Fraannnk! Eu ainda não sei latim... T-T Essa língua tá na minha lista de coisas para aprender antes de morrer, mas ainda não seeeeeeeeiiii... E a tradução que o google fez não faz sentido hahah
Mas super me intrometendo... Shipow, Rhoda tem razão quando diz que nem todo mundo que experimenta drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, se tornará um viciado. Se assim fosse, a humanidade como um todo ia estar super fudida (sorry pelo palavreado).
Mas psicólogos e médicos e outros pesquisadores da área estão chegando à conclusão que o que leva ao vício não é a substância ou o comportamento em si, mas o desejo de fugir da realidade. Pensemos naquele estudo de mil e novecentos e lá vai cacetada, clássico, do ratinho apertando a barrinha para receber cocaína direto no cérebro, que comprovou que a cocaína vicia, já que o ratinho ficou apertando a barrinha enlouquecidamente até sofrer uma overdose. Recentemente recriaram esse mesmo experimento, mas com dois grupos: enquanto um seguia as mesmas características do estudo clássico, o segundo grupo tinha na gaiola uma espécie de paraíso dos ratos: tinham outros ratos pra eles se socializarem, tinham brinquedos, outros alimentos e tudo o mais que um ratinho gosta. Se o "fator viciante" estivesse na cocaína, ou seja, na substância em si, o esperado era que independentemente do que mais estivesse na gaiola, os ratos ainda apertariam a barrinha loucamente até sofrerem overdose. Mas não foi isso que aconteceu. Os ratinhos do segundo grupo, que estavam no "paraíso dos ratos", foram ser felizes com os outros ratinhos e, se não me engano, nenhum apertou a barrinha loucamente até sofrer overdose (eu preciso encontrar esse estudo de novo para confirmar). Os do primeiro grupo morreram de overdose.
Enfim, agora é só estender esse raciocínio para os outros exemplos: uma pessoa não vai se viciar em cocaína se a realidade em que ela vive for do seu agrado, como acontece, por exemplo, com os caras de WallStreet (eles podem até fazer uso de drogas com regularidade, mas não é abusivo a ponto de atrapalhar seu trabalho e seu dia-a-dia). Agora, se ela, por exemplo, passa fome, se tem que se prostituir, se precisa lidar com transtornos e doenças mentais, ela vai querer fugir da realidade e acaba se viciando. Se a pessoa se torna cleptomaníaca, muitas vezes tem uma doença mental por trás. Uma pessoa que se vicia em trair o cônjuge, muitas vezes não o faz por causa da adrenalina de trair, mas porque o casamento está insustentável, mas ele (ou ela) simplesmente não pode sair do relacionamento. Se alguém fuma pela onda, ótimo; mas a onda traz uma sensação de bem-estar que a pessoa simplesmente não tem no seu dia-a-dia e o estresse da rotina faz a pessoa querer sentir-se bem de novo com a onda do baseado. Só então entra o fator da tolerância, ou seja, que a quantidade inicial da substância já não é mais o suficiente para alcançar "a melhor onda" e daí a pessoa procura mais da substância.
Mas não estou dizendo que o vício se tornou um problema apenas social, ok? Um humano possui um cérebro e um organismo muito mais complexo do que um rato. Entretanto, é bem provável que o vício seja um problema epigenético: existem fatores genéticos latentes, mas eles só são desencadeados em vício a partir de fatores ambientais.
Países como a Holanda são exemplos por conta das políticas públicas para acabar com a reincidência de uso abusivo de drogas ilícitas. A Holanda não segue a política de guerra às drogas, mas de reinserção do indivíduo na sociedade e a reincidência de uso abusivo das drogas caiu loucamente (agora não vou lembrar o número exato, mas chutando por baixo foi 30%, que é um número altíssimo).
Se a gente for pensar bem, qualquer comportamento que nos traga um mínimo de prazer tem um potencial de ser viciante. A gente gosta, a gente quer de novo haha. Agora, se formos podar todo e qualquer comportamento que possa se tornar um vício, não iremos mais viver, apenas sobreviver e com uma qualidade de vida péssima, ainda por cima.