Olá pessoal
Estou criando mais um tópico pois encontrei um artigo na internet que refuta a ideia de assexualidade, mas é perceptível que ele contém alguns erros, e como acredito que os dois maiores problemas da assexualidade, hoje, são o desconhecimento ou o conhecimento incorreto da orientação sexual e a falta de aceitação, resolvi fazer um comentário no post do artigo refutando os argumentos que considerei incorretos.
Iria, primeiramente, fazer o comentário e depois mostrar a vocês, no fórum, para que também comentassem corrigindo os meus erros (que devem ser muitos) e acrescentando elementos que eu houvesse esquecido, mas meu comentário ficou muito grande (novidade :P ), e não coube no campo de comentário do site, por isso resolvi colocá-lo aqui para que pudéssemos, juntos, construir este conhecimento, inclusive com a participação do autor do artigo, o qual irei convidar para mostrar a nossa opinião.
O artigo, para quem tiver interesse em ler, está NESTE SITE.
Pois bem... Agora vamos para o meu comentário que foi grande demais para ser colocado no próprio site.
Perdão, mas esta parte do artigo contém uma opinião incorretamente atribuída aos assexuais. Nos artigos mais básicos sobre assexualidade, há exatamente uma desconstrução desta ideia, até porque uma relação sexual não é feita somente tendo como base a atração pelo sexo do parceiro, e as pessoas não mantêm relações sexuais por motivos diversos, não incluindo somente a falta de desejo. Inclusive, existem pessoas que se identificam como assexuais e relacionam-se sexualmente sem que este fato anule a sua identificação sexual.
A ideia mais aceita, hoje, de assexualidade, é a falta de atração sexual. Mas a comunidade assexual não afirma que os assexuais não são dotados de sexualidade, pelo contrário, pois aceitamos (ou parte aceita, pois não conheço a opinião de todos) a ideia de que a sexualidade é universal e inerente ao homem, o que muda é a forma com que ela se manifesta em cada pessoa.
Este é um conhecimento aceito pelos assexuais. Não acreditamos que a sexualidade humana seja baseada somente em rótulos bem definidos, mas sim em um continuum, um degradê. Para mais fácil percepção, torna-se conveniente materializar essa ideia de continuum em um triângulo, em que cada ponta representaria uma orientação sexual, ou seja, há a ponta da heterossexualidade, da homossexualidade e da assexualidade. Então, entre a homossexualidade e a heterossexualidade há a bissexualidade, e o espaço dentro deste triângulo comportaria as variações da sexualidade humana já que, como disse anteriormente, a sexualidade manifesta-se diferentemente em cada pessoa.
Não acreditamos que pelo fato de uma pessoa não fazer sexo ela é, necessariamente, assexual. As pessoas não mantêm relações sexuais por diversos motivos, a assexualidade é apenas um deles, pois há a frigidez, a falta de oportunidade, o celibato, dentre vários outros.
Por mais que tentemos ampliar a concepção das orientações clássicas, não seria possível abranger a falta de desejo sexual, pois, da mesma forma que a ciência credita credibilidade à ideia da veracidade das orientações clássicas, ela determina que o desejo sexual é universal, portanto, dentro da concepção aceita cientificamente, ser heterossexual, bissexual ou homossexual abrange, necessariamente, a presença de atração sexual. Mas, como não sinto atração sexual, eu seria o que então? Um portador de uma patologia? Teria o transtorno do desejo hipoativo? Não é o que os exames que já realizei identificaram.
E, entendo que a sua concepção ampla de sexualidade poderia abranger grande parte das pessoas que identificam-se como assexuais, mas, além da ideia não ter respaldo científico (pois, como disse, ser humano é sentir atração sexual para a ciência), não abrange todos os assexuais, pois também existem aqueles que, como eu, não apreciam o carinho, o afeto, o companheirismo, o toque, e todos os outros elementos atrelados à relacionamentos amorosos. Logo, as orientações sexuais clássicas não são suficientes para abranger a minha sexualidade.
PS: Não concordo com os postulados científicos, mas utilizei alguns deles na minha argumentação pelo fato do artigo utilizar o respaldo deles na tentativa de provar a inexistência da assexualidade.
Os meus argumentos mostram o porquê de eu não concordar com a visão do autor de assexualidade, mas, claro, eu sou imperfeito e a minha reflexão pode conter vários erros, e, exatamente por isso aceito críticas e correções à minha argumentação.
Última edição por Lelouch em 2/11/2012, 21:55, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Apenas editei com o objetivo de corrigir um errinho de português)
Estou criando mais um tópico pois encontrei um artigo na internet que refuta a ideia de assexualidade, mas é perceptível que ele contém alguns erros, e como acredito que os dois maiores problemas da assexualidade, hoje, são o desconhecimento ou o conhecimento incorreto da orientação sexual e a falta de aceitação, resolvi fazer um comentário no post do artigo refutando os argumentos que considerei incorretos.
Iria, primeiramente, fazer o comentário e depois mostrar a vocês, no fórum, para que também comentassem corrigindo os meus erros (que devem ser muitos) e acrescentando elementos que eu houvesse esquecido, mas meu comentário ficou muito grande (novidade :P ), e não coube no campo de comentário do site, por isso resolvi colocá-lo aqui para que pudéssemos, juntos, construir este conhecimento, inclusive com a participação do autor do artigo, o qual irei convidar para mostrar a nossa opinião.
O artigo, para quem tiver interesse em ler, está NESTE SITE.
Pois bem... Agora vamos para o meu comentário que foi grande demais para ser colocado no próprio site.
Dito isso, por que a proposta dos assexuais é um retrocesso? Porque, indo na contramão da psicologia e de todo o conhecimento científico acumulado até agora, identifica a relação sexual com a orientação sexual, quando a segunda inclui a primeira, podendo esta ser seu resultado ou não. Em suma, para o assexual, o hétero é hétero porque 'transa' exclusivamente com alguém do sexo oposto. É um erro conceitual, que cheira a naftalina e não faz jus ao conceito de orientação sexual.
Perdão, mas esta parte do artigo contém uma opinião incorretamente atribuída aos assexuais. Nos artigos mais básicos sobre assexualidade, há exatamente uma desconstrução desta ideia, até porque uma relação sexual não é feita somente tendo como base a atração pelo sexo do parceiro, e as pessoas não mantêm relações sexuais por motivos diversos, não incluindo somente a falta de desejo. Inclusive, existem pessoas que se identificam como assexuais e relacionam-se sexualmente sem que este fato anule a sua identificação sexual.
A ideia mais aceita, hoje, de assexualidade, é a falta de atração sexual. Mas a comunidade assexual não afirma que os assexuais não são dotados de sexualidade, pelo contrário, pois aceitamos (ou parte aceita, pois não conheço a opinião de todos) a ideia de que a sexualidade é universal e inerente ao homem, o que muda é a forma com que ela se manifesta em cada pessoa.
É verdade que, há um certo tempo, já se sabe que hétero, homo e bi são tipos ideais. Como tenho defendido, não existe entre eles fronteiras: existe um degradê, e há pessoas que ficam entre as cores intermediárias, difíceis de encaixar nas três orientações clássicas. Os exemplos são muitos, do homem que curte exclusivamente travestis à travesti que se relaciona com mulheres exclusivamente.
Este é um conhecimento aceito pelos assexuais. Não acreditamos que a sexualidade humana seja baseada somente em rótulos bem definidos, mas sim em um continuum, um degradê. Para mais fácil percepção, torna-se conveniente materializar essa ideia de continuum em um triângulo, em que cada ponta representaria uma orientação sexual, ou seja, há a ponta da heterossexualidade, da homossexualidade e da assexualidade. Então, entre a homossexualidade e a heterossexualidade há a bissexualidade, e o espaço dentro deste triângulo comportaria as variações da sexualidade humana já que, como disse anteriormente, a sexualidade manifesta-se diferentemente em cada pessoa.
Retomando o exemplo do heterossexual, existirão aqueles héteros que mantêm relações sexuais, os héteros que as mantêm em excesso (satiristas ou ninfomaníacas) e os héteros que não mantêm qualquer relação ('assexuais'): havendo atração pelo sexo oposto, e tomando essa atração ou desejo em sua acepção ampla, que inclui a afetividade – amor Eros –, a pessoa é hétero. 'Transar' ou 'não transar' é apenas um detalhe... Não deixa de ser, aliás, comum observar que os assexuais mesmo dizem que não gostam do sexo em si, do ato em si – mas gostam do carinho, do afeto, do companheirismo e até do toque (não genital ou erotizado) de companheiros, com quem se envolvem, se apaixonam e gostam de dividir suas angústias e sentimentos. Lamento dizer: mas isso não é assexualidade. É a mesma velha e conhecida sexualidade humana, com a única diferença de não resultar ou não levar ao ato genital.
Não acreditamos que pelo fato de uma pessoa não fazer sexo ela é, necessariamente, assexual. As pessoas não mantêm relações sexuais por diversos motivos, a assexualidade é apenas um deles, pois há a frigidez, a falta de oportunidade, o celibato, dentre vários outros.
Por mais que tentemos ampliar a concepção das orientações clássicas, não seria possível abranger a falta de desejo sexual, pois, da mesma forma que a ciência credita credibilidade à ideia da veracidade das orientações clássicas, ela determina que o desejo sexual é universal, portanto, dentro da concepção aceita cientificamente, ser heterossexual, bissexual ou homossexual abrange, necessariamente, a presença de atração sexual. Mas, como não sinto atração sexual, eu seria o que então? Um portador de uma patologia? Teria o transtorno do desejo hipoativo? Não é o que os exames que já realizei identificaram.
E, entendo que a sua concepção ampla de sexualidade poderia abranger grande parte das pessoas que identificam-se como assexuais, mas, além da ideia não ter respaldo científico (pois, como disse, ser humano é sentir atração sexual para a ciência), não abrange todos os assexuais, pois também existem aqueles que, como eu, não apreciam o carinho, o afeto, o companheirismo, o toque, e todos os outros elementos atrelados à relacionamentos amorosos. Logo, as orientações sexuais clássicas não são suficientes para abranger a minha sexualidade.
PS: Não concordo com os postulados científicos, mas utilizei alguns deles na minha argumentação pelo fato do artigo utilizar o respaldo deles na tentativa de provar a inexistência da assexualidade.
Os meus argumentos mostram o porquê de eu não concordar com a visão do autor de assexualidade, mas, claro, eu sou imperfeito e a minha reflexão pode conter vários erros, e, exatamente por isso aceito críticas e correções à minha argumentação.
Última edição por Lelouch em 2/11/2012, 21:55, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Apenas editei com o objetivo de corrigir um errinho de português)