Sendo sincero, eu nunca fui exatamente o que se espera de um menino. Apesar de não ser exatamente “afeminado”, eu também não era “masculino o suficiente”, por isso eu nunca lidei bem com os outros garotos, por exemplo. Romance nunca foi um interesse real na minha vida, mas eu já havia percebido desde cedo que era algo que importava para todo o resto das pessoas. Acho que numa tentativa de se sentir menos anormal, eu cheguei a forçar um sentimento que não existia por uma garota uma vez; hoje entendo o que estava fazendo, coisa que faz a identidade com a qual eu me identifico atualmente ter muito sentido! Quanto ao sexo, também nunca mostrei interesse. Para mim, estar em um namoro, ou manter relações sexuais com outras pessoas, sempre foi “Ah… legal… Mas você sabia que… (insira-se aqui qualquer informação totalmente inútil que eu devo ter achado nas minhas inúmeras googladas diárias.)”. Algumas pessoas mostravam interesse, e eu ou não percebia, ou fingia de sonso, já que nunca pude corresponder o sentimento. Eu passei minha adolescência inteira assim, o que faz eu me questionar às vezes se não deveria ter “vivido mais (e, com “vivido mais”, quero dizer fazer coisas que nunca tive vontade apenas para me sentir parte de algo)”, tanto que eu fui ter a minha experiência do primeiro beijo apenas neste ano, e nem foi tudo isso que dizem ser, então sabe-se lá Deus quando vai, se é que vai, acontecer aquela outra primeira vez!
Honestamente, não me incomoda tanto assim ser solteiro, nunca foi o caso. Quando eu entendi que poderia ser assexual, numa dessas navegadas pela internet em algum fórum do Reddit, eu fiquei foi feliz, eufórico: “Agora tudo faz sentido”, eu sentia; porque finalmente me sentia mesmo parte de algo (maldita natureza humana, que nos faz ter essa necessidade de pertencer a um grupo!), o que era um sentimento bom demais, confesso! Conforme eu ia me entendendo como parte da comunidade, eu também ia descobrindo novas identidades e termos, sendo o meu favorito os “relacionamentos queer-platônicos”, que são, porcamente falando, uma intersecção entre o romance e a amizade, considerando estes como extremos num espectro. Um “namoro queer-platônico” seria a única forma de eu estar num namoro, mas, sendo realista, é improvável, porque se já é difícil achar alguém que não queira sexo, imaginem alguém que entenda esse conceito e queira a mesma coisa! Hoje eu me contentaria mesmo em pelo menos encontrar um, ou uma, amigo, ou amiga, que também fosse ace e/ou aro na vida real, sei lá, só para saber como é, acho que seria interessante.
Última edição por henriquehenriques em 10/9/2023, 13:38, editado 1 vez(es)
Honestamente, não me incomoda tanto assim ser solteiro, nunca foi o caso. Quando eu entendi que poderia ser assexual, numa dessas navegadas pela internet em algum fórum do Reddit, eu fiquei foi feliz, eufórico: “Agora tudo faz sentido”, eu sentia; porque finalmente me sentia mesmo parte de algo (maldita natureza humana, que nos faz ter essa necessidade de pertencer a um grupo!), o que era um sentimento bom demais, confesso! Conforme eu ia me entendendo como parte da comunidade, eu também ia descobrindo novas identidades e termos, sendo o meu favorito os “relacionamentos queer-platônicos”, que são, porcamente falando, uma intersecção entre o romance e a amizade, considerando estes como extremos num espectro. Um “namoro queer-platônico” seria a única forma de eu estar num namoro, mas, sendo realista, é improvável, porque se já é difícil achar alguém que não queira sexo, imaginem alguém que entenda esse conceito e queira a mesma coisa! Hoje eu me contentaria mesmo em pelo menos encontrar um, ou uma, amigo, ou amiga, que também fosse ace e/ou aro na vida real, sei lá, só para saber como é, acho que seria interessante.
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