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Oi, gente!
Já faz um tempo que não apareço aqui, por milhões de motivos, mas pensei que poderia ressurgir para um pequeno desabafo sobre essa bendita época do ano e gostaria de também estar aqui caso outros se sintam dessa forma coração vermelho
Bom, tem muitos anos que eu simplesmente não consigo gostar do mês de dezembro, e esse ano parece que foi tudo muito... maior. Passar o ano todo sozinha em casa na maior parte do dia (quase dois, considerando que em 2020 não passei na faculdade que queria e a outra universidade cancelou as aulas por conta da pandemia e, em 2021, minha mãe me deixou ficar em casa só estudando e ajudando nas tarefas) é tranquilo, ainda mais se você não tem a melhor relação do mundo com as pessoas que convivem com você no mesmo ambiente (no meu caso, é minha mãe e o namorado dela), aí chega um momento do ano em que eles simplesmente recebem férias e é necessário reaprender a conviver com essas pessoas (os dois trabalham em escolas, então sim, estão de férias nesse mesmo período) e tudo se torna muito mais difícil de lidar. Mal posso esperar para ela ir à praia, já que minha mãe finalmente confia em mim o suficiente para que eu fique sozinha em casa. Mas isso é só para contextualizar.
Nessa época, minha mãe começa a ver os clichês de natal e me chama para acompanhar, por conta da tradição e tudo (não gosto, sinto muito, mas é quase sempre a mesma coisa!), então já começo a perder meu espaço por aí. Minha única amiga que topa tudo comigo se tornou mal vista pelos olhos da minha mãe depois que contei que eu poderia ser lésbica (mesmo quando disse que sou aro/ace, minha mãe segue com a cara de poucos amigos e simplesmente não entende quão importante é a presença dessa menina para mim), então é muito difícil passar tempo com ela. Acabei me acostumando a andar de bike por aí no fim da tarde, aí tenho um tempinho sozinha e tento melhorar, mas enfim.
O fim do ano é um inferno: tenho uma irmã que reclama de tudo o que faço e, no fim das contas, a única pessoa que quase me entende (em relação a presentes, pelo menos) é minha mãe. Não sou nada chegada em coisas de beleza (maquiagens, skincare, e essas coisas que nem sei como falar), mas minhas irmãs seguem tentando mudar meu jeitinho de ser e não conseguem compreender que não sou a boneca que montavam quando eu era menor (exemplo disso: ganhei um chinelo daqueles chiques rosa (só tenho usado tênis e, normalmente, são pretos) e alguns produtos de skincare, rímel e batom). Sem contar todo o clima de "amor no ar", um amor falso que se resume em piadas preconceituosas no fim da noite e brigas desnecessárias (e brincadeiras inapropriadas sobre eu ter ficado para titia (serei uma tia muito feliz e orgulhosa da minha sobrinha que logo logo chega) ou sobre eu não ter ninguém. Acho que, mesmo se eu me apaixonasse por alguém, não teria coragem de apresentar meu amor para essas pessoas). Posso até me divertir um pouco no meio dos parentes, mas, no fim da noite, tudo o que quero é chorar e ficar conversando com essa minha melhor amiga, porque ela realmente me escuta, ao contrário da minha família (peço ajuda psicológica desde 2019, quando tive diversas crises de ansiedade devido ao vestibular, mas sigo sendo ignorada e "não, isso é só para gente doida", mesmo depois que duas pessoas próximas tiveram que começar tratamentos com remédios faixa preta). Minha energia social anda cada vez mais baixa, então cada vez quero passar menos tempo com pessoas que não fazem tanta diferença assim (ou seja, pessoas que eu não escolho passar um tempo, sabe? aqueles que a gente aceita porque são família ou algo assim).
É engraçado como o momento de estar na igreja foi maravilhoso para mim este ano. Fui a protagonista da peça de teatro (não foi das melhores, mas ainda assim, foi como realizar meu sonho oculto de ser atriz) e me senti realizada demais estando naquele palco! Me sinto sem forças para fazer muita coisa, então a cama se tornou um abrigo maravilhoso enquanto não posso sair pedalando sem rumo. Enquanto isso, me sinto uma invasora nas comemorações de família, como se eu não devesse estar por aqui e como se todos apenas dessem sorrisos e falassem comigo por uma certa obrigação de gentileza. Estou começando a sentir isso até no meu grupo de amigos da igreja ultimamente, para falar a verdade, um dos poucos lugares em que me sentia realmente tranquila (mas agora também estamos de férias, então vamos ver). É uma bosta sentir todas essas coisas ruins na época em que mais deveria ser mágica, mas como pode ser mágica se eu não sinto nenhuma magia nesse ar?
Sinto que estou esquecendo algo, mas edito caso me lembre rs.
Obrigada caso alguém tenha lido até aqui, foi ótimo poder falar a vocês. Desculpe por trazer essa bad vibe para o natal e ano novo, mas eu realmente precisava abrir meu coração.
Até mais e abraços a todos coração ace coração roxo

descriptionDesabafo sobre dezembro EmptyRe: Desabafo sobre dezembro

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Amiga, sou completamente nova por aqui e sua mensagem foi umas das primeiras que vi e já me chamou muito a atenção...
Já sinti tudo isso que você falou (e ainda sinto boa parte das coisas). Constumo me sentir deslocada dentro da minha própria família há meses (talvez anos). Também falam para mim direto e reto que "vou ficar para a titia", sem namorado ou marido... E que, por mais que eu diga que não quero ter filhos, vou vou acabar tendo um (contraditório, ou eu fico para a titia ou eu tenho filho, né), como se o sonho de toda mulher fosse ser mãe... Francamente....
Anyway, já chorei horrores na minha preciosa cama, tanto por não me sentir bem com minha família, quanto com faculdade, estágio e toda pressão social. Honestamente, essa dor não vai sumir tão cedo, se ela tá tão profunda quanto parece que está, vai demorar. Eu pensei muito em desistir, e sinceramente, até hj não sei pq eu continuei (e continuo) seguindo a vida... Mas tem valido a pena. A dor se dissipa aos poucos e as amizades ajudam muito!! É bom ter esperança de que daqui uns anos, vou estar morando sozinha, ou com uma amiga, e seguindo a vida, sendo feliz e livre...
Eu ainda moro com meus pais, divido o quarto com meu irmão mais novo e isso me aborrece muito, mas é oq tem para hj né, Brasil kkkk
Quanto a sua sexualidade, não sei oq dizer, pq eu mesma tô mais perdida que tudo...
Sei que é chato lidar com a família e se sentir um peixe fora d'água, mas aos poucos, as coisas melhoram... A relação com sua família pode melhorar ou vc pode simplesmente se afastar e, quando for completamente independente, morar sozinha e não prestar contas a ngm.
Sinto que falei falei e não disse nada kkkk espero ter ajudado de alguma forma... Saiba que não é a única a passar por tudo isso...
Feliz ano novo adiantado<3

descriptionDesabafo sobre dezembro Emptyquerida Mel_254

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Entendo perfeitamente seu sentimento com relação à reuniões familiares de final de ano... meu fim de ano foi bem ruim, inclusive com a unica irma que eu tenho me dizendo pra eu me matar logo que nao faria falta ou diferença.
Nao tenho palavras de conforto, mas realmente entendo o que voce sente.
Acho que a gente coloca expectativas demais no fim do ano, com as festividades, e no final acaba frustrado pois nossa realidade é bem diferente dos filmes natalinos.
Espero que este ano voce possa aproveitar mais tempo junto de sua melhor amiga. É muito bom ter um amigo que a gente possa chamar de o melhor.
Mas nada como o amanhã.
Quem sabe? Tudo pode ser diferente. Tenha fé! sorrindo

descriptionDesabafo sobre dezembro EmptyRe: Desabafo sobre dezembro

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Abraços, Mel.

A questão dessas reuniões meio protocolares é que é muito difícil que uma família ou outro grupo permaneça junto sem alguma espécie de ritual. Às vezes pode parecer meio tolo, mas se as pessoas não marcam esses eventos - não precisa ser no Natal, mas é o que se faz no Brasil - elas se afastam. E isso geralmente é ruim pois, salvo as importantes exceções, quando se fala de família costuma valer o "mal com eles, pior sem eles".

Quanto ao "falso amor" que você comenta, penso que isso é algo que se sente muito quando não se está bem. Muitas vezes não depende do que os outros estão realmente fazendo, mas da sua interpretação. Porque, para ser franco, na maior parte das vezes nós sorrimos para os outros por gentileza, mesmo - principalmente nessas situações mais rotineiras. Mas você pode entender essa gentileza como algo bom ou como a falta de algo mais sincero.

Às demais, sejam bem-vindas, e espero que janeiro traga ares melhores a todos.

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Tokyo escreveu:
Amiga, sou completamente nova por aqui e sua mensagem foi umas das primeiras que vi e já me chamou muito a atenção...
Já sinti tudo isso que você falou (e ainda sinto boa parte das coisas). Constumo me sentir deslocada dentro da minha própria família há meses (talvez anos). Também falam para mim direto e reto que "vou ficar para a titia", sem namorado ou marido... E que, por mais que eu diga que não quero ter filhos, vou vou acabar tendo um (contraditório, ou eu fico para a titia ou eu tenho filho, né), como se o sonho de toda mulher fosse ser mãe... Francamente....
Anyway, já chorei horrores na minha preciosa cama, tanto por não me sentir bem com minha família, quanto com faculdade, estágio e toda pressão social. Honestamente, essa dor não vai sumir tão cedo, se ela tá tão profunda quanto parece que está, vai demorar. Eu pensei muito em desistir, e sinceramente, até hj não sei pq eu continuei (e continuo) seguindo a vida... Mas tem valido a pena. A dor se dissipa aos poucos e as amizades ajudam muito!! É bom ter esperança de que daqui uns anos, vou estar morando sozinha, ou com uma amiga, e seguindo a vida, sendo feliz e livre...
Eu ainda moro com meus pais, divido o quarto com meu irmão mais novo e isso me aborrece muito, mas é oq tem para hj né, Brasil kkkk
Quanto a sua sexualidade, não sei oq dizer, pq eu mesma tô mais perdida que tudo...
Sei que é chato lidar com a família e se sentir um peixe fora d'água, mas aos poucos, as coisas melhoram... A relação com sua família pode melhorar ou vc pode simplesmente se afastar e, quando for completamente independente, morar sozinha e não prestar contas a ngm.
Sinto que falei falei e não disse nada kkkk espero ter ajudado de alguma forma... Saiba que não é a única a passar por tudo isso...
Feliz ano novo adiantado<3


Acho que nem sempre precisamos falar "grandes coisas" para acalmarmos os corações dos outros. Só de saber que não estamos passando por determinadas situações sozinhos (no sentido de que parece que ninguém ao seu redor se sente dessa forma) já é um alívio enorme para todos! Tem momentos em que as coisas ficam mais tranquilas (como agora, estou num momento muito bom, sem ver tantas pessoas que me estressam e esperando pelo momento de ser livre - agora e talvez quando a nota do ENEM sair e eu entrar na faculdade (pelo menos, é o que espero do fundo do coração conseguir logo!) -, mas enfim) e isso já me ajuda muito a me preparar para quando não estiver tudo tão bem. Espero que essas dores e esses sentimentos de não pertencimento desapareçam, ou diminuam, com o passar do tempo. Te desejo tudo de bom e um ótimo ano novo!! Pode me chamar se quiser conversar mais um pouco ou para fazer uma amizade. Abraços! coração ace fatia de bolo

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theredqueen escreveu:
Entendo perfeitamente seu sentimento com relação à reuniões familiares de final de ano... meu fim de ano foi bem ruim, inclusive com a unica irma que eu tenho me dizendo pra eu me matar logo que nao faria falta ou diferença.
Nao tenho palavras de conforto, mas realmente entendo o que voce sente.
Acho que a gente coloca expectativas demais no fim do ano, com as festividades, e no final acaba frustrado pois nossa realidade é bem diferente dos filmes natalinos.
Espero que este ano voce possa aproveitar mais tempo junto de sua melhor amiga. É muito bom ter um amigo que a gente possa chamar de o melhor.
Mas nada como o amanhã.
Quem sabe? Tudo pode ser diferente. Tenha fé! sorrindo


Eu sinto muitíssimo que você tenha que ter ouvido isso da sua própria irmã, e espero que ela perceba em algum momento a pessoa incrível que existe dentro de ti. Me traz um calorzinho no coração só por saber que não estou só nesses momentos complicados, porque geralmente é uma época que tem menos magia do que o resto do ano. Consegui passar o dia primeiro com a família do meu pai, então as coisas foram bem mais tranquilas do que nas épocas natalinas. Tenho poucos amigos (o total de quatro, até o momento), mas sei que sempre posso contar com eles (alguns mais do que outros, mas acontece né), então isso também me traz um alívio enorme. Mantenhamos a fé de que amanhã será um dia melhor! Não estamos sozinhos, afinal.
Abraços e um ótimo ano novo!

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BPBertolino escreveu:
Abraços, Mel.

A questão dessas reuniões meio protocolares é que é muito difícil que uma família ou outro grupo permaneça junto sem alguma espécie de ritual. Às vezes pode parecer meio tolo, mas se as pessoas não marcam esses eventos - não precisa ser no Natal, mas é o que se faz no Brasil - elas se afastam. E isso geralmente é ruim pois, salvo as importantes exceções, quando se fala de família costuma valer o "mal com eles, pior sem eles".

Quanto ao "falso amor" que você comenta, penso que isso é algo que se sente muito quando não se está bem. Muitas vezes não depende do que os outros estão realmente fazendo, mas da sua interpretação. Porque, para ser franco, na maior parte das vezes nós sorrimos para os outros por gentileza, mesmo - principalmente nessas situações mais rotineiras. Mas você pode entender essa gentileza como algo bom ou como a falta de algo mais sincero.

Às demais, sejam bem-vindas, e espero que janeiro traga ares melhores a todos.


Eu super concordo com essa ideia, apesar de ainda ficar meio triste do tipo "poxa, por que precisamos nos reunir em um único dia para compensar todo o afastamento do ano?" ao mesmo tempo em que até fico feliz por não haver sempre essas reuniões. Na minha família materna, existem pessoas mais fáceis e outras que são mais difíceis de lidar, mas a gente sempre segue o baile. Acabei passando o dia primeiro com a família paterna e as coisas foram muito mais tranquilas, sabe? Já até fui convidada para o próximo ano novo com eles (meus pais são separados e tenho poucos momentos com meu pai, por isso essa distância entre eu e a família dele), então foi algo bem significativo (sem contar o negócio de que meus parentes paternos são muito mais respeitosos com os diferentes).
Mais uma vez, acredito que esse negócio de falso amor realmente faz sentido. Alguns eu sempre senti isso, mas tem outras pessoas que tem momentos de não parecer verdadeiro ou tempos em que sinto que só atrapalho. São fases da vida, acontece. Muito obrigada por me ouvir e dar uma luz aos meus pensamentos!
Abraços e um ótimo ano novo! coração ace fatia de bolo
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