Nessa última semana foi algo que gritou na minha cara, essa ideia de eu não saber se sou romântico por eu mesmo ou se seria uma romanticidade compulsória. Na faculdade escrevi meu TCC falando sobre autoridade anônima que a comunidade assexual vivência, sobre essa questão de ter coisas que estão no mundo e nós sentimos como peso, cobrança, etc, mas que não são ideias essencialmente nossas, mas também de ninguém em especial, sendo aí a ideia de ser anônima, nós sentimos e não sabemos de onde exatamente. E com nós eu quero dizer eu, estou falando da minha experiência.
Pessoal, na minha vida sempre estive procurando alguém, querendo estar com alguém, como se estar sozinho fosse de certa forma um problema. Sinto que as pessoas colocam esse peso sobre meus ombros, sobre eu ter que tentar procurar alguém, sobre eu ter que querer encontrar alguém. Tenho irmão na mesma faixa de idade, tenho amigos na mesma faixa de idade, todo mundo se importa e corre atrás de um relacionamento, então sempre falam comigo com esse peso de cobrança, como se eu estivesse num lugar errado, fazendo as coisas erradas. Meus amigos me perguntam sobre a última vez que transei e falam algo sobre encontrar a pessoa certa. Os carinhas que tentei me relacionar sempre davam uma lição de moral no último suspiro antes de eu os afastarem "você é bonzinho, mas precisa se permitir mais, você vai encontrar alguém em quem confie e que irá querer ter tudo isso" (e com isso penso que querem dizer um relacionamento "típico", com sexo).
Penso que todas as pessoas que eu me relacionei foi algo forçado, como se eu tivesse que tentar aproveitar algo daquela experiência, tentar aproveitar o possível na medida do possível, mas sempre que pesava no mesmo ponto, no mesmo lugar, as coisas se complicam. Eu não sentia nada beijando as pessoas, era algo que eu fazia sem me importar de estar naquela posição. Eu flertava e brincava via celular, mas no dia seguinte eu sentia uma ressaca moral, como se não fosse algo meu, essencialmente meu.
Enfim, espero que tenham lido alguma coisa e ainda estejam até aqui, não precisam opinar ou algo do tipo, mas digitar parece que já tem me ajudado um pouco a me entender, me dá oportunidade de rever, pensar e entender o como eu percebo algumas coisas. Talvez eu esteja realmente vivenciando uma romanticidade compulsória (pelo menos tenho me sentido assim, como se eu já estivesse cansado demais de tentar tentar querer, de querer querer alguém).