Pergunta para qualquer classe de ACE

Como é com vocês? Eu não sei se vou saber formular a pergunta, mas tipo... Como é vocês? Como se descobriram, como mantém isso, como vivem com isso? Se alguns de vocês tem seus "momentos"... ces gostam? Eu tô num ponto que to fão confuso que não dei dizer mais

Descobri faz muito tempo, mas não sabia exatamente como definir. Achava que era um "problema", e até já duvidei das preferencias sexuais por causa disso. Mas nada batia com o EU de verdade, até simplesmente aceitar que não tenho as mesmas necessidades sexuais que todo mundo.
Tinha vontade imensa de abraçar, beijar, mas nunca foi natural a inclinação para o sexo. A tentativa sempre foi da pessoa que estava comigo e todo mundo estranhava porque eu demorava tanto de fazer propostas.
Até uma certa idade foi tranquilo. Mas quando vai avançando a idade e demora de ter um relacionamento fixo, um noivado e até mesmo casar, começam a vir os questionamentos e cobranças.
Com o tempo fui me afastando de todos naturalmente, porque os objetivos dos amigos e família eram muito diferentes dos meus. Não foi algo forçado e ainda vejo todos quando sinto saudades. Mas vivo muito bem sem todo mundo.
Quando comecei a contribuir com as despesas da família e ter a segurança de que podia morar sozinho, para não dizer que as cobranças pararam elas aconteciam uma vez ou outra. Mas não passava de um "e aí, vai trazer quando uma namorada para agt conhecer?". Apenas dou risada e nunca respondo rsrsrs
Depois descobri a assexualidade pesquisando sobre esses "problemas" e distúrbios. A tranquilidade só aumentou.
Basicamente quem sabe que sou ace, também é ace.
Não saio falando com ninguém, porque não tenho paciência para ficar explicando. Logo o que ninguém sabe ninguém fica perguntando o tempo todo e vivo bem assim. Quando me perguntam sobre relacionamento eu falo que estou muito bem e feliz sendo solteiro.
Como um romântico, sou inclinado a me relacionar amorosamente. Já namorei tanto alo quanto ace e foram ótimas experiências. Rolar sexo para mim está na mesma probabilidade de não rolar. É algo que não busco e não sinto falta. Mas, quem sabe...
Se está confuso, correr também não vai ajudar. Precisa deixar as coisas acontecerem naturalmente, faz o que tiver vontade. O máximo que vai acontecer é a pessoa ficar chocada quando vc dizer um NÃO bem grande. Mas nada melhor que o dia seguinte para ambos, relaxe  

Bom, comigo é da seguinte forma:

Desde que eu percebi, lá pelo início da minha adolescência, que eu não sentia atração sexual por ninguém (desconhecia o termo assexual) que eu venho tentado burlar isso, procurar alguma fonte, alguma coisa que desperte desejo, mas não existe nada, nada mesmo.

Já se passaram alguns anos desde que eu desisti de "tentar mudar de sexualidade", mas eu não me aceito e me odeio muito por causa disso, eu podia pular de uma prédio mas em consideração à minha mãe decidi ser fumante ativo mesmo, assim de certa forma eu continuo me matando.

Quarta (02/10) tenho consulta no psiquiatra e espero conseguir um encaminhamento pra psicoterapia também, pois já que eu tento no SUS, várias das psicólogas pelas quais passei eram afastadas antes que eu pudesse criar um vínculo "profissional+paciente" e pudesse enfim tocar no assunto, mas daqui pra lá eu espero que eu consiga.

Em resumo: eu não sei lidar, não gosto de ser assim e espero morrer jovem por isso.

Bem, desde a adolescência eu tinha a noção que tinha alguma coisa “diferente" em mim. Enquanto meus amigos ficavam e namoravam eu preferia ler um livro ou assistir um filme. Na época eu não me definia assexual (nem conhecia esse termo), e não me incomodava em ficar sozinho enquanto todos estavam com seus pares.
Acho que eu tenho sorte da minha família não fazer a famosa pergunta “e as namoradinhas", e nem me cobram nada. Alguns amigos ainda ficam pressionando, inclusive eu já fiquei com uma garota por pura pressão. Entendi que não vale a pena.
Particularmente, eu prefiro dar e receber carinho. Um cafuné, assisti um filme abraçado, aproveitar um passeio são coisas que me atraem. Eu também tive minha época de duvidas e negações, principalmente por que eu me senti atraído romanticamente por uma garota, hoje eu compreendo e aceito minhas “peculiaridades” e estou muito feliz.

Ah, eu sempre fui uma tapada completa! *revira os olhos* Nunca me toquei de que minhas amigas todas já tinham seus namoradinhos e não tava nem aí. Durante o ensino médio eu estava focada demais nos estudos e nas séries para reparar nos namoradinhos e depois que passei no vestiba, como psicologia é um curso majoritariamente feminino, os poucos garotos que conheci estavam namorando ou eram gays. Ou os dois. Enfim.
E sei que minha foto do perfil é super ARRASADORA DE CORAÇÕES (até já fizeram um retrato à mão da minha fotenha ~super esnobando aqui), mas sinto informá-los de que ela não é verdadeira. E fisicamente falando sou mais um rostinho na multidão e nunca fiz questão de acentuar minhas qualidades ou esconder meus defeitos e, por ser tapada, as poucas pessoas que se interessaram por mim levaram um fora sem eu nem ficar sabendo que tava dando (pareço má, mas juro que não sou!).
Anyway, eu também tive meus momentos paixonite e graças a eles eu demorei muito para entender que eu era assexual. E, deus do céu, até eu entender que existia esse troço chamado "atração sexual" e que ocasionalmente as pessoas sentem isso e que eu nunca tinha sentido isso foi um paaaaartooooo!
Mas eventualmente entendi. Depois aceitei. Depois me identifiquei. Agora eu me orgulho bastante! Minhas amigas sabem, meus colegas nos projetos sabem, minha mãe sabe e minha psicóloga sabe. Para mim são essas pessoas que importam, então está tudo bem.
Se alguém pergunta eu respondo e, se tenho paciência, eu explico. Mas como fico bastante na minha, não tenho muitos problemas com isso. xD

"Como vivem com isso?"
Pergunta curiosa, que não sei responder... Vivendo?
Estou tão ocupada com o trabalho e tentando ter uma situação de vida minimamente estável e lidando com questões familiares e com outros pontos na minha vivência social q não têm nada a ver com sexualidade.... Q a assexualidade parecer ser mais uma coisa no meio de muitas outras...

Às vezes, com maior ou menor frequência, rola um pensamento de "vou morrer sozinha", "não vou encontrar ngm legal" ou coisa do tipo, mas isso está relacionado a tantos outros fatores que acho que não posso dizer que é "culpa" apenas da assexualidade...

E nem sei se seria isso mesmo. Talvez se respondesse essa pergunta em outro momento eu tivesse outra resposta.

Esse tópico é interessante...
Até março/19, eu nem cogitava ser assexual. Na verdade, nem sabia que a assexualidade existia. Eu simplesmente achava que não havia encontrado a pessoa certa. Nunca tive atração sexual, mas já havia me apaixonado platonicamente algumas vezes.
Como estava sentindo falta de uma companhia, tentei, nessa época, encontrar um parceiro por meio de um aplicativo alossexual. Por ser espírita, preferi um aplicativo da minha religião, pois achei que seria mais fácil me abrir para um relacionamento. Mas, não foi. Senti tanto incômodo por estar no aplicativo que comecei a pesquisar sobre a aversão sexual que sinto. Daí, encontrei vários artigos sobre a assexualidade e me identifiquei bastante.
Confesso que antes da descoberta, eu estava mais feliz. Acredito que era pelo fato de eu viver alheia ao que se passava. Depois que eu descobri que existem outros como eu, eu fiquei um pouco ansiosa para encontrar alguém pra compartilhar os bons momentos da vida. Após os 30 anos, ficou chato estar sempre sozinha. Passei a querer alguém para viajar, sair para jantar, ir dançar, etc. Porém, acredito que tudo depende de um contexto: se eu tivesse amizades disponíveis ou familiares agradáveis para me acompanhar, eu não sentiria falta necessariamente de um namorado.
Por sentir essa falta, eu acho ruim ser assexual, devido às remotas possibilidades de encobtrar um ace na sua cidade e com os mesmos interesses. Entretanto, eu nunca me violarei para atender esse desejo. Nos momentos difíceis, eu me lembro do que Buda disse sobre o desejo. Assim, eu prefiro educar minha mente e tentar ser mais resiliente.
Concluindo, embora haja momentos difíceis, eu gosto de ser assexual. Não me vejo sendo de outra forma e nem quero.

"A causa de todo sofrimento humano está no desejo e no apego." Buda

Bom, como boa parte dos Aces,veu me sentia estranho, nunca me encaixei nessa sociedade alo, então foram vários problemas ao longo da vida até eu decidir que era só estranho mesmo e que nunca ia dá certo, então um certo dia (ainda esse ano por volta de fevereiro) em um grupo do face alguém comentou sobre demissexualidade e aí vendo a conversa do pessoal fui me identificando e então resolvi pesquisar sobre e encontrei o fórum e finalmente me encontrei. Bom, viver com isso sempre foi um problema pra mim, porque eu não me entendia mesmo e quando rolava atração era algo bem estranho e acabava atrapalhando, ou muitas vezes quando vinha surgir atração a pessoa (alo) já tinha desistido. E to um tanto desanimado, gostaria de encontrar alguém, mas com alo acho bem improvável de dá certo e encontrar ace que more próximo e que dê certo é um tanto quanto achar uma mina de ouro rs

Quilua escreveu:

Como é com vocês? Eu não sei se vou saber formular a pergunta, mas tipo... Como é vocês? Como se descobriram, como mantém isso, como vivem com isso? Se alguns de vocês tem seus "momentos"... ces gostam? Eu tô num ponto que to fão confuso que não dei dizer mais

Li no Portal Uol uma matéria sobre assexualidade e a achei bastante interessante...  foi assim que, em abril/2014, ingressei na comunidade. Embora tivesse notado que era diferente da maioria, na adolescência (vide link anterior), até então achava que assexuais eram só os arromânticos. Lendo a reportagem, identifiquei-me como Gray-A... e respondendo uma de suas perguntas, gosto desta condição.

Algum tempo depois fui entrevistado pela Revista Glamour. Nela pude falar sobre como é ser Gray-A.

Sugiro a leitura dos textos linkados (nesta minha mensagem)!