Tenho problemas com títulos de tópicos qq

Olá, pessoal.

É muito difícil/complicado começar um tópico me apresentando. rs
Como quase todo mundo fala, a galera aqui é bem receptiva e acolhedora, propiciando uma apresentação mais leve.
De qualquer forma, acho que esse é o espaço pra contar um pouco da minha trajetória e conseguir debater e ouvir/ser aconselhado sem repressão.

Me chamo Gabriel Pinto, tenho 18 anos, atualmente namoro uma garota (virgem, que também não tem interesse em sexo). Estudo Antropologia na UFF/RJ, e tenho interesses nas áreas de sexualidade, gênero, corpo, emoções. Pretendo, se possível, fazer uma etnografia com os membros do A2. Entretanto, esse não é nem de longe o meu único interesse no fórum. Também me considero assexual, também tenho minhas dúvidas, também acho legal/interessante/bacana ter um espaço onde eu possa falar abertamente sobre minhas concepções, minhas vontades; enfim, esse espaço de troca é mais valioso pra mim, Gabriel, pessoa, do que para mim, Gabriel, antropólogo.

Pois bem. Perdi minha virgindade de 15 para os 16 anos. Foi com uma namorada, à época, com quem eu tive um relacionamento de quase um ano.. Após alguns pseudo-relacionamentos, comecei um novo namoro, que também atingiu o "quase-um-ano". Também praticava sexo com essa namorada, mas confesso que algumas vezes eu não tinha muito interesse. Minha namorada atual não tem interesse em sexo, mas não se considera assexuada.
Sempre fui de me relacionar com meninas, mas nunca tive muito desejo/apetite (apetite soa tão feio, mas ok) sexual. Eu era, marcadamente, necessitado de um relacionamento afetivo, onde pudesse compartilhar minha vida, meus problemas, meus acontecimentos. Pudesse falar de religião, sociedade, política, cultura.. Todas essas coisas, mas sem a necessidade corpórea. Por vezes, não sentia vontade de beijar ou "ficar me agarrando".
Antes dessa namorada, eu passei por um período de oito meses sem nenhum tipo de relacionamento: ficadas, interesse relacional, amor platônico, nada. Acho que foi nesse período que pude "me reconhecer" enquanto assexual. Esse tempo sozinho me fez repensar muito sobre a necessidade e a pressão sobre coisas como: "você precisa estar com alguém"; "mas estar sozinho é tão ruim"; "você é bonito/inteligente/interessante, como assim não arranja ninguém?"; "mas você não pensa em casar e ter filhos não?". Parece que, de uma certa forma, a necessidade de estar sozinho era sempre direcionada à falta da prática de sexo.

Acho que pra apresentação já falei até demais HAHAH. Ah, sim.. Já vinha acompanhando a comunidade como visitante, mas essa semana decidi "fazer parte" do grupo.
Outro ponto que preciso de ajuda é quanto à pesquisa: vocês já tiveram contato com alguma forma de pesquisa? Preciso pedir permissão pros admins/moderadores em algum canal formal/específico? Alguém se opõe de alguma forma a isso?
Gostaria de ressaltar que minha presença aqui vai além dos limites antropológicos, sendo, tanto a pesquisa quanto a minha participação, um processo de conhecimento de mim mesmo.

Seja muito bem-vindo , gostei da sua apresentação, antropologia.... interessante (vai passar fome :P :P brincadeira ), isso me lembra uma pesquisa de um neurocientista que estava estudando sobre psicopatas e em um dos testes acabou descobrindo ser um kkkkkkk (ironico).

-Respondendo sua pergunta, só a pesquisa "como se identifica um assexual no Brasil"
- Não me oponho, se você colocar a pesquisa quem quiser responder responderá quem não quiser não responde...

Fico contente por ter se encontrado e por seu interesse no tema, também acho interessante.
Fique a vontade para participar dos topicos aqui no forum

Seja bem-vindo Gabriel!          
Acho engraçado como o fórum atrai pessoas parecidas por aqui! Claro que não tô falando pelo fato de ser assexual, mas pela forma de pensar e enxergar o mundo e tb querer fazer algo pra melhorar!

Tb sou bastante interessada em saber mais sobre sexualidade e gênero, acho que isso começou desde de meus 22 anos, quando eu estava me descobrindo assexual. E claro que não me oponho a pesquisa! E sei tb q os outros moderadores e admins tb não vão achar ruim, já que é algo que vai contribuir pra comunidade.

Otnip escreveu:

Olá, pessoal.

Também praticava sexo com essa namorada, mas confesso que algumas vezes eu não tinha muito interesse.

Sempre fui de me relacionar com meninas, mas nunca tive muito desejo/apetite (apetite soa tão feio, mas ok) sexual. Eu era, marcadamente, necessitado de um relacionamento afetivo, onde pudesse compartilhar minha vida, meus problemas, meus acontecimentos. Pudesse falar de religião, sociedade, política, cultura..

Antes dessa namorada, eu passei por um período de oito meses sem nenhum tipo de relacionamento: ficadas, interesse relacional, amor platônico, nada. Acho que foi nesse período que pude "me reconhecer" enquanto assexual. Esse tempo sozinho me fez repensar muito sobre a necessidade e a pressão sobre coisas como: "você precisa estar com alguém"; "mas estar sozinho é tão ruim"; "você é bonito/inteligente/interessante, como assim não arranja ninguém?"; "mas você não pensa em casar e ter filhos não?". Parece que, de uma certa forma, a necessidade de estar sozinho era sempre direcionada à falta da prática de sexo.

Gostaria de ressaltar que minha presença aqui vai além dos limites antropológicos, sendo, tanto a pesquisa quanto a minha participação, um processo de conhecimento de mim mesmo.

Cara, definitivamente, você não está sozinho... Há uns anos eu saí de um relacionamento meio estranho (A menina era ninfomaníaca e eu assexual. excelente combinação ne? Eu não sabia que eu era assexual) em que a mina acabou me traindo por achar que eu tinha traído ela ¬¬ kkk. Depois disso conheci uma menina pela qual tive um sentimento muito intenso e até então estranho, era como se fosse uma paixão de querer estar junto mas sem contato sexual (e ela era lésbica, só tive sorte nessa vida -.-). Ela demonstrava um certo interesse e alimentou meu sentimento.. mas do nada ela sumiu da minha vida e eu decidi entrar numa bolha...

Entrei num período de autoconhecimento, passei 10 meses sem qualquer tipo de relacionamento, falando pra mim mesmo que só me relacionaria com alguém que eu tivesse muita certeza que não teria outra bizarrice do tipo. Deu certo, me entendi muito mais, reencontrei uma amiga com a qual tive um relacionamento extremamente sincero de quase 4 anos, "terminamos" esse mês (eu prefiro dizer que 'melhoramos' pra amizade, o namoro não tava dando tão certo). Tínhamos relações sexuais mas o que me motivava era um sentimento de vê-la feliz, não era o meu prazer :P Por mim, passava até meses sem (coitada ) .. mas ela respeitava, mesmo sem sabermos da minha sexualidade.

Quando descobri que eu era ace, falei pra ela e ela aceitou super de boa. (O motivo do 'término' não teve nada a ver com a vida sexual, foi por questões de convívio)

Enfim, peguei alguns trechos seus porque me identifiquei demais com o que você falou, creio que mil outros daqui também ^^ Pra você ver que realmente não está sozinho

Sinta-se em casa, ok?
:v
/\ PacMan

L escreveu:

Seja muito bem-vindo , gostei da sua apresentação, antropologia.... interessante (vai passar fome  :P  :P brincadeira ), isso me lembra uma pesquisa de um neurocientista que estava estudando sobre psicopatas e em um dos testes acabou descobrindo ser um kkkkkkk (ironico).

-Respondendo sua pergunta, só a pesquisa "como se identifica um assexual no Brasil"
- Não me oponho, se você colocar a pesquisa quem quiser responder responderá quem não quiser não responde...

Fico contente por ter se encontrado e por seu interesse no tema, também acho interessante.
Fique a vontade para participar dos topicos aqui no forum

Essa coisa de "faz antropologia? vai trabalhar com o quê?" é quase como "assexual? mas você vai morrer sozinho?" pra mim HAHAHAH
Sobre a minha pesquisa, L: o método da antropologia é menos invasivo e mais submersivo: a gente usa a observação participante. A minha presença aqui no fórum, fazendo anotações, pensando conceitos e "interpretando" as falas da galera, em determinados contextos, é o que constitui a minha pesquisa.
Quanto a ter me encontrado, confesso que aconteceu de uma forma inusitada e caricata: através de um amigo, que curtiu a Assex da Deprê, no Facebook. Até então, sempre adotei a postura de não sentir necessidade ou desejo de sexo; a diferença é que não conhecia o grupo, não sabia que tinha muito mais gente assim, nada nada. Não existia, pra mim, essa sensação de pertencimento ao grupo.
E sim, irei participando, aos poucos. Confesso que é meio complicado acessar com assiduidade durante a semana (meus horários tão mega bagunçados esse período).

Elemento Neutro escreveu:

Seja bem-vindo Gabriel!          
Acho engraçado como o fórum atrai pessoas parecidas por aqui! Claro que não tô falando pelo fato de ser assexual, mas pela forma de pensar e enxergar o mundo e tb querer fazer algo pra melhorar!

Tb sou bastante interessada em saber mais sobre sexualidade e gênero, acho que isso começou desde de meus 22 anos, quando eu estava me descobrindo assexual. E claro que não me oponho a pesquisa! E sei tb q os outros moderadores e admins tb não vão achar ruim, já que é algo que vai contribuir pra comunidade.

Acho que essa coisa de fazer algo pra melhorar me remete muito ao pessoal da AVEN, com uma porrada de cartilhas e infográficos explicativos e etc. Nesse sentido, acho muito maneira a iniciativa deles!
E quanto à idade, como funcionou isso pra você? Você já sentia essa "diferença" do resto das pessoas, e só parou pra pensar melhor aos 22, ou foi alguma coisa aos 22 anos? Eu percebo que minha descoberta não aconteceu num período, sabe? Eu sempre pensei dessa forma, sempre fui indiferente ao sexo, mas só há uns 2~3 meses parei pra pensar isso. É quase como aquela coisa de ninguém ficar pensando/querendo ser homo ou hetero, simplesmente é, simplesmente acontece rs

Cypher escreveu:

Cara, definitivamente, você não está sozinho... Há uns anos eu saí de um relacionamento meio estranho (A menina era ninfomaníaca e eu assexual. excelente combinação ne? Eu não sabia que eu era assexual) em que a mina acabou me traindo por achar que eu tinha traído ela ¬¬ kkk. Depois disso conheci uma menina pela qual tive um sentimento muito intenso e até então estranho, era como se fosse uma paixão de querer estar junto mas sem contato sexual (e ela era lésbica, só tive sorte nessa vida -.-). Ela demonstrava um certo interesse e alimentou meu sentimento.. mas do nada ela sumiu da minha vida e eu decidi entrar numa bolha...

Entrei num período de autoconhecimento, passei 10 meses sem qualquer tipo de relacionamento, falando pra mim mesmo que só me relacionaria com alguém que eu tivesse muita certeza que não teria outra bizarrice do tipo. Deu certo, me entendi muito mais, reencontrei uma amiga com a qual tive um relacionamento extremamente sincero de quase 4 anos, "terminamos" esse mês (eu prefiro dizer que 'melhoramos' pra amizade, o namoro não tava dando tão certo). Tínhamos relações sexuais mas o que me motivava era um sentimento de vê-la feliz, não era o meu prazer :P Por mim, passava até meses sem (coitada ) .. mas ela respeitava, mesmo sem sabermos da minha sexualidade.

Quando descobri que eu era ace, falei pra ela e ela aceitou super de boa. (O motivo do 'término' não teve nada a ver com a vida sexual, foi por questões de convívio)

Enfim, peguei alguns trechos seus porque me identifiquei demais com o que você falou, creio que mil outros daqui também ^^ Pra você ver que realmente não está sozinho

Sinta-se em casa, ok?
:v
/\ PacMan

AAHAHAHA Nossa, dupla perfeita, cara! Sobre amores platônicos/intensos: são o mal da vida e_e Eu vivia quebrando a cara com isso, até quando decidi não mais me interessar por ninguém. Foi um alívio, pra mim. Logo depois descobri que meu primeiro ~~amorzinho~~ de adolescência tava grávida, e pra casar. Foi uma coisa que só..

Ah, uma coisa: comofas pra usar o multiquote? Fiquei meio confuso com isso EAUHAEUHEA :v

Otnip escreveu:

Acho que essa coisa de fazer algo pra melhorar me remete muito ao pessoal da AVEN, com uma porrada de cartilhas e infográficos explicativos e etc. Nesse sentido, acho muito maneira a iniciativa deles!
E quanto à idade, como funcionou isso pra você? Você já sentia essa "diferença" do resto das pessoas, e só parou pra pensar melhor aos 22, ou foi alguma coisa aos 22 anos? Eu percebo que minha descoberta não aconteceu num período, sabe? Eu sempre pensei dessa forma, sempre fui indiferente ao sexo, mas só há uns 2~3 meses parei pra pensar isso. É quase como aquela coisa de ninguém ficar pensando/querendo ser homo ou hetero, simplesmente é, simplesmente acontece rs

Sim, eu já percebia que era diferente desde meus 13 anos, mas foi aos 22 que eu vi que existia mais gente assim. Mas até aí, eu não parava pra pensar se era assexual ou sexual. Nessa época eu tb descobri os termos gray-a, romantico, arromantico e demissexual. E logo me identifiquei como ''demissexual''. Mas depois que eu tive um relacionamento eu descobri que não era demissexual, pois mesmo gostando de alguém eu não tenho interesse em sexo, eu só me esforçava pra agradar a pessoa, na verdade eu devo ser demirromantica.

Ah, uma coisa: comofas pra usar o multiquote? Fiquei meio confuso com isso EAUHAEUHEA :v escreveu:

É só clicar em ''multi-quote'' nas postagens q vc quer selecionar e depois clicar em ''responder'' lá em baixão do tópico.

Boas-vindas (atrasadas), Gabriel!

Achei os seus interesses muito interessantes. Apoio seu projeto e penso que qualquer forma de contribuir para a comunidade deve ser muito bem-vinda.

Meus contatos com pesquisas só se deram via internet, sendo as de maior relevância:
• PARTICIPE: Pesquisa - Como se identifica o assexual no Brasil?
• Senso/Pesquisa da AVEN para assexuais 2014

No mais, espero mesmo que seus projetos o ajudem em seu processo de autoconhecimento, tanto quanto podem ajudar outras pessoas nesse mesmo aspecto.

Elemento Neutro escreveu:

Sim, eu já percebia que era diferente desde meus 13 anos, mas foi aos 22 que eu vi que existia mais gente assim. Mas até aí, eu não parava pra pensar se era assexual ou sexual. Nessa época eu tb descobri os termos gray-a, romantico, arromantico e demissexual. E logo me identifiquei como ''demissexual''. Mas depois que eu tive um relacionamento eu descobri que não era demissexual, pois mesmo gostando de alguém eu não tenho interesse em sexo, eu só me esforçava pra agradar a pessoa, na verdade eu devo ser demirromantica.

Essa questão da idade é complicada, né? As pessoas costumam censurar quando alguém se considera assex desde novo. Acham estranho, tentam colocar como um problema, falam que "é muito novo", ou que tem que "esperar a pessoa certa". Mas é engraçado como é tão natural namorar/transar aos 14 anos. Infelizmente, quando você sai do ~~padrão~~, costumam ver como um problema :/

Dream Catcher Louis escreveu:

Olá, Gabriel!  

Sejam quais forem as razões pelas quais entraste no fórum, és muito bem vindo!

Também me identifico com o teu relato. Desde os meus 18 anos que nunca mais experimentei atração romântica mas antes tive duas relações, a última bastante séria até, e também mantinha relações sexuais mas, se fosse só por mim, não ia até esse ponto. A mim também não me fazia qualquer impressão nem me provocava qualquer repulsa mas também não me sentia confortável.

Espero que gostes muito do fórum e que te divirtas muito! 

Então, eu também ficava nessa. Não era incômodo nem nada, mas eu só pensava que eu poderia estar fazendo outra coisa, sabe? ahahah
E obrigado :3

Layla escreveu:

Boas-vindas (atrasadas), Gabriel!

Achei os seus interesses muito interessantes. Apoio seu projeto e penso que qualquer forma de contribuir para a comunidade deve ser muito bem-vinda.

Meus contatos com pesquisas só se deram via internet, sendo as de maior relevância:
• PARTICIPE: Pesquisa - Como se identifica o assexual no Brasil?
• Senso/Pesquisa da AVEN para assexuais 2014

No mais, espero mesmo que seus projetos o ajudem em seu processo de autoconhecimento, tanto quanto podem ajudar outras pessoas nesse mesmo aspecto.

Obrigado, Layla. Espero ajudar a entender! rs Na verdade, o propósito desse trabalho é fazer surgir dúvidas ao invés de dar respostas. E acho que é através do diálogo, das ideias, que a gente consegue compreender o(s) outro(s)!

Agora que notei, vc também é da UFF \o/. Apesar que imagino que você seja do gragoatá. Legal ver mais gente da minha facul por aqui tbm. Bem vindo e não esqueça de postar os resultados das pesquisas aqui no fórum também xD o/

Sim, sou do Gragoatá
Mas os campi são pertinhos um do outro, qualquer coisa a gente pode se esbarrar! hahaha

blz então xDDD. quem sabe um dia te encontro e discutimos sobre essas loucuras de assexualidade. Quem sabe até como entrevista se te for útil? xD

Porra, Gabriel, legal encontrar alguém de Humanas aqui na comu hahahah
Eu faço Relações Internacionais, to no 4º semestre, tenho 19 e sou de SP. Quiser bater um papo, tamo ae !
Nunca me senti tão feliz de saber que alguém vai fazer uma etnografia *-*

Bem vindo, Gabriel!

Entrei na comunidade a poucos dias também e tenho ficado cada vez mais confortável em conversar com o pessoal. Acho que sempre me identifiquei desde cedo, mas a primeira vez que tive a noção de que tinha algo diferente comigo foi pelos 16, mas quando se é adolescente essa é uma idade bem complicada devido a pressão dos colegas.

O maior problema que eu vejo é um comentário que a Elisabete Oliveira faz na palestra da USP (aliás, ela é a primeira pessoa a pesquisar sobre a assexualidade por aqui até onde eu descobri), que é dado uma importância muito grande aos relacionamentos que envolvem sexo, enquanto relacionamentos baseados no afeto, como a próprio amizade, são vistos como menos importantes.

De resto, precisando de "cobaias" estamos por aqui!