sua amizade", mas eu sofria feito um condenado), e sempre terminava sozinho e desiludido e depressivo e meh. A última vez que isso aconteceu (2011-2012) foi tão impactante que me fez parar e voltar a atenção pra mim mesmo. Eu achava que tinha alguma coisa absurdamente errada comigo, pra nada dar certo desse jeito. Até que eu fui percebendo (com uma boa ajuda de terapia - que eu comecei a fazer por outra coisa, que não essa) que era só uma questão de foco. HAHAH. Eu simplesmente aceitei que não sou movido pelo sexo, como a maioria esmagadora das pessoas ao meu redor. Se eu tô tranquilo vendo TV em casa, não tenho por quê ir pra uma festa que me chamaram só por "ter gente pra pegar". Ficar e namorar não são motivos pra nada, comigo.
Então eu simplesmente aceitei a solidão. E ela não me incomoda. Não encaro como escolha nem como consequência. Se eu tô sozinho, é massa. Pra mim, um porre é estar com uma pessoa totalmente aleatória só para estar com alguém. Mas ninguém entende. A começar pelos meus pais. Meu pai vive me cobrando isso (até parou um pouco, acho que porque eu comecei a fazer teatro esse ano, embora isso não signifique nada. Mas vai saber, né). Ele me dá uma espécie de sermão sobre o quanto eu não saio de casa, sobre o quanto eu prefiro ficar em casa quando eu deveria estar em outro lugar "me divertindo". Ele diz que "já tá na hora". Argh.
Apesar (?) disso, eu tenho amigos. Eu tenho grandessíssimos amigos, e os amo mais do que muita coisa. Eu adoro gosta das pessoas; me preenche, me deixa encantado. Eu realmente gosto de gente. Só que do meu jeito. HAHAHAH. Eu costumo dizer (a mim mesmo, porque dificilmente alguém me pergunta alguma coisa que eu esteja interessado em dizer) que todas as pessoas de quem eu gosto são meus amigos, independente de elas saberem, ou não. Àquelas pessoas que são minhas confidentes, minhas companheiras de vida, que me deixam felizes, que eu amo, eu chamo de amigos-íntimos. Ou melhores amigos. Esses são mais seletos, e ainda assim existem variadíssimas formas de amar cada um deles.
Eu tenho um amor muito forte por mim mesmo, e eu justifico isso pela minha forma de enxergar a vida (A minha verdadeira paixão. Ainda não achei nada mais excitante. HAHAH), não por me achar de alguma forma fantástico, ou lindo, ou blablablá. Então eu estou tranquilo quando estou comigo.
Me perdoem pela reprodução da Bíblia. HAHAH