Hipotenusa escreveu: Resolvi tentar. Nunca tinha tido nenhum envolvimento amoroso com alguém, considerava-me assexual arromântica. Porém, após conversar muito com psicólogos e meu único amigo, passei a questionar se eu não conseguia gostar romanticamente de alguém devido algum medo de me machucar causado por traumas emocionais da infância. Justamente nesse momento de dúvida um rapaz se aproximou muito de mim. Então aconteceu o meu primeiro beijo (realmente não esperava) e vários outros, todavia não senti nada com esse contato físico. A questão é: eu gosto da forma carinhosa que me trata, da companhia dele, de como fala das coisas que ama e principalmente saber que alguém pode gostar de mim desse jeito. Todavia, mesmo deixando bem claro a minha assexualidade percebo da parte dele a esperança de acontecer algo mais...
Não queria me afastar dele, contudo acho que essa é a coisa certa a fazer. Já passaram por algo parecido? Possuem alguma dica em relação a esse desabafo?
Como você ainda é nova, a sugestão que dou é que não se preocupe tanto com as classificações.
Você se considerava arromântica e se descobriu romântica. Pode ser que, futuramente, venha a se descobrir Gray-A, ou não.
O primeiro beijo não costuma ser bom... pode ser que, com o tempo, venha a gostar. Assim como pode ser que constate que especificamente com uma pessoa não seja tão prazeroso quanto com outra.
E há quem não seja fã de beijos, entretanto considere o sexo prazeroso, assim como há quem o considera indiferente e quem dele tenha verdadeira ojeriza.
Embora notasse ser diferente da maioria (das pessoas), só vim a aprender sobre a assexualidade há poucos anos (considero-me Gray-A). Até então, não sabia da existência de uma classificação específica com a qual pudesse me identificar. E mesmo esta pode ser interpretada de pelo menos duas formas.
Preocupe-se mais em se conhecer melhor, e menos com a terminologia.
Quanto a continuar ou não com o rapaz, avalie os prós e contras de permanecer com ele.
Pense sobre os limites que você considera aceitáveis, e se está ou não disposta a dialogar e buscar um consenso.
Vale lembrar que mesmo num relacionamento entre assexuais podem existir divergências.
A compatibilidade ou não vai bem além da (as)sexualidade...